sexta-feira, 30 de junho de 2006

15137 - 1º VÔO

F-16BM s/n 15137 no primeiro vôo - Foto: Álvaro "Spotter 13" Gonçalves
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É sempre bom registar o primeiro vôo (em céu português) de mais um "pássaro de ferro".
O F-16BM 15137, o terceiro dos bilugares a ficar "pronto" e o 5º MLU, descolou ontem da BA5 em Monte Real, com a habitual pujança dos primevos vôos, que aliás a foto revela bem!
O algo intrincado processo MLU faz com que cada primeiro vôo se cubra com uma especial carga mediática, pelo menos entre quem gosta de aviões e está atento ao seu pulsar...
Resta-nos esperar que tudo tenha corrido bem e que o 37 se junte brevemente à restante frota de MLU´s que já dá vida à Esquadra 301 em Monte Real.

quarta-feira, 28 de junho de 2006

OUTROS PÁSSAROS


Exibição de performance do A-330 da Air Luxor - PAS2005 Évora - (c) A. Luís

O meu "ramo" é mais aviação militar, mas, como já aqui contei, tudo começou com a aviação civil e o Boeing 727.
Ver a exibição de peformance de um avião grande, como este A330, ocorrida no Portugal Air Show de 2005 em Évora, é sempre um momento de muito interesse e de rara beleza aeronáutica.
Não tem a garra de um pós-combustor de F16 ou Tornado, mas tem a enorme subtileza de um "pássaro" que nos leva, tantas vezes, aos destinos mais apetecidos, fazendo-nos ver as nuvens por baixo dos nossos pés.
Já agora, felicito o piloto que na altura comandava o A-330, Carlos Mirpuri e dou-lhe os parabéns pela excelente exibição que proporcionou naquela manhã de sábado!

quinta-feira, 22 de junho de 2006

ATAQUE A COIMBRA-B (Actualização)

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4 Fotos: A. Luís (2 e 3) e Paulo Mata (1 e 4) com a sequência da chegada do 15519 e o Cap. Caldas a caminho da esquadra.

Julho de 1998.
Mais uma visita de trabalho à saudosa Esquadra 304, em Monte Real. Eu e o fotógrafo Paulo Mata chegámos à linha da frente, para mais uma sessão de fotografias cerca das 9:30h da manhã.
Para nosso espanto, pouco tempo depois, aterra uma parelha de A-7P, no caso o 15519 e o 15509.
Os dois aviões estavam armados com um AGM-65 Maverick e um Sidewinder e estacionaram cada um em sua "raquete".
Nós estávamos junto da "raquete" onde estacionou o 19, de onde saíu o então Cap PILAV João Caldas, (o mesmo que há cerca de 3 anos comandava a Esquadra 201).
Depois do debriefing com o crewchief do avião e dos cumprimentos entre nós, a conversa rolou sobre aquela missão.
À minha pergunta de como tinha corrido a missão e onde, o Cap PILAV Caldas, com uma descontração bem disposta e num sorriso rasgado responde:
- Fomos a Coimbra-B atacar o comboio Alfa das 9:00h!
Eu e o Paulo Mata, que somos naturais daquela cidade e onde eu na altura ainda vivia, olhámos um para o outro e encolhemos os ombros.
A ajuizar pelo sorriso do Cap Caldas aquando da resposta, o comboio Alfa das 9 horas não se atrasou...

segunda-feira, 19 de junho de 2006

"A-7" - UM NOME E UMA HISTÓRIA... - Parte II

A-7P s/n 15509 no AM1/Maceda - (c) Rui Ferreira
O interesse pela aviação foi crescendo, e não há nenhum episódio interessante até meados dos anos 90, excepto, claro está, a exposição da FAP no Porto, nos anos 80, no Palácio de Cristal. Estudava (isto de pôr as palavras "estudava" e "eu" na mesma frase...) então no Liceu Infante D. Henrique, 10º ano de Electrotecnia, já com a ideia fixa na FAP, para a qual já tinha pensado oferecer-me aos 16 anos, mas o meu velhote não foi em cantigas.
Tínhamos na turma alguns interessados nestas coisas, um muito em particular, embora eu não percebesse muito bem o gosto que ele tinha por aviões civis, daqueles grandes e com janelas... uma porcaria. Hoje, depois de ele ter passado pela FAP, e pelos A-7P, embora não no percurso que tinha planeado, continua ligado à aviação em diversas vertentes profissionais e lúdicas. Hoje em dia permanecemos amigos.
Bom, quando nos apercebemos o que se passava no Palácio, a cerca de 500 metros do Liceu, baldamo-nos todos às aulas numa sexta-feira para ir assistir nos melhores assentos da casa ao treino dos Asas de Portugal, frente aos jardins do Palácio, e sobre o Douro, acompanhando nas manobras as sinuosas curvas de nível do local. UM ASSOMBRO.
No dia seguinte, sábado, fomos os primeiros a chegar ao local para a segunda dose – DELÍRIO. Ainda mais, em ambos os dias acompanhamos as comunicações encostados às carrinhas de comunicações. F-A-B-U-L-Á-S-T-I-C-O!
Claro que não perdemos a exposição no recinto interior e exterior do Palácio, oportunidade para um primeiro assentar o cú num Alouette III, onde nos foi explicado todo o seu funcionamento. Entre 1987 e 1990 dei com os costados na FAP. Fiz recruta e segui o curso da especialidade de Operador de Informática, no CI2, na Ota.
Fui colocado na BOTP2, em S.Jacinto, no início de 1988. Foi nesta estadia na "Ilha da Morte Lenta" que voei pela primeira vez, e por três vezes, sempre em serviço, nos Puxa-Empurra da 702, os Indomáveis do Norte.
Poucas semanas depois de estar na FAP, fui pela primeira vez, sozinho, completamente em branco, um tótó do caraças, a um festival aéreo da FAP, o festival do aniversário e do NATO Tiger Meet 1987, no Montijo. O meu primeiro Tiger Meet, não que tenha ido a muitos. Ainda me doem os olhos das coisas fantásticas que vi por ali, que eu não conseguiria relatar todas...
Por: Rui "A-7 5513" Ferreira (continua)

Formação "fumarenta"... A-7P e F-104 - (c) Rui Ferreira

sexta-feira, 16 de junho de 2006

HISTÓRIA DE UMA PAIXÃO - 3


Estas fotos, cujos autores desconheço, retratam bem os (saudosos) tempos da operação do A-7P.
Eu vivia os meus dias, entre os estudos e a vontade de um dia poder estar perto dos A-7P.
Era uma atracção quase mágica. Tudo o que "cheirasse" ao A-7P enchia-me os olhos de brilho e a alma de vontade de um dia poder, quem sabe, voar num. Sonhos de criança, está bom de ver.
Desde que os Corsair II começaram a em Portugal, fui acompanhando ao detalhe a sua operação.
Recebi com enorme pesar a perda do primeiro piloto, o Ten Cor PILAV Graça Melo, aos comandos de um A-7P (s/n 5518) em 7 de Fevereiro de 1985, algures sobre o mar de Vieira de Leiria, relativamente perto da BA5.
Este facto, ao invés de me arrefecer os ânimos, ainda me fez gostar mais do SLUF e de tudo o que tivesse a ver com ele.
Com o passar do tempo e com a idade a avançar, fui alimentando a ideia de ir a Monte Real ver os A-7P.
A primeira tentativa foi em 1986 (tinha eu 17 anos), altura em que a FAP comemorou o seu aniversário em Leiria e Monte Real.
Mas a sorte não quis nada comigo.
No dia em que decidi ir a Leiria ver a exposição, esta já estava fechada. E mesmo com Monte Real ali a 12 quilometros, não pude lá passar porque, disseram-me: "Estás doido, pá! Não vês que está tudo fechado. Já não há mais nada hoje!"
Fiquei triste, mas não desisti. Só tive de esperar mais uma ano para tocar um A-7P.
No NATO Tiger Meet, no Montijo, em 1987!
(Continua)

quinta-feira, 15 de junho de 2006

VÔOS DE EXPERIÊNCIA

Os meus leitores não estranhem os "vôos de experiências visuais" que ando a fazer no template de blog, mas quem não sabe, experimenta até conseguir aterrar em safety landing...
Quando acabarem estes vôos, estão convidados a apreciar uma "singela exibição de performance".

segunda-feira, 12 de junho de 2006

"A-7" - UM NOME E UMA HISTÓRIA... - Parte I

"O 'A-7' junto de um TA-7P" - 1990

O chafurdar na origem de um nome, neste caso na origem do meu próprio apelido (A-7), é voltar atrás, à nossa própria origem, à nossa própria história, à nossa própria vida.
Todos nós conhecemos pessoas que têm apelidos, e todos esses apelidos tem uma história, história essa que é afinal, o culminar de um conjunto de sucedidos e acontecimentos relacionados com uma pessoa, e que funcionam na sua grande maioria, ou pelo menos no pensamento de quem lho atribuiu, a explicação mais ou menos lógica para o nome, sigla, ou até ruído que lhe foi dado. Nalguns casos nem chega a ser isso, apenas é um apelido que lhe foi dado, sem grande explicação ou lógica, ou mesmo até sentido.
Tive muitos apelidos, e é natural que ainda venha a ter mais alguns, mas aquele que ficou, pois ainda perdura, é mesmo o "A-7".
A origem é simples, se assim se pode dizer. No entanto já não se pode dizer o mesmo das suas consequências. Mas por preguiça, vou-me socorrer um pouco de um texto que escrevi no ano passado que reconta bem toda a história deste apelido que, repito, é curta e sem graça.
Facto curioso, ou não, não foi na minha infância, mas antes na adolescência, e ao par do despontar do acne juvenil, que não tive, que abri a minha mente para o mundo dos aviões.
Não contrariando essa ideia diga-se em abono da verdade que, umas das vagas recordações de infância, foi o deslumbramento perante estas estranhas máquinas voadoras, vindo-me à memória, com um travo de saudade, as idas à varanda exterior do Aeroporto do Porto, não à espera de ninguém, mas numa estranha romaria dominical, que grupos familiares, pintavam um quadro colorido e cheio de movimento fervilhante, subindo e descendo as escadas de caracol exteriores, que conduziam ao terraço ou varanda, preenchendo tempos infinitos a observar, espantados, o rebuliço dos aviões a fazer uma barulheira estridente a descolar e aterrar.
Dessas romarias, e agora que falo disso, vem-me também à memória, a lembrança de brincar no interior de um aparelho, cujos contornos não me recordo com exactidão, mas que da bruma da memória me soam a algo semelhante a um T-6, a cuja carcaça acedíamos por um buraco que existia na vedação junto ao parque de estacionamento.
Poderei ter aí aberto alguma ferida que me tenha exposto ao vírus dos aviões? É possível.
Havia ali muito metal ferrugento.
Para além disso a minha mãe confirmou-o. Isso e aquela questãozita de ter malhado umas quantas vezes abaixo do berço (de cabeça, claro).
Por estranho que isso possa parecer, ou não, apanhei a doença dos aviões através do contacto com um livro, o que demonstra a capacidade de mutação deste vírus.
O Adriano, um "chinoca" chegado de Macau (no início dos anos 80) e ao qual perdi totalmente o rumo (o que é pena), um dia mostrou-me uma enciclopédia de aviação.
A partir daí foi o descalabro.
Possuo um exemplar desse livro, pois não descansei enquanto não consegui que a minha mãezinha comprasse essa preciosidade escrita pelo punho do Sr. Bill Gunston, que custou na Bertrand, importado, dois contos e quinhentos !!! (1982?) Uma pipa de massa, mas que ainda hoje uso como material de referência, porque além do mais é um daqueles livros intemporais.
Com a minha entrada no Corpo Nacional de Escutas, por volta dessa mesma década de 80, já eu padecia com alguma gravidade da enfermidade aviónica. De tal forma que pouco tempo depois, se calhar nem um ano depois, já tinham alterado o meu nome oficial, de tão chato que eu era sempre a falar de aviões. Não me recordo quando exactamente, mas começaram a chamar-me A-7.
Onde arranjaram eles o apelido? Nada mais simples, pois na altura a outra coisa mais chata a falar de aviões, nomeadamente de A-7's, e pelas piores razões, eram os noticiários, convenhamos, uma época menos gloriosa da aviação militar lusa.
Ainda hoje, e já lá vão 20 e tal anos, há dezenas de antigos e actuais escuteiros e familiares dos mesmos que, ou continuam a não saber o meu nome, ou não se desabituaram de me chamar A-7!
Repare-se que eu na altura não tinha qualquer interesse particular por este trambolho com asas, o interesse surge mais tarde. (continua)
Por: Rui "A-7" Ferreira

sábado, 10 de junho de 2006

A QUEDA DO FALCÃO

"Falcão" - Pintado no 15118 - (c) A. Luís

Recebi, com algum tristeza, a notícia de que o "Falcão" pintado nas derivas dos F-16 OCU vai ser "abatido".
Bem sei que este "lamento" pode parecer um pouco despropositado e lamechas, fora deste contexto de transformação em que as FA's e a FAP estão embrenhadas.
Mas os símbolos representam muito. Apegamo-nos a eles e depois, quando ficamos sem a sua presença, o sentimento de perda é enorme.
Desde o ano 2000, por alturas do "Red Flag", nos EUA, que o "Falcão" foi pintado no F-16. Inicialmente nos aparelhos que que participaram nesse exercício e posteriormente em toda a frota.
Era (ainda é) um símbolo forte, que diz muito da natureza da Esquadra e dos que fazem dela o que ela é.
Eu sou suspeito. Por muitas razões, "apeguei-me" à Esq. 201 e, perdoem-me a ousadia, a esquadra enche-me as medidas. Conheço muitos dos que a fazem voar e tive/tenho lá alguns amigos. E quando lá vou, sou sempre muito bem recebido. Por isso, deixar de ver o "Falcão" pintado nas derivas dos F-16 vai ser, vá lá, estranho.
Que venham lá os novos símbolos, comuns a toda a frota e que eles transmitam a força e a mística do "Falcão".

domingo, 4 de junho de 2006

HISTÓRIA DE UMA PAIXÃO - 2

Em finais de Dezembro de 1980 chegam a Portugal os primeiros 9 aviões A-7P Corsair II.
Tenho a impressão que nesse dia não dormi depois de ter visto no Telejornal a chegada dos aviões a Lisboa. A televisão lá de casa ainda era a preto e branco. Eu não sabia como eram as cores do A-7P.
Foi nesse dia que a paixão descambou, definitivamente, para o A-7P e a aviação militar.
A partir daí, cada vez que um A-7P passava à vista da minha aldeia, entre Penacova e Coimbra, era o delírio. Chegava a tremer de emoção.
O característico rasto de fumo dos A-7P fazia com que os adivinhasse ainda mal os via.
Desde essa altura que me dediquei àquele avião, quase como a uma religião. Os meus cadernos da escola começaram a ficar cheios de (tentativas) de desenhos do A-7P, sempre com o rasto de fumo para marcar a presença.
Assim que tenha oportunidade, partilharei com vocês esses desenhos, que sendo "toscos" revelam bem a "pancada" que te acertou em cheio.
Esta foto foi das primeiras que obtive do A-7P, mas numa versão a preto e branco. Trata-se de uma das fotografias "oficiais" da Vought, que foi semeada por revistas e jornais, visando ilustrar a versão portuguesa do SLUF.
(continua)

quinta-feira, 1 de junho de 2006

A ESTAÇÃO DO MEIO



A-7P s/n 5520 e 5521... sem a "estação do meio"
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Quando, juntamente com o Paulo Mata, me encontrava a fazer o trabalho de campo sobre as operações do A-7P, em Dezembro de 1997 fiz um entrevista a um elemento da então Esquadra 304 - Magníficos.
Esse militar, um Sargento, concedeu-me uma das entrevistas mais kafkianas que a minha memória carrega.
Para além da sua visível inibição, fosse por que razão fosse, o seu pouco dom oratório tornou aquela meia hora num autêntico pesadelo, do qual, a dada altura, me tentei livrar o mais rápido possível.
Um das questões que lhe coloquei prendia-se com o facto de tentar saber por que razão, durante algum tempo, os A-7P voaram com menos duas estações, uma em cada asa. A "estação do meio".
Como as fotos acima atestam e muitas outras disponíveis pela internet, de facto os A-7P operaram durante algum tempo sem a dita "estação do meio".
Ora, esse Sargento jurou, a pés juntos, que nunca isso tinha acontecido e que os aviões voaram SEMPRE com todas as estações e que eu estava a fazer confusão com o Fiat G-91 que tinha as mesmas cores e só tinha , de facto, 2 estações em cada asa...
Eu teimei e refresquei-lhe a memória, com provas documentais...
Ele negou sempre.
Eu desisti, obviamente coberto de razão.
De qualquer forma, o trabalho foi publicado, apreciado e a história do A-7P em Portugal tem, de facto, esse período em que lhes faltava a "estação do meio"!
*
Nota: Já agora, volvidos estes anos, ainda não sei o porquê deste período sem a dita estação... Aceitam-se esclarecimentos de quem souber.

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