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domingo, 30 de outubro de 2022

LAJES ANOS 90 (Vídeo) [M2357- 73/2022]

A-7P Corsair II na BA4 a 17 de Fevereiro de 1997       Frame do vídeo de João Rocha
Partilhamos hoje um vídeo disponibilizado na plataforma Youtube, com interessantes captadas na Base Aérea nº4 (BA4), nas Lajes, Açores.

Gravado a 16 e 17 de Fevereiro de 1997, nele é possível ver em movimento, raras e "deliciosas" imagens dos três caças então ao serviço da Força Aérea Portuguesa: A-7P, Alpha Jet e F-16, então operados pelas Esquadras 304 (Magníficos), 301 (Jaguares) e 201 (Falcões), respectivamente.

Visíveis ainda são P-3P, SA-330 Puma e C-212 Aviocar da FAP, além de C-130 dos EUA e Egipto e um Atlantique de registo não identificável.

Debalde todos os esforços do Pássaro de Ferro para apurar a ocasião que reuniu estes meios aéreos na BA4, ficam ainda assim as imagens, que cumpridos 25 anos podem ser já consideradas históricas, e o agradecimento ao autor por as ter partilhado.



sábado, 7 de novembro de 2020

MINISTRO DA DEFESA VISITA ROMÉNIA [M2200 - 118/2020]

Gomes Cravinho assinando o livro de honra na Base Aérea nº86. Em fundo o F-16AM ex-FAP 15122     Foto: MDN

O ministro da Defesa português, João Gomes Cravinho esteve em visita oficial à Roménia esta manhã, onde teve oportunidade de visitar a Base Aérea nº 86 em Borcea, no sudoeste do país, onde estão baseados os F-16 vendidos por Portugal.

 Gomes Cravinho e o Gen. Nicolae–Ionel Ciucă entre outras individualidades      Foto: MDN

Em conferência de imprensa no final da visita oficial, Gomes Cravinho adiantou que o quinto e último F-16 do segundo contrato de alienação, será entregue à Força Aérea Romena em Abril de 2021, acrescentando no entanto que a cooperação em termos de apoio técnico e formação de pessoal, tanto em Portugal, como na Roménia, terminará apenas em 2023.

Já o ministro da Defesa romeno Gen. Nicolae–Ionel Ciucă informou que “está em análise a possibilidade de aquisição de uma segunda esquadra de F-16 num futuro imediato”. Segundo Ciucă, na mesma conferência de imprensa, ainda não se sabe neste momento a proveniência dos aviões, estando a ser identificada a disponibilidade de vendedores, sendo no entanto claro que se trata de células em segunda mão. Estes aviões deverão também ser interoperáveis com a frota já ao serviço da Roménia. 

A totalidade da frota de 17 F-16 MLU adquirida a Portugal, irá entretanto receber uma modernização no valor de 175,4M USD, recentemente aprovada pelos EUA. Apesar de no documento de aprovação da venda pelo Congresso dos EUA, referir que o principal adjudicatário será a Lockheed Martin, os trabalhos deverão ser realizados na Roménia pela Aerostar, com o apoio técnico de portugueses e americanos.

Actividade aérea em Borcea durante a visita dos ministros da Defesa português e romeno   Foto: MDN

O pacote de modernizações inclui a elevação das aeronaves recebidas de Portugal no padrão M5.2 para o M6.XR, com modernização de aviónicos, software, equipamento de comunicações, ajudas de navegação e cockpit. Inclui 8 LN-260 Global Positioning System (GPS); 19 Multifunctional Information Distribution System Joint Tactical Radio Systems (MIDS JTRS); AN/APX-126 Advanced Identification Friend or Foe (AIFF); Radios ARC-210; Aplicações criptográficas KIV-78; outras comunicações seguras, navegação e dispositivos de criptografia; Software Joint Mission Planning System (JMPS); pequenas modificações das aeronaves, integração e suporte de teste, equipamento de suporte, software e suporte de software; treino de pessoal; peças sobressalentes e de reparação; publicações e documentação técnica; serviços de apoio técnico e logístico, de engenharia do Governo e adjudicatários estadunidenses; outros elementos relacionados com apoio logístico e do programa.


MiG-21 LanceR da FA Romena       Imagem de arquivo

A frota MiG-21 LanceR de origem soviética e ainda em operação na Forţele Aeriene Române, permanecerá em actividade nos tempos mais próximos, não havendo planos imediatos para a sua retirada de serviço.





quinta-feira, 19 de julho de 2018

F-16 PARA A ROMÉNIA SAIRÃO DA FAP (M1987 - 47/2018)

F-16 portugueses (esq) e romenos (dir) na base aérea de  Monte Real


No seguimento da notícia que aqui divulgámos na passada segunda-feira 16 de Julho, dando conta do interesse romeno em adquirir mais F-16 portugueses, ficou a dúvida sobre a proveniência das células a alienar.

Em resposta à Agência Lusa, o Ministério da Defesa confirmou esta quinta-feira a venda à Roménia, tendo adiantado que as aeronaves sairão do "inventário nacional", sendo posteriormente repostas por outras adquiridas aos EUA: "Tal como no programa anterior, as aeronaves a alienar fazem parte do inventário nacional, sendo repostas por aeronaves adquiridas aos EUA que são sujeitas a um programa de atualização, `Mid-Life Upgrade´, conduzido pela Força Aérea Portuguesa e pela Indústria de Defesa Nacional".

Em resposta ao pedido de informação realizado pela Roménia, o ministro da Defesa Azeredo Lopes deu despacho favorável ao processo, tendo a Força Aérea Portuguesa respondido poder ceder "até cinco aeronaves adicionais" [às 12 já alienadas].

O negócio necessita contudo ainda da anuência dos EUA, de onde são oriundos os F-16, mas dado o anterior processo de venda, bem como a parceria também estabelecida com Portugal para similar venda à Bulgária, será de crer não existirem impedimentos desse quadrante. Apesar da Roménia ter feito saber pretender as aeronaves com a maior brevidade possível, a calendarização da venda está, ainda assim, dependente destes aspectos burocráticos a resolver.

Ao contrário do que sucedeu com a primeira encomenda para a Roménia, em que nove aeronaves estavam no mercado como excedentes, a frota em uso na Força Aérea Portuguesa está actualmente reduzida ao número considerado ideal para as necessidades nacionais (30 células). Na verdade está ainda abaixo desse número, dado que as três células adquiridas aos EUA para completar as três dezenas definidas, não foram ainda entregues à FAP pela OGMA, onde se encontram em processo de modernização.

Entre compromissos da NATO  (NRF e patrulhamento aéreo de países aliados), patrulhamento aéreo do espaço aéreo nacional e treino de pilotos, o número de aviões disponíveis é por isso exíguo. Se retirarmos ainda os aviões em manutenção e o baixo número de mecânicos de material aéreo para lhes fazer face, este número é ainda menor. Qualquer alienação pode implicar por isso, uma redução da capacidade operacional da Arma Aérea nacional.

Apesar do comunicado do Ministério da Defesa referir que os aviões de reposição serão sujeitos ao programa Mid Life Upgrade (MLU), será também de questionar esta lógica, de continuar um programa que está em final de vida, quando existe já o padrão V, que torna as aeronaves compatíveis com caças de última geração e a par com a tecnologia "state of the art" dos aliados.

Esperamos para ver se há capacidade política para transformar numa oportunidade de modernização, aquilo que à partida parece ser apenas mais uma delapidação da capacidade de defesa nacional.





segunda-feira, 16 de julho de 2018

ROMÉNIA QUER MAIS F-16 PORTUGUESES (M1985 - 45/2018)

F-16 romenos e portugueses: uma parceria para continuar


O ministro da Defesa romeno revelou na passada sexta-feira 13 de Julho de 2018, a intenção de adquirir mais cinco F-16 a Portugal, a adicionar à encomenda inicial de doze, entregues entre 2016 e 2017, e a operar no país dos Cárpatos.

Em declarações à imprensa local, Mihai Fifor acrescentou que o pedido foi realizado pelo secretário de Estado Mircea Dusa, durante a visita que este realizou a Portugal no início de Julho.
A intenção é de aumentar a actual frota de F-16 romena que inclui nove versões monolugares e três bilugares, com mais quatro monolugares e um bilugar.

Sobre os valores envolvidos no potencial negócio, Mihai Fifor não se alongou, tendo adiado a questão para depois:"Falaremos sobre o montante a pagar por estes aviões mais no final do ano, quando temos a intenção de levar uma Lei ao Parlamento, para continuar o programa F-16. É ainda cedo para falar de custos neste momento", concluiu acerca do assunto.
A Roménia pagou um total de 628M EUR pela dúzia de F-16 iniciais, embora este valor incluísse treino de pilotos e técnicos, bem como material de apoio e armamento.

As ambições da Roménia de aumentar a sua frota de F-16 não se esgotam contudo nesta segunda encomenda a Portugal: "No próximo período, discutiremos também os outros 36 F-16 que queremos comprar. Temos várias possibilidades em equação, falámos com vários Estados que têm F-16 e que os podem disponibilizar para venda, incluindo os EUA, Israel ou Grécia".

Esta vontade de criar mais Esquadras de voo equipadas com F-16 tinha já sido expressa anteriormente pelo executivo romeno, podendo actualmente ter ganho maior força, com o acidente com um MiG-21, que vitimou o piloto e levou à paralisação da frota por motivos de segurança.
Os MiG-21 romenos, apesar de modernizados, estão já em fim de vida, necessitando de substituição.

Da parte portuguesa não se conhecem ainda comentários oficiais acerca do tema. Sabe-se contudo que Portugal realizou no ano passado uma oferta à Bulgária para o fornecimento de oito F-16 MLU, que viriam dos EUA e seriam modernizados pela OGMA em Portugal, para depois seguirem para a Bulgária. Será por isso de acreditar, que os moldes deste potencial negócio com a Roménia, estejam dentro do mesmo princípio, o que não implicaria por isso uma redução da frota de F-16 ao serviço da Força Aérea Portuguesa, estabelecida em 30 aeronaves.

A OGMA está aliás,a  concluir a modernização das três últimas células, que completam os 30 F-16 da frota nacional, depois da saída dos doze aviões com as cores romenas.
Quer a venda à Roménia, quer à Bulgária, permitiriam à OGMA manter a linha de modernização de F-16 em aberto, por mais alguns anos.










quinta-feira, 26 de outubro de 2017

PILOTOS DE CAÇA BÚLGAROS EM GREVE (M1932 - 69/2017)

 MiG-29 búlgaro em Graf Ignatievo           Foto: Hailey Haux/USAF

Numa altura em que a decisão do novo caça para substituir os MiG-29 na Força Aérea Búlgara foi novamente adiada, chegam notícias de que os pilotos da base aérea de Graf Ignatievo se terão recusado a realizar os voos de treino previstos para a manhã de 24 de Outubro de 2017. A missão de policiamento aéreo contudo, terá estado sempre assegurada.

Segundo o jornal online Sofia Globe, oficialmente o vice-ministro da defesa Atanas Zapryanov negou num primeiro momento que quaisquer voos tenham sido suspensos, enquanto o comandante da base aérea alegou razões meteorológicas para o cancelamento dos mesmos voos. Já o ministro da Defesa optou por referir que "alguém está a tentar criar tensão artificialmente" e que iria inteirar-se da situação.

Mas se por um lado as condições meteorológicas na região de Graf Ignatievo eram suficientemente verosímeis para justificar o cancelamento dos voos, o General Tsanko Stoykov confirmou publicamente em entrevista durante as comemorações do centenário da aviação militar no país, o baixo estado anímico que o adiamento da aquisição dos novos caças provocou dentro da Força Aérea local: "sentem-se negligenciados, algo ofendidos e essas razões reflectem-se na sua motivação de continuar na Força Aérea", disse a propósito.

O mesmo órgão de comunicação social, bem como a Rádio nacional da Bulgária, haviam reportado no próprio dia 24 uma "recusa massiva dos pilotos para voar" devido a preocupações de segurança com o estado dos aviões e o adiamento da aquisição de novos caças, invocando por isso estar "psicologicamente inaptos" para voar.

Ainda segundo o Sofia Globe, dez dos doze motores  modernizados dos MiG-29 entregues à Força Aérea, ainda não foram colocados em operação, devido a falhas na documentação dos mesmos. Falta de lubrificantes para os motores, causando a paragem quase total da frota, foi igualmente já assinalada em Maio e Junho transactos.

Entretanto, o canal de televisão BTV confirmou inequivocamente a razão do cancelamento dos voos ser o descontentamento pelo estado da Força Aérea, citando mesmo o vice-ministro da Defesa Atanas Zapryanov que atribuía a falta de confiança dos pilotos ao "treino insuficiente por horas de voo insuficientes". O mesmo interlocutor adiantou ainda que uma reunião com os pilotos iria ser realizada e que os problemas com a documentação dos motores (seis novos e quatro modernizados) estavam a ser tratados.
Segundo Atanas Zapryanov, um relatório do comandante de Graf Ignatievo dava sete MiG-29 como operacionais, e que assim que mais motores ficassem disponíveis, este número aumentaria, permitindo alargar as horas de voo.

Já o próprio ministro da Defesa, acerca do mesmo tema e desenvolvendo a sua teoria de que "alguém está a criar tensões artificialmente" referiu que as prioridades tinham sido definidas: primeiro manutenção e modernização do equipamento existente e depois as negociações e a aquisição de novos caças. Mostrou-se ainda "surpreendido por [os pilotos] terem descoberto que existem problemas no mundo da aviação" e que não fazia ideia por que razão estes pensavam que um novo caça não iria ser adquirido. Rematou o assunto com " já haveria um novo caça se estes fosse um aspirador, em que vais à loja, pagas, traze-lo e usa-lo", admitindo ainda o "estado crítico" em que se encontram as Forças Armadas do país, mas que os problemas não se resolvem com "uma varinha mágica".

Por detrás do atraso na decisão do novo modelo de caça a adquirir, estarão jogadas políticas de bastidores, por parte das facções apoiantes do Gripen e do F-16 principalmente. Apesar do primeiro-ministro Boiko Borissov ser aparentemente um dos apoiantes do Gripen e se ter proposto a avançar com as negociações com a Saab numa primeira fase após o anúncio do gripen como vencedor, o seu partido GERB - que iniciou a investigação parlamentar que resultaria na anulação do primeiro concurso - pretende uma aproximação aos interesses americanos (F-16), sugerindo uma uniformização com as frotas dos países vizinhos Roménia, Grécia e Turquia, todos utilizadores de F-16.
O presidente da Bulgária e ex-Chefe de Estado-Maior da Força Aérea Gen. Rumen Radev, definiu a reviravolta  no processo de aquisição dos caças, como um ataque pessoal, face às acusações de que foi alvo por parte do líder parlamentar do GERB, de ter favorecido o Gripen.

Portugal está envolvido na proposta de fornecimento dos F-16,  recebendo células usadas dos EUA para modernizar na OGMA e posterior exportação para a Bulgária.


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

BULGÁRIA RELANÇA CONCURSO PARA AQUISIÇÃO DE CAÇAS (M1930 - 67/2017)

Alinhamento de caças F-16 semelhantes aos que Portugal se propõe fornecer à Bulgária

A Bulgária irá lançar um novo concurso para a aquisição de oito caças destinados a substituir a frota de MiG-29 actualmente a desempenhar a missão de defesa aérea do país.

Contrariando a recomendação de um grupo Ministério da Defesa que aconselhava a aquisição de Gripen novos, após o primeiro concurso ao qual Portugal e Itália também concorreram, com F-16 e Typhoon usados, respectivamente, a Assembleia Nacional búlgara votou a favor da reabertura do processo concursal.

A escolha do Gripen cedo foi contestada pelo novo Governo empossado em Sófia, pouco tempo depois da decisão tomada pelo anterior Governo de gestão em Abril passado. No início do corrente mês de Outubro de 2017, uma comissão parlamentar emitiu finalmente um relatório, recomendando o relançamento do concurso, relatório esse que seria aprovado com 126 votos a favor, 59 contra de duas abstenções.

Acerca do assunto, em entrevista à televisão búlgara, o ministro da Defesa Krasimir Karakachanov revelou que apesar de pessoalmente preferir aviões novos, isso só deverá acontecer se estes puderem ser pagos ao longo de um período de tempo mais alargado do que o inicialmente previsto.
Com alguma surpresa, afirmou ainda que o país deveria investir na modernização da actual frota de MiG-29 e Su-25 de origem russa.
Adiantou ainda que pretende levar o novo programa de concurso a conselho de Ministros, no início de Novembro.

Portugal terá por isso uma nova oportunidade para melhorar a proposta de fornecimento de caças F-16 à Bulgária. De recordar que a proposta lusa contemplava o fornecimento de células de F-16 usadas, vindas dos EUA e modernizadas na OGMA, aproveitando as capacidades criadas com o programa MLU de modernização da frota de F-16 da Força Aérea Portuguesa.

Portugal entregou recentemente o último lote de doze F-16 vendidos à Roménia em condições similares, embora com a nuance de se ter tratado de aeronaves operadas pela Força Aérea Portuguesa, o que não será o caso na eventualidade de ganhar o concurso da Bulgária.


domingo, 8 de outubro de 2017

F-16 CONTRA GRIPEN (OUTRA VEZ) (M1924 - 61/2017)

Formação mista de Gripen e F-16

Não se trata de uma luta nos céus, mas sim na "secretaria".
F-16 e Gripen vêm-se confrontando nos últimos concursos para aquisição de caças, em vários países à volta do globo.
Acresce que, com a gradual obsolescência das frotas de caças de origem soviética, agravada pelo resfriar das relações com a Rússia, devido à anexação da Crimeia em 2014, vários países do antigo Bloco Leste europeu, vêm solicitando soluções no mercado para substituir os seus MiGs.

E se, tal como escrevemos antes, numa primeira fase o F-16 terá perdido algum terreno para o caça de origem sueca, muito devido ao desinvestimento da Lockheed Martin na plataforma de armas F-16 em favor do novel F-35, o gigante estadunidense do armamento corrigiu mais tarde a mão e começou a apresentar versões modernizadas do F-16, como uma solução mais económica, direccionada aos países que não estejam interessados ou não possam "embarcar no comboio" do F-35.
Os últimos exemplos da rivalidade que referimos, são a Croácia e a Eslováquia.

MiG-21bisD da FA Croata       Foto: Tomislav Haraminčić/Wikimedia

O primeiro país, saído do desmembramento da antiga Jugoslávia, opera uma dúzia de MiG-21, que apesar de recentemente terem sofrido algumas modernizações realizadas na Ucrânia, destinadas principalmente à compatiblização com os sistemas de navegação/comunicação da NATO, têm estado envolvidos em polémica. É que cinco dos doze MiG-21 modernizados que foram incorporados na Arma Aérea do país do Adriático, estavam  armazenados em Odessa, alegadamente pertencentes a uma encomenda cancelada pelo Iemen. Uma investigação contudo está a ser conduzida para determinar ao certo de que células se trata, dado que os números de série terão sido adulterados, sendo na verdade os cinco MiG-21 ex-búlgaros.
Por todas esta razão e as já enunciadas, o Governo de Zagreb está por isso interessado em renovar a frota de caças do país, tendo realizado em Julho passado, um pedido de propostas à Suécia, EUA, Coreia do Sul, Grécia e Israel.
Destes cinco países, surpreendentemente a Coreia do Sul não avançou com o seu KAI AT-50, resumindo-se as propostas abertas na semana transacta, a EUA, Israel e Grécia com F-16 em segunda mão e a Suécia com o Gripen. Segundo o ministro da Defesa croata, uma decisão será tomada dentro dos dois próximos meses, tendo em conta "para além das características e capacidades das aeronaves, (...) três parâmetros: contrato intergovernamental, preço e pacote de cooperação económico-financeiro".

MiG-29 eslovaco
A Eslováquia é outro país no mercado, em busca de 14 caças que possam substituir os doze MiG-29 actualmente ao serviço da sua Força Aérea, pese embora tenha adiado mais uma vez uma decisão definitiva, esperada que era até ao fim de Setembro de 2017.
Embora reconhecendo que retardar a decisão prolongará a dependência de material russo, o ministro da Defesa de Bratislava, Peter Gadjos justificou o adiamento com a necessidade de equilibrar os gastos da Defesa entre Força Aérea e Exército, igualmente necessitado de renovar equipamento. A opinião local é contudo, que o Gripen terá ascendente sobre o F-16, uma vez que os vizinhos República Checa e Hungria já utilizam o modelo, propiciando por isso a uma uniformização de frotas na região.

Em "banho-maria" está ainda a decisão da Bulgária em adquirir oito unidades de um novo modelo que substitua os seus MiG-29, num processo que já esteve decidido em favor do caça sueco, mas que seria revertido pelo novo Governo de Sófia, alegando que o anterior Governo interino que tomou a decisão, não tinha competências para o fazer. De recordar que Portugal é um dos países que apresentou proposta neste concurso, contemplando F-16 vindos dos EUA em segunda mão, a modernizar em solo luso. Concorreu ainda a Itália com Eurofighter Typhoon igualmente em segunda mão.
Fontes não-oficiais dizem esperar-se uma decisão final até ao fim do corrente ano de 2017.

Num outro segmento de marcado, o das empresas particulares que fornecem serviços de treino de combate aéreo, o F-16 estará em fase de aquisição por duas conhecidas empresas do ramo (Discovery Air Defence e TacAir), de modo a proporcionar ameaças credíveis para os caças de 5ª Geração.
A Saab entretanto, pretende intrometer-se neste nicho de mercado com uma versão adaptada do Gripen C (com algumas melhorias da versão E), conforme revelou o seu chefe de Vendas e Marketing Richard Smith, na feira de equipamentos de Defesa DSEI em Londres, em Setembro passado. Apesar de se falar já no interesse da ASDOT (britânica) e AdAir (americana) no Gripen Aggressor, não está claro se esta solução pretende aproveitar células provenientes do mercado de segunda-mão (a Suécia irá trocar a totalidade da sua frota de Gripen C/D por novos E/F nos próximos anos), ou se estará limitada a células novas construídas de raiz nesta nova configuração.

A Grécia foi um dos países a apresentar proposta à Croácia para a venda de F-16 Bloco 30. Em fundo a cauda de um Gripen checo

F-16 e Gripen têm por isso muitos duelos pela frente, apesar de estarem normalmente do "mesmo lado das trincheiras".





quinta-feira, 5 de outubro de 2017

FALCON DEFENCE 2017 - F-16 PORTUGUESES NA ROMÉNIA (M1922 - 59/2017)

TCor João Rosa (esq) com um piloto da Esq. 301 à chegada à base aérea de Borcea, Roménia 

Caudas de dois F-16MLU portugueses com o romeno n/c 1603 (ex-FAP 15124) em fundo


A Força Aérea Portuguesa tem destacados na Roménia desde o dia 18 de Setembro de 2017, quatro F-16AM (n/c 15104, 15107, 15114, 15141) e um contingente de cerca de 70 militares de apoio às operações na base aérea de Borcea.

Manutenção e aprontamento dos F-16 portugueses para as missões na Roménia

idem

Os Crew Chiefs sempre atentos ao dar a partida aos caças

O destacamento, previsto para durar dois meses, faz parte das medidas de tranquilização da NATO aos aliados do bloco de Leste, implementadas após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.

Durante o destacamento, os pilotos portugueses pertencentes às Esquadras 201 e 301 irão executar missões de treino de suporte às políticas da NATO, que incluem missões conjuntas com a Força Aérea, Exército e Marinha romena, bem como com CF-188 canadianos, igualmente destacados na Roménia. Algumas destas missões terão ainda a participação de um avião de alerta aéreo e controlo (AWACS) E-3A Sentry da NATO.


Os objectivos do exercício passam pela consolidação da interoperabilidade dentro das forças aliadas, com a vantagem de praticar simultaneamente a projecção de forças longe e operação longe da base de origem, como referiu o Tenente-coronel João Rosa, chefe do destacamento lusitano.

TCor João Rosa à direita acompanhado por um dos pilotos da Esquadra 201 - Falcões
Em paralelo com o destacamento dos F-16 portugueses na Roménia, realizou-se a 28 de Setembro, a entrega do último lote de três F-16, de um total de 12 vendidos por Portugal ao mesmo país.  No âmbito do mesmo contrato de venda dos caças, e além de ter treinado pilotos e mecânicos romenos em Monte Real, a Força Aérea Portuguesa irá fornecer até Setembro de 2018 apoio técnico para a instalação e operação deste sistema de armas na Roménia.

Embora não declarado oficialmente, este destacamento aparenta ser um apoio mais à operacionalização completa do sistema de armas F-16, no país dos Cárpatos, opinião aliás partilhada pela imprensa local.

Linha da frente do destacamento nacional na base aérea de Borcea onde operará até meados de Novembro


Fotos: Alf. Pires/Força Aérea Portuguesa


sexta-feira, 19 de maio de 2017

BULGÁRIA: F-16 PORTUGUESES AFINAL... TALVEZ (M1898 - 35/2017)

F-16A MLU modernizado em Portugal


Apesar da divulgação da proposta sueca, como vencedora do concurso do programa de aquisição de caças para a Força Aérea Búlgara, o novo ministro da Defesa daquele país veio hoje informar que irá rever as ofertas, entre as quais se encontra a portuguesa.

Tal como o Pássaro de Ferro oportunamente noticiou a 26 de Abril de 2017, o então governo interino anunciou o Saab JAS-39 Gripen como vencedor. O timing da decisão contudo foi algo estranho, dado ter acontecido a escassos dias da tomada de posse do novo Governo.

E é esta precisamente a razão invocada pelo novo ministro da Defesa de Sófia, Krasimir Karakachanov : "o novo Governo irá rever e discutir as três ofertas para a compra de novos caças modernos para a Defesa búlgara. (...) O Governo interino actuou precipitadamente quando apresentou um relatório sobre as ofertas no Conselho de Ministros, sabendo que não teriam tempo para olhar para ele", proferiu em entrevista à rádio búlgara Focus.
Concluindo ainda: "as ofertas serão calculadas de novo, para avaliar as possibilidades para o Estado búlgaro. O contrato irá custar uma soma considerável, cerca de 1500M BGN [Nota: cerca de 770M EUR], pelo que o Governo tem de evitar cometer erros".

Reabrem-se assim as possibilidades, para que a oferta apresentada por Portugal de F-16 vindos dos EUA e modernizados em Portugal, possa ser a escolhida por Sófia, para substituir a envelhecida frota de MiG-29 da FA Búlgara.
Itália com Typhoon igualmente em segunda mão e Suécia com Gripen novos, foram os restantes países presentes ao concurso.




quarta-feira, 12 de abril de 2017

F-16 SUCEDE AO F-16 (M1888 - 25/2017)

Célula de F-16 em testes de resistência estrutural nas instalações da Lockheed Martin       Foto: LMCO


No mesmo dia em que em Portugal se fala das opções que se colocam à Defesa Nacional, para a substituição do sistema de armas F-16, a Lockheed Martin (fabricante do modelo) divulga em comunicado de imprensa, a intenção da Força Aérea dos EUA (USAF) em ampliar o ciclo de vida da sua frota F-16, das 8000 horas de voo actuais, para as 12.000.

A dar razão ao documento de 2016 da Lei de Programação Militar referido no DN, que aponta a aquisição de caças de 5ª Geração como demasiado onerosa, relativamente ao "potencial de exploração ainda existente [na frota F-16 nacional]", está agora esta decisão da USAF, em ampliar a vida útil da sua frota de cerca de 300 células de F-16 em 50%  da vida útil e até ao ano-horizonte de 2048.

Segundo pode ler-se no comunicado da Lockheed Martin (LMCO), "este feito [extensão de vida das células F-16 em 50%] é o resultado de sete anos de testes, desenvolvimento, projecto, análise e parceria entre a USAF e a Lockheed Martin". Segundo Susan Ouzts, vice-presidente da LMCO para o programa F-16, o Service Life Extention Program (SLEP) no qual são realizados os reforços estruturais, que permitem aumentar as horas de voo das células, em conjunto com os programas de modernização de equipamento electrónico como o F-16V, demonstram que "o [F-16] mantém-se uma opção de 4ª Geração altamente capaz e acessível para a USAF e clientes internacionais", ao mesmo tempo que as frotas de combate vão incorporando o F-35 Lightning II.

Ainda relativamente ao artigo de hoje do DN, na verdade o caso português é distinto dos seus congéneres europeus que operam o F-16A/B MLU. Bélgica, Dinamarca, Noruega e Países Baixos, todos têm frotas bastante mais desgastadas que a nacional, em virtude de terem iniciado a sua operação quase uma década e meia antes. Depois, com excepção da Bélgica (que ainda não se decidiu pelo F-35) estes estão empenhados no desenvolvimento do F-35 desde o início, tendo por isso interesses económicos a acautelar, relativos ao envolvimento da sua indústria no programa. Não é, mais uma vez, o caso português.
Depois, há ainda a incógnita, sobre o "prazo de validade" da supremacia do F-35, sobre a qual falámos no artigo publicado na revista Take-Off Sirius de Fevereiro transacto.

A própria LMCO, que numa primeira fase desinvestiu no F-16, de modo a tornar mais apetecível o F-35, acabou por vir a apresentar novas alternativas para um mercado que, ou não pode, ou não quer comprar o F-35 e onde a concorrência (principalmente o Gripen da Saab, mas também F-18 da Boeing, Rafale da Dassault, Typhoon da Eurofighter) estava a conseguir entrar. Seja através dos kits de modificação F-16V para as células existentes, ou de aeronaves novas no padrão Bloco 70/72, a LMCO promete colocar os sistemas do F-16 totalmente compatíveis com os caças de 5ª Geração e com radar ao mesmo nível.
Apenas a furtividade (stealth) fica de fora. O que a médio prazo poderá até ser irrelevante, se alguns avanços na tecnologia anti-stealth se concretizarem.

Por tudo isto e algo mais, é extremamente provável que o sucessor do F-16 em Portugal seja.... o F-16.


terça-feira, 21 de março de 2017

ROMÉNIA PRETENDE MAIS VINTE F-16 (M1882 - 19/2017)

Piloto e F-16 romenos em Monte Real


Tal como o Pássaro de Ferro tem vindo a dar conta, o "mercado de usados" de F-16 está bastante activo nos dias que correm.

Enquanto a Bulgária pondera a aquisição de oito F-16 a fornecer por Portugal e EUA, a Roménia, através do seu ministro da Defesa, confirmou o interesse em incorporar mais uma vintena de Vipers, na sua Arma Aérea.

Falando ao Parlamento romeno a 13 de Fevereiro passado, Beniamin Les declarou: "é minha intenção finalizar este ano, a decisão de ter mais 20 caças F-16. A Força Aérea Romena tem nove agora e terá doze até ao fim do ano, mas necessitamos mais, para reforçar as capacidades da nossa Força Aérea. Por princípio, a Roménia pretende comprar estes 20 caças aos EUA. Mais pormenores serão anunciados no devido tempo".

aquando da entrega dos primeiros seis F-16 comprados a Portugal, era conhecido o interesse romeno, mas apenas agora ficaram a ser conhecidos mais detalhes. Face a estas declarações, não é ainda claro até que ponto o negócio poderá envolver mais uma vez Portugal, para modernizar as células vindas dos EUA, ou não.

O Ministério da Defesa romeno pretende alcançar a meta de 2% do PIB para gastos de Defesa, após largos anos de orçamentos vacilantes, dada a crescente importância estratégica da região para a NATO.




quarta-feira, 1 de março de 2017

F-16 ROMENOS EXECUTAM PRIMEIRO REABASTECIMENTO AÉREO (M1876 - 13/2017)


Na terça-feira, 28 de Fevereiro de 2017, a Esquadra 53 que opera os F-16 na Força Aérea Romena, executou pela primeira vez o treino de reabastecimento aéreo, desde que os caças foram recebidos no país dos Cárpatos.

As operações de reabastecimento aéreo foram realizadas com um avião tanque KC-135 Stratotanker pertencente a 100ª ARW da USAFE  (Força Aérea dos Estados Unidos na Europa).



Os reabastecimentos decorreram a altitudes de entre os 7000 e os 10.000 m, tanto de dia como de noite. A autonomia de voo de um F-16 é de cerca de três horas, sendo ampliada em cerca de duas horas através do reabastecimento no ar, um processo que leva apenas alguns minutos.

Os pilotos romenos receberam a qualificação para tais procedimentos, durante o curso de voo em F-16, realizado em Portugal.







Ainda em vídeo:

F-16AM

F-16BM



Fotos: FA Romena

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

F-16 PROCURAM-SE (M1866 - 03/2017)

Um dos F-16 vendidos por Portugal à Roménia

Os últimos meses têm visto um aumento da procura por células F-16, no mercado internacional. E curiosamente as versões mais antigas A/B.

Depois da Roménia ter oficializado o interesse em mais 12 Vipers, no seguimento da aquisição de outros tantos a Portugal, também a Bulgária reiterou em Dezembro, considerar o mesmo tipo de caça para substituir os seus MiG-29.
O interesse Búlgaro é já antigo, tendo o país ainda chegado a manifestar interesse no lote de células portuguesas, que acabariam vendidas à Roménia face ao estado mais adiantado das negociações com Bucareste. Agora, a 9 de Dezembro de 2016,  o Parlamento búlgaro aprovou já uma verba de cerca de 800M USD, destinada à aquisição de 8 caças "novos ou em segunda mão". Portugal e EUA foram inquiridos acerca da disponibilidade para fornecer F-16, passando neste caso o negócio pela modernização em Portugal, de células vindas dos EUA. Segundo garantia do ministro da Defesa português, a actual frota nacional de 30 F-16 é para manter no inventário da FAP.
Mas desta vez, os F-16 contam com concorrência, tendo à Itália sido igualmente solicitada informação acerca do Typhoon e à Suécia do Gripen.


E se o interesse deste dois potenciais compradores não é novo, a novidade é mesmo a Polónia, que a eles se junta no mercado internacional, na busca de células disponíveis de F-16A/B. Segundo notícia veiculada na imprensa daquele país, o Ministério da Defesa estará a ponderar a aquisição de até 96 células, para posterior modernização a nível doméstico.
As razões apontadas para esta escolha são várias, começando pela necessidade de substituição dos vetustos Su-22, mas também os MiG-29 de fabrico russo, entretanto modernizados. Quando a aquisição do F-35 se afigura demasiado cara para o orçamento da Força Aérea local, a modernização de células antigas de F-16 surge como uma opção apetecível. A FA Polaca opera já 48 F-16 modelos C/D recentes e de fábrica, mas estima que os modelos A/B modernizados fiquem por cerca de 30% do valor dos novos. Não é contudo ainda claro o tipo de upgrade pretendido, se similar ao MLU europeu ou a versão V mais avançada.

Na verdade, o elevado preço e incertezas que tem enfrentado o programa F-35, criou um fosso de mercado para os utilizadores que não possam ou não queiram despender verbas tão elevadas, que tem permitido por exemplo, ao acessível caça sueco Gripen estabelecer-se.
E se a Lockheed Martin pretendia numa primeira fase vender o F-35 aos actuais utilizadores de F-16 ou outras frotas da mesma geração, acabaria por desenvolver a versão V,  para F-16 novos ou como upgrade de células antigas.

Coreia do Sul, Taiwan e Singapura, apesar de não estarem a adquirir novas células, estão em fase de modernização das suas frotas de F-16, para um padrão idêntico ao modelo V. Vários outros operadores de F-16 por todo o mundo consideram as mesma possibilidade, em detrimento da aquisição de um novo modelo.

Num âmbito diferente, pelo menos duas companhias privadas que prestam serviços de aviação de combate - vulgo "agressores" - têm sido apontadas como compradoras de células A/B de F-16. A Discovery Air Defence estará na primeira linha para conseguir a autorização de Washington para operar o modelo que, ao contrário dos operadores militares, terá um mínimo de equipamentos electrónicos e armamento de que não necessita, de modo a tirar o máximo proveito das suas reconhecidas capacidades aerodinâmicas.
Este tipo de oferta privada, permite às Forças Aéreas poupar tanto em horas de voo nos seus caças de primeira linha, como no orçamento de Defesa, ao utilizar os serviços externos apenas quando necessário.

O F-16 está por isso ainda para voar, por muitos e muitos anos.



segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

COMO MUDAR UM PNEU A UM F-16 (M1797 - 33PM/2015)

A instalação do macaco para levantar a roda esquerda do trem principal    Foto: USAF

Na verdade é mais ou menos como mudar a um automóvel. Salvaguardem-se as devidas escalas e pormenores, claro.
Não deixa contudo de ser curioso ver uma máquina capaz de atingir duas vezes a velocidade do som, limitado às mesmas tarefas dos "comuns mortais".

Retirando o pneu danificado com o peso da aeronave em cima do macaco     Foto: USAF
Finalmente um pneu novo e a missão pode prosseguir     Foto: USAF

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

SISTEMA ANTI-COLISÃO DO TERRENO SALVA PRIMEIRO F-16 (M1788 - 26PM/2015)

O novo sistema promete salvar 10 vidas e 14 aeronaves até ao ano-horizonte de retirada do F-16 na USAF   Foto: Joe McFadden


Segundo a publicação Aviation Week, o incidente terá ocorrido já  a 10 de novembro de 2014, mas apenas agora foi conhecido.
Durante uma missão de ataque a posições do Estado Islâmico na Síria, um F-16C da USAF a operar a partir da jordânia, terá sido salvo pelo novo sistema automático de anti-colisão com o solo (Auto GCAS). A USAF não confirma os detalhes, mas reconheceu que uma aeronave e um piloto foram já salvos pelo novo sistema.

O Auto GCAS foi desenvolvido pelo gabinete Skunk Works da Lockheed Martin, em conjunto com o Laboratório de Pesquisa da USAF e a NASA, tendo sido começado a ser integrado nas frotas de F-16 Blocos 40/50 da USAF apenas em setembro passado, com a nova atualização de software operativo OFP 6.2+.

O sistema protege o piloto, tomando temporariamente comando da aeronave e executando uma manobra automática de recuperação, quando deteta  que um impacto com o solo está iminente.
O sistema compara constantemente a trajetória do F-16 com o perfil de terreno gerado por informação digital de elevação do solo (DTED). Ao detetar uma ameaça, um comando de evasão é emitido. Se nenhuma ação é tomada pelo piloto, o sistema assume automaticamente controlo. A recuperação inclui uma volta para reposicionar o avião, seguida de uma subida de 5Gs até que a colisão com o terreno seja evitada. O Auto GCAS pode contudo ser contrariado pelo piloto a qualquer momento, tal como pode ser acionado manualmente por um piloto em desorientação espacial.

Um sucesso na utilização do sistema, tão cedo após a instalação na frota, é um marco importante para um programa de desenvolvimento tão longo como foi o Auto GCAS, que promete ainda assim reduzir as perdas devidas a colisões como solo em até 90%. 
Segundo a USAF, 26% de todas as fatalidades com aeronaves e 75% das perdas de F-16 são causadas por este tipo de acidentes. 

Até ao momento, mais de 440 dos 631 F-16C mais recentes da USAF já receberam o Auto GCAS. Uma versão dedicada foi já proposta para os F-16 Bloco 30, que não possuem computadores de controlo de voo digitais, com os voos de teste previstos para os primeiros meses de 2015. Esta será igualmente introduzida pelos operadores europeus de F-16 MLU, (Portugal, Bélgica, Países Baixos, Noruega e Dinamarca), com os quais a USAF partilhará os custos de desenvolvimento.




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