domingo, 27 de setembro de 2020

COMPRA DE NOVO CAÇA VENCE REFERENDO NA SUIÇA [M2182 – 100/2020]

Os F-5E Tiger II da FA Suiça estão já em fim de vida 

Por uma margem de apenas alguns milhares de votos, a Suíça disse "sim" à multimilionária compra de novos caças para a sua Força Aérea.

Cerca de 50,1% dos eleitores aprovaram a compra de 6000M CHF (6,490 M USD) este domingo 27 de Setembro de 2020. Com quase 60%, a participação foi a maior desde 2016.

Depois de semanas de sondagens mostrando aceitação relativamente clara para a compra dos caças, a vitória por margem mínima do sim foi uma surpresa, com nenhum dos lados esperando um resultado tão apertado. Stefan Holenstein, presidente da Associação de Oficiais da Suíça, disse que foi "completamente inesperado" e que os defensores da compra esperavam um resultado muito mais claro.

O analista Urs Bieri disse à televisão pública suíça SRF que o custo de aquisição pode ter desempenhado um papel maior do que o esperado na formação da opinião pública. Uma sondagem recente feita pelo seu instituto de pesquisa GfS Bern estimou a aprovação da compra em cerca de 58%. 

F/A-18 Hornet da Força Aérea Suíça

A Força Aérea pode agora prosseguir com a compra de uma nova frota que substituirá os antigos F-5 Tiger e F/A-18 ainda em uso na Força Aérea Suiça. O contrato para o novo modelo será firmado posteriormente pelo governo e parlamento, estando quatro fabricantes atualmente em competição: Lockheed-Martin (F-35), Boeing (F/A-18E/F Super Hornet), Dassault (Rafale) e Eurofighter (Typhoon). Em Junho transacto os quatro modelos estiveram mesmo em avaliação operacional na base aérea de Payerne.

O "Grupo por uma Suíça sem Exército" (GSoA), que liderou a campanha contra a compra juntamente com grupos políticos de esquerda, já anunciou que lançará uma iniciativa popular para desafiar qualquer modelo que o governo escolher.

Como parte do pacote, a indústria suíça também beneficiará de um chamado acordo de compensação - um sistema de compensação que obriga a empresa envolvida no negócio a fazer pedidos a empresas suíças no valor de 60% do valor do contrato.

Ao contrário da  rejeição  em 2014 de uma compra de 3000M CHF  dos caças Gripen suecos, desta vez as  pesquisas  apontavam um sucesso mais claro.

Os JAS39 Gripen suecos chegaram a participar no famoso festival aéreo de Axalp em 2013 mas a compra não se viria a concretizar

Analistas do referido instituto de pesquisa GfS Bern, disseram num relatório de duas semanas atrás, que em 2014 a questão era vista como menos urgente, enquanto os defensores desta vez argumentaram que a rejeição deixaria o país incapaz de defender o seu espaço aéreo em 2030. No entanto, desde então houve já algumas polémicas pela falta de prontidão da defesa aérea do país.

As Forças Armadas - uma instituição importante da Suíça não-membro da NATO - não poderiam, portanto, cumprir o seu mandato de proteger o país, defendiam os apoiantes da compra, que incluíam o governo e uma maioria do parlamento.

Na prática, a Suíça tem poucos inimigos e não combate guerras há séculos. Mas o governo argumentou que a Força Aérea é vital para se manter independente e soberana, mesmo que um ataque aéreo total seja improvável.

Também aumentou o terrorismo e novas incertezas geopolíticas. “A Europa e o mundo ficaram mais instáveis”, e o exército precisa estar pronto para enfrentar qualquer ameaça desconhecida que apareça nos próximos 30 a 40 anos", escreveu o governo no caderno de votação oficial.



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