quinta-feira, 31 de outubro de 2019

AVANÇA MODERNIZAÇÃO DOS FALCON 50 DA FAP [M2073 – 60/2019]

Ilustração: AEROMEC

A empresa AEROMEC, pertencente ao grupo OMNI, anunciou a 28 de Outubro de 2019 ter sido escolhida pela Força Aérea Portuguesa, para a realização de modernizações nos três Falcon 50 da sua frota.

Os trabalhos, orçamentados em 4,465M EUR, serão co-financiados por fundos da União Europeia, no âmbito dos requisitos do Single European Sky Air Traffic Management Research (SESAR) e centrar-se-ão fundamentalmente nos equipamentos de navegação e comunicações das aeronaves.

O cockpit será modernizado com equipamento da Universal Avionics (uma subsidiária da Elbit Systems Company) com a substituição de grande parte dos aviónicos para o conceito de glass cockpit, incluindo quatro painéis avançados multi-funções LCD EFI-1040.
Receberá ainda um sistema de gestão de voo UNS-1Fw para navegação por GPS e SBAS, compatível com os sistemas da Europa (EGNOS), EUA (WAAS) e Japão (MSAS); sistema de gestão de comunicações Unilink UL-801; Unidade de comunicações por satélite Iridium; modificações menores como gravador de voz e outras.

Não foi para já divulgada a calendarização dos trabalhos.









F-35 A PREÇO DE 4ª GERAÇÃO [M2072 – 59/2019]



 O pentágono e a Lockheed Martin anunciaram recentemente o contrato celebrado para aquisição de 478 caças de 5ª Geração F-35 Lightning II, no valor global de 34.000M USD. Isto significa que estas células correspondentes aos lotes 12, 13 e 14, destinadas às forças dos EUA, parceiros internacionais e vendas militares ao estrangeiro, terão o custo de aquisição mais baixo de sempre.

No acordo alcançado, o programa F-35 atinge e ultrapassa os objectivos de redução de custos em todos os modelos, colocando o F-35A a preços inferiores a 80M USD, portanto mesmo mais barato do que vários caças de 4ª Geração actualmente em produção, nomeadamente o Rafale da Dassault ou o Eurofighter Typhoon.

"Baixar os custos é essencial para o sucesso do programa [F-35]. Estou entusiasmado pelo Gabinete do Programa F-35 e a Lockheed Martin terem chegado a acordo para estes três lotes, que são um marco. Conseguiu-se uma redução de custo de 12,7% em média para as três variantes e consegue colocar o lote 13 do F-35A abaixo dos 80M USD, um lote antes do planeado" disse a propósito o TGen. Erick Fick, Oficial executivo do Programa F-35.

Os três lotes são constituídos por 291 células destinadas aos EUA, 127 para parceiros internacionais e 60 destinadas a vendas militares ao estrangeiro.


"Com estratégias de aquisição inteligentes, uma parceria forte entre o Governo e a Indústria e uma concentração incansável na qualidade e redução de custos, conseguimos reduzir os custos de aquisição do F-35 de 5ª Geração para o mesmo nível ou até abaixo de aeronaves de 4ª Geração." referiu Greg Ulmer vice-presidente da Lockheed Martin para o programa F-35, prosseguindo: "Com o custo unitário do F-35A abaixo dos 80M USD no lote 13, conseguimos ultrapassar os nossos objectivos de há um longo tempo para redução de custos, um ano antes de planeado."

Actualmente, existem já 450 F-35 em 19 bases em todo o mundo, com mais de 910 pilotos e 8350 mecânicos e técnicos treinados para o operar, acumulando mais de 220.000 horas de voo. Oito países têm já o F-35 a operar no seu espaço aéreo e sete forças atingiram a Capacidade de Operação Inicial.

Os F-35 da Aeronautica Militare Italiana desempenharam recentemente a primeira missão de patrulhamento do espaço aéreo da NATO num destacamento na Islândia, tal como o Pássaro de Ferro oportunamente noticiou.




quarta-feira, 9 de outubro de 2019

REAL THAW 2019 - SPOTTERS DAY [M2071 – 58/2019]


Realizou-se  entre 23 de setembro e 4 de outubro mais uma edição do exercício multinacional "Real Thaw", centrado novamente na BA11, em Beja.
Como é habitual, as atividades operacionais deste exercício disponibilizam um dia para que os entusiastas da fotografia de aeronaves em ação possam cumprir com o seu interesse e dedicação à causa.
Este ano não foi exceção e de todos os pontos do país, de Espanha e Reino Unido, deslocaram-se spotters com o intuito de fotografar e registar a atividade aérea.


Contudo, a edição deste ano revelou-se pouco entusiasmante, sobretudo pela colocação dos spotters em permanente contraluz relativamente à atividade operacional e ao pouco apoio e recetividade que tiveram junto dos anfitriões, no sentido de ser resolvida/torneada essa situação. De resto, a visita à Esquadra 552 também não possibilitou fotografar a placa de estacionamento dos helicópteros, devido à colocação dos spotters atrás das árvores e a visita à placa dos F-16 ficou limitada a fotografar um único avião.
Já a distância dos spotters em relação à pista, aliada ao calor que se fez sentir no dia 30 de Setembro em Beja, encarregaram-se de degradar ainda mais qualquer foto tirada para a pista, devido à distorção térmica.





Tais factos geraram evidente desmotivação e alguns lamentos e, sobretudo, levantou-se uma preocupante cortina de dúvidas relativamente ao que poderá (não) acontecer, neste âmbito, durante o próximo Nato Tiger Meet que se vai realizar em maio de 2020, justamente na Base Aérea nº 11, em Beja e à possibilidade de perante Spotters vindos de todo o mundo, a resposta defraudar as suas legítimas expectativas, como foi o caso num evento de muito menores proporções.






O Pássaro de Ferro agradece uma vez mais ao Paulo "Oneshootland" Fernandes a cedência das imagens que resumem este dia.

Edição: Pássaro de Ferro
Fotografia: Paulo "Oneshootland" Fernandes

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

F-35 ESTREIA-SE NA DEFESA AÉREA DA NATO [M2070 – 57/2019]





Após uma série briefings iniciais e voos de familiarização, o destacamento da Força Aérea Italiana, actualmente baseado em Keflavik, Islândia, foi declarado pronto para a missão de policiamento aéreo da NATO em tempo de paz, dois dias antes de previsto.

Durante uma cerimónia realizada na Base Aérea de Keflavik, no sábado, 5 de Outubro, o tenente-coronel Wilhem May, do Centro de Operações Aéreas Combinadas da NATO em Uedem, na Alemanha, entregou o certificado "Mission Ready" ao comandante do destacamento.

A cerimónia de entrega do certificado "Mission Ready" ao destacamento de F-35 italianos 

"Estou muito orgulhoso do resultado alcançado", disse o coronel Stefano Spreafico, comandante do destacamento italiano. "Conseguimos atingir este marco dois dias antes do cronograma programado, e isso foi feito graças ao fantástico trabalho em equipa de todo o pessoal da Força-Tarefa e ao grande apoio da equipa do Centro de Operações Aéreas Combinadas - Uedem e dos nossos anfitriões islandeses ” acrescentou, durante a cerimónia.

Ten.Gen Pascal Delerce, vice-comandante do Comando Aéreo da NATO 

O evento que marcou o início oficial da missão, também contou com a presença do tenente-general Pascal Delerce, vice-comandante do Comando Aéreo da NATO, a entidade que supervisiona todo o policiamento aéreo, bem como o Chefe da Defesa da Itália, o general Enzo Vecciarelli.
"Pela primeira vez, o F-35, um moderno caça de quinta geração, será utilizado pela NATO para proteger o espaço aéreo da Aliança, executando a missão de policiamento aéreo em tempo de paz", disse o tenente-general Delerce no seu discurso durante a cerimónia. "Isto representa um passo importante para a integração de aeronaves de combate modernas nas missões da Aliança, demonstrando a capacidade NATO de avançar, adaptar e integrar novas tecnologias", continuou.

Dada a sua localização geográfica única, e dado que a Islândia não possui capacidade própria de defesa aérea, os Aliados, em conjunto com as autoridades islandesas, acordaram manter uma presença periódica de aviões de combate da NATO em Keflavik, para ajudar a manter o espaço aéreo islandês seguro. A missão geralmente envolve o envio de caças de nações aliadas, normalmente por três a quatro semanas, três vezes ao ano.

O histórico destacamento italiano em Keflavik
Na rotação actual, a Aeronautica Militare Italiana destacou seis caças F-35A. É a primeira vez que estas modernas plataformas de armamento são enviadas para uma missão sob comando e controlo da NATO, tornando a actual rotação um marco para a Aliança.



sábado, 5 de outubro de 2019

Apontamentos para a história da aviação nos Açores - coisas que não encontrei… [M2069 – 56/2019]


Cheguei aqui com o propósito de comprar queijadas fresquinhas mas não consegui que me atendessem, e por isso tive de voltar outro dia qualquer. Mas, já que tinha feito a viagem, aproveitei e perguntei ao Nosso Infante algo que, pensei eu, por ele estar para li há uns anos, me soubesse responder... Mas ele não sabia.
Não encontrei, ou não soube encontrar, evidência em Vila Franca do Campo da existência de algum marco ou memorial da chegada a estas paragens, a 9 de Maio de 1926, do “Infante de Sagres”, o hidroavião Fokker T.III (nº25) tripulado pelos Tenentes Moreira de Campos e Neves Ferreira. Estes aviadores da Marinha, empreendiam a primeira ligação Lisboa-Madeira-Açores-Lisboa, uma expedição que visava estudar as rotas transatlânticas entre a Europa e o continente Americano. No dia seguinte à sua chegada a Vila Franca do Campo, completaram esta etapa da viagem, voando para Ponta Delgada. Infelizmente, alguns problemas com o avião fizeram com que já não regressasse pela via aérea.

O “Infante de Sagres” amarado na baía de Vila Franca do Campo.

O “Infante de Sagres” na rampa dos hidroaviões da antiga US Naval Base 13, 
e do antigo CAN dos Açores, junto ao Forte de S. Brás.

Num outro dia qualquer, vindo da Ribeira Grande, subindo estrada fora até ao Pico da Barrosa, num dos deslumbrantes miradouros semeados pelo caminho, à vista da Lagoa do Fogo, encontrei por lá um memorial, composto por um painel azulejado e um cruzeiro, que perpetuam a memória do acidente aéreo ocorrido a 12/10/1968. O painel inspira algum cuidado, merecendo já há uns anos um restauro dos maus tratos do clima mas, sobretudo da estupidez de alguns humanos… 
Como o dia estava bom, saí do carro e subi até ao cruzeiro (até dei um tombo, pena é não haver a competente fotografia!), e estando lá, avista-se para Nascente o Pico da Vara [1.103m], local onde ocorreram dois acidentes aéreos, um que vitimou o piloto de um dos Gloster Gladiator da Esquadrilha Expedicionária de Caça nº 1, baseado em Rabo de Peixe, e um outro, bem mais grave, um acidente com um Lockheed Constelation da Air France, onde perderam a vida 48 pessoas
Nunca lá fui acima, ao Pico da Vara, e tenho mesmo de planear lá ir de uma próxima vez, mesmo até porque há um percurso pedestre que nos leva ao topo, e que passa pelos memoriais alusivos a estes dois acidentes. 





Alguns dias depois, em Ponta Delgada, fui visitar um outro local, sem ligação com a temática da aviação, mas antes à marinha, o British Protestant Cemetery, na Rua da Mãe de Deus, onde fui visitar as Commonwealth War Graves (CWG) ali existentes. Na minha curiosidade apenas quis de alguma forma completar a lista das sepulturas da CWG que existem em Portugal, 113 no total, já referidas em outros trabalhos.

Ainda na capital micaelense, pela marginal fora, dirigi-me ao Forte de S. Brás em busca, aqui sim, de algo aeronáutico... Aeronaval é mais correcto. Aproveitei até para uma visita ao Museu Militar dos Açores que fica no seu interior. Ainda que a visita fosse rápida, percorri todas as salas da exposição.
Contudo, e fora a maquete de um Curtiss R-6 do United States Marine Corps, logo à entrada, não encontrei por lá, em lugar nenhum, memorial ou referências à US Naval Base 13 [1917-1919] ou ao Centro de Aviação Naval dos Açores (1919 – 1921) nem ao CAN de Ponta Delgada (1941 – 1946). 






No exterior, já bastante modificado em relação há 100 anos, nada resta do local, das rampas, dos edifícios, ainda que na face do forte existem indícios de construções anteriores que, remontam quem sabe à presença naval norte-americana ou portuguesa, talvez à localização de edifícios desses tempos. Mas nem tudo se perdeu, por exemplo, o hangar da base norte-americana ainda está de pé em S. Jacinto, fazendo com que seja talvez o segundo hangar mais antigo existente, sendo o primeiro, o hangar de balão, em Alverca.



Outros edifícios haverá por certo, que nesses tempos recuados foram utilizados para fins militares. Exemplo disso, ainda de pé, mas com outra serventia, na Avenida Roberto Ivens, o edifício onde esteve localizado o Quartel General das forças norte-americanas.


De notar, junto à entrada do museu, uma homenagem levada a cabo há dois anos, aos marinheiros que desde 1975 mantém uma presença de soberania na região.

Depois de andar de um lado para o outro, à procura de resquícios da presença da aviação, os que lá estão e os que não, fui almoçar em casa de Amigos, que é uma das coisas boas que tem os Açores, a gente planta amizades, depois eles cobram a nossa presença e dão-nos de comer e beber …  chatice!


Rui “A-7“ Ferreira
Entusiasta de Aviação


Nota – o autor insiste em escrever na graphia antiga.

Adenda – quando terminava a edição deste texto e fotos, fui chamado à atenção, que no Alto da Mãe de Deus, existe um memorial alusivo ao centenário da criação do Centro e Aviação Marítima dos Açores, inaugurado em Março deste ano, com toda a pompa e circunstância, e … sem aviões. Nem aviões, nem tão pouco o memorial está junto ao local onde “deveria” estar, o local onde a aviação naval se iniciou na ilha…

Agradecimento especial ao Com. Hugo Cabral pela preciosa ajuda.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

INTERCEPÇÃO COLORIDA SOBRE O BÁLTICO [M2068 - 55/2019]

Intercepção de um Il-20 russo sobre o Báltico pelo F-16 E-191 com a pintura comemorativa dos 800 anos da bandeira dinamarquesa

A Real Força Aérea Dinamarquesa (Forsvaret) accionou o alerta de defesa (Quick Reaction Alert - QRA) ao espaço aéreo dinamarquês, no passado dia 30 de Setembro de 2019.

Nada de muito anormal, não fora um dos caças enviados para a intercepção ao Il-20 russo que despoletou a situação, por voar sem plano de voo, nem transponder ligado sobre o mar Báltico, ser realizada pelo colorido F-16 n/c E-191, adornado este ano com uma colorida pintura especial, comemorativa dos 800 anos da bandeira dinamarquesa.



Para além de divulgar as imagens do encontro, a Forsvaret aproveitou a ocasião para revelar mais dados acerca da missão de policiamento aéreo, realizada pelos seus F-16 a partir de Skrydstrup, nomeadamente as estatísticas de accionamento do alerta (scramble) real, compiladas na seguinte tabela:

"Temos anos em que há mais voos e anos em que há menos, mas no geral o número de activações do nosso QRA é realmente bastante constante", diz a propósito o brigadeiro-general Karsten Fledelius Jensen, chefe do Centro Nacional de Operações Aéreas da Real Força Aérea Dinamarquesa.

Na maioria das vezes, os "clientes" são aeronaves militares russas a voar em espaço aéreo internacional. Quando estes patrulham o Báltico, geralmente traçam as rotas em torno do espaço aéreo dos países vizinhos - por outras palavras, em espaço aéreo internacional. À medida que se movimentam contudo, os alertas das várias nações são activados - e, portanto, também os dinamarqueses.


Quando não se trata de aeronaves militares russas, são normalmente aeronaves civis de maiores ou menores dimensões, para as quais o alerta pode ser activado, se perderem as comunicações de rádio ou tiverem problemas com, por exemplo, o trem de aterragem.

A tarefa também pode ser seguir uma aeronave civil até um local de aterragem adequado se, por exemplo, eles tiverem problemas com os equipamentos de navegação.

Na maioria das vezes, isto ocorre sobre o Mar Báltico, mas também pode suceder aeronaves não identificadas descerem ao longo do limite do espaço aéreo norueguês pelo Mar do Norte. Quando isso acontece, o QRA dinamarquês também entra em acção.

Infracções verdadeiras ao espaço aéreo dinamarquês contudo, raramente acontecem. As violações efectivas do espaço aéreo são pouco frequentes.


Já os vôos militares russos, geralmente ocorrem sem os transponders ativados (sistema que os torna visíveis e os identifica para o tráfego comercial), o que significa que o tráfego aéreo regular não os pode identificar, representando por isso uma ameaça à segurança de voo, tal como comenta Karsten Fledelius Jensen:

"Quando o QRA segue aviões russos sobre o mar Báltico, às vezes é também uma questão de garantir que o tráfego na área seja visível a todos", referiu a propósito, para depois elaborar:"houve situações no passado em que o tráfego civil estava em risco porque não podiam "ver" os aviões russos. O nosso QRA voa com os transponders ligados, por isso temos certeza que seremos vistos. É disso que trata o nosso trabalho".
Fotos: Forsvaret

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