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terça-feira, 19 de março de 2024

CONCURSO ABERTO PARA AQUISIÇÃO DE TRÊS HELICÓPTEROS ADICIONAIS PARA O COMBATE A INCÊNDIOS PELA FORÇA AÉREA [M2478 – 23/2024]

Helicóptero Bombardeiro Médio do tipo UH-60 Black Hawk      Foto: FAP

Tal como o Pássaro de Ferro oportunamente informou, a aquisição de três Helicópteros Bombardeiros Médios (HEBM) adicionais, para o combate a incêndios rurais pela Força Aérea Portuguesa, foi aprovada por Portaria do Ministério da Defesa, a 27 de novembro de 2023.

O concurso para a sua aquisição encontra-se agora a decorrer desde 18 de março e por 30 dias, com um valor base de 22,6M EUR, a repartir pela aquisição das aeronaves, sistema de carga suspensa e balde, bem como formação para pilotos e técnicos.

A aquisição será a financiar com as verbas migradas do anterior concurso para a aquisição de quatro Helicópteros Bombardeiros Ligeiros, que ficou então sem propostas, às quais serão adicionadas as verbas remanescentes do concurso anterior para a aquisição de seis Helicópteros Bombardeiros Médios, cuja proposta vencedora com os UH-60 Black Hawk da Esquadra 551, se situou 14,8M EUR abaixo do preço base.

O Caderno de Encargos do concurso ora lançado, prevê a entrega do primeiro helicóptero até 30 de junho de 2025, com o segundo até 30 de novembro de 2025 e o terceiro e último um ano após a entrega do primeiro, ou seja, 30 de junho de 2026.

Entre múltiplos requisitos técnicos, o Caderno de Encargos estipula que "os três helicópteros HEBM devem ter entre si a mesma configuração de software e de hardware - provisões fixas" e que "estas devem permitir a instalação e operação dos equipamentos e sistemas de combate a incêndios rurais e de busca e salvamento sobre terra".

Os aparelhos poderão ser novos ou usados, devendo no segundo caso ter menos de 30 anos e até 5000 horas de voo em média, com o limite absoluto de 37 anos e 7000 horas de voo para cada uma das células. No caso dos helicópteros usados, o concurso requer ainda que "não deverão conter equipamentos e/ou componentes que não tenham uma linha de produção ativa". O ciclo de vida disponível deverá ser de 20 anos, com uma projeção de 250 horas de voo/ano.

Além das aeronaves, e de equipamento para o combate a incêndios, o concurso inclui, tal como referido, a formação de 6 pilotos e 18 mecânicos, em duas fases, até junho de 2026.

Embora do ponto de vista logístico fosse preferível que os três helicópteros objeto do presente concurso serem do mesmo modelo dos seis Black Hawk já adquiridos, tratando-se de um concurso público aberto, há sempre a possibilidade de tal não vir a acontecer, sendo as únicas limitações impostas o fabricante pertencer a um país membro da UE ou NATO.



quarta-feira, 22 de novembro de 2023

CERIMÓNIA DE RECEPÇÃO DE HELICÓPTEROS PARA COMBATE A INCÊNDIOS [M2449 – 81/2023]

O UH-60A Black Hawk n/c 29802 e o AW119 Koala n/c 29706 na cerimónia de recepção das aeronaves   Foto: FAP

A Força Aérea Portuguesa recebeu oficialmente hoje, 22 de Novembro de 2023, quatro novos helicópteros que vão estar dedicados à missão de combate as incêndios rurais.

Em cerimónia presidida pelo Primeiro-Ministro, António Costa, que decorreu durante a manhã, no Aeródromo de Manobra N.º 1 (AM1), em Ovar, foram apresentados dois helicópteros ligeiros AW119 Koala (n/c 29706 e 07) e dois de médio porte UH-60 Black Hawk (n/c 29801 e 02).

Leonardo AW119 Koala n/c 29707      Foto: FAP

Os dois Koala irão juntar-se aos cinco do mesmo modelo em operação pela Esquadra 552 - "Zangões", desde 2019, embora fiquem dedicados à missão de combate aos incêndios rurais, através da vigilância e de projeção de forças no terreno.

Sikorsky UH-60A Black Hawk n/c 29801     Foto: FAP

os UH-60 Black Hawk, destinam-se ao combate direto a incêndios e à projeção de forças no terreno, contando para isso com uma cabine que permite o transporte de até 12 passageiros e uma capacidade de carga de 2950 litros. Estes dois helicópteros são os primeiros de um total de seis, que deverão chegar até 2026 e ficarão baseados no AM1 (brevemente a redesignar Base Aérea N.º 8).  

O Gen. CEMFA João Cartaxo Alves durante o discurso     Foto: FAP

Na cerimónia de apresentação das aeronaves, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves, destacou o momento como de enorme importância para a Força Aérea e para o país por marcar "o início da construção da capacidade própria do Estado, naquele que era um desígnio nacional sufragado pelos portugueses, no domínio do combate aéreo aos incêndios rurais".

O UH-60 Black Hawk é um helicóptero utilitário bimotor de médio porte, com uma tripulação básica de dois pilotos, transportando até 12 passageiros na cabine. Tal como referido, tem capacidade de largada de 2950 litros de água, possui autonomia de voo de 2h30, um alcance de 555 km e velocidade máxima de 314 km/h.

Painel de instrumentos do UH-60A após modernização        Foto: FAP
Infografia: FAP

O AW119 Koala é um helicóptero monomotor extremamente versátil, cumprindo um leque alargado de missões, como sejam: patrulhamento e observação no apoio ao combate aos incêndios rurais, instrução básica e avançada de voo, busca e salvamento e evacuações sanitárias. Tem capacidade de transportar até sete passageiros (além do piloto), uma maca e cinco passageiros, ou ainda 1400 Kg em carga suspensa.

Painel de instrumentos do AW119 MK.II Koala     Foto: FAP

Infografia: FAP

Desde 2018 que o Estado Português transferiu para a  Força Aérea gestão dos meios próprios para o combate a incêndios. Estes quatro helicópteros são os primeiros de 11 a serem operados pela Força Aérea, nomeadamente dois AW119 Koala, seis UH-60 Black Hawk e mais três que serão objeto de concurso de aquisição a ser lançado brevemente.

Estes meios foram adquiridos com recurso a verbas maioritariamente do Plano de Recuperação e Resiliência.


quinta-feira, 17 de agosto de 2023

PRIMEIRO BLACK HAWK PORTUGUÊS JÁ VOA - actualização com vídeo [M2426 - 58/2023]

Primeiro UH-60A Black Hawk destinado a Portugal      Foto: Arista via FAP

A Força Aérea Portuguesa divulgou a primeira imagem do futuro UH-60 Black Hawk que irá equipar aquele ramo das Forças Armadas.

Adquirido pelo Estado Português através da Arista Aviation Services, através de concurso público no ano de 2022, realizou ontem, 16 de agosto de 2023, o primeiro voo, no Aeroporto Municipal de Enterprise, no Alabama.

O voo, efetuado com uma tripulação da Arista Aviation Services (AAS), teve a duração aproximada de 30 minutos e foi o primeiro após o longo e complexo processo de recondicionamento e modernização do helicóptero, permitindo verificar o bom funcionamento dos seus principais sistemas.

A Força Aérea acrescentou ainda, na notícia que acompanhou a divulgação da imagem, que outros voos de experiência se seguirão, nos quais serão testados todos os sistemas e equipamentos do helicóptero por forma a garantir a aeronavegabilidade da aeronave. Estes testes antecedem o processo de aceitação que decorrerá durante o mês de setembro.

O aparelho, com o número de cauda 29801, é o primeiro de seis helicópteros UH-60 adquiridos pela Força Aérea Portuguesa à AAS, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência, e que visam dotar o Estado Português de meios próprios para o combate aos incêndios rurais.

Já o segundo helicóptero, com o número de cauda 29802, encontra-se na fase final do processo de modificação e tem o seu primeiro voo agendado para o início de setembro.

Actualização 20/08/2023: Vídeo da Ace Aeronautics, empresa que instalou o painel de instrumentos Garmin G5000H nos Black Hawk portugueses




quarta-feira, 19 de julho de 2023

KC-390 INCORPORA CAPACIDADE DE COMBATE A INCÊNDIOS NO BRASIL [M2423 - 55/2023]

KC-390 da FAB em largada de água com o sistema MAFFS II      Foto: FAB

O Esquadrão Zeus da Força Aérea Brasileira (FAB) deu início no dia 15 de Julho de 2023, ao treino de Combate a Incêndio em Voo, com o KC-390 Millennium, que irá permitir a operacionalização deste tipo de missão com a nova aeronave.

Este treino operacional, que irá estender-se até dia 23 de Julho, irá capacitar tanto pessoal navegante, como as equipas de solo, na utilização do sistema MAFFS II, em ações de combate a incêndios florestais, incluindo largadas de água em terreno plano, lateral e em descida, simulando os diversos relevos, a uma altura aproximada de 150 pés (cerca de 50m). 

Segundo o Comandante do Esquadrão Zeus (1º Grupo de Transporte de Tropa -1ºGTT), Tenente-Coronel  Bruno Américo Pereira,  o objetivo do treino é incorporar mais uma capacidade da aeronave. “Capaz de realizar os procedimentos específicos da Ação de Força Aérea referente ao Combate a Incêndio em Voo, essa é uma missão bastante desafiadora, em virtude de ter como característica lançamentos baixos, próximo ao relevo, o que exige muito da tripulação”, relatou a FAB na notícia divulgada no sítio de internet da instituição.

Sistema de abastecimento de água no solo     Foto: FAB

O sistema MAFFS II utilizado, projeta água pela porta traseira esquerda do avião, podendo descarregar até 3.000 galões (aproximadamente 11.300 litros) de água, com ou sem retardante. Com o MAFFS II  é possível manter a aeronave pressurizada, ou seja, sem comprometer a performance do avião, sendo por isso  mais eficiente que o MAFFS de primeira geração. O sistema é modular, podendo rapidamente ser instalado e desinstalado do compartimento de carga da aeronave, requerendo apenas energia elétrica da aeronave para o seu funcionamento.

O avião multimissão KC-390 Millennium foi também adquirido pela Força Aérea Portuguesa, em contrato assinado em 2019, tendo o combate a incêndios como uma das missões descritas na lista de capacidades que levaram à sua aquisição, estando para isso previstos dois kits de combate a incêndios, segundo declarações de Gomes Cravinho, ministro da Defesa de então.




terça-feira, 30 de agosto de 2022

SEIS BLACK HAWK PARA A FORÇA AÉREA PORTUGUESA - em actualização [M2332 - 47/2022]

UH-60 Black Hawk        Foto: Arista Aviation

A Força Aérea Portuguesa deu conta em comunicado na tarde de hoje, 30 de Agosto de 2022, da aquisição de "seis helicópteros bombardeiros médios, Sikorsky UH-60 Black Hawk, através do concurso público autorizado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 27/2021, de 4 de março, com o intuito de integrar os meios próprios do Estado no combate aos incêndios rurais."

O mesmo comunicado informa ainda que o contrato para aquisição dos novos meios foi assinado no passado dia 12 de agosto, com a empresa adjudicatária Arista Aviation Services, LLC, que inclui "o fornecimento de material e ferramentas, apoio técnico de manutenção até 2026 e formação para seis pilotos e 21 mecânicos.

Os encargos previstos no contrato estão repartidos pelo fornecimento dos helicópteros UH-60A (35M EUR); formação de seis pilotos, entre os quais dois instrutores (1M EUR); formação de mecânicos (0,5M EUR) e manutenção programada (6M EUR), perfazendo um total de cerca de 43M EUR, consideravelmente abaixo dos 57,8M EUR de preço base do concurso.

Esta aquisição é financiada em cerca de 81% por fundos comunitários, através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e faz parte do plano de equipamento da Força Aérea Portuguesa com meios aéreos próprios para o combate a incêndios rurais anunciado em Março de 2021.

Além dos seis helicópteros médios agora adquiridos, está prevista a aquisição de outros seis, mas ligeiros, dos quais dois estão já encomendados. O concurso para os restantes quatro ligeiros, publicado em Dezembro de 2021, não obteve contudo propostas.

O helicóptero UH-60 Black Hawk permite o transporte de uma equipa de 12 bombeiros e respetivo equipamento, com uma autonomia, com largada de água, de cerca de 150 minutos. Possui a capacidade de transportar até 2950 litros de água por largada.

De acordo com o contrato, o modelo a fornecer pela Arista será o UH-60A e a entrega dos dois primeiros helicópteros está prevista para o 1.º trimestre de 2023, com as restantes células a chegarem até 2025.

Notícia actualizada às 11h40 de 31/08/2022



terça-feira, 5 de abril de 2022

CONCURSO PARA AQUISIÇÃO DE HELIS LIGEIROS DE COMBATE A INCÊNDIOS SEM INTERESSADOS [M2312 - 29/2022]

Helicóptero ligeiro de combate a incêndios

O concurso para aquisição de quatro helicópteros ligeiros de combate a incêndios para operação pela Força Aérea Portuguesa (FAP), terá ficado sem qualquer proposta, segundo noticia o jornal online Novo Semanário, na edição de 4 de Abril de 2022.

Recorde-se que o anterior Governo anunciou em Março de 2021 o programa de aquisição de meios aéreos próprios e permanentes do Estado, prevendo a chegada de 6 helicópteros ligeiros, 6 helicópteros bombardeiros médios e 2 aviões bombardeiros anfíbios pesados, até 2026.

Relativamente aos helicópteros ligeiros em apreço, duas unidades foram já adquiridas, accionando a clausula de opção prevista no anterior contrato de aquisição de cinco AW119 Koala para a FAP. Os restantes quatro helicópteros ligeiros, foram por isso alvo de um concurso dedicado, publicado em Diário de República a 30 de Dezembro de 2021, a um preço base de 11,88M EUR.

Apesar de a 20 de Janeiro de 2022 ter sido emitida uma prorrogação do prazo para entrega de propostas, fixado então para 18 de Março, segundo avança o Novo Semanário, não terá mesmo chegado qualquer proposta até essa data, tendo o executivo acabado por informar as empresas do sector através da plataforma electrónica de compras públicas (acinGov), da revogação da decisão de contratar.

Embora não se saiba concretamente a(s) razão(ões) que terão afastado os concorrentes, a verba atribuída para a aquisição de quatro aeronaves que poderiam ter até oito anos, mas que incluía ainda equipamento de apoio e treino para pessoal navegante e de terra, terá eventualmente sido considerada exígua, já que a calendarização proposta de entrega (uma aeronave em 2023, duas em 2024 e uma última em 2025), aparentemente não constituiria obstáculo de maior.




sexta-feira, 1 de abril de 2022

FORÇA AÉREA PORTUGUESA NO LANÇAMENTO DO AVIÃO DE COMBATE A INCÊNDIOS DHC-515 [M2311 - 28/2022]

DHC-515 Firefighter      Imagem: De Havilland Canada
 A Força Aérea Portuguesa (FAP) esteve presente no lançamento do novo avião anfíbio de combate a incêndios DHC-515, a última versão do vulgarmente conhecido como "Canadair".

O lançamento foi organizado pelo fabricante De Havilland Canada, a 31 de março de 2022 e decorreu na Direção-Geral para a Proteção Civil Europeia e Operações de Ajuda Humanitária (DG-ECHO), da Comissão Europeia, em Bruxelas onde a FAP se fez representar pelo Comandante da Logística da Força Aérea, Major-General Paulo Mateus, em representação do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General João Cartaxo Alves. 

Segundo à esquerda o Gen. Paulo Mateus, na apresentação do DHC-515 em Bruxelas   Foto via FAP

Após uma extensa análise comercial e técnica, temos o prazer de anunciar que lançamos o programa De Havilland DHC-515 Firefighter, que envolverá a negociação de contratos com os nossos clientes europeus e preparar a produção ”, disse Brian Chafe, CEO da De Havilland Canada.

Os clientes europeus assinaram cartas de intenção de comprar para 22 aeronaves, que serão objecto de negociação governo a governo, através da agência contratante do governo do Canadá,  Canadian Commercial Corporation (CCC). 

A De Havilland Canada adquiriu o programa Canadair CL em 2016 e vem planeando um retorno à produção de aeronaves novas desde 2019.

Colocar o DHC-515 em produção é importante não apenas para a nossa empresa, mas para países à volta do mundo que dependem das nossas aeronaves para proteger a sua população e florestas ”, disse Chafe. A De Havilland Canada prevê as primeiras entregas do DHC-515 para meados da década de 2020.

Portugal pretende a aquisição de duas aeronaves anfíbias de combate a incêndios, com recurso a fundos europeus, de acordo com o plano de dotação de meios aéreos para o Estado, definido pela resolução do Conselho de Ministros n.° 27/2021.

Calendário de entrega de meios aéreos de combate a incêndios

Segundo este plano, a entrega dos dois anfíbios espera-se para 2026, contemplando um investimento total de cerca de 63M EUR.

Além de Portugal, no evento estiveram representantes de Espanha, França, Itália, Grécia e Croácia.



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

KAMOV TRANSFERIDOS PARA A FORÇA AÉREA [M2289 - 6/2022]

Kamov Ka-32A11BC da Proteção Civil

De acordo com o Despacho nº1705/2022, publicado hoje 10 de Fevereiro, a frota de Kamov Ka-32A11BC da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, serão integrados na Força Aérea Portuguesa:

"Despacho n.º 1705/2022

Sumário: Determina a transferência da frota de seis helicópteros pesados KAMOV KA-32A11BC da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para a Força Aérea.

A frota de helicópteros pesados KAMOV KA-32A11BC integra o dispositivo de meios aéreos próprios do Estado, nos termos da alínea b) do n.º 5 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 139/2018, de 23 de outubro.

A referida resolução do Conselho de Ministros determinou a realização de uma auditoria, a realizar pela Autoridade Nacional de Aviação Civil, pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e pela Força Aérea, sobre as condições de aeronavegabilidade das aeronaves que, por transferência, integram o dispositivo de meios aéreos próprios do Estado.

Entre 7 de junho e 2 de julho de 2021 foi efetuada a auditoria tripartida prevista na alínea c) do n.º 6 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 139/2018, de 23 de outubro, tendo aquela concluído pela viabilidade técnica e económica da recuperação de cinco das seis aeronaves da frota KAMOV KA-32A11BC.

O Governo considera que se justifica a recuperação das aeronaves em causa, as quais podem ser utilizadas no cumprimento de missões no âmbito das Forças Armadas, tanto de natureza militar ou de apoio militar a emergências civis.

Nestes termos e no cumprimento do determinado no n.º 6 da Resolução do Conselho de Ministros n.º 139/2018, de 23 de outubro, importa efetivar a transferência da frota de helicópteros pesados KAMOV KA-32A11BC para a Defesa Nacional, prevendo-se a sua utilização ambivalente.

Assim, o Ministro da Defesa Nacional e a Ministra da Administração Interna determinam o seguinte:

1 - A frota de seis helicópteros pesados KAMOV KA-32A11BC propriedade do Estado é transferida da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para a Força Aérea, nos termos da Resolução do Conselho de Ministros n.º 139/2018, de 23 de outubro.

2 - Compete à Defesa Nacional proceder à reposição das condições de aeronavegabilidade das aeronaves com vista à sua recuperação e utilização nas Forças Armadas.

3 - O presente despacho produz efeitos a partir da data da sua assinatura."


Tal como é do conhecimento público, a referida frota está imobilizada desde 2018 por motivos de manutenção e acidentes ocorridos, tendo sido entretanto contratados helicópteros do mesmo tipo para colmatar a sua necessidade no âmbito do DECIR.

Depois de um longo processo de disputas entre o Estado e as empresas envolvidas na operação e manutenção da frota Kamov ex-EMA, competirá agora à Defesa a "reposição das condições de aeronavegabilidade das aeronaves com vista à sua recuperação e utilização nas Forças Armadas", tal como se pode ler no ponto 2 do documento.



sexta-feira, 23 de abril de 2021

MAIS DOIS AW119 KOALA PARA A FORÇA AÉREA PORTUGUESA [M2252 - 40/2021]

Leonardo AW119 Koala da Esquadra 552 da FAP

Integrados no pacote de aquisição de meios aéreos para o combate a incêndios florestais, anunciado pelo Governo em Março pretérito, pode ler-se na resolução de Conselho de Ministros nº27/2021, publicada em Diário de República a 22 de Março, a "aquisição de dois helicópteros AW119MKII, ao abrigo do direito de opção nos termos do atual contrato."

Estes dois Koala, cuja opção estava prevista no contrato assinado em 2017, para a aquisição dos cinco helicópteros do mesmo modelo, já a serem operados pela Esquadra 552, são portanto parte do pacote de seis helicópteros ligeiros, anunciados para o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para o período de 2023 a 2026.

No mesmo documento é possível ainda aferir que os custos totais com a aquisição de seis helicópteros ligeiros (nos quais se inserem portanto os dois Koala) e seis pesados, tem atribuída uma verba máxima de 63,4M EUR.

Está ainda definido o calendário para a chegada desses mesmo meios, com os primeiros dois helicópteros ligeiros (que serão porventura os dois Koala de opção) previstos para 2022 e os primeiros médios/pesados para 2023. 



Já a chegada dos dois aviões bombardeiros pesados tipo "Canadair" a adquirir pelo Estado, está prevista apenas para 2026, com uma verba afetada de 70,4M EUR para aquisição, infraestruturas e formação de tripulações e mecânicos.

Os helicópteros AS350B3 Ecureuil  do Estado deverão continuar ao serviço entre 2023 e 2026, tendo verbas alocadas no valor de 9,3M EUR para a sua operação e manutenção, durante esse período. Não é claro contudo, se serão incorporados na Força Aérea.

Incerto é ainda o destino da frota de helicópteros bombardeiros pesados Kamov Ka-32, igualmente pertença do Estado, mas completamente parada desde 2018 e que foi recentemente alvo de uma peritagem técnica. Segundo informação prestada pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, no Parlamento a 13 de Abril, a aquisição dos seis helicópteros médios/pesados é independente do destino dos Kamov.





quarta-feira, 14 de abril de 2021

KAMOV DE COMBATE A INCÊNDIOS EM "DILIGÊNCIA TÉCNICA" [M2250 - 38/2021]

Kamov Ka-32 da então EMA

A frota Kamov Ka-32 que transitou da extinta Empresa de Meios Aérea (EMA), e que se encontra imobilizada desde 2018, está a ser objeto de uma "diligência técnica" por parte de representantes do fabricante.

A informação foi avançada pelo ministro da Administração Interna, durante a sessão de ontem, 13 de Abril de 2021, da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, em resposta a interpelação do deputado Duarte Marques do PSD, sobre o futuro da frota de helicópteros bombardeiros pesados de combate a incêndios, de origem russa.

Segundo palavras de Eduardo Cabrita, "desde 2018 que a responsabilidade do futuro dos Kamov pertence à Força Aérea"  e que "neste momento está a ser feita uma diligência técnica com a presença em Portugal dos representantes da empresa fabricante, (...) que foi solicitada pelo Ministério da Defesa Nacional".

Da frota de seis Kamov Ka-32 adquirida em 2006, um sofreu um acidente em 2012, dois foram submetidos a manutenção em 2015 não tendo regressado à operacionalidade, enquanto os restantes três ficaram imobilizados desde o início de 2018.

Ainda segundo Eduardo Cabrita, a aquisição de novos meios aéreos destinados ao combate a incêndios florestais anunciada a 4 de Março passado, é independente do destino dos Kamov.





segunda-feira, 25 de maio de 2020

DISPOSITIVO AÉREO DE COMBATE A INCÊNDIOS 2020 [M2141 - 59/2020]

Canadair CL-215

Segundo nota de imprensa do Ministério da Defesa (MDN), chegaram nesta segunda-feira, 25 de Maio de 2020, para integração no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), dois aviões de reconhecimento, avaliação e coordenação, perfazendo assim, para o período de 15 a 31 de Maio de 2020, um total de 30 meios aéreos disponíveis.

Dos 37 meios aéreos que o DECIR tinha previstos para esta segunda fase do empenhamento operacional, encontra-se em falta o lote de sete helicópteros ligeiros, que foi objecto de providência cautelar com efeitos suspensivos, aguardando-se por isso, pela decisão do Tribunal Administrativo de Loulé.

"A partir de Junho, Portugal contará com um total de 60 meios aéreos de combate aos incêndios, num processo liderado pela Força Aérea, dando cumprimento à RCM nº 160/2019, de 26 de Setembro, que assegurará um dispositivo igual ao de 2019, que foi o maior de sempre." pode ler-se  na nota.

Ainda segundo o MDN "Os concursos lançados pela Força Aérea cobrem o período 2020-2023, evitando deste modo a necessidade de mais concursos nos próximos anos." terminando com a consideração de que "para evitar a imprevisibilidade associada aos concursos de locação de meios aéreos e eventuais atrasos na sua disponibilização, o Governo decidiu implementar um novo modelo que passa pela aquisição de meios próprios de combate a incêndios," que entrará em funcionamento a partir de 2024.

Já na Comissão de Defesa Nacional (CDN) de passado dia 12 de Maio, o General CEMFA Joaquim Borrego referiu, em resposta a questões colocadas sobre a participação da Força Aérea no combate aos incêndios, que "está previsto a compra de meios próprios para o Estado, que vão ser operados pela Força Aérea. Essa resolução [...] penso que irá brevemente a Conselho de Ministros para aprovação, onde está o número de helicópteros, aeronaves de asa fixa e também UAVs". O Gen. Joaquim Borrego não adiantou então esses números, uma vez que "poderá haver alterações".

Para já, dos 60 meios previstos para 2020, apenas quatro pertencem portanto ao Estado, nomeadamente três helicópteros ligeiros Ecureuil da ANPC (ainda que operados por particulares), e um AW119 Koala da Esquadra 552 da Força Aérea.









quinta-feira, 5 de setembro de 2019

KOALA INICIA ACTIVIDADE OPERACIONAL [M2059 - 46/2019]

Os AW119 Koala são operados pela Esquadra 552 da Força Aérea Portuguesa

A Força Aérea Portuguesa anunciou hoje que os novos helicópteros AW119 Koala estão já a realizar missões operacionais.

Na página da rede social Facebook, a FAP informou que os helicópteros que chegaram em Fevereiro de 2019, para substituir a frota Alouette III em fim de vida, se encontra a desempenhar "missões de reconhecimento e avaliação de fogos rurais no Norte do País, com a GNR - Guarda Nacional Republicana."  até ao próximo Domingo.

Apesar de não estarem ainda totalmente operacionais, e estando desde Fevereiro em qualificação de tripulações nas diversas actividades que deverá desempenhar, os Koala começam já a aliviar as missões da reduzida frota Alouette III, que está prevista ser totalmente retirada de serviço até ao fim do primeiro trimestre de 2020.

Entretanto, mais dois novos Koala deverão chegar à Esquadra 552 durante o mês de Setembro de 2019, enquanto o quinto e último da nova frota, apenas chegará no início de 2020.



quarta-feira, 27 de junho de 2018

KAMOV ALUGADOS PARA ASSEGURAR COMBATE A INCÊNDIOS (M1978 - 38/2018)

O segundo Kamov Ka-32T alugado à ANPC que chegou este fim-de-semana a Tires

O Governo garantiu ontem, através do ministro da Administração Interna no Parlamento, que a partir da próxima semana, vai ter três helicópteros Kamov prontos para combater incêndios. Sem mais pormenores sobre a forma do aluguer, o ministro da Administração Interna avançou apenas que os aparelhos irão substituir os Kamov do Estado (ex-EMA), que estão inoperacionais.

"Teremos Kamov alugados este ano que, na próxima semana, entrarão em operação, teremos três Kamov entre julho e outubro numa base contratual", avançou Eduardo Cabrita na comissão parlamentar de Direitos Constitucionais.

Após o hangar onde estão armazenados os três Kamov restantes da ex-EMA ter sido selado no passado mês de Março, numa disputa entre o Estado e a empresa Everjets que os operava, anunciou em Abril passado o MAI, que iria avançar com a contratação externa, para assegurar aeronaves pesadas de asas rotativas, para o combate a incêndios.

Nesta audição, o ministro da tutela também revelou que desde o início do ano já foram registados 5.720 incêndios rurais, que consumiram um total de 5 mil hectares.

A Oposição lembrou contudo, que as condições atmosféricas têm sido o grande aliado deste ano, para a obtenção destes números.

Quando comparados com a média dos últimos 10 anos, referiu ainda o ministro, os dados revelam que há, nesta altura, menos 7% de incêndios e menos 71% de área ardida:"Tivemos até ontem 5724 incêndios com 5098 hectares de área ardida, a média graças a Deus, graças à meteorologia, graças à Autoridade Nacional de Proteção Civil, graças a todos, graças às autarquias, às forças de segurança, aos bombeiros e a todos aqueles que permitiram que a resposta fosse imediata."

Soube o Pássaro de Ferro que os três helicópteros bombardeiros pesados Kamov Ka-32 alugados pelo Estado português, terão origem búlgara.


Actualização 01/07/2018
O Ka-32 matrícula ER-KGA foi primeiro a chegar a Portugal no dia 28/06/2018
Apesar da informação que nos chegou dar conta dos helicópteros serem de origem búlgara, verifica-se pelas matrículas que pertencem de facto à empresa Pecotox-Air, com sede em Chisinau, Moldávia.
Não é contudo ainda claro se se tratará de uma sub-contratação através da Bulgária, ou de facto a empresa moldava é a titular principal do contrato com o Estado português.
Actualizaremos o assunto assim que tenhamos mais informações.


Agradecimentos: Pedro Ramos pela cedência das imagens.


quarta-feira, 13 de junho de 2018

GOVERNO INQUIRIDO SOBRE RELOCALIZAÇÃO DAS ESQUADRAS DA BA6 (M1975 - 35/2018)

C295M no Aeródromo Militar de Tancos

Um grupo de deputados do PSD inquiriu o Governo acerca do "reposicionamento dos dispositivo da Força Aérea Portuguesa localizado atualmente na Base Aérea do Montijo e que, por via do desdobramento da Portela, será necessariamente recolocado noutras Bases da Força Aérea Portuguesa".

Duarte Marques, Nuno Serra, Teresa Leal Coelho, Pedro Roque, Bruno Vitorino e Carlos Costa Neves, assinam o documento, em que perguntam ainda "que destino está previsto para a Base Aérea de Tancos, segundo o plano alegadamente apresentado pela FAP ao Governo português sobre o reposicionamento do dispositivo colocado no Montijo".

Esta proposta contemplará "a hipótese das esquadras de transporte aéreo da BA6 serem transferidas para o Polígono Militar de Tancos, em particular os aviões C-295 e C-130, bem como as cinco aeronaves KC-390, a adquirir à Embraer".

Segundo os mesmos, "Tendo em conta que é necessário adaptar as estruturas militares existentes que venham a acolher o dispositivo posicionado no Montijo, importa quanto antes tomar com transparência e com o devido planeamento as decisões relativas ao reposicionamento do dispositivo militar baseado no Montijo.(...) As instalações da Base Aérea de Tancos, bem como todo o dispositivo e equipamento militar existente neste polígono militar, garantem condições excecionais para receber parte do dispositivo da Força Aérea Portuguesa que está hoje localizado na BA6 do Montijo".

A inquirição tece também algumas considerações relativamente a outros meios aéreos: "A ser adaptado tem ainda condições e potencial para outras respostas quer civis quer militares. (...) Seria de todo um grande contributo para esta região voltar a acolher parte ou a totalidade do dispositivo da FAP estacionado no Montijo”. Segundo os subscritores do documento,  “preenche também todos os requisitos necessários para vir a albergar no futuro os meios que a FAP possa vir a utilizar no combate aos incêndios, caso o Governo da Republica venha a concretizar a intenção, várias vezes repetida, de dotar a estrutura militar, e em particular a Força Aérea, de capacidade própria para fazer o combate aos incêndios florestais com recurso a equipamento, helicópteros e aviões."

A relocalização dos meios da FAP em Tancos é de grande interesse para os concelhos daquela região, tendo vários municípios oficializado o interesse na reactivação da antiga Base Aérea nº3, actualmente sob administração do Exército e denominada Aeródromo Militar de Tancos.
No último mês contudo, foram divulgadas notícias da preferência da Força Aérea por Beja, para as aeronaves de transporte, situação que eventualmente tenha despoletado a preocupação dos agentes políticos afectos aos concelhos ribatejanos, que assim questionam o ministro da Defesa acerca da decisão.

Ambas as hipóteses têm vantagens e desvantagens identificáveis. Tancos tem uma posição mais central em relação ao país, estando igualmente mais perto da mancha florestal tradicionalmente com mais risco de incêndio, viabilizando por isso mais facilmente uma futura inclusão de aeronaves de combate a incêndios. As aeronaves estariam também "paredes meias" com a Escola de Tropas Pára-quedistas e Brigada de Reacção Rápida, que as utilizam regularmente o treino de salto de pára-quedas, e largada de carga. Beja todavia, está actualmente bastante subaproveitada,  possuindo dimensões e infraestruturas mais facilmente adequadas a acomodar aeronaves de grande porte.

Já para os helicópteros sedeados na BA6, a solução parece ser mais consensual, com a Esquadra 751 que opera os EH101 Merlin da Força Aérea e os Lynx Mk.95 da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha com rumo marcado à BA1 em Sintra, onde aliás o ministro da Defesa já anunciou pretender instalar o futuro Centro Multinacional de Treino de Helicópteros, da Agência Europeia de Defesa, caso Portugal ganhe o concurso a decorrer actualmente.




segunda-feira, 23 de abril de 2018

KOALA AGUARDA PELO TRIBUNAL DE CONTAS PARA SUBSTITUIR ALOUETTE (M1967 - 27/2018)

Leonardo AW119 Koala


O AW119 Mk.II Koala da Leonardo, aguarda pela aprovação do Tribunal de Contas, para substituir o lendário helicóptero Alouette III na Força Aérea Portuguesa.

Ao concurso lançado em Maio de 2017, corresponderam Airbus Helicopters e Leonardo com o H125 Ecureuil e AW119 Koala. Tendo a proposta da Airbus sido eliminada - não se conhecendo oficialmente as razões para tal ter sucedido - ficaria a Leonardo sozinha na corrida para o fornecimento de cinco a sete unidades de um helicóptero ligeiro, que permitisse substituir o Alouette na missão primária de formação de pilotos na Força Aérea Portuguesa, e secundárias de busca e salvamento, apoio a incêndios e evacuações sanitárias.

Em Novembro, já depois do prazo de 31 de Outubro, definido para a escolha do modelo vencedor, o Ministério da Defesa rejeitou o recurso da Airbus, confirmando o modelo da Leonardo como único concorrente a preencher todos os requisitos concursais. O vencedor do concurso contudo, não chegaria a ser divulgado oficialmente, julgando-se então que a razão pudesse ser a vontade expressa pelo Governo, de adquirir mais meios para o combate a incêndios, ainda no rescaldo da tragédia de Outubro de 2017, que poderia ditar uma redefinição dos parâmetros do concurso.

Sabe-se agora, segundo notícia veiculada no dia de ontem pelo Correio da Manhã, que o contrato estará mesmo assinado desde 27 de Dezembro de 2017, mas o Tribunal de Contas devolveu o processo ao Ministério da Defesa, há já "mais de duas semanas", solicitando documentação adicional. Será esta a razão para não ter havido um anuncio oficial do substituto do Alouette.

O concurso previa 28 meses para o fornecimento de todas as unidades. Contudo, as duas primeiras estavam previstas chegarem ainda antes do final de 2018, situação que poderá agora ficar comprometida, devido às tramitações em curso.

Segundo a opinião de elementos ligados à avaliação das propostas, o modelo da Leonardo era mesmo o mais forte e o que reunia mais consensos, independentemente da desclassificação do H125 da Airbus.

A Força Aérea utiliza já doze EH101 Merlin e a Marinha cinco Lynx Mk.95 (actualmente em modernização),  modelos igualmente da Leonardo.






segunda-feira, 23 de outubro de 2017

"CANADAIR" EXISTEM E ESTÃO PARA DURAR (M1929 - 66/2017)

Anfíbio pesado de combate a incêndios Bombardier CL-415 vulgo "Canadair"

Acerca dos meios aéreos de combate aos incêndios (e da sua falta) muito se tem escrito e falado nos últimos anos. Mais ainda nos últimos meses, pelas catástrofes que assolaram Portugal e que colocaram a nu as carências de organização e meios existentes no nosso país.

Entre os argumentos para não adquirir aviões anfíbios pesados tipo "Canadair"por parte do Estado, para operação pela Força Aérea Portuguesa, acabaram por difundir-se vários mitos, que por entre toda a contra-informação e falta de informação credível, são repetidos tanto de boca em boca, como nas redes sociais e até meios de comunicação social, como sendo verdades absolutas.  Um deles, tem a ver com a disponibilidade de aviões de anfíbios de combate a incêndios  "Canadair" para aquisição, "porque já não se fabricam".

Em rigor, os Canadair já não se fabricam como tal desde 1986, quando a empresa Canadair foi adquirida pela Bombardier. No entanto, esta última além de fabricar o modelo CL-215 até 1990 e manter depois disso o apoio logístico aos modelos mais antigos, introduziu novos modelos (CL-415 e sub-variantes), que fabricou até 2015.
Em 2016, o programa de aviões anfíbios da Bombardier (incluindo CL-415 e os seus antecessores CL-215, todos vulgarmente designados Canadair), foi adquirido pela Viking Air empresa que detém actualmente os direitos de fabrico e prestação de serviços dos modelos, conforme se pode ler no seu sítio na internet.
A produção de qualquer dos modelos está actualmente interrompida, existindo contudo unidades em segunda mão disponíveis no mercado.

Foi difundida mais recentemente ainda a notícia de que a produção só seria reiniciada, com uma encomenda substancial de 25 a 30 aviões.
Para esclarecer este e outros assuntos acerca do tema, transcrevemos a entrevista de Christian Bergeron, Director de Vendas da Viking Air, a 19 de Outubro de 2017 na Conferencia de meios de Busca e Salvamento em Nimes, França:

"Estamos a falar com os nossos clientes, para ver as perspectivas a médio e longo prazo para os aviões [CL-415/215]. Sabemos que existe uma necessidade a curto e médio prazo e interesse a longo prazo.
Perguntaram-nos se vamos reiniciar a produção. Contudo, devido ao tempo normal que demora o início de produção, algumas das necessidades a curto prazo não puderam ser colmatadas. Além disso, está para sair alguma regulamentação de navegação e alguns componentes antigos que terão que ser substituídos nas frotas actuais. Por essa razão anunciámos recentemente aos nossos clientes o novo modelo CL-415EAF (Enhanced Aerial Firefighting).

"O 415AEF servirá dois objectivos estratégicos: primeiro suprimir a necessidade a curto prazo de actuais e novos clientes, quer queiram expandir a frota ou como novos clientes. Em segundo lugar, refazer os aviónicos, com  que iremos fornecer aviões novos, se decidirmos reiniciar a produção do 415, ao qual chamaremos CL-515. Ainda não foi tomada uma decisão, mas estamos a realizar um estudo de negócio e uma decisão será tomada em meados de 2018.

"O CL-415AEF é um programa oficial. Estamos a propô-lo a todos os nossos clientes. Adquirirmos onze células CL-215 da série 5 [últimos fabricados nos anos 80] e revimos cuidadosamente o historial de cada uma delas. Até ao momento temos reservas em relação a três delas. Temos uma base forte constituída, dado que já há 25 CL-215T [CL-215 remotorizados com motores turbo-hélice) em operação. Estamos a apontar as entregas para 2020 a 2023 e antecipamos que seja aproximadamente o mesmo horizonte temporal para a entrega do CL-515, se formos avante com ele. O CL415EAF manterá o sistema de portas duplas e capacidade de água do 215T.

"Iremos fazer duas coisas: Primeiro converter os 215 existentes em 215T- remotorizá-los, realizar reforços [estruturais], no sistema de distribuição eléctrica e sistema electrónico de combustível. Depois, será modernizado com um novo sistema de aviónicos já existente. Ainda não foi tomada uma decisão, mas iremos contemplar  as novas regulamentações de navegação preparadas para 2020, além de permitir evolução para funcionalidades futuras."

Em resumo: irá avançar imediatamente a modernização dos CL-215 do mercado de usados - denominada CL-415EAF - que servirá de base ao novo modelo CL-515 construído de raiz, caso haja mercado suficiente para iniciar a produção.

O presidente francês Emmanuel Macron manifestou publicamente a sua vontade de que a produção seja reiniciada, estando a França, ou até eventualmente uma futura força europeia de protecção civil, interessada na aquisição de mais de 20 novos Canadair até 2022.

Apesar das medidas anunciadas pelo Governo português no último fim-de-semana, não se sabe ainda quais as intenções do executivo de São Bento, relativamente à aquisição de aeronaves de combate a incêndios, para operação permanente pelo Estado.
Para acompanhar com atenção.




segunda-feira, 13 de junho de 2016

PETIÇÃO PELA FORÇA AÉREA NO COMBATE AOS INCÊNDIOS FLORESTAIS [M1842 - 22/2016]

Até meados dos anos 90 e antes de se transformar o combate aos incêndios num negócio, era a Força Aérea que operava os meios aéreos em Portugal, como este C-130 equipado com kit MAFFS

Na passada quinta-feira 9 de Junho de 2016, foi noticiada por vários órgãos de comunicação social, a recusa do Ministério da Administração Interna, em entregar à Força Aérea, a gestão e operação dos meios aéreos de combate a incêndios, bem como os de emergência médica.

A notícia foi profusamente partilhada e criticada nas redes sociais, por tão obviamente absurda decisão.
Apesar da centralização de meios aéreos na Força Aérea representar vantagens claras para todas as partes envolvidas, bem como para o erário público, e em última análise para a população portuguesa, a senhora ministra da Administração Interna assim não quis. Optou por manter o actual estado de coisas, com várias entidades, várias frotas, cada uma no seu "quintal" e custos acumulados para todas. As verdadeiras razões da decisão ficam à especulação de cada um.

Espanha, EUA, Grécia, Croácia, Marrocos, são exemplos de países onde os meios aéreos de combate a incêndios são operados pela Força Aérea local. Em Portugal todos os anos é necessário contratá-los, dentro ou fora do país, como este Canadair espanhol aqui captado na barragem da Aguieira

Está entretanto a decorrer uma petição online, que conta já mais de 8000 assinaturas para entregar na Assembleia da República, e que visa, precisamente, a reatribuição à Força Aérea, das competências e dos meios, para o combate aos incêndios florestais. Foi iniciada e promovida por um  cidadão, que não tem, tanto quanto se saiba, qualquer conotação ou ligação política (e mesmo que tivesse), limitando-se a exercer os seus (nossos) direitos de cidadania.

Para quem se sente indignado com os constantes assaltos ao seus bolsos e à sua inteligência, por parte do poder político, tem aqui uma oportunidade de poder fazer alguma coisa, assinando e promovendo a petição. Porque queixar-se nas redes sociais e deixar tudo seguir o seu caminho, normalmente não chega.

Petição pública: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=P2013N70630

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