domingo, 27 de fevereiro de 2011

BIRD STRIKE (M476-8PM/2011)


Sosseguem os mais apreensivos, que felizmente nada relacionado com o tema sucedeu recentemente. O chamado "Bird strike" no entanto, é um dos piores pesadelos da aviação e tanto mais gravoso quanto a velocidade das aeronaves aumenta.
A frota A-7 da Força Aérea por exemplo, foi uma das mais massacradas por este tipo de ocorrência, fruto também do tipo de missões que executava. Voos a baixa altitude como os que as esquadras 302 e 304 efectuavam, em zonas costeiras ou atravessando zonas de  migração de aves, eram particularmente arriscados, tendo levado a que algumas aeronaves se perdessem por colisão com aves.
Este facto levou a que procedimentos de segurança fossem adoptados, tais como evitar as referidas rotas de migração em certas épocas do ano, tendo sido efectuados estudos para identificar essas zonas e espaços temporais.
Talvez por isso, a frota F-16 tenha já vindo a beneficiar dos conhecimentos então adquiridos, não se registando até à data qualquer incidente com consequências de maior com estes caças.
Para tal haverá ainda a contribuir o facto de o F-16 ter um aerodinâmica mais evoluída (segundo relatos de pilotos, as aves como que "deslizam" pelo avião não embatendo com violência) completamente diferente da do A-7, de uma outra geração. Uma canopy à prova de embate com aves em muito contribuiu também para minorar os danos - inclusive humanos - uma vez que em aeronaves A-7 que não se chegaram a perder, sofreram por vezes os pilotos as consequências de colisões  no vidro do cockpit.
A adicionar ao leque de razões que vêm minorando a frequência  e gravidade dos "bird strike" há ainda o facto de as missões a baixa altitude virem a cair em desuso, por evolução das tecnologias utilizadas quer nas aeronaves, quer no guiamento das munições, que permitem proteger duplamente as tripulações.
Ainda assim, e apesar de todas estas evoluções, o risco está sempre presente, como bem atesta a foto apensa e será um problema virtualmente insolúvel. 
Mas não é por isso felizmente que todos os dias milhares de aeronaves deixam de se elevar nos céus, regressando incólumes às suas bases ou destino. 
O risco faz parte de viver.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

HELICÓPTEROS (M475-9AL/2011) (Parte II)

Segunda série de imagens de helicópteros.
O mítico SA-330 PUMA que ainda hoje encanta os céus nacionais,  na Esquadra 752, na BA4, embora esteja para passar o testemunho, muito brevemente, ao seu sucessor EH-101 Merlin!



 Três imagens do SA-330 Puma s/n 9511.



Três imagens do SA-330 Puma s/n 9502, obtidas na BA5, em Monte Real, algures nos início da década de 80.

Crédito das fotos: Colecção Carlos Costa, via Paulo Moreno

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

HELICÓPTEROS (M474-8AL/2011) (Parte I)

Os Pássaro de Ferro não são só aviões, sejam eles de que tipo, forma ou "feitio" forem.
Pássaros de Ferro são também os helicópteros. Umas máquinas fantásticas que desafiam as leis do voo  e do tempo e que, entre muitas outras coisas úteis que possibilitam, vão onde os aviões não conseguem ou não podem por vezes ir.

Um Alouette II, que depois de ter servido na FAP, foi usado pela Brigada de Trânsito da GNR para controle e fiscalização de tráfego. Obrigado ao senhor de camisa branca e barba (na foto) a olhar para o AL-II), justamente o coleccionador destas fotos...

 Outro Alouette II, ainda com as cores da FAP, fotografado no Museu do Ar, em Sintra.

 Alouette III, supostamente fotografado algures no ultramar.

 Um AL-III em Monte Real, nos anos 80.

 Também na BA5, em Monte Real e com flutuadores... Os pilotos chamavam-no de "Pantufas"!

Em exposição estática, na BA5 - Monte Real, no início da década de 90, onde se vê também o A-7P 5521, que ainda hoje permanece naquela base!

 Uma mira instalada no AL-III s/n 9372.

 Um AL-III com lançadores de foguetes CRV-7.

 Um AL-III estacionado algures no antigo ultramar nacional, na altura em que cumpriam muitos papéis na guerra e onde granjearam grande parte da fama e glória que ostentam.

Esta série de imagens surge quase como um tributo aos helicópteros que voaram e voam ainda sob a Cruz de Cristo e a bandeira nacional. Imagens históricas que avivam e arrumam os cantos da memória, fazendo-nos entender quão importantes são estas máquinas na vida de tantas pessoas.
Esta primeira parte apresenta imagens do mítico Alouette - II e III. Se do primeiro pouco mais restam que os exemplares de museu, já do Alouette III só se podem dizer coisas boas, por mais vicissitudes que estas máquinas tenham protagonizado. A história da aviação militar em Portugal é-lhes positiva e demasiadamente intrínseca e rica.
É um helicóptero que resiste ao tempo, há quem diga, "eterno", porque se sucede a ele próprio, contra a modernidade e a cavalgada da tecnologia... 
E tantos anos depois, ainda hoje a sua silhueta e barulho inconfundíveis povoam os céus nacionais.

Crédito das fotos: Colecção Carlos Costa, via Paulo Moreno

Nota: Amanhã, 5ª feira, a segunda parte desta série dedicada aos helicópteros, desta feita com imagens já "vetustas" do grande SA 330 Puma.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

ESQUADRA VIRTUAL "OS CORVOS" - 69th VFS (M473 - 7PM/2011)


Os fãs do "Top Gun" podem finalmente imitar as famosas manobras do filme

Os reabastecimentos em voo são uma das notas de realismo colocadas nas missões


É possível voar em diversos modelos, nacionalidades e pinturas, como o famoso 15115 da FAP



O armamento da aeronave

Em 1998 aparece no mercado um simulador de voo militar que viria a redefinir todos os padrões que serviam, até então, de aferição: o Falcon 4.0, da Microprose.
O seu sucesso, apear do “bugs” iniciais, é imediato, e com ele começam a surgir, um pouco por toda a parte, fãs, comunidades e, inevitavelmente, esquadras.
A “Falconmania” é de tal forma que passados 13 anos (um recorde inédito no mercado dos simuladores de voo militares) a febre ainda continua. O simulador passou, entretanto, por vários upgrades na forma de patches, packs e add-ons.
É neste contexto que vemos nascer, em 2008, tanto quanto pudemos apurar, a primeira esquadra virtual portuguesa de F-16: a 69th Virtual Fighting Squadron “Os Corvos”.
A 69th VFS Corvos, foi fundada na primavera de 2008, por um conjunto de entusiastas da aviação de combate e simulação aérea, tendo como principal objectivo simular o dia-a-dia de um piloto de caça de F-16.

As actividades da esquadra envolvem o treino de procedimentos, planeamento de missões e a sua execução.
O funcionamento da esquadra também prevê a formação de pilotos virtuais novatos (IQT) e pilotos experientes (AWT) de Falcon 4, numa "escola" que ensina desde os princípios básicos de pilotagem, até ao treino avançado de armas. Uma vez finalizado o IQT (Initial Qualification Training), o aspirante recém promovido a Tenente, é colocado na Esquadra como piloto activo, com autorização para participar nas diversas acções previstas, tais como: operações COMAO com outras esquadras, operações tácticas (OPTACS), torneios internos, etc. 

Os tipos de missão voados são:
- Operações de Luta Aérea Defensiva (DCA)
- Operações de Luta Aérea Ofensiva (OCA)
- Operações de Defesa Aérea em apoio a operações marítimas  (TASMO)
- Operações Anti-Superfície (ASFAO)
- Operações de Ataque anti-aéreo (CA)

Apesar da preocupação com o realismo, é intenção da esquadra que todos os seus membros desfrutem de um ambiente agradável, de camaradagem e onde todos possam apreciar este “hobbie”.
Para aderir a "Os Corvos" não existem requisitos mínimos de conhecimentos para iniciar, bastando para tal efectuar o "curso" referido anteriormente e evoluir naturalmente com a experiência adquirida. O Falcon 4 é um simulador e não um jogo de aviões e como tal não se pode nem deve pretender aprender tudo em pouco tempo, uma vez que retrata a realidade muito aproximadamente.


Planos das missões

Para jogar Falcon 4 não são precisas grandes exigências de hardware, sendo a configuração mínima um Pentium 4 com 2G ram e uma Placa Gráfica dedicada com 128Mb, sendo o mais importante mesmo este último item.
Em termos de investimento em acessórios, não é também significativo, sendo que um joystick mínimo deverá custar cerca de 30€. Com o aumento do entusiasmo e a busca pelo realismo poderão adquirir-se outro tipo de acessórios que dependerão das possibilidades financeiras de cada um.

Algum do equipamento que se pode usar com o Falcon 4
Aconselham-se por isso os interessados ou simplesmente curiosos, a visitar a comunidade Portuguesa de Falcon 4 em www.falcon4portugal.com onde diversos membros prontamente responderão às dúvidas que possam existir e ajudar na integração neste mundo fabuloso que é a realidade virtual.
Para voar na Esq 69th "Os Corvos", deverão visitar o site da esquadra em www.69thvfscorvos.com manifestando a intenção de voar de forma mais regular e pertencer aos Corvos, podendo assim vivenciar a experiência de um piloto de esquadra, em voos cooperativos com outras esquadras internacionais, ou até em exercícios internacionais como o Red Flag Virtual entre outros.
Tal como o lema da esquadra: ”SEJA NOITE OU SEJA DIA!”

Texto: Bruno "Topcat" Mota com adaptação de Paulo "Wildething" Mata

Stand de divulgação da 69VFS Corvos no "Monte Real Spotters Day 2010" na BA5

A curiosidade e afluência de público à esquadra virtual

Um antigo comandante da BA5 não se coibiu de voar também no Falcon 4

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

EXERCÍCIO TLP-Albacete (M472 - 6PM/2011) (II)







O Tactical Leadership Programme ou TLP, como o próprio nome indica, não se trata apenas de um mero exercício militar, mas sim de uma organização à qual pertencem várias Forças Aéreas. Existindo desde 1978,  tem por objectivo melhorar e homogeneizar tácticas e procedimentos em operações multinacionais, consistindo de parte teórica e prática. 
A sua sede passou já por várias bases e países, sendo a mais recente e actual a base de Los Llanos em Albacete, Espanha.
O curso a decorrer, do qual se obtiveram as presentes imagens, não foi dos mais concorridos da história do TLP, mas é sempre bom rever "velhos amigos" como os Tornado alemães ou os Mirage 2000 franceses, ou ver em acção os Typhoon italianos ainda a cheirar a novo. A fechar o lote de participantes, os algo raros AMX italianos, F-16 holandeses, F-18 finlandeses e espanhóis, helicópteros de apoio a forças terrestres Bell AB-212 italianos e um incontornável E-3 Sentry francês de controlo aéreo avançado.
Oportunidade ainda para ver  Mirage F1 da Ala 14, que não participando no TLP, foi facilitada ainda assim a visita a um shelter onde uma unidade ostentava orgulhosamente a sua panóplia de armamento, num estilo muito à la Guerra Fria (ver foto no artigo anterior)
Uma nota final para a impecável organização do spotters day que funcionou na perfeição.  
Faltou somente no programa, talvez um pequeno briefing para explicar aos presentes (imprensa incluída) de que consta o TLP. 
Mas para quem ia apenas com intenção de "dar ao gatilho", terá sido um dia perfeito!












NOTA: Reportagem completa e fotos exclusivas na revista Sirius à venda no início de Março

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

FEET DRY (M471-1CG/2011)



Deambulando por essa Internet fora, como muitos vezes faço tal e qual um caminhante que parte sem destino definido, parei num blogUE que com muito gosto costumo consultar, o Ex-OGMA. Fotos antigas das instalações de Alverca, recortes de revistas com muitas décadas, imagens de colecções pessoais, de muito se pode encontrar naquele espaço. E, como A-7ólico irrecuperável que sou, ou como nós que adoramos e vivemos com paixão tudo aquilo que é relacionado com o Corsair se gosta de rotular, encontrei por lá umas imagens verdadeiramente preciosas, diria mesmo um verdadeiro achado, e é com a devida vénia que aqui as reproduzo. Foram retiradas de uma revista “Mais Alto” da década de 70 e mostram o A-7A da U.S. Navy com o BuNo “153177” a ser intervencionado em Alverca no decurso do ano de 1970, ao que tudo indica. Ora o “153177” viria a ser, década e meia mais tarde, o A-7P “5526”. Dir-se-ia tratar-se do regresso do filho pródigo.


Na altura em que estas imagens foram recolhidas, este A-7A integrava o Esquadrão VA-105 “Gunslingers” e estava embarcado no porta-aviões USS Saratoga (CV-60). O Saratoga, em 1970, encontrava-se destacado entre o Atlântico Norte e o Mar Mediterrâneo enquanto parte da 6ª Esquadra. Tendo as Oficinas Gerais de Material Aeronáutico celebrado em 1955 com a U.S. Navy um contrato com vista à manutenção das suas aeronaves na Europa (o que atesta bem da qualidade do trabalho ali executado), nada mais natural que encontrar aparelhos navais norte-americanos em Alverca como é o caso destes nossos futuros SLUF e de tantos outros, quando a necessidade de uma intervenção mais profunda se tornava premente.

Mais um pedacinho da nossa história, e neste caso em particular da história da FAP e da passagem do Vought A-7P Corsair II por céus portugueses, que é sempre maravilhoso (re)descobrir. 

(Feet Dry – expressão normalmente empregue na aviação militar para se dar conhecimento de que se está a sobrevoar terra; o contrário de Feet Wet, sobrevoar o mar).


Duas imagens do A-7P s/n 5526 (ex. 153177 da USNavy) - Crédito dos autores nas imagens.

Texto: Carlos "Charlie Golf" Gomes

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