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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

KAMOV EX-PROTEÇÃO CIVIL PORTUGUESA A VOAR NA UCRÂNIA [M2575 - 99/2024]

Kamov Ka-32A11BC em 2013 ainda operado pela EMA para a Proteção Civil - Imagem de arquivo
 

Pelo menos um dos Kamov Ka-32A11BC que pertenceram à Proteção Civil Portuguesa, foi visto a voar, alegadamente nos arredores de Kiev, após ter sido doado e transportado para a Ucrânia em Setembro passado.

A frota de seis helicópteros de fabrico russo, operada no combate a incêndios pela EMA - Empresa de Meios Aéreos, S.A., até à sua extinção em 2013, foi posteriormente adjudicada em regime de contrato plurianual, a privados, pelo Ministério da Administração Interna. Contudo, e face às condições de baixa operacionalidade e a uma disputa daí resultante entre o Estado Português e a empresa adjudicatária, a frota transitaria para a gestão da Força Aérea em 2018, nunca tendo chegado a voar desde então. 

Já em 2021, foi alvo de uma peritagem para apurar as condições da frota, e incorporada na Força Aérea em 2022, quando cerca de um mês mais tarde a invasão da Ucrânia pela Rússia, e as sanções que se seguiram, inviabilizarem qualquer hipótese de recuperação das células que ainda poderiam ser colocadas em condições de voo.

O Governo à época, optou então por doar à Ucrânia a totalidade da frota, independentemente da condição das aeronaves (uma acidentada em 2012 apenas poderia servir para fornecer peças e as restantes não possuíam certificado de aeronavegabilidade, e estando em diferentes condições de manutenção). 


A transferência dos helicópteros para a Ucrânia viria a ocorrer apenas em Setembro de 2023, sendo agora nestas imagens que afloraram na rede social X, a primeira vez que alguma dessas células é notada novamente operacional.




quarta-feira, 17 de julho de 2024

ASSINATURA DE CONTRATO DE AQUISIÇÃO DOS DHC-515 [M2518 - 62/2024]

Foto: De Havilland Canada

Amanhã, dia 18 de julho, realiza-se a cerimónia de assinatura do contrato de aquisição de dois aviões bombardeiros pesados DHC-515, adquiridos com recurso a fundos comunitários, através do Programa RescEU.

Aquelas duas aeronaves visam reforçar os meios próprios do Estado para a missão de combate aos incêndios rurais, sendo entregues à Força Aérea Portuguesa previsivelmente a partir de 2029.

A cerimónia, presidida pelo Ministro da Defesa Nacional, e com a presença da Ministra da Administração Interna e do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, decorre amanhã no Museu do Ar, em Sintra, às 10h00.

Complemento a esta notícia: ver AQUI.

Fonte: Força Aérea Portuguesa.



quinta-feira, 13 de outubro de 2022

PORTUGAL OFERECE KAMOV DOS INCÊNDIOS À UCRÂNIA [M2351 - 67/2022]

Kamov Ka-32A11BC de combate a incêndios do Estado Português

 Portugal ofereceu à Ucrânia a frota de seis helicópteros Kamov Ka-32 de combate a incêndios, que se encontrava imobilizada desde 2018.

O anúncio da decisão foi feito por Helena Carreiras na tarde de hoje, 13 de outubro de 2022, à saída da reunião de ministros da Defesa da NATO: “A pedido da Ucrânia e em articulação com o Ministério da Administração Interna vamos disponibilizar à Ucrânia a nossa frota de helicópteros Kamov que, em virtude do cenário atual, das sanções impostas à Rússia, deixámos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer poderemos repará-los”.

Tal como é de conhecimento público, a referida frota adquirida pelo Estado em 2006, para uso no combate a incêndios e operada pela Empresa de Meios Aéreos (EMA) até à sua extinção em 2013, passou depois a operar em regime de adjudicação a privados, pelo Ministério da Administração Interna (MAI). No início de 2018 contudo, a culminar um longo processo de disputas entre o MAI e a empresa adjudicatária na altura, a frota ficaria definitivamente inoperacional. Então, das seis células Ka-32A11BC, uma encontrava-se acidentada desde 2012, duas estavam em manutenção e sem voar desde 2015, enquanto as restantes três ficaram então imobilizadas por falta de inspeção e certificação.

Segundo a ministra da Defesa Nacional referiu ao anunciar a cedência das aeronaves, “os ucranianos conhecem as condições em que se encontra o material”, sublinhando que a “cadeia logística de helicópteros semelhantes” operados na Ucrânia, permitirá repará-los. 

A frota Kamov Ka-32 havia sido transferida para a esfera da Força Aérea Portuguesa no início de 2022, para reposição das condições de aeronavegabilidade. No entanto, o deflagrar do conflito na Ucrânia, e as sansões impostas pela União Europeia à Rússia, inviabilizariam a intenção, pouco mais de um mês depois.

Helena Carreiras adiantou ainda que a transferência dos helicópteros deverá ocorrer “o mais rapidamente possível” e que serão "muitíssimo úteis à Ucrânia e essa cedência foi muito agradecida pelas nossas contrapartes ucranianas”.




domingo, 4 de setembro de 2022

HELICÓPTEROS UH-60 "BLACK HAWK" PARA COMBATE A INCÊNDIOS - [M2336 - 51/2022]

Helicóptero Black Hawk do Exercito Norte-Americano apoia operações de combate a incêndios no estado do Michigan 
(Foto da Guarda Nacional do Michigan).

A empresa Norte-Americana Arista Aviation, representada em Portugal pela Sodarca Defense, ganhou o concurso público da Força Aérea Portuguesa (FAP) para a aquisição de 6 Helicópteros Bombardeiros Médios (GCMIR/5021017626) que serão usados no Combate a Incêndios em todo o território Nacional.

A FAP vai assim estar equipada com um dos melhores Helicópteros do mundo a combater incêndios. A exemplo da Califórnia, da Polónia, da Austrália e de outros locais por todo o mundo, Portugal irá estar munido, a partir de 2023 com Helicópteros SIKORSKY UH-60 Black Hawk. 

Em cima, um Black Hawk recondicionado e depois equipado para Operações Militares de Busca e Salvamento em áreas de conflito.  (Foto da Arista Aviation).

A FAP conseguiu, através de um concurso público exaustivo para aquisição de seis helicópteros médios, adquirir aquela que é a aeronave mais polivalente do planeta. O Black Hawk, é um Helicóptero Bimotor, fabricado pela Sikorsky (hoje em dia pertencente ao grupo Lockheed Martin), que começou a sua operação em 1979 como um puro Helicóptero militar utilitário (Utility Helicopter – UH) do Exército dos Estados Unidos da América. No entanto, esta aeronave obteve tanto sucesso que rapidamente foram produzidas as mais variadas versões, desde helicópteros para a guarda costeira, marinha, força aérea, operações especiais e até versões de ataque (chamados gunship). Também os Marines Norte Americanos usam a versão VH-60 Night Hawk para transportar o Presidente dos Estados Unidos, ficando nessa altura nomeado como Marine 1. 

O Black Hawk, para além das entidades civis que equipa, serve os militares dos EUA e as forças armadas de 28 outros países em todo o mundo como um helicóptero utilitário extremamente resistente e de alta fiabilidade. Mais de 4.000 helicópteros H-60 estão hoje em serviço em todo o mundo. O Exército dos EUA é o maior utilizador com cerca de 2.135 aeronaves H-60, de vários tipos. Nos últimos anos, o Exército Americano encontra-se numa campanha de renovação das suas frotas e a colocar à venda no mercado algumas plataformas. Várias foram as entidades (empresas civis, departamentos de bombeiros, forças armadas aliadas, etc.) a aproveitar esta situação e equiparem-se com estes Helicópteros, que de outra forma teriam preços muitíssimo mais elevados se fossem novos. 

Helicóptero H60 recondicionado para combate a incêndios e equipado com um tanque externo de 4000L de água.
(Foto de Helitak)

Foi aqui que a Arista Aviation ganhou relevância Internacional, especializando-se na compra destas plataformas às Forças Armadas Americanas. O seu modelo de negócio passa por desmontar as aeronaves por completo, fazendo o recondicionamento das partes com potencial, substituindo aquelas que estão em fim de vida, instalando novos aviónicos e sistemas eletrónicos. O resultado é um Helicóptero como novo de produção, com aviónicos e sistemas tecnológicos atuais, por um valor significativamente abaixo daquele que custaria um novo.

COCKPIT DIGITAL QUE EQUIPARÁ A VERSÃO PORTUGUESA

Seja em operação, em manutenção ou no recondicionamento, os funcionários da Arista são profissionais altamente qualificados. A Arista tem uma equipa com décadas de experiência a trabalhar com este tipo de Helicóptero. Por exemplo, alguns dos pilotos de teste no UH-60 operam-no desde 1983, sendo que uns pertenceram ao famoso 160th Special Operations Aviation Regiment (conhecidos como Night Stalkers). Também vários engenheiros e técnicos de manutenção da Arista apoiaram o UH-60A nas Forças Armadas dos EUA durante mais de 25 anos. 

Embora os maiores clientes da Arista Aviation sejam empresas privadas e departamentos de bombeiros, a empresa também conseguiu posicionar-se no mercado como um parceiro de especial importância para algumas Forças Armadas da América do Sul que usam Black Hawk, assim como alcançou exportações importantes na Europa, Ásia e na Oceânia.

Para além de fazer o recondicionamento destas aeronaves para combate a incêndios, a Arista prepara as mesmas para missões de busca e salvamento em combate. A Arista tem a capacidade de incorporar blindagem, sistemas de resgate a feridos graves em combate (Air Med Evac), sistemas de armas modernos, sistemas de vigilância eletrónicos ao solo com definição no espectro visível ou Infravermelho a vários KM de altitude e até na instalação de guiamento para misseis e/ou rockets.

Para este concurso de Helicópteros Médios para combate a incêndios, a Arista aliou-se à Sodarca Defense. Esta ultima, com uma experiência comprovada ao nível de equipamentos militares (representando gigantes da Defesa como a General Dynamics ou a FN Herstal, que equipam as Forças Armadas Portuguesas). Como empresa participada do Grupo Sodarca, está a Helibravo, empresa operadora da maior frota de Helicópteros em Portugal a desempenhar a função de combate a incêndios. Esta aliança tem como vantagem para Portugal a transferência de tecnologia e know-how no recondicionamento e manutenção dos UH-60 Black Hawk pela Arista, para com a Industria Portuguesa, com a manutenção e operação de Helicópteros em combate a incêndios do Grupo Sodarca.

Durante os últimos 40 anos, o notável helicóptero multiusos Black Hawk foi o elemento que significou vantagem dentro e fora de inúmeras operações de alto risco, tenham sido elas em conflitos armados ou operações de carácter civil. Esta aeronave, considerado por muitos como sendo o melhor helicóptero multifunções do mundo foi utilizado para inserir e extrair tropas, fazer busca e salvamento nas zonas mais inóspitas do planeta, salvar vidas como MEDEVAC ou plataforma de evacuação de vítimas em sangrentos campos de batalha, fornecer suprimentos críticos a tropas em zonas isoladas, entregar suprimentos de emergência durante desastres naturais, transportar viaturas e outro tipo de equipamento pesado para zonas remotas, fazer vigilância de fronteiras, vigilância marítima e guerra antissubmarina, transportar o Presidente dos Estados Unidos, e também como Helicóptero de combate a incêndios. Este tipo de aeronave tem desempenhado bem documentadas missões de grande relevo no combate a grandes incêndios Florestais descontrolados. Nos estados Unidos, nenhum outro Helicóptero tem sido tão importante na defesa das populações e do meio ambiente como o Black hawk, de tal modo que tem sido adaptado de várias formas, inclusive com tanques externos (belly tank) de modo a poder transportar 4000L de água, o que o transforma num Helicóptero pesado de combate a incêndios. 

Fotomontagem do hipotético esquema de pintura dos futuros Helicóptero Black Hawk da Força Aérea Portuguesa.
(Foto original das Forças Armadas dos Estados Unidos). 

De relevar que foi assinado, no passado dia 25 de abril, o protocolo de colaboração entre o California Department of Forestry and Fire Protection (CAL FIRE) e a Agência Nacional para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF - https://www.agif.pt/pt/assinado-protocolo-entre-o-cal-fire-e-a-agif). A CAL FIRE dedica-se à proteção contra incêndios, e à promoção da gestão da vegetação dos territórios (26Mha) da Califórnia a mais de 40 milhões de habitantes. Este departamento Californiano desenvolveu um Programa de gestão integrada de Incêndios que inclui atividades como engenharia de pré-incêndio em áreas florestais, gestão da vegetação e dos incêndios, sensibilização e educação da população e ainda a aplicação da lei. A CAL FIRE possui vários helicópteros Black Hawk ao seu serviço.

Antevisão (hipotética) do esquema de pintura dos futuros Helicóptero Black Hawk da Força Aérea Portuguesa 
(Foto Arista Aviation). 

A Força Aérea faz assim a aquisição de 6 helicópteros fenomenais, com capacidade de operar nas condições mais adversas, extremamente polivalentes e fiáveis, com uma capacidade de carga difícil de igualar na sua classe, muito fáceis e económicos de manter, com baixo custo de utilização à hora face ao seu grande potencial, e principalmente a um preço em que não existe competição para um helicóptero com as mesmas capacidades. 

Texto e seleção de imagens: Bryan Ferreira

Edição: Pássaro de Ferro

quinta-feira, 4 de março de 2021

GOVERNO ANUNCIA AQUISIÇÃO DE 14 MEIOS AÉREOS PARA COMBATE A INCÊNDIOS [M2230 - 18/2021]

Avião bombardeiro pesado tipo "Canadair"

Em Conselho de Ministros de hoje, 4 de Março de 2021, presidido pelo Presidente da República, foi aprovado um conjunto de diplomas com vista à reforma do setor florestal, no quadro da valorização do território nacional, entre os quais está a aquisição de meios aéreos próprios do Estado, conforme pode ler-se no comunicado emitido:

"Resolução que aprova a aquisição de meios aéreos próprios e permanentes do Estado, incluindo 6 helicópteros ligeiros, 6 helicópteros bombardeiros médios e 2 aviões bombardeiros anfíbios pesados, e a locação dos meios aéreos para o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais para o período de 2023 a 2026. Por esta via, assegura-se a estabilização dos meios aéreos afetos ao dispositivo de meios aéreos de combate aos incêndios rurais, que passarão a assentar numa conjugação entre meios próprios e locados."

Segundo o ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita, explicou no final da reunião, parte desta compra será feita com recurso à famosa “bazuca” europeia, num “investimento de 156 milhões de euros”. Os fundos virão na realidade do Plano de Recuperação e Resiliência (a "bazuca") que prevê 70 milhões de euros para financiar a capacidade aérea do combate aos incêndios e do REACT, outro programa europeu criado como resposta de emergência para a pandemia. Já os dois aviões Canadair, serão pagos com recurso ao mecanismo europeu de Proteção Civil que vai permitir financiar a compra destas aeronaves a 90%, segundo explicou Eduardo Cabrita.

Para o período até 2023, o ministro afirmou que está garantido o aluguer de 60 meios aéreos  “sem necessidade de contratos adicionais." 

Desde 2017 que a Força Aérea ficou definida pelo Governo, como a entidade a gerir os meios do Estado para o combate aos incêndios florestais.






segunda-feira, 8 de outubro de 2018

FORÇA AÉREA GERE MEIOS AÉREOS DE COMBATE A INCÊNDIOS EM 2019 (M2003 - 63/2018)

AT-802 Fire Boss alugados pela ANPC na Base Aérea nº11 em Beja


"Foi aprovada a resolução que define o modelo de transição do comando e gestão centralizados dos meios aéreos de combate a incêndios rurais.
Estabelece-se, desta forma, o modelo de identificação da tipologia de meios que devem constituir o dispositivo, considerando os meios próprios e permanentes do Estado, assim como os meios complementares.
Esta resolução vem dar execução a uma das decisões tomadas no Conselho de Ministros Extraordinário de 21 de outubro de 2017 e que definiu a alteração do modelo de prevenção e combate aos incêndios rurais."

É este o ponto 2 do comunicado do Conselho de Ministros da passada quinta-feira 4 de Outubro, que laconicamente delega na Força Aérea a responsabilidade de gerir os meios do Estado para o combate aos incêndios florestais.

Em resposta à agência Lusa, o Ministério da Administração Interna complementou o comunicado, com a informação de que a Força Aérea irá assumir a partir de 1 de Janeiro de 2019 "a posição contratual da Autoridade Nacional da Protecção Civil (ANPC) e a responsabilidade na locação de meios aéreos referentes ao Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR)."

Esclareceu ainda que a FA irá receber os meios aéreos próprios do Estado (o que deverá significar os três AS350B3 e três Kamov Ka-32A11BC), pelos quais ficará responsável pela operação e manutenção. Passará também a ser a entidade responsável pela contratação de meios aéreos complementares adicionais.

Ainda segundo o mesmo comunicado do MAI, a ANPC continuará contudo a definir o dispositivo de meios aéreos necessário, o despacho de meios e o seu emprego em resposta aos incêndios.

Nos últimos anos têm sido contratados principalmente Canadair CL215/415, AT-802 Fire Boss e helicópteros médios Bell 212 e ligeiros AS350.

Recordamos que os três Kamov ex-EMA ainda operáveis, estavam concessionados à Everjets. O Estado acabaria no entanto por resolver o contrato em litígio com a concessionária, ditando o afastamento destes meios para a época de incêndios de 2018 e obrigando à contratação de outros tantos para assegurar helicópteros bombardeiros pesados, para o ano corrente.

Sobre a aquisição de meios aéreos próprios adicionais, nada mais foi avançado.






domingo, 20 de julho de 2014

NOVO CONCURSO PARA OPERAR KAMOV OFERECE 6000 EUROS À HORA (M1660 - 211PM/2014)

Kamov Ka-32 de combate a incêndios florestais

O primeiro concurso público internacional para a operação e manutenção dos helicópteros Kamov do Estado não avançou porque não apareceram interessados. Dois anos depois da primeira tentativa falhada, o Ministério da Administração Interna (MAI) volta agora a lançar um novo concurso e o prazo para a apresentação de propostas termina a 25 de Agosto.

A intenção do ministro Miguel Macedo, segundo contou ao Jornal i uma fonte do MAI, é ter a operação e a manutenção dos helicópteros pesados russos entregues a privados antes do final de Outubro - de maneira a que a Empresa de Meios Aéreos (EMA) possa finalmente ser extinta, três anos depois do governo ter anunciado o seu fim.

E para garantir que desta vez há interessados no negócio, o MAI aumentou o valor do contrato. "Através da redução das horas a contratar e tornando o contrato mais apetecível do ponto de vista financeiro", revela a mesma fonte. Assim, a hora de voo de cada Kamov passará a ser paga a 5925 euros - contra os 5333 euros previstos no concurso anterior. Por outro lado, o governo eliminou uma série de obrigações que estavam a cargo do adjudicatário, de maneira a tornar a operação dos helicópteros mais barata. E os requisitos para concorrer foram "aligeirados", permitindo que mais empresas possam candidatar--se.

Esta é já a segunda tentativa do MAI de se desfazer da operação dos helicópteros pesados russos - cuja manutenção é uma das mais caras. Só quando aparecer uma empresa interessada é que o MAI poderá fechar a EMA, empresa criada em 2007 para gerir os meios aéreos do Estado. A extinção, que Miguel Macedo anunciou a 30 de Outubro de 2011, tem vindo a ser sucessivamente adiada devido aos Kamov. Há quase três anos, o ministro justificou a decisão com uma poupança anual de oito milhões de euros e explicou que a competência da empresa transitariam para a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Dois anos e meio depois, a ANPC já absorveu todas as competências da empresa pública e a operação de todas as aeronaves do Estado já foi entregue a empresas. À excepção dos Kamov, em que ninguém quer pegar e que continuam sob alçada da EMA. A extinção da empresa foi publicada em Diário da República em Janeiro e estava prevista para Abril. Porém, e mais uma vez, o MAI adiou o processo e alargou o prazo para 31 de Outubro. Na altura, o secretário de Estado da Administração Interna justificou a decisão, em declarações ao i, com a época de fogos. "Para não pôr em causa a contínua operação e gestão dos meios aéreos pesados do Estado durante o período crítico dos incêndios florestais", explicou João Almeida.

Entretanto, o conselho de administração da EMA já saiu de cena. Desde Fevereiro, está à frente da empresa uma comissão liquidatária com membros da ANPC para facilitar a transição de competências.

  Fonte: Jornal i

terça-feira, 15 de julho de 2014

GOVERNO E AIRBUS ESTUDAM C295 A COMBATER INCÊNDIOS (M1655 - 86AL/2014)

 C295


O ministro português da Defesa e o vice-presidente da Airbus, Rodriguez Barberán iniciaram hoje "conversas exploratórias" sobre a possibilidade de adaptar o avião C-295 para combate a incêndios, durante uma reunião no Farnborough Airshow.
"Esta conversa que tivemos hoje é exploratória no que diz respeito ao avião C-295 ter também a capacidade ao nível de combate a incêndios e de poder desenvolver-se entre a Força Aérea Portuguesa e a Airbus um projeto nesse sentido", afirmou Aguiar-Branco.
O ministro da Defesa falava aos jornalistas no final de uma reunião com Rodriguez Barberán, durante a feira da indústria aeronáutica e defesa de Farnborough, nos arredores de Londres.
Segundo Aguiar-Branco, o reforço da capacidade da Força Aérea no combate a incêndios é uma prioridade do Governo.

Fonte: RTP

quarta-feira, 26 de março de 2014

PROTEÇÃO CIVIL SEM PILOTOS PARA OS KAMOV (M1497 - 109PM/2014)

Kamov Ka-32A11BC da extinta EMA

Com o anúncio de extinção da EMA, que deverá estar liquidada em outubro, são vários os pilotos Comandante que têm abandonado Portugal rumo ao estrangeiro em busca de um emprego estável.
Em janeiro passado a EMA contava com nove pilotos de Kamov, número considerado suficiente para as operações de inverno, mas já em fevereiro, com o início da liquidação da EMA, quatro pilotos pediram para sair, pelo que a empresa estatal não tem agora tripulações suficientes para garantir a mais exigente época de verão.

Perante este cenário o Estado acaba de abrir candidaturas para pilotos Comandante de helicópteros pesados Kamov, mas o problema é que em Portugal são muito poucos os pilotos com qualificações para tal, o que constitui um sério risco para o preenchimento dos quadros. E sem pilotos, poderá estar em causa a utilização dos cinco helicópteros Kamov Ka-32 operacionais, para a época de combate a incêndios.

Uma das condições para concorrer é ter no mínimo 2500 horas de voo nos Ka-32, o que restringe em muito o número de candidatos elegíveis.

Fonte: RTP
Adaptação: Pássaro de Ferro

sábado, 1 de março de 2014

GOVERNO COLOCA PUMAS OFICIALMENTE À VENDA (M1448 - 64PM/2014)

SA-330 Puma n/c 19504 um dos últimos a sair de uso operacional

Segundo o despacho 3295/2014 publicado em Diário da República de 28 de fevereiro, foi aberto concurso público para a alienação de 8 helicópteros anteriormente utilizados pela Força Aérea Portuguesa do modelo SA-330 Puma, com os números de cauda 19503, 19504, 19505, 19506, 19508, 19509, 19511 e 19513.

Texto extraído do Diário da República:

Considerando que as aeronaves SA -330 PUMA identificadas com os números de cauda (N/C): 19503, 19504, 19505, 19506, 19508, 19509, 19511, 19513, bem como o respetivo material sobresselente da frota de helicópteros SA -330 PUMA não são necessárias à mobilização das Forças Armadas; Considerando terem sido efetuados os contactos necessários a acautelar o disposto no artigo 2º do Decreto -lei n.º 48/89, de 22 de fevereiro, com a redação que lhe foi conferida pelo Decreto -lei n.º 223/92, de 20 de outubro; Considerando que a transferência de propriedade ou alteração do utilizador final fica pendente da concordância por parte do Governo da França no caso do N/C 19513, para além da autorização por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, caso o destinatário seja estrangeiro:
Determino, nos termos do artigo 1º do Decreto -lei n.º 48/89, de 22 de fevereiro, alterado pelo Decreto -Lei n.º 223/92, de 20 de outubro e da alínea b) do n.º 1 e do n.º 2 do artigo 40.º do Código dos Contratos Públicos, o seguinte:

a) Autorizo a abertura do procedimento por Concurso Público In- ternacional, por analogia com a alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º e com o artigo 130.º e seguintes do Código dos Contratos Públicos, para a alienação de oito aeronaves SA -330 PUMA, disponibilizadas pela Força Aérea bem como material sobresselente;
b) Aprovo as peças do procedimento − Programa de Concurso e Caderno de Encargos;
c) Delego no júri a competência para qualquer ato que seja neces- sário praticar, nomeadamente acompanhar as inspeções por parte dos interessados aos bens do objeto do presente procedimento, prestando os esclarecimentos solicitados, e procedo à sua nomeação, nos seguintes termos:

Presidente – Major-General Francisco Miguel da Rocha Grave Pereira (DGAIED).
1.º Membro Efetivo – Coronel Fernando Pedro Teixeira Araújo Albuquerque (DGAIED) (que substitui o Presidente nas suas faltas e impedimentos).
2.º Membro Efetivo – Tenente -Coronel João Rui Ramos Nogueira (Força Aérea).
3.º Membro Efetivo – Tenente -Coronel Horácio Filipe da Conceição dos Santos (DGAIED).
4.º Membro Efetivo – Major Abílio Camisinha Martins (Força Aérea).
5.º Membro Efetivo – Major Nuno Alberto Rodrigues Dias Costa (Força Aérea);
6.º Membro Efetivo – Licenciada Teresa José Jesus Correia Falcão (DGAIED).
1.º Membro Suplente – Capitão -Tenente João Paulo Simões Madeira (DGAIED).
Diário da República, 2.ª série — N.º 42 — 28 de fevereiro de 2014 5993
2.º Membro Suplente Major Luís Miguel Mouta Meireles – (DGAIED).
3.º Membro Suplente – Capitão César Emanuel Teixeira de Sousa (Força Aérea).
4.º Membro Suplente – Licenciada Maria de Fátima da Silva Gonçalves Diogo (DGAIED).
d) Delego no Major -general Manuel de Matos Gravilha Chambel, Diretor -geral de Armamento e Infraestruturas de Defesa a competência para a supervisão do procedimento e condução dos trâmites necessários, bem como para a autorização de adjudicação, prosseguimento dos contactos necessários para a transferência de propriedade das aeronaves com o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e com o Governo de França.

O Presente despacho produz efeitos na data da sua assinatura.
18 de fevereiro de 2014. — O Ministro da Defesa Nacional,
José Pedro Correia de Aguiar -Branco






quinta-feira, 14 de março de 2013

GOVERNO REFORÇA MEIOS AÉREOS DA FORÇA AÉREA NO COMBATE AOS INCÊNDIOS (M910 - 24AL/2013)

O C295M fará parte do dispositivo de combate aos incêndios florestais de 2013.

O governo decidiu, ontem, reforçar em mais quatro meios aéreos, o dispositivo aéreo  para combate aos incêndio, num total de 48 aeronaves
Dessas quatro aeronaves, três delas serão da Força Aérea e de que se destaca o C295. Esta aeronave não irá participar no combate direto, mas assegurará missões de vigilância e reconhecimento, com vista à tomada de decisões, mediante o evoluir da situação do fogo, como aliás já aconteceu em grandes incêndios, como o que ocorreu, o ano passado na zona de Tavira.
Recorde-se que, em tempos, a Força aérea Portuguesa dispunha de dois Kits MAFFS (Modular Airborne FireFighting System), que podiam ser montados em aeronaves C-130H e que se revelaram muito eficazes no combate em larga escala, sobretudo nos anos 80 e 90.

 Um C-130H larga calda retardante com o sistema  MAFFS.

Contudo, devido à "mudança de políticas", esses kits foram abandonados e a Força Aérea foi excluída do combate direto aos incêndios.
Este "regresso" da Força Aérea ao dispositivo nacional de combate aos incêndios continua, pois, a ser meramente logístico e, de alguma forma, visará atenuar as crescentes criticas que tem sido dirigidas ao governo por não envolver meios aéreos da FA neste flagelo anual.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

KAMOV SEM CONTRATO (M832 -15PM/2013)

Kamov Ka-32 com as cores da EMA no combate a um incêndio

Segundo notícias avançadas pelo canal televisivo SIC, o concurso internacional para novo contrato de manutenção e operação dos helicópteros bombardeiros pesados de combate a incêndios Kamov Ka-32, está até ao momento sem interessados e não se prevê venham a aparecer até ao final do prazo.
O contrato no valor de 64M EUR para seis unidades Ka-32 e válido para cinco anos, não despertou o interesse de nenhuma empresa, sendo para já uma incógnita o futuro das operações com estes meios aéreos, que alegadamente o estado tentou já vender também sem sucesso.
De recordar que os custos da frota Kamov para o período de cinco anos transato, foram desde sempre apontados como exagerados.
Incógnita é também o futuro da EMA (Empresa de Meios Aéreos), que opera ainda o modelo apesar de oficialmente extinta em outubro de 2011,  mas desde então sem definição de destino dos meios nem funções  atribuídas, situação que  parece continuar a manter-se, pelo menos relativamente aos Kamov. Os Ecureuil também operados pela EMA, parecem já ter encontrado destinatário em concurso paralelo.
Resta saber que posição irá agora tomar o Governo, face ao atual impasse.


domingo, 1 de abril de 2012

A SAGA (M625 - 15AL72012)

Poucas coisas no nosso país se aprontam, anualmente, como inevitáveis. Uma dessas coisas são os incêndios florestais (IF)!
Desde sempre que a introdução de meios aéreos na luta contra eles se envolveu em polémicas, misturando o poder político, interesses, inabilidades várias, erros de análise e avaliação, sempre com evidentes prejuízos para o Estado e obviamente para as florestas.
Com as alterações climáticas, a chamada "época de incêndios"  deixou de estar balizada por um calendário e, como se constata este ano, não chegou a acabar ou, se se quiser, prolongou-se pelo outono e inverno fora, está na primavera e teme-se o cenário no verão.

Certo certo é que a problemática do combate aéreo aos incêndios tem sido pasto para muitas manobras, avanços e recuos e não raras vezes tem incendiado os organismos que tutelam esta situação e que gerem muitos e apetecíveis milhões de euros. E aí está o cerne das polémicas.
O afastamento dos meios militares, nomeadamente os C-130 (com 2 kits MAFFS - Modular Airborne Fire Fighting System) e os helis AL-III que estavam sempre prontos para operações de menor escala mas de importância relevante, abriu as portas a entidades exteriores e claro, nenhum processo que envolva muito dinheiro é pacífico. A instituição militar, sempre mais parcimoniosa com os dinheiros públicos, deixou de estar envolvida, pelo que o apetite e o quase habitual descontrole exteriores à instituição militar, trataram de tornar esta matéria combustível para uma espécie de "fogo paralelo", alimentado inicialmente a escudos e depois e presentemente, a euros.
Todos os anos o governo alugava meios aéreos a diversas empresas e organismos e todos os anos as polémicas com os gastos se renovavam, sendo certo que toda a gente concorria na ideia de ter de se colocar um ponto final na sazonalidade frásica desta discussão. 

As coisas eram tanto mais absurdas na medida em que esses meios aéreos eram "desativados" com o dito "fim da época de fogos", situação que se foi alterando na medida em que o clima provou que o caráter estanque das (antigas?) estações do ano se diluiu e, portanto, há que ter os meios aéreos prontos 365 dias por ano e não só para o combate aos IF.
A dada altura, também os desativados e históricos helicópteros SA-330 Puma da Força Aérea Portuguesa foram introduzidos na equação, dizendo-se que poderiam ser usados no combate aos fogos. Para não variar, a proposta não foi pacífica e, até ver, os Puma permanecem parados e sem pretendentes. O que se fez, então, foi a compra dos helis Kamov Ka32A11BC e dos Eurocopter AS-350B3 Ecureuil, em mais uma decisão que foi tudo menos consensual.


Todas as decisões são passiveis de escrutínio e crítica e esta decisão não foi exceção. A juntar a toda a polémica, somam-se os muito elevados custos com a manutenção destas aeronaves, sobretudo dos Kamov, situação que onera muitos milhões de euros anuais ao Estado, num contrato que pode ser, no mínimo, discutível.
Lamentavelmente nesta equação, a variável mais fraca é o combate aos IF, situação que não se compadece com estas errâncias, mandos e desmandos dos poderes.
Enquanto as coisas não se redefinem, decorrentes do futuro (incerto) da própria EMA - Empresa de Meios Aéreos, que o atual governo diz querer extinguir - os IF continuam o seu caminho, fazendo com que os derrotados sejam sempre os mesmos: florestas e património ambiental, as populações afetadas e, pelo que se vê, o próprio Estado que pretende, face à "crise", fazer uma espécie de "quadratura do círculo", isto é, gastar menos dinheiro e ter mais meios para fazer frente aos IF.
No fim de tudo isto, o que se apresenta como sendo certo e em qualquer circunstância, é que se trata de uma saga em que se continuarão a gastar muitos milhões de euros, ao sabor de definições e redefinições e de interesses instalados que, diga-se sem receios, existem e não tem sido, como deviam ser, pura e simplesmente banidos.


Imagens de helicópteros Kamov KA-32, obtidas na passada 5ª feira, dia 29 de Março, durante o combate a um incêndio florestal na zona de Penela - Coimbra.


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