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segunda-feira, 16 de junho de 2025

F-16 DA FAP NO POLICIAMENTO AÉREO DO BÁLTICO - Fotogaleria

A Força Aérea Portuguesa está a garantir a segurança dos céus sobre e ao redor da Estónia, no âmbito da missão Baltic Air Policing da NATO.



A última rotação de pilotos de caça e equipas de apoio chegaram à Base Aérea de Ämari no final de maio, substituindo o destacamento português anterior que iniciou funções em abril. Assumiram a responsabilidade por quatro caças F-16M Fighting Falcon, marcando a primeira vez que aeronaves portuguesas operaram a partir da Estónia.




Dado que os Estados Bálticos – Estónia, Letónia e Lituânia – não possuem caças supersónicos capazes de realizar interceções, os Aliados da NATO fornecem aeronaves numa base rotativa. A missão Baltic Air Policing, sediada na Lituânia, com um destacamento adicional na Estónia, permanece em prontidão para responder a anomalias no tráfego aéreo. Estas podem incluir aeronaves civis que perderam comunicação com os controladores de tráfego aéreo ou aeronaves militares russas que recusam identificar-se ou responder a contactos.


A missão de Policiamento do Báltico da NATO é uma missão de manutenção da paz, realizada 24 horas por dia, 365 dias por ano.


Texto e Fotos: NATO


domingo, 20 de agosto de 2023

PAÍSES BAIXOS E DINAMARCA DOAM F-16 À UCRÂNIA [M2427 - 59/2023]

F-16AM da Real Força Aérea dos Países Baixos

Os Países Baixos e a Dinamarca oficializaram hoje a doação de caças F-16 à Ucrânia, na sequência da aprovação por parte dos EUA, durante a última semana.

F-16AM da Real Força Aérea Dinamarquesa
Os caças de 4ª Geração, tão solicitados por Kiev, para ajudar no combate à invasão russa, serão fornecidos "assim que as condições necessárias forem atingidas", segundo divulgou o primeiro-ministro neerlandês na conta oficial na rede social Twitter (agora X). 

O próprio Zelensky, agradeceu já a oferta, esclarecendo o significado de "condições necessárias" como sendo o treino de pilotos e mecânicos no novo sistema de armas, que terá lugar primeiro na Dinamarca e depois na Roménia.

Enquanto a Dinamarca refere disponibilizar 19 caças, os Países Baixos mencionam os 42 da frota actual, dos quais "serão necessários alguns para o treino na Dinamarca e depois na Roménia", acrescentando que será necessário "verificar se todos os aviões restantes podem ser fornecidos", não se comprometendo por enquanto com um número final.

Já a Dinamarca adianta mesmo poder fornecer seis aviões no início de 2024, com outros oito no ano seguinte e os restantes cinco em 2026, acrescentando contudo às "condições necessárias para que tal aconteça", todas as autorizações, infraestruturas e logística de apoio à frota. 

Portugal comprometeu-se em participar no programa de treino de pessoal ucraniano para operar os F-16, através da ministra da Defesa portuguesa, Helena Carreiras, que assinou a 11 de Julho, a Declaração Política da Coligação de treino F-16, juntamente com dez outros países. O primeiro-ministro António Costa descartou contudo a possibilidade de Portugal fornecer F-16 à Ucrânia, porque " os meios que temos estão todos alocados a missões que não podemos prescindir”.

Portugal dispõe actualmente de uma frota de 25 F-16 MLU, tendo três células adicionais em modernização na OGMA. Ao contrário dos Países Baixos e Dinamarca, que iniciaram já a transição para o F-35, não existem ainda planos para a substituição da frota, ou sequer modernização para o padrão "Viper".

O Ministério da Defesa não avançou entretanto, mais pormenores acerca da escala de envolvimento português.



domingo, 7 de maio de 2023

20 INTERCEPÇÕES EM 5 SEMANAS NO BÁLTICO [M2402 - 34/2023]

F-16AM da FAP durante a intercepção a um Ilyushin Il-20M de vigilância electrónica e dois caças SU-27 russos    Foto: FAP
 

Os F-16 das Esquadras 201 e 301 da Força Aérea Portuguesa (FAP), já interceptaram 20 aeronaves desde o início do destacamento na Lituânia.

Portugal assumiu no dia 1 de abril e por quatro meses, o policiamento do espaço aéreo do Báltico como Nação Responsável (Lead Nation), com um contingente de aproximadamente 85 militares e quatro aeronaves F-16M , a operar a partir da Base Aérea de Siauliai, na Lituânia.

Desde então o alerta foi accionado por dez vezes "para intercetar aeronaves militares em trânsito no espaço aéreo internacional ao largo da costa dos Estados Bálticos. Nessas missões foram intercetadas e identificadas aproximadamente 20 aeronaves russas de vários tipos, incluindo aeronaves de transporte, caças e aeronaves de coleta de informações.", segundo revelou a FAP em notícia no seu sítio de internet. 

A notícia explica ainda que "os caças são ativados sempre que uma aeronave que sobrevoe o espaço aéreo internacional próximo das fronteiras da NATO não respeite as regras de tráfego aéreo, nomeadamente a apresentação da rota que pretende executar, o estabelecimento de comunicações com as entidades de controlo de tráfego aéreo e/ou o envio de um sinal de transponder."




segunda-feira, 3 de abril de 2023

PRIMEIRA INTERCEPÇÃO PELOS F-16 DA FAP NO BÁLTICO EM 2023 [M2393 - 25/2023]

 

F-16AM n/c 15107 da Força Aérea Portuguesa na identificação e escolta do Il-76 russo sobre o Báltico dia 2 de Abril de 2023       Foto: FAP via NATO Air Command

No dia 2 de abril de 2023, dois caças F-16 portugueses da missão Baltic Air Policing da NATO descolaram da base aérea de Šiauliai, na Lituânia, para identificar e escoltar uma aeronave militar russa IL-76.

A aeronave voava da Rússia continental para o enclave de Kaliningrado, sobre águas internacionais ao longo da costa da Estónia no Mar Báltico, sem plano de voo, nem contacto com o Controlo de Tráfego Aéreo e com o transponder (identificador eletrónico) desligado. 

O Centro de Operações Aéreas Combinadas do Norte da NATO em Uedem, Alemanha, ordenou por isso a descolagem da parelha de F-16 de alerta, para interceptar a aeronave desconhecida. Depois de identificar e escoltar o avião russo, os caças portugueses regressaram em segurança a Šiauliai. A acção acabou por não ser mais do que um evento de rotina, mas ainda assim uma demonstração de prontidão de todos os membros que constituem o destacamento, algumas horas apenas após assumir a missão de policiamento na Lituânia.

A Força Aérea Portuguesa lidera desde o dia 1 de Abril e até 31 de Julho, o 62ª Bloco do Policiamento Aéreo do Báltico, com quatro F-16 MLU, com a responsabilidade de proteger o espaço aéreo regional da NATO, enquanto a Força Aérea Romena destacou igual contingente e número de F-16 MLU em Šiauliai, como Força Ampliadora. 

Para o Comandante do Destacamento Português, Tenente-Coronel José Dias, a primeira saída do alerta deste destacamento, executada no segundo dia da missão, foi uma demonstração do “excelente empenho, dedicação e profissionalismo de todos os elementos que constituem o destacamento."

Desde a adesão da Estónia, Letónia e Lituânia em 2004, os Aliados da NATO revezam-se no policiamento aéreo da região, para proteger a integridade territorial dos três países Aliados, uma vez que estes não possuem capacidade própria para o fazer.


Fonte: Allied Air Command e RP do Destacamento FAP

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

PORTUGAL OFERECE KAMOV DOS INCÊNDIOS À UCRÂNIA [M2351 - 67/2022]

Kamov Ka-32A11BC de combate a incêndios do Estado Português

 Portugal ofereceu à Ucrânia a frota de seis helicópteros Kamov Ka-32 de combate a incêndios, que se encontrava imobilizada desde 2018.

O anúncio da decisão foi feito por Helena Carreiras na tarde de hoje, 13 de outubro de 2022, à saída da reunião de ministros da Defesa da NATO: “A pedido da Ucrânia e em articulação com o Ministério da Administração Interna vamos disponibilizar à Ucrânia a nossa frota de helicópteros Kamov que, em virtude do cenário atual, das sanções impostas à Rússia, deixámos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer poderemos repará-los”.

Tal como é de conhecimento público, a referida frota adquirida pelo Estado em 2006, para uso no combate a incêndios e operada pela Empresa de Meios Aéreos (EMA) até à sua extinção em 2013, passou depois a operar em regime de adjudicação a privados, pelo Ministério da Administração Interna (MAI). No início de 2018 contudo, a culminar um longo processo de disputas entre o MAI e a empresa adjudicatária na altura, a frota ficaria definitivamente inoperacional. Então, das seis células Ka-32A11BC, uma encontrava-se acidentada desde 2012, duas estavam em manutenção e sem voar desde 2015, enquanto as restantes três ficaram então imobilizadas por falta de inspeção e certificação.

Segundo a ministra da Defesa Nacional referiu ao anunciar a cedência das aeronaves, “os ucranianos conhecem as condições em que se encontra o material”, sublinhando que a “cadeia logística de helicópteros semelhantes” operados na Ucrânia, permitirá repará-los. 

A frota Kamov Ka-32 havia sido transferida para a esfera da Força Aérea Portuguesa no início de 2022, para reposição das condições de aeronavegabilidade. No entanto, o deflagrar do conflito na Ucrânia, e as sansões impostas pela União Europeia à Rússia, inviabilizariam a intenção, pouco mais de um mês depois.

Helena Carreiras adiantou ainda que a transferência dos helicópteros deverá ocorrer “o mais rapidamente possível” e que serão "muitíssimo úteis à Ucrânia e essa cedência foi muito agradecida pelas nossas contrapartes ucranianas”.




quinta-feira, 24 de março de 2022

SANÇÕES À RÚSSIA COMPLICAM KAMOV PORTUGUESES [M2307 - 24/2022]

Kamov Ka-32A11BC

A Agência para a Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) emitiu um aviso no dia 14 de Março de 2022, relativo às medidas restritivas tomadas pela União Europeia relativas ao ataque da Rússia à Ucrânia.

No ponto 1 pode ler-se:

1) CERTIFICADOS DE PROJETO, CERTIFICADOS PARA ORGANIZAÇÕES E DISPOSITIVOS DE TREINO DE SIMULAÇÃO DE VOO

Nos termos do artigo 3.º-C, n.º 4, alínea a), do Regulamento (UE) n.º 833/2014, conforme alterado, é proibida a prestação de assistência técnica ou outros serviços relacionados com os bens e tecnologias adequados à utilização na aviação ou na indústria espacial, 1  , originários ou não da União, e ao fornecimento, fabrico, manutenção e utilização desses bens e tecnologia, direta ou indiretamente, a qualquer pessoa singular ou coletiva, entidade ou organismo na Rússia ou para utilização na Rússia.

Assim, a EASA tomou a decisão de suspender todos os certificados que emitiu, incluindo certificados para produtos, peças e aparelhos, bem como os certificados para organizações e dispositivos de treino de simulação de voo, onde o titular do certificado está localizado ou residente na Rússia, ou de outra forma sujeito às sanções.

O documento completo inclui ainda uma lista com os Certificados de Tipo (Type Certificates) das aeronaves abrangidas pelas sanções, que descrimina entre outras, os Kamov Ka-32A11BC.

Esta decisão afectará um total de 26 aeronaves deste modelo em uso por países da UE, entre os quais as seis células ex-Proteção Civil portuguesa, transferidas recentemente para  Força Aérea Portuguesa, com vista à  reposição das suas condições de aeronavegabilidade, para a sua utilização pelas Forças Armadas.

Estando a frota portuguesa imobilizada desde 2018, devido a sucessivos problemas de manutenção e disputas entre o Estado Português e anteriores adjudicatários, e quando parecia estar finalmente a situação encaminhada para retornarem a condições de operação, eis que os efeitos do embargo da UE a equipamentos russos, vem novamente complicar o processo.



sexta-feira, 29 de maio de 2020

B-1 DA USAF EM MISSÃO INÉDITA PELA EUROPA [M2148 - 66/2020]

B-1 da USAF escoltados por Su-27 e MiG-29 ucranianos

Escassos dias após ter realizado missão semelhante no norte da Europa, dois bombardeiros B-1B Lancer da Base da Força Aérea de Ellsworth, Dakota do Sul, EUA, conduziram nova missão estratégica de longo alcance, longa duração da Força-Tarefa de Bombardeiros, através da Europa e desta vez também pela região do Mar Negro, no dia 29 de maio de 2020.
O feito marcou a primeira vez que uma missão da Força-Tarefa de Bombardeiros da USAF se integrou com Su-27 Flanker e MiG-29 Fulcrum ucranianos e KC-135 turcos.

"As missões da Força-Tarefa de Bombardeiros na Europa demonstram o empenho com os nossos aliados e parceiros, ao mesmo tempo em que fornecem uma mensagem clara de dissuasão a qualquer adversário", disse o general Jeff Harrigian, comandante das Forças Aéreas dos EUA na Europa e  Forças Aéreas da África (USAFE/AFAFRICA). "A integração da nossa presença estratégica com bombardeiros na Europa prova que os EUA, ao lado de qualquer aliado ou parceiro, estão prontos para impedir e, se necessário, poder empregar esses recursos juntos".

F-16 polacos

O voo também incluiu treino de integração e interoperabilidade com F-16 e MiG-29 polacos e F-16 e  e MiG-21 romenos, que proporcionaram escolta e patrulha de combate na região do Mar Negro.

F-16 romenos

MiG-21 romenos

Um KC-135 Stratotanker da 100ª Ala de reabastecimento aéreo, RAF Mildenhall, Inglaterra, dois KC-135 (um turco e um americano) baseados na Base Aérea de Incirlik, Turquia, e outras aeronaves de reabastecimento aéreo da NATO, permitiram aos B-1 concluir a viagem de ida e volta de Ellsworth sem atrasos, além de fornecer apoio de reabastecimento aéreo às aeronaves de países parceiros. 

Além disso, os B-1 integraram-se com os F-16 gregos, que realizam o policiamento aéreo, para um sobrevoo a Skopja, na Macedónia do Norte. 

F-16 gregos escoltando os B-1 sobre a Macedónia do Norte



As missões da Força-Tarefa de Bombardeiros demonstram aos nossos Aliados da NATO, incluindo o nosso mais novo membro - Macedónia do Norte - que estas missões estratégicas aumentam a prontidão e o treino necessário para responder a qualquer potencial crise ou desafio em todo o mundo”, disse o general Tod D. Wolters , comandante do Comando Europeu dos EUA. “A integração e interoperabilidade com nossos aliados da NATO durante estas missões, seja o apoio de aviões-tanque ou escoltas de caças, são acções indeléveis, que mostram que a Aliança está tão forte como alguma vez a vi.”

"As missões de bombardeiros familiarizam a tripulação com bases aéreas, espaço aéreo e operações em diferentes comandos geográficos. Essas missões constroem proficiência e confiança e demonstram a credibilidade das Forças Aliadas em lidar com um ambiente de segurança global, mais diversificado e incerto do que em qualquer outro momento de história." pode ler-se ainda no comunicado de imprensa da USAFE.

Estas missões, surgiram quando a tensão entre americanos e russos tem subido de tom no Mediterrâneo, com o destacamento de meios aéreos russos na Líbia, e intercepções menos amigáveis. Ao longo do trajecto, os B-1 foram desta vez também interceptado por caças russos, mas sem incidentes de maior. 

As autoridades russas divulgaram mesmo fotos e vídeo dos encontros:





quarta-feira, 27 de maio de 2020

SU-35 RUSSOS INTIMIDAM P-8 DA US NAVY [M2145 - 63/2020]

Su-35 russos sob as asas do P-8 Poseidon da US Navy    Fotos: US Navy  


No final do dia de ontem, 26 de Maio de 2020, e no mesmo dia em que foram reveladas imagens pelo US Africa Command, dando conta da movimentação de caças de origem russa para Líbia, a US Navy mostrou novas fotos e um vídeo, desta vez de uma intercepção por parte de caças Su-35 russos, a um dos seus P-8A Poseidon, em missão sobre o Mediterrâneo.


Imagens que atestam bem a proximidade a que se colocaram os Su-35      Fotos: US Navy

Segundo a US Navy, a sua aeronave, pertencente à 6ª Frota, voando sobre águas internacionais no Mediterrâneo oriental,  foi interceptada "de forma insegura e pouco profissional", tendo-se posicionado  simultâneamente os dois Su-35 a curta distância de cada uma das asas do Poseidon, restringindo por isso a sua capacidade para manobrar em segurança. Esta atitude prosseguiu por 64 minutos.

Apesar de não ser possível afirmar que este episódio esteja directamente relacionado com a revelação das imagens mostrando a mobilização dos caças russos para a Líbia, até porque já durante Abril do corrente ocorreram duas outras situações similares (embora de menor duração e não tão agressivas), a verdade é que os P-8A Poseidon da US Navy são os principais suspeitos da captação das referidas fotos, que denunciam um envolvimento directo de meios do Kremlin, no conflito líbio.

Intercepção de 26/05/2020 - imagens US Navy

Entertanto, os russos, não só não negam o incidente, como revelaram imagens captadas a partir de um dos Su-35:





sábado, 30 de abril de 2016

UMA NOVA GUERRA FRIA OU UM CERTO CALOR DA COMUNICAÇÃO? [M1839 - 19/2016]

 Voo rasante de um Su-24 russo a um vaso de guerra norte-americano.

Basta fazer correr as páginas das redes sociais e de informação - com as cautelas que se recomendam na voragem por vezes pouco cerebral dos dias atuais - para perceber que nos últimos tempos tem aumentado o número de incidentes entre aeronaves dos dois "blocos", se é que (ainda?) se pode dizer isso.
Se aqui há alguns anos, não muitos, os incidentes se reportavam a aparições de aeronaves russas em zonas demasiado "próximas" de nós (ocidentais) e que foram amplamente noticiadas até aqui em Portugal, agora a "fenomenologia" verifica-se com o protagonismo intrusivo alternado, ora russos a rasar navios americanos, ora aviões americanos demasiado próximos de lugares catalogados e por isso, intercetados à escola Top Gun, por caças russos, em estilo provocador ou então provando à cinefilia ianque que também do lado de lá da antiga cortina de ferro, pilotos artistas há.
A tensão sempre existiu, é sabido, mas tem-se adensado, fazendo com que uma espécie de nova "guerra fria" seja lembrada quase diariamente. Ou então são as redes noticiosas e sociais, que funcionam ao segundo e que tem horror ao vazio, que estão a fazer a excitação que se nota por baixo do tecido do tempo.
E claro, tudo isto se passa nas barbas da Europa, essa distraída com as suas estruturas económicas, a Comissão Europeia a decidir sobre os destinos comuns, descurando a sua própria defesa, os governos de orelhas a arder pelo (in)cumprimento cego dos défices, a salvar bancos afogando milhões de euros e limpando a cara dos respetivos e incompetentes caciques, etc., enquanto o mundo pula e avança e grupos radicais nos rebentam bombas aos pés.
Para provar que a História se repete, é preciso vir o arauto Obama do lado de lá da banheira atlântica, explicar à bonacheira Europa que é preciso olhar mais para a defesa e, por muito que doa, destinar-lhe mais alguns trocos, em vez de tentar salvar quem anda a cavar a sua própria cova e a dos paisanos incautos.
É fácil dizer que tudo o que é gasto em armas é mal gasto, que há fome, que há miséria - fora e dentro da Europa - mas o que é facto é que o mundo - realmente - é um local perigoso, não raras vezes com má frequência e, portanto, a defesa de valores e princípios que foram conquistados com anterior sangue, suor e lágrimas, tem de ser feita, na pior das hipóteses com... sangue, suor e lágrimas...
As coisas, tendo mudado, sim, não mudaram contudo defenitiva e radicalmente a natureza humana e por causa disso, muita sabedoria de séculos não se risca por decreto em meia dúzia de anos, por mais conforto económico que pareça existir.
"Se queres a paz, prepara-te para a guerra!"

Texto: António Luís/Pássaro de Ferro


quinta-feira, 2 de abril de 2015

A EUROPA NOS SEUS LABIRINTOS E DÚVIDAS (M1813 - 17AL/2015)

Caças F-15C norte-americanos chegando a Leeuwarden, há dias. Foto: USAF.

Vão chegando notícias preocupantes, que nos mostram movimentações da História a que não podemos nem devemos ficar indiferentes, escondendo a cabeça num buraco à mão ou assobiando para o lado.
A Rússia continua as suas manobras militares, continua a revelar a sua musculação, umas vezes de braço dado com as suas movimentações e taticismos diplomáticos, noutras para além delas, quase no limbo da provocação, no esticar de corda, no ver como e até onde...
A Europa "do lado de cá" está, em bom rigor, mais entretida com o ego grego, os fatos do Ministro Varoufakis, com as errâncias ideológicas do Syrisa, com as dimensões dos "discurso" alemão, com o orgulho britânico, com as debilidades e fortalezas do Euro, com o ser-se de direita, de esquerda, do centro ou da órbita estratosférica.

Um bombardeiro estratégico russo, TU-95 "Bear", escoltado por um Typhoon da RAF. Foto: RAF

Desinvestiu na defesa e tem-se como guardiã maior dos valores civilizacionais e culturais, limitando-se para tal, a anunciá-lo com pompas e circunstâncias várias, ao sabor dos seus confortos.
Fora dela há perigos, como dentro dela também. Reais. Mas todos parecem demasiado longe ou, de uma forma cinematográfica, tudo bons rapazes, mesmo que já por duas vezes, o vento quase tudo tenha levado...
Quando o rabo aperta, telefonemas para o lado de lá do Atlântico e o amigo Yanke trata das vitaminas em forma e modos para defender a nobreza do território, dos viventes, da arte, da cultura, da civilização entretida e pasmada, contemplando o umbigo e as jóias penduradas ao pescoço e nos dedos, e novamente a História, essa teimosa campaínha e reescrever-se a si mesma, as mãos ambas, em papel timbrado, fazendo-se tinir por entre reprimendas e medos.
A Europa espera sempre - por vezes quase de forma ingénua - que nenhum olhar seja invejoso, que nenhum gesto seja de cobiça.
Já por duas vezes e de forma dramática se enganou.
Será que (não) aprendeu?

Nota: Este texto é de opinião e a mesma apenas vincula o seu autor.

domingo, 8 de março de 2015

A SEMANA PASSADA (M1807 - 13AL/2015)


A semana passada fica marcada pela entrega à Esquadra 751 - Pumas do Sikorsky Humanitarian Service Award, por parte Helicopter Aviation International (HAI), que ocorreu nos Estados Unidos.
É mais um importante reconhecimento internacional para as missões de incomensurável alcance humanitário que a Esquadra 751 e os seus Homens levam a cabo, não raramente no limite e para além dele do seu próprio esforço e das suas máquinas - antes o SA 330 Puma e no presente o EH101, numa enorme área de oceano.
Parabéns! Obrigado! É um orgulho!


Decorreu, também, a segunda e última semana do exercício multinacional Real Thaw 2015, que terminou no dia 6, com excelentes resultados operacionais e culminando em mais um treino de elevado grau de exigência, centrado na Força Aérea, mas envolvendo meios do Exército e da Marinha de Guerra. 
Tendo em conta as tensões que se avolumam internacionalmente - Ucrânia/Rússia e o combate ao hiper radicalismo do Estado Islâmico - a preparação e o treino dos meios militares assume uma importância crescente. E estes exercícios que não raramente são entendidos por largos setores da "opinião pública" como "jogos/brincadeiras de guerra" e "sorvedouros de dinheiros públicos", servem também para a fazer perceber do seu erro de análise e afirmar as forças armadas - em conjugação com outras congéneres - que a defesa de conceitos e conquistas como a liberdade e a democracia não se compadecem com populismo e brincadeiras e são, antes, atos sérios de que depende a segurança comum.
Ainda neste âmbito, a  notícia a que o Pássaro de Ferro fez referência, relativa ao destacamento de caças F-16 e militares para a Roménia vem na sequência das preocupações crescentes relativas à situação militar naquela região e que por "simpatia", poderão levar a alterações sensíveis em toda a Europa, com incerto grau de apreensão.


A fechar a semana passada, fica a notícia triste da perda do António Ideias, um brilhante Homem, um excelente piloto (voou como piloto da Esquadra 201- Falcões e depois como piloto comercial e de acrobacia) a quem o Pássaro de Ferro dedicou muita atenção, em diversas circunstâncias.
Vai agora no seu derradeiro e infinito voo!
R.I.P.


terça-feira, 2 de dezembro de 2014

CAÇA RUSSO "MUITO PERTO" DE UM F-16AM NORUEGUÊS - atualizado (M1739 - 111AL/2014)

Mig-31 no HUD do F-16 norueguês. Foto: RFA Norueguesa

Um caça russo chegou a estar a cerca de 60 pés de um F-16AM (Norueguês) da NATO, protagonizando um incidente que poderia ter terminado com uma desastrosa colisão nos céus nórdicos.
As imagens foram captadas em vídeo e divulgadas no passado domingo.
De acordo com o a Real Força Aérea Norueguesa, o avião que aparece diretamente em frente do caça norueguês é um MiG-31, durante um incidente em que a Noruega fez descolar a parelha de alerta  em Bodo, para intercetar o voo desse aparelho de combate russo em espaço aéreo internacional, mas perigosamente perto da Noruega.
O The Wall Street Journal relatou o incidente, e colocou online o vídeo na segunda-feira passada, sem maiores detalhes revelados pelos militares norueguesas, acerca de quando se deu encontro tão "imediato". Circularam contudo rumores de que o incidente se deu durante a primeira interceção de caças ocidentais a um Su-34, sendo o MiG-31 escolta dos novíssimos bombardeiros russos.

Ainda comentando o sucedido, o porta-voz da RFAN disse não se saber se o que sucedeu foi um erro por parte do piloto russo, ou um sinal de maior agressividade no comportamento por parte dos russos.






 

sábado, 1 de novembro de 2014

FORÇA AÉREA DIVULGA IMAGENS DA INTERCEÇÃO DE ONTEM (M1715 - 105AL/2014)


Força Aérea revela pormenores da "missão de defesa aérea em espaço aéreo de responsabilidade nacional" realizada ontem.
A Força Aérea Portuguesa (FAP) divulgou hoje imagens dos bombardeiros russos e da "missão de defesa aérea em espaço aéreo de responsabilidade nacional" realizada ontem.
No comunicado, a FAP explica que "o Sistema de Defesa Aérea (DA) da FA detetou duas aeronaves não identificadas [na manhã de ontem] numa zona a noroeste de Portugal continental e com rumo sul, sem plano de voo e sem comunicações com o Controlo de Tráfego Aéreo".



A atividade foi reportada à NATO e foi "decidido ativar a parelha de aeronaves F16 Fighting Falcon, em alerta permanente na Base Aérea de Monte Real, para intercetar e identificar as aeronaves", quer eram novamente bombardeiros Tu-95 "Bear", de nacionalidade russa.



A FAP diz ainda que esta missão foi muito semelhante à de quarta-feira, embora desta vez os bombardeiros russos tenham viajado até em direção a sul por mais algum tempo. "Depois, voltaram a mudar o rumo para norte, tendo sido escoltados até à sua saída do espaço aéreo de responsabilidade nacional."


Fonte: DN
Fotos: Força Aérea Portuguesa

segunda-feira, 30 de junho de 2014

PRIMEIRO SU-25 RUSSO CHEGA AO IRAQUE (M1633 - 75AL/2014)


 O primeiro Su-25 russo, usado, a chegar ao Iraque.

Em 28 de junho, conforme demos notícia, a Força Aérea Iraquiana anunciou a compra urgente de aviões SU-25, de ataque (usados) à Rússia. Hoje chegou o primeiro.
As  doze aeronaves serão utilizadas para colocar mais pressão sobre os rebeldes (ligados à Al Qaeda) que ultimamente tem lançado fortes ataques em várias partes do Iraque e que os helicópteros Mi-35 não conseguiram suster, sendo que, inclusivamente, um desses helicópteros foi abatido na semana passada, o que fez soar as campainhas de alarme nas forças armadas do Iraque. 
A Rússia tem um excedentário de aviões Su-25 e irá, numa primeira fase, disponibilizar pessoal para a instrução nesses aparelhos, tanto na pilotagem como na manutenção, pelo menos enquanto o Iraque não conseguir alguma autonomia, digamos.
Recorde-se que o Iraque utilizou aviões deste tipo até ao início da década de 90, mas que, por descontinuidade na frota, não dispõe, de imediato, de tripulações aptas a começar a voar estes aviões.
As aeronaves agora adicionadas ao arsenal aéreo iraquiano ficarão baseadas em Tallil.
Recorde-se que esta compra repentina pretende colmatar os atrasos na entrega dos 36 F-16 por parte dos EUA, conforme já se referiu anteriormente.

Foto: Reuters
Tradução e adptação: Pássaro de Ferro

sábado, 28 de junho de 2014

IRAQUE COMPRA AVIÕES SUKHOI (M1631 - 74AL/2014)

F-16 iraquiano, o único entregue de um total de 36.

Em declarações à BBC, o primeiro -ministro iraquiano, Nouri al-Maliki confirmou a compra de aviões Sukhoi SU-25 à Rússia e Bielorrússia, de modo a colmatar o atraso na entrega de F-16 por parte dos Estados Unidos, que, como já noticiámos, se iniciou no começo deste mês.
O primeiro-ministro iraquiano afirmou que os EUA estão a demorar na entrega dos 36 caças F-16, o que está a deixar as tropas iraquianas sem apoio aéreo nas suas ações contra os rebeldes.
Por seu turno, um porta-voz do Pentágono - coronel Steve Warren - disse em Washington que os F-16  serão entregues no próximo outono. E confirmou também que o Iraque receberá nas próximas semanas 200 mísseis ar-superfície "Hellfire".
Enquanto isso, em Moscovo, o presidente russo, Vladimir Putin, abordou a questão da crise do Iraque numa conversa telefónica com Al Maliki e reiterou o seu apoio ao governo do Iraque, bem como aos seus esforços para libertar os territórios ocupados pelos rebeldes.
A situação no Iraque deteriorou-se dramaticamente desde o início de junho, quando militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante tomou as cidades de Mosul e Tikrit e anunciou a sua intenção de implementar uma ofensiva na capital Bagdad. 
Enquanto isso, as tropas do exército iraquiano tiveram que recuar em algumas áreas do país, sendo que continuam a lutar para deter o avanço dos rebeldes que, por seu lado, tentam controlar zonas de território ricas em petróleo. Nas últimas semanas, muitos soldados do exército do Iraque foram capturados e executados pelos islamistas.

Fonte: RT/BBC
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro


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