quarta-feira, 19 de setembro de 2007

OOOOAAAHHHHH.....



Quem me conhece, ainda que poucochinho, sabe que sou frequentador de muitos dos grandes festivais aéreos que se tem realizado durante a última década, neste jardim á beira-mar plantado. Não que vá a todos, mas irei a uma grande parte deles, talvez á maioria, e que é aliás o local de onde uma grande parte de nós se conhece, todos nos reunimos ali mesmo debaixo da sombra das asas que esvoaçam e do cheiro doce do “jota”.
Por isso poso afirmar que já vi muitas exibições de voo, das mais diferentes aeronaves, para as mais variadas audiências.
Porém aqui há dias, a exibição do “Team Apache”, que já conhecia de outras paragens, superou todos os meus anteriores conhecimentos de como reage a mole humana que vem pelo estridente espectáculo á borla mais do que por conhecer a mais pequena coisa que seja sobre os pássaros de ferro.
Todos nós ouvimos já, os gritos dos mais variados timbres, em expressão de espanto, que se sucedem ás manobras que as patrulhas acrobáticas, ou mesmo os acrobatas a solo, que espelham a admiração e o assombro, e até o pânico demonstrador da expectativa de alguma desgraça.
Há porém um som que nunca houvera eu ouvido antes de forma tão intensa, ou se calhar de toda a forma.
Tomemos o exemplo da manobra da inclusa fotografia (acima), em que dois pássaros de metálicos se cruzam frente a frente dando a ilusão de que quase chocam e que se desviam no último instante.
O que eu ouvi desta vez foi algo de assombroso, foi maior do que alguma vez eu supunha que fosse sem que, desta feita, estivesse eu á espera.
O que eu ouvi ...
... nem faço ideia de como começar a explicar...

... foi o inspirar sonoro e aflitivo, num uníssono coro de milhares de vozes a toda a minha volta, um som que precedeu a vocalização de um prolongado “Aaaah” de espanto e ao mesmo tempo de alívio, e de um bater de palmas de apreciação como eu já não me lembro de ouvir, se é que alguma vez o tenha escutado.
Mas este som de que vos falo era algo de quase assustador, era ar inspirado e não expirado, vinha de dentro, das fornalhas do peito, dos alvéolos pulmonares das cerca de 600 mil almas que estavam á minha volta, e que ao mesmo tempo e em todas as direcções, numa fracção minúscula de um segundo, inalaram golfadas de ar a toda a velocidade e pressão, como se de uma turbina se tratasse.
É algo que não consigo descrever por mais que tente mas que fiquei contente de estar ali, e presenciar aquele uníssono sonoro som que nunca houvera eu ouvido antes. Ou pelo menos assim.




1 Comentários:

Pedro Ferreira disse...

aquilo foi uma verdadeira "enchente" lá estaremos no proximo ano...

Abraço

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