segunda-feira, 31 de março de 2008

Ainda o F-16

Há realmente qualquer coisa de fascinante numa máquina como um F-16. Sabemos que é uma máquina preparada para matar, para semear destruição, para abater outras que voam. Mas, mesmo assim, invejamos o seu voo. A sua forma afiada. A sua potência, o seu ronco nos céus. Porque o que fascina realmente é a sua capacidade de voar, de conquistar o céu azul. Lá em cima, onde o ar é rarefeito, onde só uma máquina destas consegue reinar. E agora que olho para as fotos do Paulo Mata penso nisso. Que ali dentro daquela toca, há um matador à espera da hora certa para matar.

domingo, 30 de março de 2008

CONTACTO F-16

15120 - Agosto de 1994


15102 - Agosto de 1994
Fotos: Paulo Mata


Por estes dias, os F-16 andam na ordem do dia dos aficionados pela causa do ar.
A sua mudança (temporária) para o AM1 - Maceda/Ovar o tem motivado, com visível e particular destaque aqui neste fórum diversos olhares, fotos e emoções.
O F-16 é, sem dúvida, a ponta de lança do entusiasmo aéreo militar em Portugal.
Já cá estão desde Junho de 1994 (há quase 14 anos) e são, desde então, os principais embaixadores da FAP, bem como certamente o principal atractivo para os jovens que ambicionam ingressar na carreira de Piloto Aviador.
O primeiro contacto digamos directo que tive com os nossos F-16, ocorreu em Agosto de 1994, muito pouco tempo depois da sua chegada.
Dou-vos testemunho disso através destas duas fotos, obtidas pelo Paulo Mata, quando em viagem para o Oeste, escalámos Monte Real. São duas fotos com um simbolismo importante. Não só por terem sido as primeiras que fizemos ao F-16, mas denotam também o carácter "furtivo" destas abordagens à vedação da BA5, sempre a acautelar eventuais consequências de estarmos a fotografar em zona indevida. E ainda por cima, o material fotográfico da altura não permitia as veleidades que a fotografia digital actual permite...
Portanto, junto à vedação da antiga Esquadra 304, onde hoje é a Porta d'Armas da BA5, lá estava o 15102 ao alcance de uma "clandestina" fotografia.
Mais longe, dentro de um "hangar", espreitava o 15120.
Foi uma emoção ver estes dois Viper, ainda a cheirar a tinta fresca. E foi tanto mais sintomático pois eles estavam a ocupar um espaço onde sempre nos habituámos a ver os A-7P.
Volvidos estes quase 14 anos, é sempre emocionante ver e ouvir o F-16, agora já com os MLU em acção, mas, repito, com a mesma dose de emoção.
Quase como da primeira vez.

quarta-feira, 26 de março de 2008

As Corridas Aéreas do Touro Vermelho

Meus caros,

Escrevi isto no ano passado, e só agora estou a postar.
Só para terem pena de mim pois sou um tipo muito ocupado...
Ah, e se não se importam, quem tiver uma cópia do meu CD com todas as imagens que fiz no RBAR, p.f. façam uma cópia para mim... não sei o que é feito da minha...
A corrida aérea do touro vermelho

Chegou à Invicta o carrossel alucinante das corridas aéreas do touro vermelho.
A cidade, já de si transformista, transfigurou-se de uma forma anormal, numa azáfama bem diferente das habituais festividades joaninas, que trazem á cidade uma marabunta de gente em busca de folia e cheiro a sardinhas nas mãos, foguetório, farturas, cerveja a rodos, vómito pós-carrosseliano, e um zumbido que nos ecoa até ao dia seguinte resultado de um martelar persistente e assobiado.
Esta marabunta é diferente, vem por outras razões e motivos, vem de mais longe, uns pela curiosidade e pela ignorância, e pelo espectáculo á borla, outros movidos por uma fé inabalável, quais romeiros a pé para Fátima ou a Santiago. Estes últimos tem um único propósito, um único sentido de vida, e um olhar de alucinados, quase esgazeados, com que sondam o céu.
O circo instalou-se no queimódromo, qual circo voador do velho Manfred Von Richtofen, que muda constantemente de lugar, não porque tenha de fugir ás investidas do inimigo, mas porque é mesmo assim, tem de ir de local em local, de país em país, quais saltimbancos, quais missionários a espalhar a fé, a fé no voo dos pássaros de ferro e nos vapores de diesel, e da velocidade alucinante, e milimétrica de precisão e graciosidade, de força bruta e muita ginástica...
Os Ícaros deste circo são verdeiramente os Doze Indomáveis Patifes, de corpos moldados pelo esforço e por um olhar feito de luz, luz feita de experiência e de puro gozo, e pele tisnada pelo sol.
No céu os Ícaros comportam-se como se eles próprios tivessem asas, como se as superfícies de voo e o próprio motor fizessem parte da sua própria estrutura nervo-sensorial, como extremidades que os unem ao resto do corpo através da medula ao grande músculo que é o cérebro.
Quase como se fosse um cyborgue do ar, como se de uma só estrutura homem-máquina se tratasse, ligando o cérebro ao bordo de fuga da asa, ao controlo de potência e ao passo da hélice, ao conjunto das superfícies de voo.
Voa como se sentisse o vento e a variação da pressão do ar passar-lhe pelos rebites da pele metálica como que se tratassem do exterior sensível da sua própria pele. Sente o vento, sente a força, e voa qual contorcionista, até ao limite da sua capacidade física, que é afinal o único impecilho que encontra pela frente, e que o impede de voar mais e melhor.
No fim da sua volta, exausto, ainda arranja forças para dar mais umas quantas voltas, e lá do alto contempla o público que lá no fundo estende os braços e aplaude em apreciação daquilo que este artista do circo acaba de fazer, como quem dá um cubo de açúcar a um cavalo depois de este ter feito mais um truque para a plateia.

Afinal isto é o circo, e o Ícaro-Cyborgue um cavalo de corrida.
Os Dédalos do circo são muitos, fazem muitas e diferentes tarefas, e como é lhe é próprio são a face calada de Ícaro, que se move na sombra, na penumbra, num movimento frenético, técnico e preciso, como exércitos de formigas ou abelhas, que trabalham para a sua rainha.
Por eles podem os Ícaros degladiar-se na arena azul, na arena da precisão, do movimento, da velocidade e do ritmo do cronógrafo.
Não recebem os louros no topo da ribalta, ficam por detrás do cercado que delimita a arena, quase escondidos, mas são eles quem arma as tendas do circo e as mantém de pé, e de novo as desarmam para começar tudo outra vez, bem longe dali.
Mas este Circo do Touro Vermelho arrasta atrás de si uns outros Ícaros e Dédalos, e é vê-los por aí, por toda a parte, nos intervalos do circo, mostrando que afinal os Homens armados com as suas próteses de ferro, imitam muito bem os pássaros.
Deslizam pelo ar, em busca da velocidade e das formas das rigorosas manobras descritas nos livros, que executam numa perfeição inumana, uma após outra, até ao incontabilésimo do grau e ao cagagésimo do segundo. É o fruto do trabalho feito de dedicação e treino por forma a atingir a excelência, a perfeição almejada, não correndo o risco que as asas se lhes desmontem quando sobem ao infinito azul, rumo ao Sol ardente.


Numa das pausas olho ao meu redor.
A arena é delimitada pelo velho burgo, que outrora era só um, mas que parou em uníssono literalmente estarrecido, para ver os artistas deste circo, e esta plateia foi fiel, não arredou pé até ao final para ver o circo.
Para o ano há mais.


Nota do Autor – não que eu me julgue entendido, se calhar nem todos sabem que a lenda grega que fala do voo de Ícaro é na realidade apenas uma parte da lenda de Dédalo. Na verdade Ícaro era um tolo, um palerma alegre, um tal que se deixou levar pela alucinação do voo, e que não quis ouvir seu pai, Dédalo. Teve afinal aquilo que acontece ao longo da História, aos filhos que não querem ouvir os seus pais, e se lançam desenfreadamente para a frente, rumo ao precipício...

Mesmo assim, ouvimos sempre falar dos Ícaros, nunca dos Dédalos...


terça-feira, 25 de março de 2008

O Pássaro de Plástico -- uma dissertação...


O mote deu-o naturalmente o "21" com o diorama que levou à exposição de modelismo de Maceda no ano passado (2006).

Não desfazendo daquilo que aqui já tive oportunidade de contar aqui sobre a origem de um apelido, o meu, o bichinho carunchoso e comichento dos aviões ainda vem de antes, de uma infância ainda tenra, ali por volta do tempo do liceu, logo depois do ciclo preparatório, e pelas voltas às prateleiras pejadas de kits do Bazar de Paris, no Porto.
Se bem que, a memória já não é o que era, e portanto não posso dizer que nasceu ou deixou de nascer aqui o dito bichinho, mas foi por certo um dos cenários onde foi cultivado, qual cultura de bactérias em vidrinho de laboratório, seguramente uma das muitas formas de alimento da doença durante a minha vida à roda dos aviões, independentemente da altura mais ou menos activa.
Mas aqui, neste cadinho que foi para mim esta loja, o local onde nasceu e cresceu o fascínio dos bonitos e coloridos desenhos das caixas dos kits novos de todas as marcas, de todos os aviões, conhecidos e até estranhos, me foi levando a decorar nomes e marcas e histórias, e formas e cores, e onde se delinearam projectos de comprar e montar todas aquelas maravilhas que nos faziam brilhar os olhos e salivar abundantemente com o som das campainhas emanadas do nosso cérebro.
Comprar qualquer uma daquelas peças seria o realizar de um sonho, mas com uns tostões sacrificados aqui e ali, sempre se conseguia ir lá buscar um kit ou outro, das gamas mais baixas (os "blisters" da Airfix), que me apressava a encher de uma cola qualquer mal chegava a casa só para os ver prontinhos numa pista improvisada com placas de madeira (aglomerado) cravadas na loja de passamanarias (as que vinham no interior das peças de tecido, comprado a metro, com que a minha mãe me fazia as calças).
Só mais tarde surgem as primeiras e grotescas utilizações de tintas, e de muitos outros materiais, utilizados da mesma forma tosca, ainda que sejam eles preciosismos altamente avançados tecnologicamente, neles deixo ficar sempre as mesmas dedadas de tinta e de cola no plástico, à mistura com pingos de sangue dos cortes com o x-acto, e aos pelos esquecidos pelos pincéis já gastos cujos pelos ficam espalhados na tinta que cobre os kits.
Ainda hoje, sinto algum resquício desse fascínio, cada vez que deambulo numa loja, e farejo com os olhos e tacteio as caixas, analiso os pormenores da construção, o detalhe minúcioso dos novos materiais como as fotogravuras, as resinas e os decalques feitos da mais precisosa delicadeza da precisão laser, a ânsia e o deslumbramento é o mesmo, embora todos nós continuamos sem perceber de onde é que isso vem, mas a sua origem assenta, nesse deslumbramento que ocorreu na nossa meninice, por certo.
Agora, uma e talvez a principal diferença, reside no facto de termos dinheiro no bolso, ou num qualquer pedaço de plástico (tipo: faz-de-conta-que-temos-dinheiro-no-banco), o que faltava então, não hesitamos em adquirir os kits às “pázadas”, enchendo diversos espaços em casa com castelos construídos de caixas empilhadas, castelos de sonhos que se calhar nunca iremos conseguir concluir ou concretizar, pela falta de tempo, desmotivação ou Parkinson, pois não sabemos o que nos reserva o futuro.

Mas eu estava a falar de kits porquê ...? Ah, já sei !
É aqui que reside parte ou a totalidade da doença, à mistura com outras coisas por aqui ditas, por mim ou por outros igualmente sapientes de como estas coisas surgem e igualmente doentes, da doença deste bicho, o dos aviões.


Acabei por falar um pouco (talvez demais) do modelismo, mas o modelismo não é só feito deste simples e elementar fascínio, é algo de mais complexo, como o próprio hobby em si, é ele minucioso, delicado e picuínhas (ó Dias: não estou a falar de ti), é algo que é só nosso e não conseguimos transmitir, por mais que estupidamente continuemos a tentar.
Depois, há toda uma vertente alargada do modelismo, a interacção do indivíduo com o público (néscio) e com os outros indivíduos modelistas, e as suas coloridas e acesas interacções. As associações ou grupos ou tertúlias, os fóruns na internet, e as exposições e as mostras, e as competições, e sei lá mais o quê...
Mas se começo a falar disso, não só não saímos daqui como também, não vamos a lado nenhum, além do mais não é própriamente o propósito deste espaço.
Mas como eu não sou modelista, nem percebo nada do assunto, não sei bem o que teria para acrescentar.

Ass: 5513

segunda-feira, 24 de março de 2008

A-7P SEMPRE - O (1)5544


Aproveitando esta época propícia a milagres que é a Páscoa, coloco hoje no Pássaro de Ferro uma foto, tanto quanto sei inédita, desse avião que teima em não morrer, que é o A-7P.

E digo teima em não morrer, porque curiosamente desde que foi retirado de serviço na FAP, a sua popularidade não diminuiu, e terá inclusivamente aumentado até, permitindo-lhe ascender à condição de avião "vintage", a poucos reservada. Basta avaliar a quantidade de fotos e slides que se encontram e até (finalmente) um kit dedicado a esse nobre avião que foi o A-7P.

Quanto à foto em questão, foi tirada a 17 de Junho de 1989 em Coningsby, Reino Unido.

Como particularidade, pode observar-se a camuflagem original com que chegou da fábrica da Vought e mais óbvio ainda, a numeração original “5544”, ainda sem o “1” antes, que como é sabido só foi introduzido em 1994, aquando da reformulação das matrículas de aeronaves da Força Aérea.

Desconheço a autoria da foto.

Comprei-a anonimamente num leilão virtual.

quarta-feira, 19 de março de 2008

AINDA O F-104


Crédito da foto: Airliners.net - Frank Noort


Recomendo a visualização dos cerca de 5 minutos do vídeo aqui ao lado, alusivo ao último voo dos F-104 italianos, ainda na sequência do excelente post do José Matos.
Tive o privilégio de ver o F-104 ao vivo e em voo, umas duas ou três vezes, nas aparições que fizeram a festivais e exercícios aéreos em território nacionail.
O seu rasto característico e o aspecto de "míssil tripulado" marcaram de forma indelével a história da aviação.
Tal como alude o José Matos, o Starfighter tinha algumas "alcunhas", algumas delas pouco abonatórias e que derivaram, a dada altura da sua história, da sua elevada taxa de acidentes.
Para além do "míssil tripulado", ou "widow maker", uma outra ficou conhecida: "caixão voador"...
Mas para além dessa carga menos "apresentável", o F-104 desafiou algumas leis da física. Parece impossível como é que umas tão escassa área alar pode sustentar este avião e fazer dele a lenda que é.
Recentemente, recordo-me uma passagem de F-104 por Monte Real, onde um conhecido spotter meu amigo contou a história de uma aterragem alucinante na pista 19, protagonizada por um Starfihter italiano e que, brevemente vos contarei.

sexta-feira, 14 de março de 2008

F-19 - O AVIÃO FANTASMA







No seguimento de histórias bizarras do tempo da Guerra Fria, passo a contar o estranho episódio do F-19.

E perguntarão neste momento “que raio de avião é o F-19??!!”

De facto a inexistência do F-19 (existem aviões de série ou protótipos até ao F-18 e depois passa para o F-20) é que despoletou um dos episódios mais curiosos dessa guerra de contra-informação dentro da Guerra Fria.

Sabendo que os aparentemente inofensivos kits à escala de aviões de combate comercializados no ocidente eram fonte de informação para os serviços de inteligência do Pacto de Varsóvia, dos EUA partiu uma campanha de desinformação com base no supostamente ultra-secreto F-19.

Supostamente alguma dessa informação teria sangrado para o exterior e por todo o ocidente circularam modelos à escala do F-19, com requintes de pormenor bastante elaborados. Superfícies arredondadas para alegadamente iludir os radares inimigos, canards e outros avanços tecnológicos fabulosos.

A campanha foi de tal modo realista que em pouco tempo, além de kits espalhados por todo o mundo, havia também um jogo de computador homónimo, cheio de "realismo".

Quando algum tempo mais tarde foi revelado o F-117, percebeu-se finalmente o engodo, ao verificar que este último era liminarmente diferente do fantasma F-19. Ao contrário do que antes fora apregoado, as superfícies anti-radiação não eram redondas, mas antes angulares conforme é agora sabido. Os únicos pontos comuns seriam mesmo as entradas de ar por cima das asas e os exaustores de baixa assinatura térmica (facto incontornável e que contribuiu até para credibilizar mais o modelo). No demais, semelhanças entre os dois são pura coincidência.

Existiu ainda uma versão equivalente para o B-2 Spirit, exactamente com os mesmos erros, mesmo ardil.

Existe ainda uma outra Teoria da Conspiração que continua a afirmar que o F-19 realmente existe numa versão RF-19 Aurora, continua secreto e é o substituto do SR-71 no reconhecimento estratégico.

Mas por enquanto continua mesmo a ser mais uma teoria.

Quanto às miniaturas de F-19 da década de 80, quem tiver algum exemplar, guarde-o como peça de relicário, dessa Guerra que felizmente não passou de Fria.

terça-feira, 11 de março de 2008

Voar num Starfighter

É um facto pouco conhecido, mas a partir de 1958 e durante pouco tempo, a USAF certificava como astronautas todos os pilotos militares que voassem acima dos 21 mil metros de altitude. Ora, nessa altura o único avião capaz de atingir tal barreira era o F-104 Starfighter. O tecto de serviço deste avião andava nos 16 500 metros, mas bem explorado era capaz de subir mais e suspeita-se que alguns pilotos de Starfighter tentaram ganhar asas de astronauta.

Mas o Starfighter teve um exemplar de testes o NF-104A, que em 15 de Novembro de 1963, pilotado pelo major Robert Smith, conseguiu atingir um recorde mundial de altitude ao atingir os 34 167 metros. Nesse mesmo ano, em Dezembro, o coronel Charles Yeager tentou levar um destes aviões até aos 42 mil metros de altitude, mas falhou a experiência e teve que se ejectar do avião.

Mas não deixa de ser espantoso, que numa época em que mal tinham começado as primeiras missões Mercúrio, um avião ultrapassasse a barreira dos 30 mil metros, onde o céu já é negro. O Starfighter tinha essa aura mítica de chegar onde mais nenhum chegava.

Portugal esteve muito perto de ter o Starfighter, não só antes da guerra de África como mesmo depois. No final dos anos 50, teve hipótese de aderir ao programa europeu do Starfighter, mas com o começo da guerra colonial tudo isso acabou. Depois do 25 de Abril falou-se na possibilidade de Portugal receber alguns F-104G alemães, mas o que acabamos por receber dos nossos amigos alemães foram Fiats G.91R/3 com fartura.

No começo, o Starfighter teve alguma má fama na Europa, devido a uma percentagem elevada de acidentes principalmente na Alemanha. Mas sabe-se que a inexperiência dos pilotos e a falta de equipas de manutenção qualificadas estiveram na origem de muitos desses acidentes. Apesar de tudo, o F-104 esteve mais de 20 anos ao serviço das forças da NATO e tornou-se um avião inesquecível por isso.

terça-feira, 4 de março de 2008

DESLIGAR OS MOTORES EM VOO

(c) A. Luís

Quando era criança, um dos mistérios que mais demorou a ser resolvido na minha imensa curiosidade aeronáutica, prendia-se com o rasto que os aviões deixam no céu quando voam em elevadas altitudes.
Eu achava, quase bem, que aquilo era o fumo dos motores.
Ora, como não sabia nem percebia o "fenómeno" da condensação dos gases, que provoca o tal rasto esbranquiçado que os aviões deixam à sua passagem assumia, portanto, que aquilo era simplesmente o fumo e ficava algo perturbado quando em algumas partes do trajecto, esse rasto branco não se via ou quando, de repente, o avião deixava de deitar esse fumo.
Perguntei um dia ao meu pai, quase preocupado, a razão que levava a tal situação...
O meu pai, talvez para me "despachar" (percebo agora...), dizia que era o piloto que desligava os motores para poupar gasolina e para não poluir o ar... E como me lembrei que o meu pai desligava o carro nas descidas para poupar gasolina, achei que os aviões também o deveriam fazer. Normalíssimo... E como na altura palavra de pai era quase lei, achei aquela sentença paternal absolutamente plausível e por conseguinte acatei-a e espalhei-a até, em boa fé, aos meus amigos menos curiosos dos aviões, para os impressionar com a minha imensa sapiência.
Sendo assim, até resolver este mistério e perceber o porquê de tudo isto, achei que os aviões desligavam pontualmente os motores, sempre que não lhes via o rasto branco...

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