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Airbus Military C295M |
quarta-feira, 7 de março de 2018
ANGOLA COMPRA C295 (M1957 - 17/2018)
quarta-feira, 7 de março de 2018 às 19:11
sexta-feira, 25 de abril de 2014
FRAGATA BARTOLOMEU DIAS COM LYNX EM ANGOLA (M1553 - 138PM/2014)
sexta-feira, 25 de abril de 2014 às 19:36
Antes de chegar ao Lobito o navio embarcará ao largo do Ambriz uma equipa da Brigada de Fuzileiros Navais da Marinha angolana, aproveitando assim o trânsito para realizar ações de instrução e treino conjunto de vistoria e abordagem no mar. Este treino prolongar-se-á durante o período da visita, estando também previstas, entre outras, ações de instrução e treino de marinharia e eletromecânica, assim como a realização de diversas palestras.
A fragata Bartolomeu Dias tem embarcados 186 militares, incluindo uma equipa de fuzileiros e um destacamento da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha com um Lynx Mk.95 e é comandado pelo capitão-de-fragata Rui M. Marcelo Correia.
terça-feira, 1 de abril de 2014
EUA E ANGOLA RETOMAM COOPERAÇÃO MILITAR (M1509 - 35AL/2014)
terça-feira, 1 de abril de 2014 às 22:01
O treino percorrerá diversas valências, desde a simples operação a partir de bases/aeródromos diferentes, bem como largada e desembarque de carga em locais determinados - muito útil em situações de desastre - bem como, evacuações, etc.
Fonte: USAFE
Fotos: Benjamim Wilson
Tradução e adaptação: Pásaro de Ferro
terça-feira, 18 de março de 2014
FORÇA AÉREA E MARINHA EM EXERCÍCIOS NO GOLFO DA GUINÉ (M1478 - 93PM/2014)
terça-feira, 18 de março de 2014 às 19:17
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Destacamento da Esquadra 601 da FAP Foto: FAP |
José Pedro Aguiar-Branco, que intervinha na Comissão parlamentar de Defesa, precisou que os dois exercícios, um este mês e outro em abril, vão realizar-se no Golfo da Guiné.
Portugal vai participar com uma fragata da Armada e um avião P-3C Orion da Força Aérea nesses exercícios, que envolvem vários países europeus, os EUA e o Brasil.
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O P-3C CUP+ dos Lobos em Cabo Verde Foto: FAP |
Os meios militares portugueses vão ficar sedeados em Angola, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, acrescentou.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
ANGOLA COMPRA PORTA-AVIÕES PRÍNCIPE DAS ASTÚRIAS - atualizado (M1301 - 368PM/2013)
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013 às 13:42
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Porta-aviões Príncipe das Astúrias Foto: Jack Bahm/DoD |
Atualização (janeiro de 2014)
Tal como referido, a partir de fontes oficiais espanholas, apenas a visita da delegação angolana Príncipe das Astúrias foi confirmada, sendo os contactos mantidos classificados como "muito preliminares" e não existir qualquer acordo para a sua venda, nem com Angola, nem com qualquer outro país que havia inquirido sobre as condições do navio.O porta-aviões foi oficialmente desativado a 13 de dezembro de 2013, tal como previsto, não tendo contudo sido iniciados os trabalhos de desmantelamento.
O navio tem entretanto estado atracado em Ferrol, Galiza, de modo a permitir que se concretize alguma das ofertas confirmadas pelo Ministério da Defesa espanhol, que não revela contudo a procedência de tais ofertas.
sábado, 16 de novembro de 2013
DESPEDIDA EM NORATLAS (M1273 - 344PM/2013)
sábado, 16 de novembro de 2013 às 13:22
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Nord N-2501 Noratlas no AB3 - Negage Foto: Autor desconhecido |
Aterragem surpresa
Uma dia ao chegar ao destino, num dia de sol esplendoroso, o aeródromo estava tapado com uma camada de nuvens, tipo nevoeiro, teimosamente agarrado ao solo. Já estava para seguir outro destino, quando descubro a ponta da pista a descoberto – quando muito 100 metros mesmo no início da pista.
Informo a Torre que vou tentar. Assim fiz. Mal toquei na pista, fiquei dentro do nevoeiro, mas com a iluminação ligada, a rolagem foi normal. Segui para o estacionamento.
Aí a surpresa era geral – ninguém se tinha apercebido da aterragem e ainda menos que fosse possível naquelas condições.
Julgo que me consideraram um “herói”… Mas a pista estava lá e … visível.
Nossa Senhora do Ar
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Legenda acrescentada à mão: "Perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem…" |
Texto: Cap. (Ref) Fernando Moutinho
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
SU-30 PARA ANGOLA (M1214 - 296PM/2013)
quarta-feira, 16 de outubro de 2013 às 20:34
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Sukhoi Su-30 com as cores indianas Foto: Sukhoi Company |
Fonte: RIA Novosti
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro
sábado, 12 de outubro de 2013
CONSTIPAÇÃO A 12.000 METROS (M1207 - 291PM/2013)
sábado, 12 de outubro de 2013 às 14:01
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North American F-86F Sabre Foto: AHFA |
Eis o que se passou comigo.
Numa esquadrilha de quatro F-86, saímos de Monte Real para uma viagem de treino para o estrangeiro. Até aí tudo bem.
Agora para aligeirar, vou referir uma panaceia usada pelo pessoal em Angola, para fazer frente ou atenuar aquele problema.
Texto: Cap. (Ref) Fernando Moutinho
sábado, 5 de outubro de 2013
PASSAGEIROS A MAIS (M1200 - 289PM/2013)
sábado, 5 de outubro de 2013 às 20:16
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Noratlas Foto: Autor desconhecido |
Como estava a anoitecer, um grupo grande de refugiados – nunca cheguei a saber quantos, nem quis saber – vendo naquele último voo do dia a salvação, pura e simplesmente assaltaram-no e entraram todos, ocupando tudo que era sítio e inclusive a cabina de voo.
Perante a situação, reuni a tripulação. Não os poderíamos tirar à força – não havia como e o desespero daquele gente era evidente.
Havia riscos para os transportar – passageiros a mais e consequentemente, também peso a mais, atendendo, à altitude do aeródromo.
Era um avião sem reatores auxiliares (NR: Noratlas modelo 2501).
Ouvi todos, que unanimemente, me disseram: vamos arriscar…
Perante esta posição disse algo parecido como: “é por uma boa causa" e olhando para o céu, em jeito de prece acrescentei: "alguém lá em cima cuidará de nós”.
Para pôr a medida em prática e como havia gente sentada e de pé (tipo autocarro) subi nas traseiras do avião. Selecionei três homens mais fortes e obrigando-os a darem as mãos, exigi que me prometessem a não deixar ninguém passar dali, caso contrário, desequilibravam o avião e seria o fim. Depois fui até à cabine, perorei com os que lá estavam, prometendo que iríamos todos, mas teriam de sair para permitir que os tripulantes ocupassem os seus lugares. Saíram. Ocupámos os nossos postos, voltaram a entrar, fechámos o avião e toca a pôr em marcha a máquina.
Texto: Cap. (Ref) Fernando Moutinho
sábado, 27 de julho de 2013
QUESTÕES DE PESO (M1097 - 216PM/2013)
sábado, 27 de julho de 2013 às 18:36
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Versão N-2502 com reatores na ponta das asas Foto: Col. Fernando Moutinho |
Peso a mais à descolagem
Calhaus com olhos
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Versão N-2501 sem reatores Foto: Col. Fernando Moutinho |
Texto: Cap. (Ref.) Fernando Moutinho
quinta-feira, 20 de junho de 2013
ALOUETTE III: 50 ANOS SOBRE O PRIMEIRO VOO NA FAP (M1045 - 172/PM2013)
quinta-feira, 20 de junho de 2013 às 17:46
Fonte: Força Aérea
sábado, 18 de maio de 2013
"TOSSES" NO DO-27 (M1001 - 143PM/2013)
sábado, 18 de maio de 2013 às 14:01
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Cap. Fernando Moutinho junto do Do-27 n/c 3443 |
Voei nesta saudosa máquina na Guiné, Angola e nas OGMA. No total completei 292:20 horas.
Saí de Santa Eulália com o Comandante da Zona em direção a uma Fazenda onde se encontrava o dito Batalhão. Essa Fazenda distava cerca de 6 a 7 quilómetros e como se encontrava numa zona mais alta, de lá, avistava-se e era a descer até Santa Eulália. O avião era um glorioso DO-27.
Após a reunião, voltámos para a pista, entrámos no avião e executo o procedimento de arranque. Primeira tentativa, segunda tentativa e nada de pegar. Não era usual isso suceder exceto por afogamento (excesso de combustível). Já pensando em desistir e ficar na Fazenda, faço uma nova tentativa e, de repente, apercebo-me que ao desligar o comando da mistura, ainda com ligeira rotação, o motor gaguejou e começou a trabalhar.
Não queria acreditar! Trabalhava com o comando de combustível fechado! Fiz novo arranque, mas dessa vez com o dito comando da mistura fechado e, surpresa... o motor ficou a trabalhar lindamente.
Para ter a certeza, volto a ligar a mistura. As explosões deixam de se dar. Volto a desligar a mistura e tudo ficou a trabalhar perfeitamente.
Comuniquei a situação à Torre de Santa Eulália para estarem atentos e lá iniciámos a descolagem.
Final feliz. Correu tudo bem. Foi no avião da fotografia.
Não é "galga"!
sábado, 4 de maio de 2013
ATERRAGENS CURTAS EM AVIÕES COM RODA DE CAUDA (M979 - 126PM/2013)
sábado, 4 de maio de 2013 às 21:28
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Beechcraft C-45 |
Basicamente, tocava-se nos primeiros metros da pista, velocidade mais baixa possível, quase aos 3 pontos mas, aí iniciava-se uma travagem bastante forte que progressivamente se ia aliviando coordenando-se com a manche até à máxima efectividade do comando de profundidade e, aí deixar-se-ia descair a cauda ou o nariz com o avião já bastante lento.
Sabendo-se que na utilização de travões, estes se podem danificar pelo aquecimento, esta travagem forte nos primeiros metros era efectuada com bom arrefecimento devido à velocidade.
Porém, tenho o dever de chamar a atenção, que a técnica não sendo difícil, tem de ser cuidada. Nos Noratlas tinha um colega que não compreendia o que eu fazia ou como o fazia. Numa viagem de alguns dias fomos juntos e alternávamos as tarefas. Em determinada momento perguntou-me como era - esclareci-o. Arrependi-me na aterragem seguinte. Ele quis fazer o mesmo e se eu não estivesse com atenção teríamos feito asneira. Corrigi a tempo. A manobra tem de ser coordenada e "sentida" para ser bem conseguida.
Esta técnica presta-se para aviões de pequeno ou médio porte.
Texto: Cap (Ref) Fernando Moutinho
domingo, 21 de abril de 2013
50 ANOS DE HISTÓRIA NUMA PINTURA (M960 - 110PM/2013)
domingo, 21 de abril de 2013 às 22:22
Foi no entanto um trabalho de rápido consenso entre as primeiras ideias que expus e aquilo que a esquadra esperava de mim.
Segundo sugestão do Comandante de Esquadra 552 TCor Carlos Paulino, no “76” dever-se-iam representar os cinco esquemas de pintura usados no Alouette III da Força Aérea Portuguesa e, era por isso, importante equilibrar todos, sem descurar aquilo que era o objetivo do empreendimento: que todos aqueles que passaram por esta máquina, ali se revissem.
Assim, dividimos a aeronave em três elementos principais:
Bombordo – Homenagem às esquadras em que serviu o Alouette nos três teatros de guerra do Ultramar através da utilização da cor Olive Drab e aplicação de todos os emblemas das mesmas esquadras na porta (Esquadra 94, Canibais, Índios, Saltimbancos e Vampiros) e a data "1963" alusiva à entrada em serviço do modelo. A transição para a "cauda" foi feita através da colocação do elemento principal da Esquadra 552 (zangão), a última e atual operadora do modelo na FAP, a toda a altura da fuselagem. Sobre fundo branco, do último terço até ao final da “cauda” foi inscrito o logótipo da comemoração dos 50 anos do Alouette III em Portugal e “Força Aérea Portuguesa”. Estabilizador também pintado a olive drab, com o aviso de perigo a amarelo e a bandeira do mesmo tipo usado nas campanhas de África. Cruz de Cristo com o formato das décadas de 60 e 70.
Estibordo – Apresenta os dois atuais esquemas do Alouette III usados em Portugal: Camuflado e Rotores de Portugal. Ficou completo com a aplicação de todos os logos das esquadras em que serviu o AL III desde o regresso a Portugal depois da Guerra (Esquadras 33, 111 e 551), guardadas pelo patch de dimensão superior da esquadra 552, depositária das tradições e história de todas as outras.
Na zona dedicada aos Rotores encontram-se igualmente representados todos os patchs utilizados pela patrulha acrobática. Cruz de Cristo com o formato atual.
É ainda neste bordo mas na deriva, que encontramos representada a principal missão fora do país, realizada no âmbito ONU em Timor Leste (UN068 + Patch+cor branca), onde a esquadra levou a cabo uma importantíssima missão de apoio próximo às populações e às Forças de Segurança, naquele que era então o mais recente país do mundo, com uma história intimamente ligada à da República Portuguesa.
Depois de completamente firmado este projecto, foi proposto pela esquadra, seguindo todos os procedimentos até à aprovação de sua Exª o General CEMFA.
Foi com enorme alegria que recebi alguns meses depois dois telefonemas, por parte do Ten. Ribeiro e do Zangão-Mor TCor Carlos Paulino, com a notícia de que teria que preparar o meu novo destacamento em Beja. Data encontrada, vontade suprema, dedicação à causa, espírito aeronáutico q.b. e plotter a caminho. Esperava-me "no outro lado da barricada" uma esquadra (pilotos, pessoal de voo e manutenção), com uma vontade igual à minha.
Não posso deixar de agradecer ao Paulo Mata do Pássaro de Ferro, pelo espírito de companheirismo e voluntariedade com que abraçou também este empreendimento.
No final, uma semana intensa, até que às 23:25 de sexta-feira, 12 de Abril concluíamos os trabalhos na “bolha”, com apenas uma saudação:
À MÁQUINA!!!!
sábado, 30 de março de 2013
MEMÓRIAS DO BEECHCRAFT C-45 (M933 - 90PM/2013)
sábado, 30 de março de 2013 às 13:50
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Beechcraft C-45 Foto: Coleção Fernando Moutinho |
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O Cap. Fernando Moutinho junto à porta de um BC Foto: Coleção Fernando Moutinho |
Texto: Cap. (Ref) Fernando Moutinho
sábado, 26 de janeiro de 2013
F-84 EM ANGOLA II (M849 -31PM/2012)
sábado, 26 de janeiro de 2013 às 14:41
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Freio aerodinâmico Foto:Coleção Fernando Moutinho |
Lembranças para Cabinda
Com uma certa regularidade, uma parelha de F-84 saía de Luanda até Cabinda, em voo, dito de soberania. Isto é, íamos diretos à cidade de Cabinda e a partir daí bordejávamos a fronteira da RD do Congo, Maiombe, etc., sobrevoando os aquartelamentos das nossas tropas nos locais mais recônditos.
Tentávamos mostrar-lhes que os não esquecíamos.
Para melhor vincarmos a nossa atitude, levávamos no compartimento dos freios de picada, rolos (amarrados) de jornais e revistas que conseguíamos obter e, ao sobrevoar os aquartelamentos, abríamos os freios e os jornais saíam.
Como voávamos em parelha, cada avião largava em aquartelamentos diferentes.
Sabíamos o quanto esta atitude era apreciada.
“Saltar” de pára-quedas
Nunca saltei mas estava preparado para o fazer. Houve uma vez que foi por pouco. É uma longa história que contarei ao falar no F-86F.
Só para abrir o apetite, se se seguissem as normas, um certo dia teríamos tido 4 (quatro) ejeções mas, como portugueses de gema, resolvemos o problema e aterrámos os quatro. Conto esta história noutro Capítulo.
Uma cadeira de ejeção do F-84G, onde nos sentávamos, colocávamos os cintos e executávamos o procedimento de ejeção.
Ao premirmos o gatilho subíamos uma calha em rampa aí com cerca de 5 metros.
O ignidor era um cartucho igual ao da cadeira "a sério". Ficámos a saber com o que contávamos.
sábado, 12 de janeiro de 2013
F-84 EM ANGOLA I (M828 -13PM/2013)
sábado, 12 de janeiro de 2013 às 09:04
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Na foto podem ver-se os F-84 com depósitos ditos pylon |
Não falarei das missões por não me parecer apropriado mas, há duas histórias que quero contar.
1ª - Viagem a Teixeira de Sousa
Pouco depois de chegarmos a Luanda, no Dia de Natal de 1966, estávamos de Alerta eu e o outro piloto que tinha chegado há pouco tempo.
Como não tínhamos família connosco, ficámos de serviço nessa noite.
Contudo, essa mesma noite, houve um ataque a Teixeira de Sousa, na fronteira Leste de Angola. Num local até aí calmo aparece esta provocação.
Reação: enviar uma parelha de F-84 para patrulhar a zona e mostrar força e capacidade de intervenção...
Claro que fomos nós, os pilotos de Alerta, nomeados para a missão. De referir que nunca tínhamos ido ao Leste, que desconhecíamos totalmente.
Enquanto colocavam depósitos suplementares pylons (a viagem era longa) tentei obter cartas aeronáuticas para preparar a viagem, porque os F-84G estavam confinados no seu dia a dia, a atuar no Norte de Angola, pelo que, só tínhamos as cartas dessa área. A Região Aérea forneceu as outras necessárias.
Após o planeada a missão, descolámos a seguir ao almoço.
O percurso seria: voar em altitude, descer e sobrevoar Henrique Carvalho (Base da Força Aérea) na Lunda, daí continuarmos até Teixeira de Sousa, sobrevoar e aterrar em H. Carvalho.
Fizemos a viagem a 20.000 pés, por cima de nuvens e, de acordo com os nossos cálculos, iniciámos a descida, cerca 20 milhas antes. Devido à distância (julgávamos nós) e à baixa qualidade das ajudas rádio, ainda não se sintonizava o radiofarol HC nem se conseguia falar com a Torre.
Saímos das nuvens cerca de 2000 pés acima do terreno e, surpresa: quando devíamos estar a ver a Base – nada. Chamámos – sem resposta.
Estávamos praticamente perdidos mas com combustível. Avistámos uma picada e pouco depois uma povoação que, felizmente, como era costume em Angola, tinha o nome escrito no telhado. Esta povoação estava no mapa, mas a cerca de 50 milhas antes de H. Carvalho. Era esquisito mas nada se poderia fazer nessa altura. Seguimos a picada e… H. Carvalho.
Falámos com a Torre e estavam surpreendidos – não tinham sido avisados da nossa chegada e tinham o radiofarol desligado – era Dia de Natal e não tinham movimento.
Expliquei-lhes a nossa missão pedindo que colocassem os candeeiros de iluminação na pista pois aterraríamos já de noite.
Sobrevoámos o aeródromo e fomos para Teixeira de Sousa onde demos duas ou três voltas para nos mostrarmos ao inimigo e, ao mesmo tempo, animar as nossas “hostes”. Estava a anoitecer.
Começámos o regresso e já perto de HC e às escuras, verifico que não tenho receção do radiofarol. Incrível! Chamo a Torre e respondem-me, alguém tinha desligado a rádio ajuda.
Enquanto iam ligar o equipamento, continuamos o voo e passados alguns minutos apercebo-me da claridade dos potes utilizados na iluminação, acabando por aterrar em segurança mas já “apertados” em termos de combustível – daria para cerca de 10 minutos.
Tempo de voo total 2:55 h.
O problema da Torre deveu-se à mudança de turno, rotina, ser domingo e Natal ninguém ter sido avisado do voo extraordinário.
Após mais dois voos de soberania na área, regressámos a Luanda no dia 29, tendo corrido tudo normalmente.
Juntei as cartas, refiz os cálculos mas os resultados mantiveram-se. Até que reparei que o erro correspondia a ± 60 milhas náuticas. “Acendeu-se uma luz” - correspondia a 1 grau nos paralelos.
Conclusão, as cartas fornecidas não se justapunham - faltava exactamente uma faixa de 60 milhas náuticas de terreno.
Mais um erro em que me sinto também culpado mas não esperado.
sábado, 5 de janeiro de 2013
NORATLAS - CASOS E CURIOSIDADES (M819 -06PM/2013)
sábado, 5 de janeiro de 2013 às 14:52
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Nord 2502A Noratlas (6403) do Museu do Ar |
Da minha experiência, (efectuei 3742:45 horas) posso afirmar ter sido um avião extraordinariamente robusto e “alérgico” a avarias graves.
Uma ou outra anomalia mas, comigo, nada de especialmente grave, exceto a que de seguida vou relatar, por inédita e inesperada.
Missões “ferry” (transporte do próprio avião) e avaria
Em Outubro de 1975, a pouco mais de um mês antes do Dia da Independência de Angola, levanta-se um problema para fazer recolher à metrópole os dois aviões Nord ainda ao serviço na B.A.9 – já não havia “kits” de depósitos para “ferry”.
Solução: pedir autorização aos americanos para utilizar as suas instalações na Libéria – Robertsfield (actual Monrovia). Essa autorização foi conseguida mas, não havia dinheiro em moeda estrangeira disponível em Angola para as viagens. Para resolver o problema, eu mesmo, sou enviado a Lisboa para que a Força Aérea me fornecesse duas coisas essenciais para as viagens: libras (não havia dólares) e dois cartões de duas empresas gasolineiras para “pagar” os reabastecimentos. Fui num dia e regressei no outro.
Acabei por ser eu a trazer os dois Nord ainda em Angola: o 6401 e 6415.
Saí, com o 6401, de Luanda a 18 de Outubro para S. Tomé. A 19, de madrugada rumámos a Robertsfield onde aterrámos, reabastecemos e, logo de seguida, partida para o Sal (Cabo Verde).
Nesse dia fizemos 11:25 horas de voo.
No percurso, Libéria/Sal, voávamos um pouco antes de "abeam” (a 90º) de Dakar, a 9000 pés, dentro de uma bruma terrível (poeiras do Saará) que nos obrigava a voar em instrumentos (não tínhamos referências para voar à vista).
Fazia o meu turno de pilotagem (piloto automático estava fora de serviço – há já muito tempo deixara de trabalhar) quando o outro piloto se vira para mim e apontando para o "gyro" (indicador de direcção) pergunta: "Para onde vais?"
Surpreendido, pois o meu horizonte artificial indicava-me as asas niveladas, reparo no gyro a rodar, a bússola a rodar e o pau e bola inclinado. Conclusão: o meu horizonte artificial “pifou”! Entreguei-lhe o comando para pilotar com os instrumentos do lado dele.
Assim se fez, corrigiu-se o rumo e seguiu-se em frente. Pelo meu lado bloqueei o meu "horizonte" e recriminei-me por me ter distraído e não ter feito cross-check (verificação dos outros instrumentos) mais vezes.
Sendo seguidor dum velho ditado que “um mal nunca vem só” fiquei com os sentidos bem despertos e desconfiando do resto.
Passados cerca de 10 minutos, repete-se a cena.
O avião recomeçou a rodar.
Pela primeira vez na minha vida de piloto, fui obrigado a voar a sério e por necessidade com "pau e bola" (instrumento rudimentar mas seguro) durante cerca de meia hora, até ficar com visibilidade para voo visual normal.
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Cabine do Noratlas 6403 do Museu do Ar - o "pau e bola" imediatamente abaixo da barra vermelha do lado esquerdo |
Nos reports que tínhamos da Segurança de Voo, não se conhecia um caso duma anomalia desta ordem, ou seja, duas falhas quase em simultâneo com sistemas diferentes.
Inesperado, mas sucedeu.
Continuámos a viagem para Alverca via Canárias, só com um equipamento.
Como era um voo de “ferry” aceitava-se voar com aquela limitação.
Também fiz a minha “perninha” em C-54: num regresso de França, com mau tempo perguntaram-me se queria pilotar. Aproveitei de imediato. Foram 3:20 horas de “sacudidelas”, mas feliz pela experiência.
Também cheguei a "apreciar" ainda o Oxford, o DC-6 e o P2V-5, além do Boeing 707.

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