sábado, 17 de novembro de 2007

MONTE REAL - JULHO DE 1988, A OUTRA METADE DA ESTÓRIA




Companheiro que fui do António Luís na jornada de Monte Real - Julho de 1988, vou por isso contar a minha versão dos acontecimentos.

Terei assim que corrigir vários pontos na referida estória, começando por reenquadrá-la no dia 5 de Setembro de 1988 e não em Julho como mencionado. Merece-me ainda reparo o facto de termos realmente chegado a ver A-7s no ar, embora isso tenha acontecido enquanto percorríamos os tais 7 km que separam a estação de comboios da Base. 3 A-7P e um TA-7P em duas parelhas. Depois de lá chegarmos, aí sim, e para nossa desilusão (razão pela qual ficou provavelmente marcada na memória do António Luís como inactividade, além de ter sido o ano em que a frota esteve mais de um mês totalmente parada devido a problemas de motor) nem mais um A-7 em acção.

O terceiro reparo tem a ver com o Mirage belga que estava estacionado na placa da 304 e do qual vimos a substituição de motor, que era um Mirage 5 e não um Mirage III, conforme mencionado.

Recordo-me da especulação que movemos à volta da presença do dito Mirage, pelo facto da sua camuflagem ser perfeitamente idêntica à dos nossos A-7: que era um destacamento para ficar em Portugal e por isso aquela camuflagem, que teria tido uma emergência no ar e sido obrigado a aterrar em LPMR, etc. Nunca o chegámos a saber mas o mais certo é que tenha sido um avião que não teria regressado à Bélgica de um squadron exchange, devido à avaria.

Todo o resto da história contada é verdadeira. Os 35 graus, a linha de comboio torta e o cheiro ao diesel da locomotiva.

Recordo-me ainda de um polícia aéreo que se acercou de nós com ar circunspecto pelo lado de dentro da vedação, indagando se tínhamos máquina fotográfica. Ao que respondemos que não (a máquina estava atrás de nós no respectivo saco poisado no chão!). A lente de 50 mm no entanto, e a placa pendurada na rede a dizer “campo minado” (levámos a coisa a sério) não permitiram fotos melhores que as acima apensas.

Sei também que comprei na Figueira da Foz da parte da manhã, um kitt de um T-33 à escala 1/72, que ainda hoje possuo.

Estas correcções foram possíveis porque ao contrário do nosso comandante do Pássaro eu pude fazer batota e não me socorrer apenas da minha memória. As correcções vieram de uma agenda onde já na altura apontava os acontecimentos aeronáuticos que visualizava, numa espécie de génese de spotting. Embora por aqueles dias estivesse longe de saber o que isso era.



1 Comentários:

António Luís disse...

Penitencio-me pelos lapsos de memória...
..E agradeço, penhorado, a reposição da verdade.
Mesmo não sendo comedor compulsivo de queijo, dá-me a ideia que o melhor é não comer mesmo nenhum!... ;)

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