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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

PILOTOS DE CAÇA BÚLGAROS EM GREVE (M1932 - 69/2017)

 MiG-29 búlgaro em Graf Ignatievo           Foto: Hailey Haux/USAF

Numa altura em que a decisão do novo caça para substituir os MiG-29 na Força Aérea Búlgara foi novamente adiada, chegam notícias de que os pilotos da base aérea de Graf Ignatievo se terão recusado a realizar os voos de treino previstos para a manhã de 24 de Outubro de 2017. A missão de policiamento aéreo contudo, terá estado sempre assegurada.

Segundo o jornal online Sofia Globe, oficialmente o vice-ministro da defesa Atanas Zapryanov negou num primeiro momento que quaisquer voos tenham sido suspensos, enquanto o comandante da base aérea alegou razões meteorológicas para o cancelamento dos mesmos voos. Já o ministro da Defesa optou por referir que "alguém está a tentar criar tensão artificialmente" e que iria inteirar-se da situação.

Mas se por um lado as condições meteorológicas na região de Graf Ignatievo eram suficientemente verosímeis para justificar o cancelamento dos voos, o General Tsanko Stoykov confirmou publicamente em entrevista durante as comemorações do centenário da aviação militar no país, o baixo estado anímico que o adiamento da aquisição dos novos caças provocou dentro da Força Aérea local: "sentem-se negligenciados, algo ofendidos e essas razões reflectem-se na sua motivação de continuar na Força Aérea", disse a propósito.

O mesmo órgão de comunicação social, bem como a Rádio nacional da Bulgária, haviam reportado no próprio dia 24 uma "recusa massiva dos pilotos para voar" devido a preocupações de segurança com o estado dos aviões e o adiamento da aquisição de novos caças, invocando por isso estar "psicologicamente inaptos" para voar.

Ainda segundo o Sofia Globe, dez dos doze motores  modernizados dos MiG-29 entregues à Força Aérea, ainda não foram colocados em operação, devido a falhas na documentação dos mesmos. Falta de lubrificantes para os motores, causando a paragem quase total da frota, foi igualmente já assinalada em Maio e Junho transactos.

Entretanto, o canal de televisão BTV confirmou inequivocamente a razão do cancelamento dos voos ser o descontentamento pelo estado da Força Aérea, citando mesmo o vice-ministro da Defesa Atanas Zapryanov que atribuía a falta de confiança dos pilotos ao "treino insuficiente por horas de voo insuficientes". O mesmo interlocutor adiantou ainda que uma reunião com os pilotos iria ser realizada e que os problemas com a documentação dos motores (seis novos e quatro modernizados) estavam a ser tratados.
Segundo Atanas Zapryanov, um relatório do comandante de Graf Ignatievo dava sete MiG-29 como operacionais, e que assim que mais motores ficassem disponíveis, este número aumentaria, permitindo alargar as horas de voo.

Já o próprio ministro da Defesa, acerca do mesmo tema e desenvolvendo a sua teoria de que "alguém está a criar tensões artificialmente" referiu que as prioridades tinham sido definidas: primeiro manutenção e modernização do equipamento existente e depois as negociações e a aquisição de novos caças. Mostrou-se ainda "surpreendido por [os pilotos] terem descoberto que existem problemas no mundo da aviação" e que não fazia ideia por que razão estes pensavam que um novo caça não iria ser adquirido. Rematou o assunto com " já haveria um novo caça se estes fosse um aspirador, em que vais à loja, pagas, traze-lo e usa-lo", admitindo ainda o "estado crítico" em que se encontram as Forças Armadas do país, mas que os problemas não se resolvem com "uma varinha mágica".

Por detrás do atraso na decisão do novo modelo de caça a adquirir, estarão jogadas políticas de bastidores, por parte das facções apoiantes do Gripen e do F-16 principalmente. Apesar do primeiro-ministro Boiko Borissov ser aparentemente um dos apoiantes do Gripen e se ter proposto a avançar com as negociações com a Saab numa primeira fase após o anúncio do gripen como vencedor, o seu partido GERB - que iniciou a investigação parlamentar que resultaria na anulação do primeiro concurso - pretende uma aproximação aos interesses americanos (F-16), sugerindo uma uniformização com as frotas dos países vizinhos Roménia, Grécia e Turquia, todos utilizadores de F-16.
O presidente da Bulgária e ex-Chefe de Estado-Maior da Força Aérea Gen. Rumen Radev, definiu a reviravolta  no processo de aquisição dos caças, como um ataque pessoal, face às acusações de que foi alvo por parte do líder parlamentar do GERB, de ter favorecido o Gripen.

Portugal está envolvido na proposta de fornecimento dos F-16,  recebendo células usadas dos EUA para modernizar na OGMA e posterior exportação para a Bulgária.


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

BULGÁRIA RELANÇA CONCURSO PARA AQUISIÇÃO DE CAÇAS (M1930 - 67/2017)

Alinhamento de caças F-16 semelhantes aos que Portugal se propõe fornecer à Bulgária

A Bulgária irá lançar um novo concurso para a aquisição de oito caças destinados a substituir a frota de MiG-29 actualmente a desempenhar a missão de defesa aérea do país.

Contrariando a recomendação de um grupo Ministério da Defesa que aconselhava a aquisição de Gripen novos, após o primeiro concurso ao qual Portugal e Itália também concorreram, com F-16 e Typhoon usados, respectivamente, a Assembleia Nacional búlgara votou a favor da reabertura do processo concursal.

A escolha do Gripen cedo foi contestada pelo novo Governo empossado em Sófia, pouco tempo depois da decisão tomada pelo anterior Governo de gestão em Abril passado. No início do corrente mês de Outubro de 2017, uma comissão parlamentar emitiu finalmente um relatório, recomendando o relançamento do concurso, relatório esse que seria aprovado com 126 votos a favor, 59 contra de duas abstenções.

Acerca do assunto, em entrevista à televisão búlgara, o ministro da Defesa Krasimir Karakachanov revelou que apesar de pessoalmente preferir aviões novos, isso só deverá acontecer se estes puderem ser pagos ao longo de um período de tempo mais alargado do que o inicialmente previsto.
Com alguma surpresa, afirmou ainda que o país deveria investir na modernização da actual frota de MiG-29 e Su-25 de origem russa.
Adiantou ainda que pretende levar o novo programa de concurso a conselho de Ministros, no início de Novembro.

Portugal terá por isso uma nova oportunidade para melhorar a proposta de fornecimento de caças F-16 à Bulgária. De recordar que a proposta lusa contemplava o fornecimento de células de F-16 usadas, vindas dos EUA e modernizadas na OGMA, aproveitando as capacidades criadas com o programa MLU de modernização da frota de F-16 da Força Aérea Portuguesa.

Portugal entregou recentemente o último lote de doze F-16 vendidos à Roménia em condições similares, embora com a nuance de se ter tratado de aeronaves operadas pela Força Aérea Portuguesa, o que não será o caso na eventualidade de ganhar o concurso da Bulgária.


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

ESTABELECIDO CALENDÁRIO DE ENTREGAS DO GRIPEN AO BRASIL (M1926 - 63/2017)

Primeiro voo do protótipo Gripen E sueco           Foto: Saab

A Força Aérea Brasileira revelou na passada semana o programa de entregas das 36 células dos caças F-39E/F Gripen adquiridos em contrato de 2014, pelo valor global de cerca de 5400M USD.

A totalidade das entregas estão previstas ocorrer entre 2019 e 2024, com o processo de certificação a ter início em Janeiro de 2019. O primeiro voo de um  monolugar (E) está previsto ocorrer em Julho desse mesmo ano, estando aprazado o bilugar (F) para Outubro de 2021, em aeronaves instrumentadas para esse fim.

Dos 36 caças, a Saab irá fabricar totalmente 13 células - os dois aviões de pré-série mais onze células monolugares - com entrega do segundo lote prevista para 2021.

As oito unidades monolugares seguintes, serão ainda fabricadas pela Saab, mas com a participação de até cerca de 350 técnicos brasileiros em regime de formação e a montagem final das células a ocorrer no Brasil, no Centro de Projetos da Embraer em Gavião Peixoto, São Paulo.

Modelo à escala real do cockpit da versão brasileira do Gripen E

A cargo da Embraer ficarão integralmente as restantes oito células E e sete células F, a partir de Junho de 2020. A entrega do primeiro Gripen E totalmente fabricado no Brasil está prevista para Setembro de 2023.








sexta-feira, 19 de maio de 2017

BULGÁRIA: F-16 PORTUGUESES AFINAL... TALVEZ (M1898 - 35/2017)

F-16A MLU modernizado em Portugal


Apesar da divulgação da proposta sueca, como vencedora do concurso do programa de aquisição de caças para a Força Aérea Búlgara, o novo ministro da Defesa daquele país veio hoje informar que irá rever as ofertas, entre as quais se encontra a portuguesa.

Tal como o Pássaro de Ferro oportunamente noticiou a 26 de Abril de 2017, o então governo interino anunciou o Saab JAS-39 Gripen como vencedor. O timing da decisão contudo foi algo estranho, dado ter acontecido a escassos dias da tomada de posse do novo Governo.

E é esta precisamente a razão invocada pelo novo ministro da Defesa de Sófia, Krasimir Karakachanov : "o novo Governo irá rever e discutir as três ofertas para a compra de novos caças modernos para a Defesa búlgara. (...) O Governo interino actuou precipitadamente quando apresentou um relatório sobre as ofertas no Conselho de Ministros, sabendo que não teriam tempo para olhar para ele", proferiu em entrevista à rádio búlgara Focus.
Concluindo ainda: "as ofertas serão calculadas de novo, para avaliar as possibilidades para o Estado búlgaro. O contrato irá custar uma soma considerável, cerca de 1500M BGN [Nota: cerca de 770M EUR], pelo que o Governo tem de evitar cometer erros".

Reabrem-se assim as possibilidades, para que a oferta apresentada por Portugal de F-16 vindos dos EUA e modernizados em Portugal, possa ser a escolhida por Sófia, para substituir a envelhecida frota de MiG-29 da FA Búlgara.
Itália com Typhoon igualmente em segunda mão e Suécia com Gripen novos, foram os restantes países presentes ao concurso.




quarta-feira, 26 de abril de 2017

BULGÁRIA PREFERE GRIPEN SUECOS A F-16 PORTUGUESES (M1894 - 31/2017)

F-16 vendido por Portugal à Roménia. O negócio com a Bulgária teria contornos semelhantes.


O vice Primeiro-Ministro interino búlgaro Stefan Yanev anunciou hoje 26 de Abril de 2017, o  Gripen e a proposta sueca, como vencedores do concurso para a aquisição de oito caças, destinados a substituir os actuais MiG-29 da Força Aérea Búlgara.

A oferta portuguesa para o fornecimento de F-16 em segunda mão, vindos dos EUA e modernizados em Portugal foi por isso preterida, bem como os Typhoon italianos igualmente usados. A proposta sueca era a única a contemplar aeronaves novas.

"A proposta sueca ficou em primeiro, seguida de Portugal e Itália. (...) É normal começar as conversações com o país classificado em primeiro" disse.

Espera-se que uma comissão de negociações seja formada dentro de uma semana, segundo informou ainda Yanev, sendo do próximo Governo, a empossar na próxima semana, a responsabilidade das conversações com a Suécia.

O negócio está avaliado em cerca de 830M USD, necessitando o acordo final de aprovação parlamentar.




quarta-feira, 19 de novembro de 2014

BRASILEIROS JÁ VOAM EM GRIPEN (M1727 - 319PM/2014)

Os dois pilotos brasileiros após o primeiro voo em Gripen        Foto: Agência Força Aérea

Os Capitães Gustavo de Oliveira Pascotto e Ramon Santos Fórneas tornaram-se na manhã desta quarta-feira (19/11/2014) os primeiros pilotos brasileiros a cumprirem uma missão de treino em aeronaves Gripen. Voaram durante 50 minutos em aviões Gripen D, acompanhados por pilotos da Força Aérea da Suécia. A aterragem ocorreu às 10:00 horas locais na base de Satenas, na Suécia (6 horas no horário de Brasília). 

A chegada à base de Satenas       Foto: Agência Força Aérea

"Foi melhor do que eu esperava", disse o Capitão Fórneas. "A aeronave é de pilotagem dócil", elogiou. A principal característica notada pelos brasileiros até agora foi a vantagem aerodinâmica proporcionada pelos canards, pequenas asas localizadas na frente do Gripen. "A distância de aterragem é extremamente pequena", contou. 

Os dois Gripens voaram numa área de instrução sobre a Suécia e o Mar Báltico. Após a descolagem, foi realizada uma subida até 10.638 metros de altura num minuto e meio, uma taxa de subida de 118 metros por segundo. Para cumprir o cronograma de treino proposto pelos suecos, os brasileiros também realizaram acrobacias juntos nessa que é chamada de fase de familiarização. 

Ao contrário dos demais brasileiros que já voaram no Gripen em testes, os dois aviadores têm agora a responsabilidade sobre as aeronaves e treinam para dominarem todos os sistemas dos caças. Três horas após a aterragem, os pilotos já seguiram para um novo treino no simulador de voo.

Formados pela Academia da Força Aérea, o Capitão Fórneas era piloto de caças F-5 e o Capitão Pascotto comandava caças Mirage 2000. Ambos vão passar seis meses em treino na Suécia e irão tornar-se os primeiros brasileiros instrutores de Gripen.

O contrato de aquisição de 36 aeronaves foi assinado em 24 de outubro. A expectativa é de entrega dos aviões entre 2019 e 2024. O Brasil deverá entretanto operar um número ainda não definido de aeronaves modelo C/D, em regime de leasing,  até à chegada do Gripen de nova geração.

Fonte: Agência Força Aérea
Adaptação: Pássaro de Ferro




terça-feira, 28 de outubro de 2014

BRASIL ASSINA CONTRATO DO GRIPEN NG (M1710 - 305PM/2014)

Modelo à escala real do Gripen NG

O Brasil assinou com a sueca Saab, a aquisição de 36 caças JAS-39 Gripen, no valor de 5475M USD (28 monolugares JAS-39E e 8 JAS-39F bilugares). O contrato inclui também treino para pilotos e mecânicos, peças sobressalentes iniciais e 10 anos de cooperação industrial e transferência de tecnologia para a indústria brasileira. A Embraer terá um lugar de destaque como parceira estratégica da Saab, no co-desenvolvimento do JAS-39F e total responsabilidade na produção.

O contrato acaba por ter maiores implicações, ao garantir também a aquisição de 60 JAS-39E para a Suécia. Esta encomenda estava dependente da produção do modelo para pelo menos um cliente estrangeiro, que numa primeira fase parecia ser a Suiça, mas que com a negativa ditada pelo referendo naquele país, acabaria por fazer do Brasil o país que permitirá à Força Aérea Sueca vir a voar o novo modelo. A Suécia espera por isso agora voar o Gripen até 2050.

Confirmado está também que o acordo para o leasing de 10 a 12 JAS-39C/D para a Força Aérea Brasileira utilizar até à chegada do Gripen NG (E/F), será em separado do contrato de aquisição dos modelos E/F.
Entretanto, o contrato para os Gripen NG necessita ainda do aval dos EUA, no que respeita a certos componentes de fabrico americano. O processo deverá contudo estar concluído durante o primeiro semestre de 2015, pelo que as entregas são esperadas entre 2019 e 2024.

Entretanto, e durante a cerimónia de apresentação do primeiro KC-390 da Embraer, o Brasil e a Argentina assinaram uma "Aliança Estratégica em Indústria Aeronáutica". A Argentina produz já componentes para o KC-390, pretendendo aumentar a fatia no "bolo". A Força Aérea Argentina revelou oficialmente que "o Governo nacional decidiu iniciar uma negociação com a administração de Dilma Roussef para a aquisição de 24 aviões Saab Gripen, dentro do programa denominado FX-2". 
Por responder, estará ainda como poderão os dois países sul-americanos contornar restrições dos EUA e Reino Unido aos seus componentes, que incluem sistemas primordiais, como motores e cadeiras ejetáveis.

Para já, a assinatura do contrato coloca de uma vez por todas um ponto final na especulação sobre se a escolha do Gripen, anunciada em final de 2013 com alguma surpresa, sustentável ou não, após a anulação de um primeiro concurso FX-1, em 2011.
Sobre a intenção de adquirir um total de 120 Gripen para FAB, com as remanescentes 84 unidades a construir no Brasil, nada foi ainda adiantado.



quinta-feira, 25 de setembro de 2014

SAAB OFERECE GRIPEN À INDONÉSIA (M1687- 231PM/2014)

Sabb JAS39 Gripen

A Saab está a oferecer 100% de transferência de tecnologia para fornecer os seus caças JAS39 Gripen à Força Aérea Indonésia, segundo um executivo da empresa sueca confidenciou à agencia Janes’s.
Será uma oferta semelhante à que foi feita à Índia e Brasil. 

A Indonésia possui indústria aeronáutica local, apesar de ter estado focada até agora em aeronaves de transporte (CN235 e C212) e helicópteros (AS332). Assim sendo, se o sudeste asiático é uma zona de interesse da Saab, faz sentido ter um parceiro local, que possa construir infraestruturas e executar manutenção avançada.

Tomado no início como o parente pobre da Geração 4+, o Gripen ameaça tornar-se um sucesso de vendas, muito por culpa do preço apresentado, estimado na gama de 40/60M USD por unidade, contra os 60/120M USD da concorrência, bem como o custo anunciado por hora de voo. 
O único caça que poderia competir na mesma gama de preços e tecnologia, eventualmente seria o F-16, que começa a sofrer de desinvestimento por parte do fabricante Lockheed Martin, mais interessado em vender o ultra dispendioso F-35 de 5ª Geração. 
Sem concorrência direta dentro dos mesmos parâmetros, o caça sueco tem razões para sorrir nos anos que se aproximam.



domingo, 16 de março de 2014

CRISE NA CRIMEIA - SUÉCIA PONDERA ADERIR À NATO (M1475 - 90PM/2014)

Saab JAS39 Gripen da FA Sueca
Os líderes da região que reagiram à ocupação russa da Crimeia, expressando os seus medos de serem os próximos, procuram abrigo nas suas alianças.
"Graças as Deus somos membros da NATO" Exclamou a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite na semana passada. Este mês, a Noruega recebe 16.000 soldados para o exercício Cold Response já previamente planeado, junto à fronteira russa, para grande desagrado no país dos Czares. entre os participantes do exercício estão 1600 militares suecos, sob o acordo de cooperação limitado com a Aliança Atlântica.

Não alinhados desde o início do século XIX, o "esplêndido isolamento" sueco sobreviveu a duas guerras mundiais e mesmo às cinco décadas de disputas entre as superpotências, que dominaram o século XX. Mas isso pode mudar contudo, à luz da intervenção da Rússia na Ucrânia. Na semana passada, o ministro das Finanças sueco Anders Borg indicou que o orçamento da Defesa, para o qual havia anunciado recentemente cortes, será aumentado em resposta à crise (da Crimeia). O vice primeiro-ministro Jan Bjorklund também insinuou publicamente a ideia da Suécia se tornar membro da NATO, avisando que a Rússia poderia tentar apoderar-se de Gotland, uma província insular estrategicamente colocada no Mar Báltico, se pretender atacar os antigos repúblicas da União Soviética, Estónia, Letónia e Lituânia. Ainda assim, Sverker Goransson, supremo comandante militare sueco, rejeitou a ideia de Bjorklund de mudar a doutrina de Defesa do país.

Gotland, a maior ilha do Báltico, fica a cerca de 80km da costa sueca e a apenas 200 km de Kalinigrado, o enclave russo na Europa, que possui uma enorme base militar. A posição de Gotland, dar-lhe-ia enorme valor estratégico, no caso de conflito no Mar Báltico. "Os sistemas de mísseis terra-ar e anti-navio podem atingir alvos até 300-400 km. " escreveu Karlis Neretnieks, general sueco reformado, "quem conseguir estabelecer sistemas desses em Gotland, conseguirá tornar muito difícil de operar no Mar Báltico ao seu inimigo(...)"

A Rússia já se apropriou por algum tempo de Gotland, durante as guerras napoleónicas de 1808, mas forças suecas expulsaram-nos apenas um ano depois, fazendo parte da Suécia desde então. Ao contrário da Crimeia, não há grupos étnicos russos em Gotland, mas a ilha ainda continua intimamente ligada aos interesses russos. A companhia russa Gazprom é dona do Nord Stream, uma conduta de gás que passa por Gotland e fornece à Europa 55.000 milhões de m3 de gás natural por ano. O presidente russo Putin, jurou defender a estratégica conduta com a Marinha Russa em 2006 e num incidente reminiscente dos tempos da Guerra Fria, em março de 2013, dois bombardeiros russos e respetivas escoltas, invadiram espaço aéreo sueco, numa simulação de ataque contra  a ilha. O alerta aéreo da NATO no Báltico respondeu. O sueco não.

A crise na Crimeia renovou o debate a decorrer nos círculos políticos, acerca das delapidadas defesas do país. Os sucessivos cortes na Defesa por vários Governos do pós-Guerra Fria tornaram-se tão severos, que o comandante supremo das Forças Armadas suecas Goransson estimou em 2013 que o país apenas resistiria uma semana em caso de ataque. A opinião foi secundada por um relatório de um colégio militar, que acrescentava que a ajuda internacional seria necessária porque "os militares não possuem a credibilidade necessária para defender toda a Suécia". Mais tarde, o Secretário-geral da NATO Andres Rasmussen lembrou que a Suécia não pode contar com ajuda militar da NATO, a menos que se torne um membro.

Em resposta, um programa de TV russo emitiu uma paródia, em que o personagem que representa Goransson resmunga ao som da música dos ABBA "Mamma Mia", as fraquezas militares suecas. "É muito assustador! A sério! Deixem-nos aderir à NATO já! Caso contrári oa Rússia conquista-nos na próxima semana!

A ideia de aderir à NATO não é nova e tem ganhado força nos últimos anos. Um inquérito realizado em 2013 concluiu que o apoio popular havia crescido 9 pontos percentuais em apenas dois anos, apesar de ainda não ser maioria.

Para já, a cooperação da Suécia com a NATO tem vindo a aprofundar-se, tendo mesmo caças Gripen atribuídos à Força de Resposta Rápida da Aliança Atlântica durante 2014, e vindo a participar em exercícios NATO desde há vários anos atrás.

Apesar da ameaça russa não parecer imediata, o exemplo da Crimeia pode forçar alguns políticos suecos a reavaliar o nível de ameaça. "É necessário dimensionar a capacidade de fogo de acordo com a ameaça" disse Bjorklund. "Quantas pessoas imaginariam que a Rússia entraria na Crimeia? O mesmo argumento é válido para os estados bálticos".

Fonte: Defense One
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro



quinta-feira, 6 de março de 2014

EUA E SUÉCIA DESTACAM CAÇAS NO BÁLTICO (M1457 - 72PM/2014)

F-15C Eagle em reabastecimento por um KC-135     Foto: USAF

Os EUA anunciaram ontem 5 de março, através do Secretário da Defesa Chuck Hagel, que o país irá reforçar a sua participação no policiamento do espaço aéreo dos três países bálticos, anteriormente pertencentes à União Soviética.

Tal como o Pássaro de Ferro noticiou, os EUA têm quatro F-15 destacados em Siauliai desde o fim de 2013, no âmbito do patrulhamento aéreo de Letónia, Estónia e Lituânia, pertencentes à NATO, mas sem capacidade para efetuar a proteção do espaço aéreo próprio, sendo a tarefa desempenhada rotativamente pelos aliados.

Segundo informações adiantadas por um oficial, aquando do anúncio da decisão de aumentar o contingente, o reforço com mais seis aeronaves F-15C e um avião reabastecedor KC-135, será realizado ainda no decorrer da presente semana.

Alegadamente, o reforço será feito a pedido dos países bálticos, demonstrando da parte dos EUA "O empenhamento para com a segurança dos aliados da NATO".

Nenhuma referência direta com a situação na Crimeia foi emitida.

Saab JAS39 Gripen em configuração ar-ar       Foto: Saab

Já a Suécia, país que em 2013 passou por alguns embaraços quando bombardeiros russos entraram em espaço aéreo sueco sem serem intercetados, destacou na passada terça-feira 4 de março, um número não revelado de caças Gripen para a base aérea situada na ilha de Gotland no Báltico. 
Segundo comunicado oficial a medida deve-se ao " aumento de operações aéreas na área, e especialmente devido aos exercícios de treino russos em curso", acrescentando que a ação se destina a "aumentar a capacidade de monitorizar os céus, o que é perfeitamente normal durante exercícios grandes".

Segundo a agência de notícias russa Tass, o exercício envolve cerca de 3500 militares da frota russa do Báltico, num exercício de "prontidão de combate", ao largo de Kalinigrado, o enclave russo no Báltico.

Oficialmente, o porta-voz das Forças Armadas suecas disse que o nível de ameaça da Rússia relativamente à Suécia se mantém inalterado, embora o estratega militar sueco Stefan Ring vá opinando que "considerando o que está a suceder na Ucrânia, seria um abandono do dever se os aviões não fossem destacados".
Apesar de não ligar o destacamento dos Gripen à situação na Crimeia, Goran Martensson o porta-voz da Defesa sueca admitiu que o desenrolar de acontecimentos na Ucrânia está a ser acompanhado atentamente.



segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

SUÉCIA NA FORÇA DE RESPOSTA RÁPIDA NATO (M1342 - 402PM/2013)

Saab JAS 39 Gripen da FA Sueca


Apesar de não ser membro da NATO, a Suécia participará com uma esquadra de caças e respetivo pessoal de apoio para a Força de Resposta NATO (NATO Response Force 2014 - NRF14) em alerta durante 2014. Para 2015 o contingente será mesmo reforçado ainda com oito caças Gripen adicionais e uma unidade anfíbia.

Em novembro passado, a Suécia participou também no exercício Steadfast Jazz, destinado precisamente a treinar as unidades atribuídas à Força Resposta NATO, provenientes dos vários países integrantes (incluindo Portugal). Contando com cerca de 25.000 homens, a Força de Reação Rápida da  NATO deve poder atuar num curto espaço de tempo, em qualquer parte do globo, como uma força independente e autónoma, durante 30 dias sem abastecimento ou apoio externo.

As força suecas poderão por isso ser chamadas a participar eventualmente em missões da NATO, apesar dos órgãos de soberania do país terem que decidir quais as ações a integrar evnetualmente. O contributo inicial de oito caças Gripen e um draga-minas, fará parte das reservas da NRF. 
"Isto significa que poderão ser destacados como parte da reserva da NRF durante este período. Estarão na Suécia, mas em estado de prontidão" referiu Karin Enstrom, Ministra da Defesa Sueca, a propósito. "São unidades certificadas pela NATO como sendo suficientemente bem treinadas para participar" concluiu.

Parte da NRF foi destacada durante os Jogos Olímpicos de 2004 na Grécia, garantindo o desenrolar dos eventos em segurança, e no mesmo ano também para o Afeganistão, durante as eleições presidenciais no problemático país do Médio Oriente. 
A Finlândia, também não pertencente à NATO, tem feito parte das reservas da NRF desde 2008. A Suécia recusou então tal papel, por inexistência de apoio suficiente no parlamento sueco, para participação numa força NATO.

 No final de novembro, a Suécia participou ainda no Cyber Coalition 2013, exercício de ciberdefesa da NATO, destinado testar a capacidade da NATO para se defender contra ciberataques. 
Além dos 28 estados membro da NATO, Suécia, Suíça, Finlândia, Irlanda e Áustria também participaram no exercício.

Fonte: The Local
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro






terça-feira, 1 de outubro de 2013

GRIPEN CONTINUA A VOAR ALTO (M1194 - 285PM/2013)

Saab JAS39 Gripen

Oito anos após ter sido introduzido o tipo no policiamento aéreo do seu território, a República Checa optou por renovar o contrato de leasing de 14 caças Saab JAS39 Gripen C/D, com o Governo sueco.

Ainda por finalizar, o acordo irá estender o uso do caça monomotor da Saab, por mais catorze anos, seguno informação divulgada pela agência sueca Security Export Agency (FXM). 
As negociações para a prorrogação do contrato inicial, têm vindo a decorrer há mais de um ano, e a proposta cobre modernizações não especificadas, bem como serviços de treino e apoio logístico de suporte à frota.

A República Checa assinou um contrato de dez anos com a Suécia em 2004, cinco anos após ter entrado na Aliança Atlântica, com vista a substituir a sua cansada frota de caças MiG-21 por catorze JAS39 (12 monolugares e 2 bilugares).

A decisão de Praga de continuar a operar o Gripen surge no seguimento de opção similar tomada pela Hungria e da Suíça, também recentemente ter dado um passo decisivo para a compra de 22 Gripen E.

Já na Feira de Aviação de Kochi na Índia, a apresentação de uma versão naval Sea Gripen, gerou bastante interesse, segundo divulgou a Saab. Um dos potenciais clientes poderá mesmo ser a Marinha do Brasil (país onde o caça sueco concorre ao programa de caça avançado da Força Aérea), interessada em encontrar um substituto para os seus A-4 a médio prazo, apesar de estarem atualmente sob modernização. Índia Itália e Reino Unido, são outros potenciais candidatos a utilizar uma versão naval do Gripen, justificando o desenvolvimento da nova variante, que deverá poder operar tanto a partir de porta-aviões convencionais com catapulta (CATOBAR), como com descolagem com recurso a rampa (STOBAR).






quarta-feira, 25 de setembro de 2013

GUARDEX 13 - TREINAR CENÁRIOS DE CRISE NO MAR (M1178 - 271PM/2013)

P-3C Orion da Força Aérea Portuguesa

No âmbito da presidência portuguesa do Fórum das Guardas Costeiras do Atlântico Norte, (North Atlantic Coast Guard Forum-NACGF), está a decorrer nos dias 24 e 25 de Setembro, em águas territoriais nacionais, na área compreendida entre Sines e Cascais, o exercício designado GUARDEX 13.
​Este exercício tem como principal objetivo o incremento da interoperabilidade no mar, entre agências, organismos e entidades nacionais e internacionais, dos diversos países participantes. O GUARDEX 13 incidirá nas vertentes ligadas ao combate ao narcotráfico, imigração ilegal, saúde, salvaguarda da vida humana no mar e combate à poluição marítima.

A Marinha Portuguesa empenhará como principais meios, a corveta JACINTO CÂNDIDO, o navio patrulha oceânico VIANA DO CASTELO, o navio hidrográfico D.CARLOS I, a lancha hidrográfica AURIGA, a lancha de desembarque BACAMARTE, a lancha de fiscalização rápida CASSIOPEIA, um helicóptero Lynx MK95, equipas de abordagem dos Fuzileiros, mergulhadores sapadores (equipados com veículos submarinos autónomos), uma equipa médica do Centro de Medicina Naval e uma equipa técnica do Instituto Hidrográfico na componente cientifica de validação de dados.
No que concerne à Autoridade Marítima Nacional, participará com o Grupo de Ação Tática da Policia Marítima, meios do Instituto de Socorros Náufragos e empenhará meios de combate à poluição afetos ao Departamento Marítimo do Centro.

A nível nacional participam ainda outras entidades e departamentos do Estado como a Força Aérea Portuguesa, com as aeronaves P-3C, C-295 e o helicóptero EH-101, a Polícia Judiciária, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a Direção Geral de Saúde, a Autoridade Nacional de Proteção Civil, a Polícia de Segurança Pública, os Bombeiros Voluntários de Cascais, a Marina de Cascais, a Administração do Porto de Lisboa, a empresa Svitzer Portugal, a Universidade do Algarve e o Instituto Superior Técnico.
 
Em termos internacionais, o exercício contará com a participação de uma equipa de mergulhadores da marinha belga, equipada com veículos submarinos autónomos, um navio de combate à poluição da marinha francesa (ARGONAUTE), uma aeronave de patrulha marítima da Guarda Costeira dos Países Baixos e um navio de combate à poluição (BAIA TRES) da Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA).
 
O comando e controlo do exercício, numa vertente conjunta, serão exercidos a partir do Centro de Operações Marítimas (COMAR) em Oeiras, onde se encontrarão observadores estrangeiros, representantes de organizações homólogas da Bélgica, Finlândia, Irlanda, Suécia e Estados Unidos, sendo ainda mantida uma ligação permanente com o Centro de Operações Marítimas da Dinamarca.

Fonte: Marinha Portuguesa
Adaptação: Pássaro de Ferro

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

RED FLAG 2013-2 - Imagens (M847 -29PM/2012)

JAS-39 Gripen da Força Aérea Sueca prepara-se para uma missão em Nellis, Nevada, EUA   Foto:USAF/Lawrence Crespo
Crew chief sueco durante os procedimentos pré-descolagem    Foto:USAF/Lawrence Crespo
Crew chief sueco consulta manual antes de lançar o JAS-39C para a missão   Foto:USAF/Daniel Hughes
Um JAS-39C Gripen do 172 FS da Força Aérea Sueca taxia em Nellis    Foto:USAF/Lawrence Crespo
Piloto do 172FS da FA Sueca, normalmente baseado em Ronneby, em Nellis   Foto:USAF/Daniel Hughes
Manutenção de rotina num JAS-39       Foto:USAF/Lawrence Crespo
Colocação de um painel da fuselagem de um JAS-39    Foto:USAF/Matthew Lancaster
Um crew chief da FA de Singapura colocado no 425FS em Luke no Arizona participa também no Red Flag      Foto:USAF/William Coleman
Um piloto da FA de Singapura também do 425FS de Luke     Foto:USAF/William Coleman
Desde 1992 que uma unidade da FA de Singapura está colocada na base de no Luke, Arizona Foto:USAF/William Coleman
Crew chief efetua monitorização dos rudders durante a inspeção pré-voo   Foto:USAF/William Coleman
A retirada da escada num F-16D da RSAF         Foto:USAF/William Coleman
Um ACMI de registo de dados de voo para debriefing da missão         Foto:USAF/William Coleman
A partida para a missão de um F-16D bloco 52 da RSFA      Foto:USAF/William Coleman
Mirage 2000-9 dos Emirados Árabes Unidos      Foto:USAF/Lawrence Crespo
...e respetivo piloto        Foto:USAF/Lawrence Crespo
Um B-1B Lancer descola por detrás de uma fila de F-15E e F-16 no EOR de Nellis      Foto:USAF/Lawrence Crespo

O exercício Red Flag, realizado a partir da base aérea de Nellis no Nevada, EUA, proporciona o treino de combate mais realista que existe no mundo. Reúne forças norte-americanas e dos seus aliados, que nos vastos campos de tiro da zona, podem desenvolver operações em larga escala e elevado grau de exigência.
Batalhas fictícias são simuladas a uma escala muito próxima das operações reais.
Apesar de se intitular 2013-2, o atual exercício é o primeiro a decorrer em 2013 e envolve forças dos seguintes Esquadras:

USAF
- 57th Wing, 64th Aggressors Squadron F-16Cs, Nellis AFB, Nev.
- 57th Wing, 65th Aggressors Squadron F-15Cs, Nellis AFB, Nev.
- 138th Fighter Wing, 125th Fighter Squadron F-16s, Tulsa, Okla.
- United States Navy, VFA-25 F-18Es, NAS Lemoore, Calif.
- United States Navy, VAQ-138 EA-18G Growlers, NAS Whidbey Island, Wash.
- 366th Fighter Wing, 389th Fighter Squadron F-15Es, Mountain. Home AFB, Idaho.
- 2nd Bomb Wing, 20th Bomb Squadron B-52s, Barksdale AFB, La.
- 7th Bomb Wing, 9th Bomb Squadron B-1s, Dyess AFB, Texas.
- 52nd Fighter Wing, 480th Fighter Squadron F-16CJs, Spangdalem AFB, Germany.
- 23rd Wing, 41st Rescue Squadron HH-60s, Moody AFB, Ga.
- 23rd Wing, 71st Rescue Squadron HC-130s, Moody AFB, Ga.
- 552nd Air Combat Wing, 960th Airborne Air Control Squadron E-3s, Tinker AFB, Okla.
- 22nd Air Refueling Wing, KC-135s, McConnell AFB, Kan.
Suécia
-172FS, JAS-39C Gripen, Ronneby AFB
Holanda
- 313Sqn, F-16 MLU, Volkel AFB
Singapura
-425FS, F-16C/D, Luke AFB, Arizona, EUA
Emirados Árabes Unidos
-Mirage 2000-9, Al Dhafra AFB



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A SAAB E O BRASIL (M584 - 4PM/2012)

Um Saab JAS-37 Gripen efetua largada de flares de autodefesa

Que o Brasil é um dos países atualmente com maior pujança económica e no desenvolvimento a nível mundial, não é novidade. E a Saab sabe disso.
Assim, quando a sua "irmã" construtora de automóveis declara falência, a fabricante de aeronaves e sistemas de defesa investe bem forte no mercado brasileiro.
Além do concurso para aquisição de 36 aviões de combate para a Força Aérea ainda a decorrer, a Saab aposta ainda em três programas mais:  Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron - Radares e sistemas de comunicação), Sistema de Gerenciamento da Amazónia Azul (Sisgaaz - sistema integrado de comunicação para patrulha marítima) e o Programa de Obtenção de Meios de Superfície (ProSuper - aquisição de 11 navios patrulha). A Saab não está sozinha na corrida como é lógico, mas tem como principal trunfo o facto de se propor exportar a sua tecnologia, transferindo-a integralmente para o Brasil.

No caso do Gripen, uma grande parte do trabalho de desenvolvimento ficaria a cargo da indústria brasileira. A tecnologia do Gripen produzida no Brasil não seria produzida em nenhum outro lugar do mundo, o que significa que os sistemas do Gripen feitos no país, seriam incorporados em todos os novos caças Gripen fabricados. Segundo a Saab, a proposta oferece uma compensação económica e financeira equivalente ao valor do contrato. O programa de compensação ou contrapartida transferirá know-how e tecnologias avançadas e exclusivas às correspondentes partes institucionais e industriais do Brasil, com o objetivo de desenvolver capacidades no País. O compromisso assumido com o setor aeroespacial brasileiro inclui a opção de fabricar peças e conjuntos do Gripen NG, bem como a montagem final da aeronave no Brasil.

Em combinação com o programa de Cooperação Industrial, o programa do Gripen para a FAB tornará o país completamente independente, até 2020, da necessidade de comprar uma aeronave de combate a outros países, transformando-se mesmo num país exportador de aviões, tal como a Suécia.

O conceito de manutenção foi também desenvolvido de modo a atender às exigências e à capacidade da indústria brasileira e da FAB, através do estabelecimento de um centro de manutenção do Gripen NG no Brasil para garantir autonomia nacional e o uso extensivo da infraestrutura brasileira existente, garantindo reduções de custos e comunalidade.

A marca escandinava sublinha ainda os baixos custos do Gripen durante toda a sua vida útil, apresentando um Custo de Ciclo de Vida muito menor que o seu concorrente mais próximo também monomotor, além de operar a um custo que é apenas uma fração do dos seus concorrentes bimotores (Rafale e Super Hornet). O custo horário de operação do Gripen é anunciado pela Saab como sendo inferior a 4000 USD.

O Gripen NG (New Generation) oferecido ao Brasil é uma espécie de Gripen Upgraded, que teve correções dos pontos fracos que se lhe apontavam, como a falta de potência do motor e falta de aviónicos de última geração. O Gripen NG tem por isso o novo motor Volvo Aero RM12 (versão sueca do GE F414-400 que equipa o concorrente F/A-18E), maior capacidade de combustível, maior capacidade de carga de armamento e novos sistemas eletrónicos.

Ao contrário dos seus irmãos mais velhos (Draken e Viggen) que não tiveram grande sucesso nas exportações, o Gripen ameaça tornar-se um caso sério de popularidade, estando em utilização já em seis países e três continentes.

O mundo (e seguramente a Saab) sustém a respiração, até ao anúncio do vencedor do concurso que poderá tornar a Força Aérea Brasileira no sétimo usuário do Gripen e o primeiro do continente Americano.


Fonte: Saab

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