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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

B-52 SOBREVOAM OS PAÍSES DA NATO - [M2172 – 90/2020]

B-52 escoltado por um F-16 português, sobre território nacional. Foto: FAP

Numa demonstração de poder aéreo da NATO, seis bombardeiros estratégicos B-52H Stratofortress da Força Aérea dos EUA (USAF), quatro na Europa e dois na América do Norte, reuniram-se a outras aeronaves da aliança atlântica no sobrevoo de todos os trinta países membros, em 28 de agosto de 2020.

Cortesia: AC

B-52 + Typhoon Alemão. Foto: Xavier NavarroU.S. Air Force

B-52 + F-16M da Bélgica. Foto: Bart Rosselle

B-52 + CF-18 do Canadá. Foto: FA Canadá

B-52 + F-16M da Dinamarca. Foto: Burt Traynor/U.S. Air Force

B-52 + Mirage 200 da França e Typhoon da Alemanha. Foto: Xavier Navarro/U.S. Air Force

B-52 + F-35A da Noruega. Foto: Burt Traynor/U.S. Air Force

A missão, apelidada de Allied Sky, está a ser anunciada como uma extensão da mais recente implantação regular da Força-Tarefa de Bombardeiros (BTF) na Europa. 

B-52 + Mig-29 da Polónia. Foto: Xavier Navarro/U.S. Air Force

B-52 + JAS-39 Gripen da República Checa. Foto: FACheca

B-52 + Mig-21 e F-16M da Roménia. Foto: FA Roménia

Atualmente, seis B-52Hs com capacidade nuclear, da 5ª Ala de Bombareiros da Base Aérea de Minot, Dakota do Norte, estão a operar a partir base aérea da RAF/Fairford em Gloucestershire, Inglaterra. 

Como membro efetivo da NATO, Portugal foi obviamente sobrevoado pelos B-52, devidamente acompanhados pelos caças F-16M de Monte Real.

sábado, 4 de julho de 2020

Apontamento fotográfico: Museu de Aviação de Gdynia (Polónia) [M2160 – 78/2020]



Há alguns anos, pedi a um Amigo, que ia em missão à Polónia, que tivesse oportunidade para se deslocar ao Museu Naval, em Gdynia, e por lá fazer alguns slides para a minha colecção.

O Museu da Marinha Polaca (Muzeum Marynarki Wojennej), em Gdynia, cujas origens remontam logo após a 2ª Grande Guerra, possuía à altura desta foto-reportagem, uma pequena colecção de aviões utilizados pela aviação naval polaca.

De acordo com a última edição do European Military Out Of Service (ed.2018), apenas refere três aparelhos, ainda que à data da visita, em 1999,  fossem os oito aparelhos que  lá se encontravam e aqui se apresentam (podem confirmar os dados na edição de 2011 do EMOOS).

Aqui fica a partilha.


Yakovlev Yak-9P nº2 (ex Polish Navy)

PZL-Mielec Lim-6bis nº316 (s/n 1F-0316) da Marinha Polaca

TS-11 nº414 (s/n 1H-0414)

Mikoyan-Gurevich MiG-21bis nº 8905 (s/n 75078905) com pintura especial.

Ilyushin IL-28R nº69 (s/n 41302) (ex Navy)

‘4028’ PZL-Swidnik SM-1Wb (real 4017, s/n 402017)

Míssil ”P-15 Termit”, utilizado pela classe de corvetas Tarantul.

Mil Mi-4ME nº1717 da Marinha Polaca (s/n 02177)




Rui “A-7” Ferreira
Entusiasta de Aviação

Agradecimentos -  ao Luís Laranjeira pela ajuda e pelas imagens!


domingo, 8 de outubro de 2017

F-16 CONTRA GRIPEN (OUTRA VEZ) (M1924 - 61/2017)

Formação mista de Gripen e F-16

Não se trata de uma luta nos céus, mas sim na "secretaria".
F-16 e Gripen vêm-se confrontando nos últimos concursos para aquisição de caças, em vários países à volta do globo.
Acresce que, com a gradual obsolescência das frotas de caças de origem soviética, agravada pelo resfriar das relações com a Rússia, devido à anexação da Crimeia em 2014, vários países do antigo Bloco Leste europeu, vêm solicitando soluções no mercado para substituir os seus MiGs.

E se, tal como escrevemos antes, numa primeira fase o F-16 terá perdido algum terreno para o caça de origem sueca, muito devido ao desinvestimento da Lockheed Martin na plataforma de armas F-16 em favor do novel F-35, o gigante estadunidense do armamento corrigiu mais tarde a mão e começou a apresentar versões modernizadas do F-16, como uma solução mais económica, direccionada aos países que não estejam interessados ou não possam "embarcar no comboio" do F-35.
Os últimos exemplos da rivalidade que referimos, são a Croácia e a Eslováquia.

MiG-21bisD da FA Croata       Foto: Tomislav Haraminčić/Wikimedia

O primeiro país, saído do desmembramento da antiga Jugoslávia, opera uma dúzia de MiG-21, que apesar de recentemente terem sofrido algumas modernizações realizadas na Ucrânia, destinadas principalmente à compatiblização com os sistemas de navegação/comunicação da NATO, têm estado envolvidos em polémica. É que cinco dos doze MiG-21 modernizados que foram incorporados na Arma Aérea do país do Adriático, estavam  armazenados em Odessa, alegadamente pertencentes a uma encomenda cancelada pelo Iemen. Uma investigação contudo está a ser conduzida para determinar ao certo de que células se trata, dado que os números de série terão sido adulterados, sendo na verdade os cinco MiG-21 ex-búlgaros.
Por todas esta razão e as já enunciadas, o Governo de Zagreb está por isso interessado em renovar a frota de caças do país, tendo realizado em Julho passado, um pedido de propostas à Suécia, EUA, Coreia do Sul, Grécia e Israel.
Destes cinco países, surpreendentemente a Coreia do Sul não avançou com o seu KAI AT-50, resumindo-se as propostas abertas na semana transacta, a EUA, Israel e Grécia com F-16 em segunda mão e a Suécia com o Gripen. Segundo o ministro da Defesa croata, uma decisão será tomada dentro dos dois próximos meses, tendo em conta "para além das características e capacidades das aeronaves, (...) três parâmetros: contrato intergovernamental, preço e pacote de cooperação económico-financeiro".

MiG-29 eslovaco
A Eslováquia é outro país no mercado, em busca de 14 caças que possam substituir os doze MiG-29 actualmente ao serviço da sua Força Aérea, pese embora tenha adiado mais uma vez uma decisão definitiva, esperada que era até ao fim de Setembro de 2017.
Embora reconhecendo que retardar a decisão prolongará a dependência de material russo, o ministro da Defesa de Bratislava, Peter Gadjos justificou o adiamento com a necessidade de equilibrar os gastos da Defesa entre Força Aérea e Exército, igualmente necessitado de renovar equipamento. A opinião local é contudo, que o Gripen terá ascendente sobre o F-16, uma vez que os vizinhos República Checa e Hungria já utilizam o modelo, propiciando por isso a uma uniformização de frotas na região.

Em "banho-maria" está ainda a decisão da Bulgária em adquirir oito unidades de um novo modelo que substitua os seus MiG-29, num processo que já esteve decidido em favor do caça sueco, mas que seria revertido pelo novo Governo de Sófia, alegando que o anterior Governo interino que tomou a decisão, não tinha competências para o fazer. De recordar que Portugal é um dos países que apresentou proposta neste concurso, contemplando F-16 vindos dos EUA em segunda mão, a modernizar em solo luso. Concorreu ainda a Itália com Eurofighter Typhoon igualmente em segunda mão.
Fontes não-oficiais dizem esperar-se uma decisão final até ao fim do corrente ano de 2017.

Num outro segmento de marcado, o das empresas particulares que fornecem serviços de treino de combate aéreo, o F-16 estará em fase de aquisição por duas conhecidas empresas do ramo (Discovery Air Defence e TacAir), de modo a proporcionar ameaças credíveis para os caças de 5ª Geração.
A Saab entretanto, pretende intrometer-se neste nicho de mercado com uma versão adaptada do Gripen C (com algumas melhorias da versão E), conforme revelou o seu chefe de Vendas e Marketing Richard Smith, na feira de equipamentos de Defesa DSEI em Londres, em Setembro passado. Apesar de se falar já no interesse da ASDOT (britânica) e AdAir (americana) no Gripen Aggressor, não está claro se esta solução pretende aproveitar células provenientes do mercado de segunda-mão (a Suécia irá trocar a totalidade da sua frota de Gripen C/D por novos E/F nos próximos anos), ou se estará limitada a células novas construídas de raiz nesta nova configuração.

A Grécia foi um dos países a apresentar proposta à Croácia para a venda de F-16 Bloco 30. Em fundo a cauda de um Gripen checo

F-16 e Gripen têm por isso muitos duelos pela frente, apesar de estarem normalmente do "mesmo lado das trincheiras".





quinta-feira, 5 de outubro de 2017

FALCON DEFENCE 2017 - F-16 PORTUGUESES NA ROMÉNIA (M1922 - 59/2017)

TCor João Rosa (esq) com um piloto da Esq. 301 à chegada à base aérea de Borcea, Roménia 

Caudas de dois F-16MLU portugueses com o romeno n/c 1603 (ex-FAP 15124) em fundo


A Força Aérea Portuguesa tem destacados na Roménia desde o dia 18 de Setembro de 2017, quatro F-16AM (n/c 15104, 15107, 15114, 15141) e um contingente de cerca de 70 militares de apoio às operações na base aérea de Borcea.

Manutenção e aprontamento dos F-16 portugueses para as missões na Roménia

idem

Os Crew Chiefs sempre atentos ao dar a partida aos caças

O destacamento, previsto para durar dois meses, faz parte das medidas de tranquilização da NATO aos aliados do bloco de Leste, implementadas após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.

Durante o destacamento, os pilotos portugueses pertencentes às Esquadras 201 e 301 irão executar missões de treino de suporte às políticas da NATO, que incluem missões conjuntas com a Força Aérea, Exército e Marinha romena, bem como com CF-188 canadianos, igualmente destacados na Roménia. Algumas destas missões terão ainda a participação de um avião de alerta aéreo e controlo (AWACS) E-3A Sentry da NATO.


Os objectivos do exercício passam pela consolidação da interoperabilidade dentro das forças aliadas, com a vantagem de praticar simultaneamente a projecção de forças longe e operação longe da base de origem, como referiu o Tenente-coronel João Rosa, chefe do destacamento lusitano.

TCor João Rosa à direita acompanhado por um dos pilotos da Esquadra 201 - Falcões
Em paralelo com o destacamento dos F-16 portugueses na Roménia, realizou-se a 28 de Setembro, a entrega do último lote de três F-16, de um total de 12 vendidos por Portugal ao mesmo país.  No âmbito do mesmo contrato de venda dos caças, e além de ter treinado pilotos e mecânicos romenos em Monte Real, a Força Aérea Portuguesa irá fornecer até Setembro de 2018 apoio técnico para a instalação e operação deste sistema de armas na Roménia.

Embora não declarado oficialmente, este destacamento aparenta ser um apoio mais à operacionalização completa do sistema de armas F-16, no país dos Cárpatos, opinião aliás partilhada pela imprensa local.

Linha da frente do destacamento nacional na base aérea de Borcea onde operará até meados de Novembro


Fotos: Alf. Pires/Força Aérea Portuguesa


quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

ASSINALARAM-SE ONTEM OS 39 ANOS DA FORÇA AÉREA DE ANGOLA (M1773 - 03AL/2015)

Os caças Mig-21 da Força Aérea de Angola continuam a ser uma importante plataforma da projeção da arma aérea angolana. Foto: Chris Loftting

«No dia 21 de Janeiro de 1976 o primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, visitou e proclamou, na então Base Aérea nº1, em Luanda, a fundação da Força Aérea Popular de Angola/Defesa Anti-Aérea (FAPA/DAA).
A FAPA/DAA nasceu do embrião da Força Aérea colonial portuguesa, num momento em que se impunham actividades permanentes para a recuperação dos meios abandonados pelos portugueses, com vista a responder as exigências inerentes à defesa da integridade territorial e independência do país, que acabava de ser proclamada a 11 de Novembro de 1975.
 À luz dos acordos de Bicesse, a FAPA/DAA foi redimensionada em Setembro de 2002 e passou a denominar-se Força Aérea Nacional (FAN).
 A Força Aérea é o ramo das Forças Armadas Angolanas (FAA) que tem como missão a protecção do espaço aéreo nacional, da Zona Económica Exclusiva e a realização de operações aero-terrestres e aero-navais.
Ela caracteriza-se como um sistema de armas de elevado poder combativo de fogo e alta capacidade dissuasora da zona do inimigo, pela velocidade, mobilidade, alcance e profundidade de emprego, quer sejam operações com meios exclusivos, quer sejam conjuntas.Desde a sua fundação, a Força Aérea desempenhou um papel de destaque em missões combativas, busca e salvamento (mar e na terra), no resgate de vidas face às calamidades naturais, assim como na consolidação da soberania, da reconciliação nacional e no alcance da paz definitiva, em estrita cooperação com outros ramos das FAA.
No contexto actual, em que a paz se considera um facto irreversível, o comando da FAN tem direccionada a sua principal atenção para os aspectos organizativos internos do ramo e da restauração das suas unidades.
Esses esforços têm sido complementados com a formação e capacitação de quadros, fundamentalmente oficiais, e asseguramento material e técnico, com vista a criação de melhores condições de trabalho e de aquartelamento dos militares.
 No âmbito organizativo e disciplinar, a FAN tem desencadeado uma campanha de mobilização e sensibilização dos militares a todos os níveis, para cumprirem com rigor o conceito organização/disciplina, dentro e fora do quartel.»

Fonte: Angop

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

SÍRIA DIZ TER 8 MIL KAMIKAZES PRONTOS PARA TUDO (M1134 - 65AL/2013)

 
A frota da Força Aérea Síria não é muito conhecida, mas seguramente que nela ainda pontificam vários Mig-21 semelhantes ao da imagem e que estarão na linha da frente para os ataques suícidas. Créditos na imagem.
Segundo o jornal Britânico "The Guardian", que cita fontes anónimas mas oficiais (!) do Exército Sírio, a Força Aérea daquele paíes prepara-se para usar Kamikaze que se lançarão nas sua aeronaves plenas de explosivos contra alvos militares norte-americanos. A mesma fonte, ainda citada pelo "The Guardian", afirma existirem pelo menos 13 oficiais sírios que assinaram uma declaração disponibilizando-se para se lançarem como Kamikases, em caso de necessidade. Consta também que no exército de Damasco, haverá 8 mil potenciais bombistas suícidas.
A tensão na Síria tem-se agudizado à medida em que crescem rumores sobre uma possível intervenção militar estrangeira, acelerada, digamos pelo recente recurso a armamento químico e pelos largos milhares de mortos ocorridos desde o início do conflito naquele país e que estão a indignar vários setores da comunidae internacional.
Fonte: RVR
Edição: Pássaro de Ferro

sexta-feira, 12 de abril de 2013

PAQUISTÃO: FORÇA AÉREA EM ESTADO CRÍTICO (M949 - 101PM/2013)

Chengdu F-7 de fabrico chinês     Foto: PAF
Uma dúzia de aeronaves militares paquistanesas sofreram acidentes nos últimos dezoito meses aproximadamente. O nível de incidência dos acidentes, levanta sérias preocupações acerca da "saúde" das frotas de aviões usadas, bem como da proficiência dos mais de 3000 pilotos que os voam.
Um grande número de aviões voados pela Força Aérea Paquistanesa aproxima-se do cinquentenário, tendo sido colocados na linha da frente recentemente, para ajudar a combater uma insurgência interna de forças Talibãs. 
O Paquistão voltou-se para a China e EUA na tentativa de modernizar a sua Força Aérea, mas constrangimentos económicos têm encolhido o orçamento, que assim se tem revelado incapaz de manter as cerca de 900 aeronaves em níveis de segurança mínimos. Os problemas orçamentais têm também afetado o treino dos cerca de 3000 pilotos que os voam, com efeitos visíveis e traduzidos em números de acidentes.

Mirage V      Foto: PAF
Cerca de metade dos 13 aviões acidentados desde maio de 2011 eram Mirage com quase cinquenta anos, comprados a preço de saldo a forças aéreas que os haviam retirado de serviço. Segundo um antigo oficial da FA Paquistanesa, eram ainda plataformas bastante confiáveis mas "com a intensidade do ambiente operacional de combate os problemas tendem a aparecer". Os Mirage IIII e 5 constituem cerca de um quarto dos 520 caças em serviço.
Destroços de um F-7    Foto:Autor desconhecido
Outros modelos acidentados incluem os F-7 (Mig-21 chineses) e JF-17. A aquisição de material chinês e mesmo o desenvolvimento do JF-17 com a China, ocorreram devido às flutuações nas relações com os EUA, que levaram ao cancelamento por vários anos de material militar, nomeadamente vários lotes de F-16 mais modernos. Ainda assim, além dos F-16 adquiridos na década de 80, modelos mais recentes do F-16 acabariam por ser entregues, que adicionados aos primeiros totalizaram as 77 unidades, mas dificuldades com a aquisição de peças sobressalentes nos últimos dois anos (principalmente devido às tensões pós-operação bin Laden) voltaram a colocar esta frota em estado crítico.
Entretanto, o programa JF-17 com a produção dos aviões no Paquistão, destinados a substituir grande parte dos Mirage, ainda estão longe de o poder fazer.
Apesar do orçamento da Defesa levar 20% do Orçamento de Estado, os dias são sombrios, na sétima maior Força Aérea do mundo.


Fonte: National Post
Tradução e Adaptação: Pássaro de Ferro


domingo, 31 de março de 2013

QUANTO TEMPO DURARIA A FORÇA AÉREA NORTE-COREANA? - atualizado (M934 - 01FD/2013)


Recentemente as forças armadas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul desenvolveram um exercício conjunto no território deste última país, a Operação Key Resolve, para gáudio do governo da Coreia do Norte. De um modo previsível, o agressivo executivo de Kim Jong-un, respondeu declarando que iria responder a qualquer provocação e que as acções dos seus inimigos seria justificações mais que suficientes para o recomeço do conflito terminado em 1953 e para o qual nunca houve uma declaração de paz formal. A passagem de bombardeiros pesados B-52 e B-2 pela região terá apenas espicaçado ainda mais os norte-coreanos.

Bombardeiro B-2       Foto: USAF
Os motivos por detrás das ameaças para com a Coreia do Sul e seus aliados são diversos. A Coreia do Norte é o regime mais fechado do mundo, possuidor do maior exército em comparação com o tamanho da população em existência. É também uma potência nuclear, embora a quantidade de ogivas atómicas disponíveis não seja elevado, tanto quanto se saiba. No entanto o modo como o país é governado e gerido cria uma situação incrivelmente delicada dentro do mesmo.
A fome é generalizada e as sanções colocadas sobre esta nação apenas acentuam a situação. Basicamente o regime de Pyongyang troca ameaças por comida e ajuda humanitária e já o faz há décadas. Há quem suspeite de lutas de poder amargas entre as chefias, com diversos generais a tentarem cair nas boas graças do líder ou a tentar sobrepujá-lo de todo. Em associação a tudo isso existe a noção de que o governo estaria, aos poucos a perder o controlo dracónico que tem sobre a população, à medida que a mesma começa a viver em condições cada vez mais desesperantes.
O líder norte-coreano Kim Jong-un       Foto: Agência Reuters
A somar a estes factores existe a República Popular da China (RPC). Este é único verdadeiro aliado que resta à Coreia do Norte, e tudo indica que usa Pyongyang como uma maneira de fazer pressão sobre os vizinhos e, através deles, os Estados Unidos. No entanto o modo cada vez mais errático como Pyongyang reage a provocações e gera as suas, inclusive a abdicação dos tratados existentes após a Key Resolve, parece começar a cansar os chineses. Se o comportamento norte-coreano é ou não parte de um plano maior da RPC para a região é algo que está para se ver. No entanto Kim Jong-un declarou que atacaria se se visse ameaçado e que “esmagaria” a oposição.
Façamos um pequeno exercício e imaginemos que perante todas estas situações a Coreia do Norte realmente entrava em guerra com a Coreia do Sul e seus aliados. Numa prespectiva puramente voltada para as forças aéreas, qual seria a performance esperada das tropas de Pyongyang?

Uma força aérea da Guerra Fria
Não vale a pena estar com ilusões, e por isso vou dar já uma resposta rápida: num confronto directo contra sul-coreanos, japoneses ou norte-americanos os pilotos norte-coreanos não teriam a menor hipótese. Façamos uma análise simples dos caças mais comuns entre a Força Aérea Popular da Coreia (FAPC) e seus adversários para confirmar isto.
A FAPC tem ao seus dispor aeronaves de combate que remontam aos tempos da Guerra Fira. E, em toda a honestidade, quase serve como um exemplo de como a indústria aeronáutica soviética evoluiu desde o fim da Guerra da Coreia. Os modelos mais comuns são o MiG-19 (na versão chinesa J-6) e o MiG-21, ambos aeronaves dos anos 50 com capacidades severamente limitadas quando comparadas com alguns dos modelos mais “regulamentares” existentes em diversas forças aéreas a nível mundial. 
MiG-21 norte-coreano       Foto: Agência Reuters
Os MiG-19 nem sequer possuem sistema de alerta radar pelo que seriam sumariamente eliminados sem sequer saberem que estavam a ser atacados. Os MiG-21 já são de modelo antigo, também. Apesar de se ponderar que existam mais de cem aeronaves de cada modelo em serviço, não se pode ter a certeza de quantas estarão em condições de combate. Tendo em conta as sanções e mesmo com o apoio chinês, as suas condições não serão extraordinárias.
Os aviões de combate mais sofisticados são o MiG-29B e o Su-25, pouco mais de 30 de cada modelo. Novamente, são aeronaves com capacidades limitadas, neste caso mesmo quando comparadas com outras dos mesmos modelos-base em serviço pelo mundo fora. Evidentemente que não deverão, nem poderão, ser subestimados, pois são operados pelas esquadras de elite da FAPC, mas a conclusão geral permanece válida.
Agora, comparemos estes caças com os mais comuns utilizados pelas forças aéreas que enfrentariam num conflito. Entre sul-coreanos e japoneses, os caças mais comuns são da família Boeing F-15 Eagle. Grandes bimotores capazes de elevadas velocidades e carga bélica, são também ágeis e possuem electrónica sofisticadíssima. Apesar de o projecto deste avião remontar aos anos 70, os que servem nestas nações asiáticas estão entre os mais avançados do mundo. Os F-15J japoneses estão ao nível dos F-15C americanos e foram actualizados recentemente. Os F-15K sul-coreanos, os Slam Eagle, são da categoria do avião de ataque F-15E americano e fenomenalmente capazes também. 
F-15K sul-coreanos       Foto: ROKAF
Se nos voltarmos para os americanos podemos ainda contar com os F/A-18 da Marinha, sobretudo dos modelos E e F Super Hornet. Das bases japonesas onde há presença americana podem ainda descolar os furtivos F-22 Raptor. Estes caças de quinta geração têm enfrentado problemas operacionais mas, mesmo assim, os seus sistemas de armas não teriam dificuldades em lidar com as ultrapassadas aeronaves norte-coreanas.
Dentro destes factos, como poderia a Coreia do Norte sequer conseguir ameaçar os seus adversários?

Táctica e estratégia
A melhor hipótese que os norte-coreanos teriam de contrariar a esmagadora superioridade inimiga, seria recorrerem a tácticas de emboscada. Isto significa atrair as aeronaves opositoras para áreas onde fogo antiaéreo e números superiores de caças poderiam sobrepujar as aeronaves mais avançadas e talvez abater umas quantas.
Novamente seria uma questão complicada, pois certamente que os sistemas avançados de comando e controlo dos americanos e seus aliados iriam contrariar estas tácticas. Mais ainda, o uso de armas stand-off também ajudaria a manter os caças mais sofisticados longe das zonas mais perigosas durante a maior parte do tempo. Mesmo que fossem forçados a aproximarem-se mais, não creio que as baixas fossem capazes de negar o seu uso.
Já a FAPC seria terrivelmente atingida nos primeiros dias de confronto e acredito que no final da primeira semana já não existiria como força de combate.
Resta, no entanto, uma possibilidade a Pyongyang: atrair a RPC para as acções.
A Força Aérea de Libertação Popular da China (FALPC) é muito maior e muito mais bem equipada do que a FAPC. Estando a sofrer neste momento uma reformulação generalizada para se colocar ao nível dos seus rivais ocidentais, a FALPC tem ao seu dispor modelos muito mais capazes, como o J-10 de desenvolvimento local e o J-11 (cópia local do Su-27 russo). Apesar de não estarem ao nível dos caças que iriam enfrentar, são no entanto ameaças muitos mais realistas do que as aeronaves norte-coreanas e disponíveis em números muito maiores.  
J-10 chinês       Foto: Flight Global
No entanto é duvidoso que a RPC quisesse entrar num confronto dessa magnitude neste momento. Se entrariam num confronto limitado com o Japão pelas ilhas de Seikaku é uma questão, mas entrarem num conflito total por Pyongyang não parece plausível.
Em conclusão, a Força Aérea norte-coreana representa bem as forças armadas desse país: numerosas mas desesperantemente desactualizadas. Apesar de certas situações poderem arrastar o executivo de Kim Jong-un para um conflito, a sua maior e mais ameaçadora arma é a bomba atómica.
Se a usar, no entanto, ficará totalmente isolado, e mesmo a China não poderá aceitar tal realidade, e afastar-se-ia, ou seria ela mesma arrastada para uma situação política inaceitável. Face a esta realidade as tropas norte-coreanas seriam arrasadas, em tempo.
Acima de tudo a política externa de Pyongyang sempre foi uma de suposta agressividade e muito ladrar para pouco morder. Nada indica que as recentes acções sejam diferentes. Se o forem, no entanto, e levarem ao confronto armado, então é pouco provável que o esforço militar norte-coreano dure muito tempo. 

Mapa: Cortesia Galcom

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