quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Conselho Superior de Defesa Nacional aprova participação de Forças portuguesas no âmbito NATO [M2296 - 13/2022]

F-16 MLU da Força Aérea Portuguesa      Imagem de arquivo

Em reunião extraordinária do Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN) convocada nas primeiras horas da manhã de hoje, 24 de Fevereiro de 2022, e realizada a partir das 12h00 no Palácio de Belém, foi aprovada a proposta do Governo de participação na defesa colectiva da NATO, conforme se pode ler no comunicado lavrado:

"O Conselho Superior de Defesa Nacional reuniu hoje, 24 de fevereiro de 2022, em sessão extraordinária, sob a presidência de Sua Excelência o Presidente da República, Prof. Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, para se inteirar da situação na Ucrânia e eventual participação de Forças Nacionais no âmbito da NATO.

Com base na posição de princípio expressa pelos órgãos de soberania, nomeadamente, o Presidente da República, o Primeiro-ministro e pelo representante da Assembleia da República do principal partido da oposição, e atendendo à informação analisada, o Conselho deu, por unanimidade, parecer favorável às propostas do Governo para a participação das Forças Armadas Portuguesas no âmbito da NATO, que se seguem:

Ativação da Very high readiness Joint Task Force (VJTF) e das Initial Follow-On Forces Group (IFFG) para eventual empenhamento nos planos de Resposta Graduada da NATO,

Eventual antecipação do segundo para o primeiro semestre de projeção de uma companhia do Exército para a Roménia."


À VJTF, Portugal tem atribuídos para 2022 os seguintes meios, com prontidão a 7 dias:

1 Fragata (195 militares)

6 Aeronaves F-16 M (140 militares)

1 Aeronave P-3C Cup+ (82 militares)

1 Batalhão mecanizado (159 viaturas táticas /609 militares)

1 Destacamento de mergulhadores (12 militares)

1 Unidade de Cooperação Civil-Militar (CIMIC) (3 viaturas táticas / 11 militares)

P-3C CUP+ da FAP        Imagem de arquivo

Ao IFFG estão atribuídos os seguintes meios, com prontidão a 30 dias:

1 Fragata (195 militares)

1 Submarino (33 militares)

1 Companhia de fuzileiros (36 viaturas táticas /212 militares)

1 Destacamento de mergulhadores (12 militares)

1 Unidade Tarefa Operações Especiais Marítimas (SOMTU) (20 militares)


Compete agora à NATO realizar um pedido formal para o empenhamento de alguma ou várias destas forças, de acordo com as necessidades que o desenrolar da situação coloque.

Destacamento de 4 F-16AM da FAP em rota para a Islândia, na passagem por Lossiemouth, Escócia

Já antes da reunião do CSDN, e em acção programada do Policiamento Aéreo aumentado da NATO, Portugal tem empenhados desde o início de Fevereiro, quatro caças F-16AM destacados na Islândia, onde se irão manter pelo menos até ao final de Março.




USAF DESTACA F-35 NO LESTE DA EUROPA [M2295 - 12/2022]

F-35A Lightning II à aterragem na Base Aérea 86 em Fetesti, Roménia    Foto: Ali Stewart/USAF
Seis caças F-35A Lightning II da USAF foram destacados hoje 24 de Fevereiro de 2022 nas regiões do mar Báltico e mar Negro, em apoio à defesa colectiva da Aliança Atlântica. A informação foi avançada pela NATO em comunicado, no qual refere ainda que os caças de 5ª Geração ficarão a "apoiar a missão de Policiamento Aéreo aumentado, por um período de tempo a partir das bases avançadas de Amari, na Estónia, Siauliai na Lituânia e Fetesti na Roménia".

Em primeiro plano os F-16 MLU da FA Romena, comprados a Portugal, baseados em Fetesti, onde aterram os F-35 da USAF           Foto: Ali Stewart/USAF

 

F-35 na base de Amari, Estónia                   Foto: FA Estónia

Estamos perante um ambiente dinâmico e o envio de F-35 para o flanco leste da NATO melhora a nossa postura defensiva e amplifica a interoperabilidade da Aliança”, disse o general Jeff Harrigian, comandante da USAFE-AFAFRICA

Os F-35 à saída de Hill, Uta, EUA, no dia 15 de Fevereiro de 2022 então com destino a Spangdahlem na Alemanha    Foto: Kip Sumner/USAF

Estes F-35 pertencem ao 34th FS de Hill, Uta, EUA, e estavam já destacados na base de Spangdahlem, na Alemanha, desde 16 de Fevereiro.





SU-27 UCRANIANO ATERRA NA ROMÉNIA - actualizado [M2294 - 11/2022]

 

Su-27 da FA Ucraniana        Imagem de arquivo

Segundo comunicado publicado hoje pelo Ministério da Defesa romeno, "nesta quinta-feira, 24 de fevereiro, duas aeronaves F-16 Fighting Falcon da Força Aérea Romena ao  do Comando Aéreo da NATO descolaram por volta das 6h15, para esclarecer uma situação aérea referente a um voo não autorizado, em aproximação ao espaço aéreo norte da Roménia."

Segundo o mesmo comunicado "As duas aeronaves militares romenas aplicaram rigorosamente os procedimentos nacionais e as regras internacionais aplicáveis ​​em tais situações, procedendo à interceção e identificação visual da aeronave que entrou no espaço aéreo romeno. 

A aeronave, um Sukhoi 27 pertencente à Força Aérea Ucraniana, foi escoltada para aterragem imediata na Base Aérea 95 de Bacau, que terminou às 07h05.

Após a aterragem, o piloto militar ucraniano colocou-se à disposição das autoridades romenas, e serão tomadas as medidas legais exigidas nestas situações." pode ler-se.

Os F-16 MLU em utilização na Força Aérea Romena, que realizaram a intercepção, serviram na Força Aérea Portuguesa, tendo sido vendidos pelo Estado português entre 2013 e 2021.

Não há ainda certezas quanto às causas da ocorrência.

ACTUALIZAÇÃO 24/02/2022 16H15

Apesar de sugestões iniciais de deserção ou avaria na aeronave, segundo informação veiculada nas redes sociais por comentadores conceituados do meio militar aeronáutico, o piloto do Su-27 terá optado por aterrar na Roménia após a sua base de origem em Odessa ter sido atacada enquanto o caça se encontrava no ar:







domingo, 20 de fevereiro de 2022

FORÇA AÉREA NACIONAL DE ANGOLA CONTINUA REFORMAS [M2293 - 10/2022]

 

Su-30 da FAN durante o desfile aéreo em Luanda         Imagem: frame do vídeo da TPA no Youtube

Celebrando 46 anos de existência no passado dia 21 de Janeiro de 2022, a Força Aérea Nacional de Angola encontra-se em processo de reequipamento, com vários programas de aquisição de aeronaves em curso e melhoramento de infrasestruturas.

A acompanhar estes programas, está também o investimento na formação de quadros de pessoal, de acordo com a evolução tecnológica dos novos meios. Disto mesmo deu conta o o Chefe de Estado Maior General-Adjunto João António Santana, no discurso proferido por ocasião do desfile aéreo a celebrar o aniversário da Arma Aérea Angolana em Luanda.

No desfile foi possível observar várias das novas frotas adquiridas nos últimos anos, nomeadamente os aviões de treino de origem chinesa K-8W que desfilaram com fumos coloridos e os caças Su-30 de fabrico russo, a nova coqueluche das cores angolanas, além de helicópteros AW139, Mi-171. 

Vários outros modelos operados pela FAN puderam ainda ser vistos em exibição estática, durante o evento.





SUPER TUCANO DA FAB INTERCEPTAM AVIÃO COM DROGA NO AMAZONAS [M2292 - 9/2022]

Parelha de A-29 Super Tucano da FAB
 A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou em comunicado de imprensa a realização neste sábado 19 de Fevereiro de 20222, de uma missão de intercepção de uma aeronave PA-34 Seneca, que transportava 165 Kg de drogas.  Segundo o mesmo comunicado, da aeronave foi detectada na região central do Amazonas, sem plano de voo, numa rota usualmente utilizada para o tráfico de drogas.

A FAB empenhou dois A-29 Super Tucano para realizar a intercepção, sendo ainda apoiados por um helicóptero H-60 Black Hawk com forças da Polícia Federal. A aeronave suspeita acabou por realizar uma" aterragem forçada num canavial próximo da cidade Presidente Figueiredo", onde o helicóptero H-60 aterrou, fazendo cumprir as Medidas de Controle de Solo e apreensão da carga ilegal.

H-60 Black Hawk da FAB

O Piper PA-34 Seneca após a aterragem forçada

O Comandante de Operações Aeroespaciais, Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida, comentou o sucesso da operação conjunta: "A ação deste sábado comprova a prontidão operacional da FAB. As capacidades do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro permitem uma vigilância consistente 24 horas por dia, sete dias por semana".

Estupefacientes apreendidos pelas forças da Polícia Federal

O Brasil tem implementada desde 2004 a chamada "Lei do Abate" (Decreto nº 5.144 de 16 de julho de 2004), que define as regras de empenhamento no combate ao tráfico de drogas através de aeronaves. A Operação Ostium, da qual fez parte esta intercepção, é uma operação de reforço na vigilância do espaço aéreo sobre as regiões de fronteira do Brasil, realizada de forma permanente pela FAB, em conjunto com Órgãos de Segurança Pública.


Fotos: Sargento Bruno Batista e Sargento Bianca Viol / CECOMSAER









sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

CONTROLADORES AEROTÁTICOS DA FAP MINISTRAM FORMAÇÃO EM MOÇAMBIQUE [M2291 - 8/2022]

Controladores Aerotáticos da FAP a ladear os instruendos moçambicanos sobrevoados por um Mi-17 da FAM     Foto: EMGFA
 
O Estado Maior General das Forças Armadas (EMGFA) portuguesas partilhou recentemente imagens nas redes sociais de militares da Força Aérea Portuguesa (FAP) a ministrar formação a futuros Controladores Aerotáticos das Forças Armadas de Moçambique.

Nas imagens, é possível ver a equipa de Controladores Aerotáticos (“TACP - Tactical Air Control Party”), da FAP, integrada na Missão de Treino da União Europeia em Moçambique (EUTM-MOZ), a dar formação a militares moçambicanos na zona de Nacala.

No âmbito dessa instrução, os instruendos TACP, que estão a ser formados com o intuito de integrarem uma futura Força de Reação Rápida das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), começaram por conhecer e contactar com os meios aéreos de combate da Força Aérea de Moçambique (FAM), tais como os Mi-17, Mi-24 e SA341 Gazelle visíveis nas imagens.

Instrutores e instruendos junto a helicóptero Mi-17   

Hangar com SA341 Gazelle e Mi-24 da FAM         Foto: EMGFA

Os instruendos receberam, igualmente, formação teórica de táticas, técnicas e procedimentos de apoio aéreo próximo aos pilotos de combate da FAM, aplicadas em posterior exercício prático com o helicóptero Mi-17.

Treino com helicóptero Mi-17       Foto. EMGFA

Lançada em Novembro de 2021, a Missão de Treino da União Europeia em Moçambique conta com até um total de 65 militares portugueses destacados em Moçambique em 2022, com o intuito de formar e apoiar as Forças Armadas Moçambicanas na proteção da população civil e no restabelecimento da segurança na província de Cabo Delgado, Apoiar as Forças Armadas Moçambicanas a dar uma resposta mais eficiente e eficaz à crise em Cabo Delgado, na observância das disposições legais, em matéria de Direitos Humanos e do Direito Internacional Humanitário.

O norte de Moçambique especialmente, tem como é sabido, sido palco de ataques de grupos armados, classificados como ameaça terrorista desde 2017.

Imagens via EMGFA

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

F-16 PORTUGUESES ESCOLTAM B-52 NA ISLÂNDIA [M2290 - 7/2022]

Escolta de um F-16 da Força Aérea Portuguesa a um B-52 na passagem por espaço aéreo islandês  Foto: FAP
 

A NATO deu conta em comunicado na manhã de hoje 11 de fevereiro de 2022,  da chegada de Equipamento e pessoal de apoio da 5ª Bomb Wing, da base aérea de Minot, Dakota do Norte, EUA, chegaram ontem a Fairford no Reino Unido, para uma série de missões combinadas do U.S. European Command e U.S. Strategic Command com países Aliados da NATO.

"Com um ambiente de segurança global em constante mudança, é fundamental que os nossos esforços com os nossos aliados e parceiros sejam unificados", disse o general Jeff Harrigian, comandante do Comando Aéreo Aliado da NATO e comandante da USAFE-AFAFRICA. "Estamos na Europa a treinar e colaborar juntos, porque a integração consistente é como fortalecemos o nosso poder aéreo coletivo", acrescentou.

Foto: FAP

Caças aliados do destacamento português na Islândia e da Royal Air Force juntaram-se aos quatro B-52 dos EUA para realizar manobras ar-ar e escoltar o bombardeiro até a base de Fairford, para executar a missão da Bomber Task Force (BTF) a 10 de fevereiro de 2022. 

Caças Typhoon da RAF com um dos B-52 do destacamento     Foto:RAF

Na missão, os B-52 da USAF integraram-se ainda com Controladores Aéreos Avançados britânicos para realizar treino bilateral de Apoio Aéreo Próximo, em campos de tiro no Reino Unido. A intenção foi aumentar a prontidão e a interoperabilidade dos Controladores aliados responsáveis ​​pela coordenação de ataques aéreos no apoio a forças terrestres.

Atividade de um dos B-52 sobre os campos de tiro de Holbeach e Tain no Reino Unido, ainda antes de aterrar em Fairford

A USAF tem vindo a realizar regularmente missões BTF em todo o teatro europeu desde 2018. Estes destacamentos visam manter a prontidão e a interoperabilidade dentro da Aliança Atlântica.

B-52 na aterragem em Fairford         Foto: RAF




quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

KAMOV TRANSFERIDOS PARA A FORÇA AÉREA [M2289 - 6/2022]

Kamov Ka-32A11BC da Proteção Civil

De acordo com o Despacho nº1705/2022, publicado hoje 10 de Fevereiro, a frota de Kamov Ka-32A11BC da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, serão integrados na Força Aérea Portuguesa:

"Despacho n.º 1705/2022

Sumário: Determina a transferência da frota de seis helicópteros pesados KAMOV KA-32A11BC da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para a Força Aérea.

A frota de helicópteros pesados KAMOV KA-32A11BC integra o dispositivo de meios aéreos próprios do Estado, nos termos da alínea b) do n.º 5 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 139/2018, de 23 de outubro.

A referida resolução do Conselho de Ministros determinou a realização de uma auditoria, a realizar pela Autoridade Nacional de Aviação Civil, pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e pela Força Aérea, sobre as condições de aeronavegabilidade das aeronaves que, por transferência, integram o dispositivo de meios aéreos próprios do Estado.

Entre 7 de junho e 2 de julho de 2021 foi efetuada a auditoria tripartida prevista na alínea c) do n.º 6 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 139/2018, de 23 de outubro, tendo aquela concluído pela viabilidade técnica e económica da recuperação de cinco das seis aeronaves da frota KAMOV KA-32A11BC.

O Governo considera que se justifica a recuperação das aeronaves em causa, as quais podem ser utilizadas no cumprimento de missões no âmbito das Forças Armadas, tanto de natureza militar ou de apoio militar a emergências civis.

Nestes termos e no cumprimento do determinado no n.º 6 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 139/2018, de 23 de outubro, importa efetivar a transferência da frota de helicópteros pesados KAMOV KA-32A11BC para a Defesa Nacional, prevendo-se a sua utilização ambivalente.

Assim, o Ministro da Defesa Nacional e a Ministra da Administração Interna determinam o seguinte:

1 - A frota de seis helicópteros pesados KAMOV KA-32A11BC propriedade do Estado é transferida da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para a Força Aérea, nos termos da Resolução do Conselho de Ministros n.º 139/2018, de 23 de outubro.

2 - Compete à Defesa Nacional proceder à reposição das condições de aeronavegabilidade das aeronaves com vista à sua recuperação e utilização nas Forças Armadas.

3 - O presente despacho produz efeitos a partir da data da sua assinatura."


Tal como é do conhecimento público, a referida frota está imobilizada desde 2018 por motivos de manutenção e acidentes ocorridos, tendo sido entretanto contratados helicópteros do mesmo tipo para colmatar a sua necessidade no âmbito do DECIR.

Depois de um longo processo de disputas entre o Estado e as empresas envolvidas na operação e manutenção da frota Kamov ex-EMA, competirá agora à Defesa a "reposição das condições de aeronavegabilidade das aeronaves com vista à sua recuperação e utilização nas Forças Armadas", tal como se pode ler no ponto 2 do documento.



EMBRAER E FAB CHEGAM A ACORDO PARA REDUZIR ENCOMENDA DE KC-390 [M2288 - 5/2022]

Embraer KC-390 Millennium

A Embraer, fabricante da aeronave de transporte militar KC-390 Millennium, emitiu um comunicado dando conta do acordo celebrado com a Força Aérea Brasileira, para a redução da encomenda inicial da referida aeronave, no qual se pode ler:

"A Embraer informa que chegou a um acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB) em relação à discussão contratual da encomenda de aeronaves multimissão KC-390. Assim, o número total de aeronaves a serem adquiridas pela FAB será reduzido de 28 para 22 unidades, com entregas previstas até 2034. A nova cadência de produção se adequa às condições orçamentárias da FAB ao mesmo tempo em que permite à Embraer um melhor planejamento de longo prazo junto aos seus fornecedores."

Desde Maio de 2021, que a notícia da intenção da FAB em reduzir a encomenda inicial de 28 aeronaves KC-390 começou a circular, devido a restrições orçamentais. Após sete meses de negociações, e  gorada então a possibilidade de acordo, o Comandante da Aeronáutica Tenente-Brigadeiro-do-Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, confirmou publicamente em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo a intenção de reduzir unilateralmente a encomenda para apenas 15 aeronaves:

"Considerando a decisão da Embraer e a impossibilidade de permanecer com a execução do contrato nas quantidades atuais, a Força Aérea Brasileira, no intuito de resguardar o interesse público, iniciará, dentro dos limites previstos na lei, os procedimentos para a redução unilateral dos contratos de produção das aeronaves KC-390, fato inédito e indesejável nessa importante e cinquentenária relação". 

Tenente-Brigadeiro-do-Ar Carlos de Almeida Baptista Junior        Foto: FAB

Já em Janeiro de 2022, em novas declarações à imprensa, apesar de reconhecer a necessidade da totalidade das 28 aeronaves de transporte, Batista Junior esclareceu que a FAB tem outros programas que pretende priorizar, nomeadamente os novos caças F-39 Gripen.

Legalmente contudo, a FAB estaria limitada a uma redução de 25% nos valores do contrato, o que numa análise simplista implicaria um mínimo de 21 aeronaves. Estendendo o prazo de entrega de 2026 para 2034, o acordo agora alcançado de 22 unidades, parece por isso ser o ponto de equilíbrio entre as posições da FAB e da Embraer, fazendo esta última questão de ressalvar os méritos do programa KC-390, ainda no mesmo comunicado de imprensa:

"Os benefícios do programa KC-390 não se resumem apenas aos ganhos operacionais para todo o sistema de defesa nacional, mas representam também um importante incremento nas exportações de produtos de alto valor agregado, colaborando com a balança comercial do país – a aeronave já foi encomendada por Portugal e Hungria, duas nações que fazem parte da OTAN.

O KC-390 é capaz de realizar diversas missões, incluindo apoio humanitário, evacuação aeromédica, busca e salvamento, capacidade de transporte e lançamento de carga e tropas, além de reabastecimento em voo. Com inovações únicas em sua categoria, a aeronave tem sido empregada com sucesso em missões humanitárias da FAB tanto no Brasil, no combate à pandemia de Covid-19, quanto no exterior, em apoio a desastres no Líbano e no Haiti."

Até ao momento, a Embraer entregou cinco KC-390 à FAB, operacionais no 1.º Grupo de Transporte, com base em Anápolis.





sábado, 5 de fevereiro de 2022

Pássaros de Ferro e histórias antigas [M2287 - 4/2022]



Das muitas histórias que vamos guardando em compartimentos recônditos da memória, está uma que volta não volta, me conta um amigo, de um sucateiro que existiu nos arrabaldes do Porto, e de uns quantos aviões que por ali foram sucateados.

Reza então esta história, e a memória que ele guarda e de que fala com exacerbado entusiasmo, que por ali viu algumas dezenas de fuselagens amontoadas, de Republic F-84 por entre muitos outros artefactos aeronáuticos. E foi nesse sucateiro que adquiriu então, uma cadeira de F-84 que tem na sua modesta colecção de objectos aeronáuticos. «Na década de 70, passava na estrada nos passeios de domingo e via vários aviões na sucata. Nos finais da década de 80 é que lá fui buscar a cadeira e andei pelo meio dos restos de vários F-84 de nariz verde. Não esqueço o cheiro a JP-4 que após tantos anos ainda mantinham», recorda-se de andar em cima das fuselagens e de peças de aviões, até por ali viu, um Dakota, e até um flutuador. «Era efectivamente um flutuador de ponta de asa de Widgeon ou Goose, estava em bom estado, também me foi proposto a compra de um “banco”, não sei de que avião seria. Chamo-lhe “banco” pois era o género de assento que se pode encontrar em certos aviões da 2ª G.G., usados na posição de telegrafistas, navegadores, que normalmente ocupavam um pequeno espaço atrás dos pilotos».

Recorda-se também, de um outro avião, que não estava à espera de ser retalhado a caminho do alto-forno e estava, outrossim, apartado dos restantes, quase estimado e ao qual o dono se referia como não sendo para vender.  «É para o meu neto».

O avião desapareceu, ou pelo menos desapareceu da vista de quem ali passa, e portanto da memória, ainda que, durante alguns anos, consta-se que um dos clientes regulares do sucateiro tivesse mostrado vontade, de cada vez que lá ia, de o comprar e levar lá para as bandas de Bragança.

Um outro amigo, tem uma recordação diferente, dos passeios escolares, nos autocarros apinhados de canalhada, a subir para Norte na N13, rumo a várias fábricas (como a Imperial,  a fábrica de chocolates que fica na Azurara,… ai, ai, a fábrica das “Bombocas”!!!), e de ver, do autocarro, à passagem, um único avião em cima de uns contentores. Era para ele importante, ao passar por ali, espreitar de pescoço esticado a ver se o via.

Com efeito, neste local, existiu uma empresa de sucata, a António Silva Rego S.A., que comprava diversos tipos de metais, nomeadamente o alumínio, que ia buscar mais a Sul, aos aviões que desmantelava para vender às siderurgias. Nos anos 60 e 70 era comum ver aqui, entrarem regularmente camiões com fuselagens de aviões, tendo sido, segundo julgo saber, aqui processadas algumas dezenas, sendo que uma fonte refere mesmo um número à volta das 50 aeronaves, mas se calhar, nem todas seriam de F-84.

As últimas fuselagens de aviões que ainda existiam, foram vendidas ainda nos anos 90, para Espanha, extinguido a empresa a sua actividade em 2009.

Com estas histórias destes dois amigos, e outras mais recentes, um destes dias pedi a um destes que me levasse lá, pelo menos para espreitar o local a ver se “se via por lá alguma coisa”. Para além de um local vazio do que quer que fosse de sucata, e alguns edifícios, e um canídeo de meter respeito, nada mais vimos. Mas, enquanto estávamos à espreita, vemos um senhor que vinha a sair e lá metemos conversa com ele. 

Era o antigo encarregado da sucata, que ali esteve a trabalhar desde pequenito, e que ainda trabalhava, agora para os herdeiros.

Conseguimos o contacto de um dos herdeiros e, alguns dias depois, foi-nos permitida uma visita ao espaço e aceder ao avião que, pasme-se ou não, ainda lá estava!

Era então um dos FIAT G.91R/3 que foram recebidos nos anos 70-80 e que, após canibalização, seguiu o caminho do sucateamento.

Essa visita teve lugar em Março de 2014 e, durante vários anos, o avião permaneceu no local, tendo estado em negociações a sua venda para um colecionador e aficionado dos FIAT G.91 que o iria restaurar. Desconhece-se contudo o actual paradeiro do avião.


Não quero terminar sem aqui partilhar com a aficción pássaro-ferrosiana, não só a foto da cadeira de F-84 referida, como do FIAT, bem como a ligação para o Aerotranstornados onde coloquei a informação que consegui do aparelho (até ao momento).

Mais ainda, oportunidade também de ver uma foto muito interessante de uma das fuselagens de F-84 da Patrulha S. Jorge, que aqui foram processadas, com o próprio dono da empresa sentado lá dentro, numa pose digna do próprio Major Alvega!


A cadeira referida, de um F-84

o FIAT G.91R/3 (exWGAF 32+89)

Um dos F-84 da Patrulha S. Jorge com o Sr. António Rego no interior.

Rui “A-7” Ferreira
Entusiasta de Aviação


Nota – O autor escreve na grafia antiga.

Agradecimentos: Sr. António Rego, Sr. Faria, Sérgio Couto, Pedro “Pugachev” Oliveira.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

F-16 NA ISLÂNDIA... VIA ESCÓCIA [M2286 - 3/2022]

Os F-16M da FAP à partida de Lossiemouth, Escócia
Tal como demos conta, quatro F-16M da Força Aérea Portuguesa, partiram da Base Aérea nº5 em Monte Real, na manhã de quinta-feira 27 de Janeiro de 2022, com destino à Islândia, onde irão realizar Policiamento Aéreo durante aproximadamente dois meses. 

O voo ferry dos caças, previa uma escala para reabastecimento na base de Lossiemouth, no nordeste da Escócia, Reino Unido, onde viriam a aterrar pelas 11h00 locais. A segunda etapa do voo estava previsto iniciar-se pelas 13h00 do mesmo dia, mas tal não viria no entanto a suceder, devido ao agravamento das condições meteorológicas na base de destino, em Keflavique. 

O que era para ser uma escala de duas horas acabou por estender-se por quase uma semana em Lossiemouth

Os ventos fortes que se fizeram sentir no fim de semana na Escócia, levaram à colocação, por precaução, de camiões entre os caças portugueses, de modo conferir algum abrigo

A fauna local não se incomodou com a presença prolongada dos caças lusitanos
As quatro aeronaves acabariam por ficar retidas na base britânica até quarta-feira, 2 de Fevereiro, quando finalmente estiveram reunidas as condições para completar o voo de ligação.

A descolagem da primeira parelha (15101 e 15106) ocorreu pelas 9h55 locais, na pista 23.




A segunda formação (15112 e 15107) seguiu-se cerca de 10 minutos depois, também a partir da pista 23 de Lossiemouth.





O grosso do contingente de 85 militares havia seguido para a Islândia, ainda na quarta-feira 26 de Janeiro, a bordo de  um A400M Atlas da Componente Aérea Belga, juntamente com a logística necessária para operar os caças.


Aquando da cerimónia de entrega do estandarte nacional, ainda em Monte Real a 19 de Janeiro, o Comandante da Força Nacional Destacada, Maj. Paulo Silva comentou a propósito: “Para Portugal esta é uma excelente oportunidade para demonstrar a nossa capacidade de destacar e operar a cerca de 3.000 kms da nossa base em Monte Real. (...) Outro objetivo para nós é aprimorar a nossa interoperabilidade e capacidades no domínio coletivo do Policiamento Aéreo da NATO".

Dado que a Islândia não possui capacidade de defesa aérea própria, diversos membros da NATO vão-se revezando naquele país insular, com o objetivo de garantir a presença aérea em tempo de paz, contribuir para a defesa coletiva e para um padrão comum de segurança e proteção em todo o espaço aéreo da NATO.

Depois de uma primeira participação em 2012, esta é a segunda vez que a Força Aérea Portuguesa é chamada a desempenhar a missão NATO “Iceland Air Policing”, que decorrerá até ao dia 30 de março de 2022, com rotação do pessoal sensivelmente a meio do destacamento.

O destacamento da FAP já na base de Keflavique, Islândia        Foto: FAP



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