Mostrar mensagens com a etiqueta Monte Real. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Monte Real. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 19 de junho de 2025

F-16 DE ALERTA DA FAP ACOMPANHAM AVIÃO COM AMEAÇA DE BOMBA

F-16M do Alerta de Reação Rápida com mísseis reais

A Força Aérea Portuguesa (FAP) ativou esta manhã, pelas 9h00, a sua parelha de alerta de F-16M, na sequência de um alerta de potencial ameaça de bomba a bordo de uma aeronave civil que sobrevoava o espaço aéreo nacional. A tripulação do avião civil, confrontada com a gravidade do cenário, expressou inicialmente a intenção de desviar a rota para o Aeroporto de Faro.

Em resposta, foram acionadas duas aeronaves F-16M em prontidão permanente (Alerta de Reação Rápida - QRA), descolando da Base Aérea N.º 5, em Monte Real. A sua missão: assegurar a integridade do espaço aéreo português, acompanhar a aeronave civil e garantir a articulação com as autoridades de tráfego aéreo.

Durante o acompanhamento, a tripulação do voo comercial optou por retomar o itinerário original, prosseguindo até ao destino final fora de território nacional. Com a saída da aeronave da região de informação de voo (FIR) portuguesa, a responsabilidade da operação transitou para as autoridades espanholas. Os F-16M portugueses procederam então ao “handover” da missão, regressando de seguida a Monte Real

A Força Aérea reafirmou, em comunicado, o seu compromisso com a defesa da soberania nacional e a segurança da aviação civil, sublinhando que mantém em permanência uma parelha de alerta com capacidade de resposta imediata, em estreita articulação com as normas e recomendações nacionais e internacionais aplicáveis.



sábado, 17 de setembro de 2022

F-16 DINAMARQUÊS EM MONTE REAL PARA BASE ABERTA [M2341 - 56/2022]




Tal como previsto no programa do dia de Base Aberta de 2022, em Monte Real, o F-16 Solo Display RDAF (Dinamarca) irá realizar demonstração de performance na Base Aérea nº 5 (BA5) amanhã, 18 de Setembro.

Por essa razão, chegou ontem à tarde BA5, o F-16AM n/c E-191, ostentando a vistosa pintura comemorativa dos 800 anos da bandeira daquele país escandinavo, que se espera seja a aeronave a realizar a exibição. 

Em parelha com o E-191, deslocou-se a Portugal igualmente o F-16BM n/c ET-198 carregando o que parecem ser dois travel pods sob as asas, eventualmente com logística para o evento. A segunda aeronave costuma normalmente servir como spare para o caso da principal ter algum problema de última hora que impeça a exibição. No caso, contudo, a configuração com dois depósitos externos exigirá que estes sejam removidos, tal como os travel pods, para poder realizar as manobras previstas no mesmo nível de performance de uma aeronave "limpa".


De resto, a BA5 partilhou também duas fotos na rede social Facebook, que anunciam surpresas adicionais para o dia de amanhã, sendo possível distinguir um F-16 na primeira e um F-86F na segunda.

F-86F      Foto via Facebook BA5

F-16      Foto via Facebook BA5



quinta-feira, 19 de novembro de 2020

SUPER TUCANO EM ALCOCHETE [M2205 - 123/2020]

A-29 Super Tucano de demonstração da Embraer          Imagem de arquivo
 

No seguimento das notícias nas redes sociais que deram conta de um A-29 Super Tucano da Embraer ter chegado recentemente à Base Aérea nº5 em Monte Real, a mesma aeronave de treino e ataque leve foi captada ontem 18 de Novembro de 2020,  pelo software de radar virtual ADSB Exchange.



A rota do A-29 Super Tucano de matrícula PT-ZTU registada, revela uma ida ao Campo de Tiro de Alcochete, pelo que se depreende que tenha estado a utilizar armamento.

Esta não é aliás a primeira vez que o A-29 foi notado em bases portuguesas, tendo estado por cá em 2016 e há sensivelmente um ano atrás na Base Aérea nº 11 em Beja.

É publicamente sabido que o A-29 Super Tucano é uma das aeronaves em avaliação para colmatar as necessidades de instrução avançada de pilotagem da Força Aérea Portuguesa, que desde a retirada de serviço da frota Alpha Jet, tem estado a ser realizada nos EUA.

Já em 2015 e 2016 um piloto instrutor e um piloto aluno da Força Aérea Portuguesa estiveram no Brasil, integrados no Esquadrão Joker que opera o A-29 Super Tucano na Base Aérea de Natal, tendo frequentado os cursos "Programa de Qualificação Operacional e de Instrutor em A-29" e  "Curso de Especialização Operacional em Aviões de Caça", respetivamente.

Em 2019, o ministro da Defesa João Gomes Cravinho em visita às instalações da Embraer no Brasil, no âmbito da aquisição do KC-390 Millennium para a FAP, confirmou que o Super Tucano é uma das aeronaves que está a ser analisada com "parceiros privados", para a formação de uma escola internacional de pilotos em Beja. Acrescentou no entanto na altura, que serão os parceiros privados a decidir o investimento.

Não há para já comentários oficiais acerca desta atividade do A-29 Super Tucano no nosso país, mas tudo parece indicar que a mesma estará relacionada com a avaliação de capacidades e adequação aos interesses nacionais.

Existem mais de 220 A-29 Super Tucano a voar atualmente, espalhados por 14 países.



quinta-feira, 22 de outubro de 2020

OGMA ENTREGA MAIS UM F-16 PARA A ROMÉNIA [M2194 - 112/2020]

Descolagem do 15122 em Alverca rumo a Monte Real    Foto: OGMA

A OGMA entregou à Força Aérea Portuguesa (FAP) na passada segunda-feira 19 de Outubro de 2020, mais uma célula de F-16 MLU destinada à Roménia, após cumprir manutenção e receber o esquema de pintura da Forțele Aeriene Române.

A célula com número de cauda 15122 da FAP (ex-USAF 82-0918) integrará com o 15141, tal como  noticiámos anteriormente, a segunda remessa pertencente ao segundo contrato de alienação de F-16, com destino ao país dos Cárpatos, onde lhe serão atribuídos os números de cauda 1613 e 1617, respetivamente.

Os dois caças deverão seguir para a Roménia em finais de Outubro ou princípios de Novembro de 2020. Ficará apenas a faltar a fornecer mais um F-16 (n/c FAP 15134), a entregar já em 2021, para completar os cinco previstos neste contrato

Após a alienação destes cinco caças, a Força Aérea Portuguesa irá receber três células de F-16 adicionais (n/c 15145 a 15147), modernizadas na OGMA para o padrão MLU, de modo a levar o número final da frota portuguesa para 28 unidades (24 monolugar e 4 bilugar).



quinta-feira, 15 de outubro de 2020

OGMA ENTREGA MAIS UM F-16 DESTINADO À ROMÉNIA [M2191 - 109/2020]

O  F-16 n/c 15141 pertence ao segundo lote vendido por Portugal à Roménia    Foto: OGMA

A OGMA anunciou através da rede social Twitter a entrega à Força Aérea Portuguesa no passado dia 8 de Outubro de 2020, de mais um F-16 destinado à Roménia.

De facto, após ter sido submetida a manutenção, para a colocar de acordo com os standards contratuais e receber o esquema de camuflagem da Força Aérea Romena, a célula com registo FAP 15141 (ex-USAF 82-0975) foi captada pelo programa de radar virtual ADSB Exchange com o callsign "VLAD50", no trajecto entre as instalações da OGMA em Alverca e a Base Aérea Nº5, em Monte Real.

Screenshot do programa ADSB Exchange via LP-ADSB



A Roménia adquiriu um segundo lote de F-16 da Força Aérea Portuguesa compreendendo cinco células monolugares, duas das quais foram já entregues em Agosto do corrente. O 15141 (que deverá receber a matrícula 1617 na FA Romena) fará parte da segunda remessa juntamente com o 15122, a entregar à Roménia no final de Outubro ou início de Novembro de 2020, segundo informação prestada pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho. O último do lote (FAP n/c 15134) será entregue já em 2021.

Dos cinco caças da FAP agora vendidos, três serão repostos por células ex-USAF a modernizar igualmente na OGMA, levando o número final da frota portuguesa para 28 (24 monolugar e quatro bilugar).




sábado, 13 de junho de 2020

Esquadrilla 6 na BA5 [M2153 - 71/2020]




Trago hoje aos caríssimos leitores Pássaro-Ferrosianos mais um apontamento fotográfico, desta feita de um conjunto de aparelhos da Armada Española que tive oportunidade de fotografar em Monte Real (BA5), nos finais de Setembro de 2004.

Tratam-se de quatro Hughes H.369HM(ASW) da Escuadrilla 6, em voo de treino “cross country”.  Eram eles os HS.15-5/01-605 ,  HS.13-7/01-607 , HS.13-9/01-609 , HS.13-12/01-612.

Por hoje é só, despeço-me com amizade, até ao próximo programa

Rui “A-7” Ferreira
Entusiasta de aviação


















quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

PARLAMENTO ROMENO APROVA COMPRA DE MAIS F-16 PORTUGUESES [M2080 – 67/2019]

F-16 do primeiro lote vendido por Portugal à Roménia

A Câmara dos Deputados, órgão de decisão do Parlamento, aprovou esta quarta-feira o Projecto de Lei para a compra a Portugal de mais cinco caças F-16, na mesma configuração das 12 já adquiridas, de modo a finalmente ter uma Esquadra de Voo operacional completa.
A compra das aeronaves havia sido já aprovada no final de Novembro do corrente ano de 2019, pelo Conselho Supremo de Defesa da Roménia, tendo o Governo local ratificado o Projecto de Lei respectivo.

Segundo a imprensa romena, o valor do negócio para a aquisição dos cinco F-16  é de 333,2M EUR  dos quais 154,7M são relativos ao contrato com o Governo da República Portuguesa e 178,5M referentes ao contrato com os EUA.  Os valores finais contudo, só serão conhecidos exactamente após a conclusão das negociações para a finalização do pacote de bens e serviços.
Recordamos que em Agosto passado, o Executivo português aprovou gastos com a alienação das cinco aeronaves no valor de 130M EUR, tal como o Pássaro de Ferro oportunamente noticiou.

Segundo o chefe de Gabinete do Primeiro Ministro, Ionel Dancă, quatro células de F-16 serão adquiridas em 2020, ficando a última para 2021, estando os valores necessários reservados no projecto de orçamento para o próximo ano.

Os aviões deste segundo lote vendido por Portugal à Roménia, terão - como referido - a mesma configuração dos 12 já entregues em 2016 e 2017, a OFP M5.2. O pacote de bens e serviços prevê no entanto que os 17 F-16MLU (14 monolugares e 3 bilugares) sejam elevados à versão M6.X, podendo incluir a participação da indústria de Defesa romena.

A Força Aérea Portuguesa está previsto ficar com uma frota de 28 F-16MLU - 24 monolugares e 4 bilugares, sendo para tal necessária a modificação na OGMA de três células adicionais para o padrão MLU, entretanto já requisitadas aos EUA.






quinta-feira, 22 de agosto de 2019

VENDA DE F-16 À ROMÉNIA - GOVERNO PORTUGUÊS AUTORIZA GASTOS [M2054 - 41/2019]

F-16 do primeiro lote vendido à Roménia, ainda em Monte Real antes da entrega

Segundo se pode ler no comunicado do Conselho de Ministros português de hoje, 22 de Agosto de 2019, o Governo aprovou uma verba de 130M EUR, para gastos relacionados com a alienação de cinco caças F-16 à Roménia:

"Foi aprovada a resolução que autoriza a realização, pela Força Aérea, da despesa destinada a suportar os encargos decorrentes do contrato a celebrar com a Roménia relativo à alienação de cinco aeronaves F-16.

De forma a não afetar a capacidade operacional da Força Aérea portuguesa, a despesa necessária à concretização da alienação, cujo custo global está estimado em 130 milhões de euros, será integralmente suportada pelas receitas que resultam do contrato a celebrar com a Roménia, o qual permitirá reforçar a cooperação entre os dois países, possibilitando a partilha de custos, a rentabilização das competências técnicas e o incremento da capacidade operacional da Força Aérea Portuguesa."

Estas despesas contemplam, além dos trabalhos para colocar operacionais as cinco aeronaves a alienar, de acordo com os standards previstos em contrato com a Roménia, a transformação de três células F-16 Bloco 15 para o Bloco 20 (MLU) de modo a manter 28 F-16 na frota da Força Aérea Portuguesa.

Os proveitos com a venda (valor final do contrato ainda não foi revelado), serão encaminhados para o programa de manutenção e actualização da totalidade da frota F-16 portuguesa, uma vez que as verbas inscritas na Lei de Programação Militar são insuficientes.

Já as cinco células a vender à Roménia, juntar-se-ão às 12 em actividade no país dos Cárpatos, igualmente provenientes da Força Aérea Portuguesa.




terça-feira, 31 de março de 2015

EPSILON TB-30 DA FAP EXECUTA ATERRAGEM FORÇADA (M1812 - 16AL/2015)



"Uma aeronave da Força Aérea Portuguesa EPSILON-TB30 efetuou uma aterragem forçada na área de Monte Real. Ambos os tripulantes não sofreram qualquer tipo de ferimentos", afirmou o coronel Rui Roque, porta-voz da Força Aérea.
Segundo Rui Roque, "trata-se de uma aeronave de instrução que estava a efetuar um voo de instrução", apontando, para já, a possibilidade de na origem da aterragem forçada estar uma "falha mecânica", mas ressalvando que a Força Aérea está a investigar.
A aeronave está sediada na base aérea n.º 1, em Sintra.


O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria adiantou que o alerta para a ocorrência chegou às autoridades às 16.23 horas, tendo acorrido ao local quatro viaturas, apoiados por sete operacionais, dos Bombeiros Municipais de Leiria e Voluntários de Leiria, e GNR.
À agência Lusa, o comandante operacional municipal de Leiria, Artur Figueiredo, explicou que a aeronave militar caiu num terreno agrícola, nos campos do Lis, junto ao açude da Carreira.
"Não há vítimas, os pilotos estão bem e a aeronave tem danos que não aparentam ser significativos", declarou Artur Figueiredo.

Texto: JN
Fotos: Paulo Cunha/Lusa

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

F-16 INTERCETAM AERONAVES INTRUSAS (M1114 - 233PM/2013)

Parelha de F-16 descola em Monte Real

A parelha de alerta de F-16 (Quick Reaction Alert) intercetou na manhã de hoje duas aeronaves ligeiras que entraram em espaço aéreo nacional através da zona de Mértola, vindas de Espanha, sem a devida autorização. Após estabelecer contacto visual e rádio, as aeronaves foram escoltadas e forçadas a aterrar no aeródromo de Lagos, onde eram aguardadas no solo pelas forças de segurança.
Pode ler-se em comunicado da Força Aérea sobre a ocorrência:

"No âmbito do trabalho diário da vigilância e controlo do espaço aéreo nacional foram identificadas duas aeronaves provenientes de Espanha, que entraram no espaço aéreo nacional, na zona de Mértola, cerca das 10h45, sem autorização dos serviços competentes", lê-se num comunicado da Força Aérea.
"De imediato, a Força Aérea empenhou uma parelha de caças F-16, de alerta na BA5, que intercetou os infratores. Em coordenação com as forças de segurança, os caças acompanharam as movimentações das aeronaves suspeitas, mantendo sempre o controlo sobre as mesmas e aplicando os procedimentos definidos para estas situações", 
A missão foi realizada por solicitação da Autoridade Aeronáutica Nacional.

Ainda segundo informação prestada pela Força Aérea, as duas aeronaves desrespeitaram as normas em vigor, não tendo efetuado os procedimentos de navegação, identificação e comunicação obrigatórios.
A  aterragem das aeronaves intrusas deu-se  pelas 12h05, no aeródromo de Lagos.







sábado, 16 de fevereiro de 2013

EU E O FIAT G.91 (M879 - 55PM/2012)

O então Ten Fernando Moutinho num G.91 com as cores alemãs em Leipheim em 1965     Foto:Coleção F.Moutinho

Em novembro de 1965 foi enviado para Leipheim (Alemanha), um grupo de pilotos e de técnicos com o objetivo de receberem treino de adaptação ao Fiat G.91. 
Antes de chegarmos ao destino estivemos dois dias em Colónia e daí seguimos num Nord Noratlas da Luftwaffe para Leipheim.

O grupo era constituído pelos seguintes pilotos:
Maj. Orlando Gomes do Amaral (Chefe da Missão)*
Maj. Armando dos Santos Moreira,
Ten. Fernando de Sousa Moutinho **
Ten. Egídio Avelino Lopes
Ten. José Lopo Tuna
Alf. José Fernandes Nico
SAj. M. Cardoso
SAj. Godinho
1Sar. Guerra
 
Os primeiros Fiat G.91, versão R/4 (monolugares), chegaram a Portugal em Dezembro de 1965 e entraram ao serviço na Base Aérea nº 5 (BA5), em Monte Real.
A ida para a Alemanha foi uma operação quase clandestina. Nessa época Portugal era recriminado internacionalmente pela sua política ultramarina, havendo um boicote à venda de material bélico ao nosso País.
A Alemanha contudo, assumiu a entrega de alguns G.91 que tinha em excedente. Poderá ser especulação e não passar de coincidência, mas de facto, em termos oficiais, não possuo documentos comprovativos (excetuando algumas fotos) da minha ida à Alemanha. O único registo que possuo é pessoal, onde se refere que efetuei cinco voos em parte de novembro e parte de dezembro de 1965. Durante essas semanas, após uma aprendizagem no solo, efetuámos alguns voos de adaptação ao avião e ao seu equipamento. Como éramos todos pilotos experientes não necessitávamos de aprender a pilotar, mas sim aprender a trabalhar com equipamento eletrónico que nos era totalmente desconhecido, em especial o PHI.
O G.91 foi pensado para um campo de batalha restrito e com poucas necessidades de apoio terrestre, excetuando o combustível e o armamento. Tinha um sistema de arranque pirotécnico e não dependia de ajuda exterior para a sua condução e orientação. Aí entrava o PHI, que acoplado a um sistema de efeito Doppler, era extremamente preciso. Se num dos comandos da caixa do PHI introduzíssemos dados sobre uma ponte por exemplo, era certo e sabido que bastava carregarmos no botão certo da caixa e de imediato aparecia a informação da rota e distância ao objectivo. Ao chegar ao ponto zero, lá estaria a ponte.
O PHI (Position Home Indicator) indicava sempre a distância e direção para uma determinado objetivo. O equipamento com que trabalhámos tinha cinco posições. A primeira continha os dados que referenciavam a Base, e as restantes, posições para objetivos pré-estabelecidos. 
O primeiro piloto português a voar um G.91 monolugar, fui eu. E aconteceu por mero acaso:  o Cor. Amaral estava na posição de espera junto à pista, quando teve de regressar ao estacionamento por um problema, julgo nos cintos, o que levou a que, estando eu também em espera, acabasse por descolar em primeiro lugar. Já  o primeiro voo absoluto de um português em G.91 (era um bilugar) foi o Cor Amaral. Eu segui-o de imediato mas já em segundo lugar.
Continuei a voar o G.91 em Monte Real e mais tarde, nas antigas OGMA, ainda fiz mais alguns voos, totalizando 34:50 horas. 
Na Alemanha acabaria por totalizar seis voos, perfazendo 08:40h. Na BA5, precisamente a 26 de Abril de 1966, efetuei o primeiro voo no 5412 e até fins de Julho desse ano fiz mais alguns voos, basicamente de transporte entre Alverca e a BA5 (Monte Real), num total de 14:45h. 
De seguida fui para Angola.
Alguns anos depois, seria colocado nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA) nos voos de experiência, onde durante os anos de 1973 e 1974 cumpri mais 11:25h  no Fiat.
Como se pode ver, não voei muito no avião, mas foi no entanto o suficiente para o reconhecer como um avião seguro, embora algo limitado, de acordo com as especificações para que foi construído: um avião para um teatro de operações que não ficasse dependente de infraestruturas do solo.
Além dos já referidos sistema de arranque pirotécnico e sistema de navegação não dependente de ajudas exteriores, tinha ainda boa capacidade para atuação em pistas rudimentares e curtas, características muito apreciadas nos teatros de operação de África, para os quais foi adquirido.
O meu último voo seria efetuado a 18 de Setembro de 1974, no avião com a matrícula 5434, com a duração de 01:30h. 
Não sabia que era o último voo. 
Gostaria de me ter despedido melhor.

Uma curiosidade - Escoltado por F-104

Em Dezembro de 1965, ainda quando estava na adaptação ao G.91 na Alemanha, ao efetuar um voo de navegação baixa, sou surpreendido pelo aparecimento de dois F-104G que nos escoltaram (éramos uma parelha) durante algum tempo.
Lindos!

Texto: Cap (Ref) Fernando Moutinho 

* Primeiro Piloto a voar no Fiat G-91 bilugar
** Primeiro piloto a voar no Fiat G-91 monolugar


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

ACIDENTE COM F-16 DA FORÇA AÉREA (M846 -28PM/2012)

F-16BM da Força Aérea                                                     Imagem de arquivo
Segundo o canal de televisão TVI24, o F-16BM (versão bilugar) com número de cauda 15119 da Força Aérea, sofreu na tarde de hoje 23 de janeiro de 2013, um acidente ao aterrar na base aérea de Monte Real, de regresso de uma missão.
O acidente terá sido causado pela cedência parcial do trem de aterragem principal do aparelho, havendo apenas a lamentar danos materiais e felizmente nenhumas consequências para a tripulação do aparelho.

As circunstâncias que levaram ao ocorrido serão investigadas, tal como o nível de estragos na aeronave, aparentemente centrado no trem de aterragem e no depósito de combustível externo central, mas que poderão ser mais extensos.



terça-feira, 4 de dezembro de 2012

CONSIDERAÇÕES SOBRE UMA INTERCEÇÃO AÉREA (M784 - PM135/2012)

Os "olhos" do  Litening TGP bem em evidência do lado da entrada de ar

Sobre a interceção de uma aeronave não identificada no espaço aéreo nacional, na madrugada do passado dia 2 de dezembro, muito já se escreveu e opinou.
Agora que começa a baixar a poeira sobre o assunto, vários pontos convém clarificar ou até realçar, a bem da honestidade intelectual e cívica:

1- O sistema de alerta da Força Aérea funcionou segundo os parâmetros definidos: Dado o alerta às 6:06 horas, descolaram os F-16 em Monte Real às 6:18, portanto 12 minutos depois, ou seja, dentro dos 15 minutos de prontidão definidos. Às 6:35 já os pilotos de F-16 tinham contacto visual com a aeronave na zona de Elvas.

2- A aeronave desconhecida foi realmente intercetada pelos F-16 e registados os seus dados nos sensores óticos (Litening TGP) dos F-16.

3- Foi avaliado o nível de risco da aeronave para o país, que não constituindo perigo iminente não justificava ações por parte dos F-16 no sentido de abater a mesma, decisão que não pode naturalmente ser tomada de ânimo leve, nem sem uma razão objetiva muito forte. Ameaça concreta para as populações por parte da aeronave não existiu. O que sucedeu e foi possível verificar, foi um procedimento irregular por parte de uma aeronave, que não justificou medidas mais drásticas.

4- Para obrigar a aeronave a aterrar, conforme já aconteceu em situações anteriores, seria necessária uma pista e condições adequadas para a dita aeronave aterrar em segurança, o que não acontece na quase totalidade da zona sobrevoada (zona fronteiriça entre Elvas e Sabugal, aproximadamente)

5- A informação acerca da zona provável de aterragem foi fornecida às autoridades em terra, responsáveis pelo seguimento da operação no terreno. Os F-16 perderam o contacto com o avião desconhecido, devido à grande diferença de velocidades e teto mínimo de operação entre os dois tipos de aeronave, que impedia os F-16 de voar em formação constante com o avião ligeiro. Os F-16 mantiveram-se ainda no local durante mais algum tempo, de modo a prosseguir com a perseguição caso a aeronave retomasse o voo, o que não veio a suceder. Uma aeronave do tipo e dimensão em questão é extremamente fácil de aterrar e esconder em pouco tempo, sendo que, a tratar-se efetivamente de tráfico de droga, teria com certeza ajudas no terreno.

6- Em qualquer outro país da NATO em iguais condições, teria sido exatamente o mesmo o procedimento, consequentemente com os mesmos resultados (o sistema de defesa aérea espanhol por exemplo, teve exatamente o mesmo procedimento e desfecho). O treino dos pilotos nacionais está de acordo com o que é o standard NATO e as aeronaves (F-16) estão ao nível do que de mais atual existe na Europa. Os procedimentos tomados foram os adequados à situação e à gravidade da mesma.

7- Do mesmo modo que é impossível impedir o tráfico de droga no terreno em muitos sítios do país, onde é impossível ter "um polícia em cada esquina", também os meios para fazer face a procedimentos aéreos deste tipo são limitados e têm limitações, sendo algumas técnicas e outras de ordem financeira, como a relação custo/benefício.

8- Caso este tipo de procedimento se torne recorrente, aí sim, será eventualmente necessário ao Estado Português avaliar a aquisição e operação de meios especializados para fazer face a este tipo de situações.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

CHECK FLIGHT DAY! (M767 - PM121/2012)



O último dos F-16 do programa Peace Atlantis I a ser transformado para o padrão MLU, efetuou hoje o Functional Check Flight ou Voo de Experiência, com vista à sua aprovação para voo operacional, após as modificações efetuadas.
Pelas 11:45 horas na pista 01 de Monte Real, o 15120 sob o call sign Risky 01 descolou na atitude típica destes voos de experiência: bem cedo na pista efetua a rotação, para seguir a baixa altitude até ao final da mesma, após o que se segue uma subida na vertical até atingir os 15.000 pés.
Foi ainda possível observá-lo por duas vezes quando sobrevoou a base na fase de testes de motor entre os 25.000 e os 30.000 pés.
Passados cerca de 40 minutos deu-se o regresso à base, desta vez na pista 19, para um touch and go e depois o full stop final.
Após o 15120, restam apenas quatro células em trabalhos de upgrade: 15131, 35, 36 e 41, até se atingir a frota final de 39 aeronaves MLU.





ARTIGOS MAIS VISUALIZADOS

CRÉDITOS

Os textos publicados no Pássaro de Ferro são da autoria e responsabilidade dos seus autores/colaboradores, salvo indicação em contrário.
Só poderão ser usados mediante autorização expressa dos autores e/ou dos administradores.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Laundry Detergent Coupons
>