quarta-feira, 26 de setembro de 2007

A Vigília Alerta


Uma palavra apenas bastaria, quem sabe,
para louvar as Mulheres e Homens que vivem no silêncio da vigília, e sofrem,
todos os dias, as agruras de uma vida de sacrifícios, de luta
contra os elementos
e contra o tempo,
para cumprir a sua Missão,
Salvar Vidas.
É a mais nobre das tarefas e chega quase a não fazer sentido,
esta confusão ideológica de alguém que ama a Paz
mas se prepara afincadamente para a Guerra,
num permanente confronto de dois gigantes,
a Vida e a Morte,
e ao mesmo tempo,
como que alheios a tudo isso,
continuam alertas,
sempre prontos para o que for preciso,
todos os dias
e noites
e mais tempo para lá desse.
Não chega uma palavra,
mas uma só bastaria para que soubessem que alguém se importa.Numa palavra: OBRIGADO!

Mas uma palavra não chega… (suspiro)

domingo, 23 de setembro de 2007

AVIÕES EM PAU DE GELADO



Recordando ainda a época de estio da minha infância, a memória remete-me para mais uma história curiosa e que espelha bem a paixão que os aviões me suscitam.
Já na altura dos A-7P, em plena década de oitenta, descobri as potencialidades plásticas dos paus de gelado.
Catava-os da areia como que apanha pérolas.
Deles fazia pequenos aviões. Munido de uma faca bem afiada e de um lápis, construi dezenas de pequenos aviões de madeira. Muitos A-7P e alguns T-33.
Num pau desenhava as fuselagens, noutros as asas e as derivas. Com a faca cortava as peças, com cola ligava-as até obter os aviões que ficavam com uns generosos 4 ou 5 centímetros de comprimento por pouco menos de envergadura.
Como naquela altura o A-7P dominava o meu imaginário, lembro-me de ter alinhados no parapeito da janela do meu quarto, 6 ou 7 "aparelhos", com os quais executava as mais diversas missões.
Eram tempos em que raramente vinha a Coimbra (vivia em Penacova, a uns "longínquos" 20 km...), desconhecia que existiam Kits. Por isso construia-os com o meu engenho e alimentado pela enorme vontade de os ter por perto, ainda que algo "rombudos" e feitos de simples paus de gelado...
...Era feliz.
-
Crédito das fotos: A-7P 15111 (Paulo Mata) - T-33 1927 (Ian Powell - Airliners.net)

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

10 MIL

Como "Comandante" do Pássaro de Ferro, não posso deixar de registar a ultrapassagem das 10 mil visitas. É quase como uma esquadra de vôo ultrapassar as 10 mil horas nos céus.
A tantos quantos nos vistam, em meu nome e em nome dos restantes "pilotos destacados", o nosso obrigado!
Continuem a voar com o Pássaro de Ferro!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

OOOOAAAHHHHH.....



Quem me conhece, ainda que poucochinho, sabe que sou frequentador de muitos dos grandes festivais aéreos que se tem realizado durante a última década, neste jardim á beira-mar plantado. Não que vá a todos, mas irei a uma grande parte deles, talvez á maioria, e que é aliás o local de onde uma grande parte de nós se conhece, todos nos reunimos ali mesmo debaixo da sombra das asas que esvoaçam e do cheiro doce do “jota”.
Por isso poso afirmar que já vi muitas exibições de voo, das mais diferentes aeronaves, para as mais variadas audiências.
Porém aqui há dias, a exibição do “Team Apache”, que já conhecia de outras paragens, superou todos os meus anteriores conhecimentos de como reage a mole humana que vem pelo estridente espectáculo á borla mais do que por conhecer a mais pequena coisa que seja sobre os pássaros de ferro.
Todos nós ouvimos já, os gritos dos mais variados timbres, em expressão de espanto, que se sucedem ás manobras que as patrulhas acrobáticas, ou mesmo os acrobatas a solo, que espelham a admiração e o assombro, e até o pânico demonstrador da expectativa de alguma desgraça.
Há porém um som que nunca houvera eu ouvido antes de forma tão intensa, ou se calhar de toda a forma.
Tomemos o exemplo da manobra da inclusa fotografia (acima), em que dois pássaros de metálicos se cruzam frente a frente dando a ilusão de que quase chocam e que se desviam no último instante.
O que eu ouvi desta vez foi algo de assombroso, foi maior do que alguma vez eu supunha que fosse sem que, desta feita, estivesse eu á espera.
O que eu ouvi ...
... nem faço ideia de como começar a explicar...

... foi o inspirar sonoro e aflitivo, num uníssono coro de milhares de vozes a toda a minha volta, um som que precedeu a vocalização de um prolongado “Aaaah” de espanto e ao mesmo tempo de alívio, e de um bater de palmas de apreciação como eu já não me lembro de ouvir, se é que alguma vez o tenha escutado.
Mas este som de que vos falo era algo de quase assustador, era ar inspirado e não expirado, vinha de dentro, das fornalhas do peito, dos alvéolos pulmonares das cerca de 600 mil almas que estavam á minha volta, e que ao mesmo tempo e em todas as direcções, numa fracção minúscula de um segundo, inalaram golfadas de ar a toda a velocidade e pressão, como se de uma turbina se tratasse.
É algo que não consigo descrever por mais que tente mas que fiquei contente de estar ali, e presenciar aquele uníssono sonoro som que nunca houvera eu ouvido antes. Ou pelo menos assim.




quinta-feira, 13 de setembro de 2007

AVIÕES E PISTAS NA AREIA

Imagem aérea da BA 5 - Monte Real
Crédito da foto: aqui

Desde 1976 que as minhas férias de praia (3 semanas a um mês) foram passadas na Praia de Mira, para quem não sabe, a meio caminho entre a Figueira da Foz e a zona de praias de Aveiro.
Desde miúdo que as construções na areia me fascinavam e por lá me dedicava a elas, principalmente aos fins de tarde, quando havia menos pessoas na praia e tinha, por isso, mais espaço .
Ora, como será bom de ver, a maioria das esculturas que fazia eram aviões ou algo a eles ligado.
A paixão agravou-se exponencialmente a partir do ínicio da década de oitenta, quando os A-7P entraram em acção.
A dada altura e depois de ter visto imagens de Monte Real, a casa dos A-7P, comecei a construir bases aéreas, com franco destaque, já aludi, para a Base Aérea nº5 de Monte Real.
Lembro-me bem de construir a pista principal; a "secundária" (o actual taxiway paralelo); aquele trecho de "pista" que cruza diagonalmente estas duas e as placas da 302 e da 304. Como na altura ainda não havia a zona das "raquetes" nem tão pouco os weather shelters actuais, ao lado da pista, no sentido 01-19, não colocava nada...
Tentava arranjar uma escala, sabendo que a pista principal media cerca de 2,4 Km e apartir daí assumia as dimensões que me pareciam as mais aproximadas e razoáveis. Construia hangares, torre de controle e todos os edifícios que conhecia das fotos.
Findas as "obras" na base, admirava-a longamente, imaginava-me dentro dos aviões que nela aterrassem e descolassem, brincava aos pilotos, às passagens baixas (não conhecia o termo "rapada"), sonhava acordado...
Quase nunca as destruia, (fi-lo apenas uma ou duas vezes simulando um mass-atack feito por múltiplos A-7P), deixava que o mar as apagasse na maré cheia.
Felizmente que não se apagaram da minha memória!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

(POUCO) PÁSSARO DE FERRO - II

Fiat G-91 T3 parado, esperando a próxima missão...
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Pois é.
Desta vez, devido a uma grave avaria no meu computador pessoal, (onde todo o meu arquivo está, de momento, inoperacional), impede-me de voltar em força às missões aqui no "Pássaro de Ferro".
Neste momento, estou a operar a partir de um computador do meu local de trabalho, de modo a poder manter os serviços mínimos.
Aproxima-se o Portugal Air Show 2007 em Évora, onde espero poder estar e até lá, a menos que os meus "pilotos destacados" voem, o "Pássaro de Ferro" vai continuar a voar pouco.
Desde já e como seu comandante, vos apresento as minhas desculpas!
Até breve.

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