sexta-feira, 30 de maio de 2025

COMEMORAÇÕES DO 73º ANIVERSÁRIO DA FAP NA FIGUEIRA DA FOZ - Programa completo [M2619 - 42/2025 ]

 

A Força Aérea Portuguesa apresentou ontem 29 de maio de 2025, o programa completo das comemorações do 73º aniversário da instituição, numa sessão realizada na Câmara Municipal da Figueira da Foz, município onde se realizará a maioria das atividades.

Entre 28 de junho e 6 de julho, serão assim levadas a cabo  um conjunto de atividades militares, científicas, culturais, lúdicas e desportivas, com o objetivo de dar a conhecer as capacidades aeroespaciais da Força Aérea e também promover uma aproximação à comunidade local.

Momentos musicais, concertos, provas desportivas, seminários, exposições, batismos de voo, cerimónias militares e exibições aéreas, irão decorrer de acordo com o programa na foto de capa (clicar para abrir em tamanho maior).




quinta-feira, 29 de maio de 2025

PRIMEIRO VOO DO 3º KC-390 DA FAP [M2618 - 41/2025 ]


Frames do vídeo da chegada do voo inaugural do futuro 26903 da FAP

O terceiro KC-390 da Força Aérea Portuguesa (FAP) realizou hoje o primeiro voo, com o callsign ENSAIO56, a partir da pista da Embraer em Gavião Peixoto, São Paulo, Brasil, com a duração aproximada de 2 horas.

Rota do voo inaugural do terceiro KC-390         Imagem: screenshot FlightRadar24

A chegada do voo inaugural do futuro n/c 26903 da FAP foi registado, como de costume, pelo canal do Youtube Brazil Aviation Araraquara, que aqui partilhamos.


A entrega da terceira aeronave de um total de cinco contratadas em 2019, que deverá ocorrer brevemente, caso tudo se tenha processado normalmente, dá-se numa altura em que a Esquadra 506, que opera o modelo na FAP, está reduzida de momento a uma aeronave operacional, na sequência do incidente ocorrido em terra no Aeródromo de Trânsito nº1 no passado dia 22 de maio, com o 26901.



DELEGAÇÃO PORTUGUESA NA LOCKHEED MARTIN PELO F-35 [M2617 - 40/2025 ]

Lockheed Martin F-35A Lightning II

A Delegação Portuguesa à Assembleia Parlamentar da NATO (AP NATO), composta pelo Deputado Hugo Patrício de Oliveira (PSD), na qualidade de Presidente da Delegação; pelo Deputado Marcos Perestrello (PS), Presidente da AP NATO, pela Deputada Mariana Vieira da Silva (PS), na qualidade de Vice-Presidente da Delegação em exercício, e pelos Deputados Pedro Pessanha (CH), Bruno Vitorino (PSD), Martim Syder (PSD) e Luís Dias (PS), participou na Sessão da Primavera da AP NATO, entre 22 e 26 de maio de 2025, em Dayton, no Ohio, Estados Unidos da América.

De acordo com informação avançada pela Assembleia da República, esta mesma Delegação realizaria uma visita às instalações da Lockheed Martin em Fort Worth, Texas, no dia 21 de maio de 2025, a convite da Vice-Presidente da Lockheed Martin Aeronautics Company para as áreas da Estratégia Aeronáutica e Desenvolvimento Empresarial, para partilhar informação sobre o programa F-35 daquela companhia e debater uma cooperação industrial.

Recordamos que no seguimento das posições da Administração Trump em relação à NATO e tradicionais aliados, o ministro da Defesa Nuno Melo assumiu publicamente considerar outros modelos de caça - eventualmente de fabrico europeu - para substituir a frota F-16 da Força Aérea Portuguesa. 

Já depois disso, no entanto, o Chefe de Estado Maior da Força Aérea, reafirmou a preferência pelo F-35, que não tem nos tempos mais próximos, um equivalente operacional.



domingo, 25 de maio de 2025

FALCON 900 DE REGRESSO A PORTUGAL APÓS LONGA MANUTENÇÃO NA SUÍÇA [M2616 - 39/2025 ]

Falcon 900 n/c 27404 na final para aterragem no Aeroporto Humberto Delgado, pelas 18h05 de sexta-feira 23 de maio de 2025      Foto: Rui Miguel

O Falcon 900 incorporado na Força Aérea Portuguesa (FAP) em 2023, regressou esta sexta-feira 23 de maio, a Portugal, ao que parece a título definitivo, após cerca de dois anos em profundos trabalhos de manutenção, na Suíça.

Com efeito, a aeronave (ex CS-DTP) que transitou para o Estado Português para regularização de dívidas do anterior proprietário, esteve cerca de dois anos em manutenção em Genebra após receber a matrícula 27404 da FAP. 

Após um breve regresso a Portugal no dia 22 de maio de 2025, tendo aterrado em Beja e realizado o que parece ter sido um voo de experiência ao largo da costa ocidental portuguesa, retornaria a Genebra ao final do mesmo dia. 

Rotas do Falcon 900 no dia 22 de maio      Imagem: ADSB- Exchange

De acordo com as publicações partilhadas nas redes sociais da Força Aérea, "o último teste de voo da aeronave teve resultados positivos", pelo que o regresso definitivo, com aterragem no Aeroporto Humberto Delgado em Lisboa, deu-se pelas 18h05 de sexta-feira 23 de maio, "estando agora [a aeronave] preparada para integrar a Esquadra 504 - “Linces”.

Este Falcon 900B irá por isso juntar-se agora aos três Falcon 50 dos "Linces", na missão de transporte aéreo geral e especial e evacuações aeromédicas.






CONFLITO NUCLEAR NATO vs PACTO DE VARSÓVIA – Tácticas e Dilemas (Episódio 5) - [M2615 - 38/2025 ]

Episódios anteriores: 1 - 2 - 3 - 4

BGM-109G Gryphon, o “Xeque-mate” da NATO (cont.)

O processo de lançamento de um míssil de cruzeiro GLCM envolvia alguns passos pré-determinados.  Imaginemos um episódio de grande tensão política em meados dos anos 80.  Entre várias medidas de dissuasão, a NATO dispersa baterias de “Glick-em” para áreas remotas, mas fortemente protegidas.  Uma das baterias, localizada na base de Florennes, na Bélgica, desloca-se durante a noite para uma área 40km a Noroeste da cidade de Charleroi.  Numa primeira fase, o impressionante comboio de veículos move-se por entre as apertadas estradas secundárias da província Belga debaixo do olhar de admiração e apreensão dos muitos civis despertos pelo roncar rouco dos camiões MAN 8x8.  A dada altura os camiões abandonam a estrada e mergulham na escuridão de um bosque perto de Perwez - os condutores, equipados com óculos de visão nocturna, não necessitam de faróis nem de iluminação artificial.  Além do mais, já conhecem bem a zona, resultado dos inúmeros treinos e exercícios conjuntos.  Um jeep civil, inadvertidamente ou não, tenta seguir o mesmo caminho – talvez apenas um agricultor a regressar á sua quinta – mas é imediatamente barrado por vários soldados das forças especiais Belgas, que surgem sem aviso por entre os arbustos.  Os quatro TEL espalham-se por entre as árvores, conectados por fibra óptica ao LCC – o segundo LCC aguarda a 1500 metros de distância, em caso de necessidade.

O camião MAN M1013, de 10t e tracção às oito rodas, era o veículo padrão das baterias de GLCM, não só usado como base para os veículos lançadores (TEL) e postos de comando (LCC) mas também como veículo de manutenção e reparação.  Muito apreciado pelos americanos que confessavam, nunca abertamente claro, ser muito superior aos veículos fabricados nos “States”, especialmente em conforto, facilidade de condução e qualidade de suspensão.

Ao passar das 2h00 da manhã, a bordo do LCC, dispara um aviso mensagem de satélite, directamente do SACEUR.  Os dois oficiais, sentados á frente de um teclado, aguardam nervosamente enquanto o computador descodifica e autentica a ligação.  Não é uma mensagem de voz mas um texto pré-gravado, ou Emergency Action Message (EAM).  O alvo não é mencionado por nome, apenas por código, neste caso Strike Package 36.  As coordenadas e o perfil de voo já estão introduzidas no computador, apenas é necessário actualizar os dados meteorológicos mais recentes e introduzir os códigos de lançamento para cada “Glick-em” – processo que demoraria menos de 20 minutos.  O alvo é o Quartel-General da Frota Soviética do Báltico em Krondstadt, São Petersburgo.  Estas armas são propriedade dos EUA e, apesar de localizadas na Bélgica, não existe acordo de “dual key”.  Aos dois oficiais a bordo do LCC apenas resta introduzir o código de seis letras e pressionar os dois botões “execute” em simultâneo.  Existe, no entanto, um acordo vago que, em caso de guerra, o lançamento de armas nucleares deve ser decidido junto com a nação anfitriã.  No entanto, a autorização para o disparo de “Glick-em”s significaria que a guerra nuclear total já estaria em andamento e as comunicações estariam severamente danificadas – e, mais importante, o tempo das gentilezas diplomáticas já se teria esgotado.  Felizmente, tal cenário nunca se tornou realidade.

Nestas duas imagens vemos uma bateria de “Glick-em” no seu habitat natural.  Na foto acima, á esquerda, um dos veículos transportadores-lançadores (TEL) e o posto de comando (LCC) á direita.  Na foto abaixo, dois dos soldados que asseguram a segurança da bateria posam para a fotografia armados com espingardas M16A1 (o da direita com lançador de granadas M203) – a nostalgia dos anos 80 e 90 é incontornável...

Outra questão de grande discussão no seio da NATO foi a distribuição e quantidade, das baterias de GLCM na Europa – um balanço difícil entre a credibilidade da dissuasão e as sensibilidades diplomáticas de cada membro da Aliança.  A Inglaterra já era uma potência nuclear e a Noruega e Dinamarca recusaram armas nucleares no seu território.  Turquia e Grécia?  Demasiado instáveis.  A Itália aceitou participar, assim como a Holanda e a Bélgica, mas com muita relutância.  Depois de infindáveis discussões finalmente chegou-se a uma decisão em Dezembro de 1979 – mais ou menos.  Os Belgas pediram mais seis meses para decidir se saiam e os Holandeses mais 18 meses (?) para decidir se ficavam…  O esquema final, provisório, foi este;

Alemanha Federal (Wuschheim) - 96 GLCM (6 baterias / 24 TEL transportadores-lançadores), 

Holanda (Woensdrecht) - 48 GLCM (3 baterias / 12 TEL transportadores-lançadores), 

Itália (Comiso) - 112 GLCM (7 baterias / 28 TEL transportadores-lançadores), 

Bélgica (Florennes) - 48 GLCM (3 baterias / 12 TEL transportadores-lançadores),

Inglaterra (Molesworth) - 64 GLCM (4 baterias / 16 TEL transportadores-lançadores),

Inglaterra (Greenham Common) - 96 GLCM (6 baterias / 24 TEL transportadores-lançadores).  

Feitas as contas, eram 464 mísseis de cruzeiro, com alcance mais que suficiente para atingir Moscovo e com a precisão para entrar pela porta da frente do Kremlin.  E o “Glick-em” não era a única arma nuclear de reacção rápida da NATO com que os Soviéticos tinham de se preocupar.  Nem sequer a mais assustadora…

Mapa com a localização aproximada das bases de mísseis GLCM na Europa.


Texto e seleção de imagens: Icterio
Edição: Pássaro de Ferro

sábado, 24 de maio de 2025

TRÊS KC-390 PARA ANGOLA

KC-390 Millennium        Ilustração: Embraer

No dia de ontem, 23 de maio de 2025, durante a visita oficial do presidente angolano, João Lourenço ao Brasil, Lula da Silva revelou um negócio envolvendo "três aviões KC-390" para Angola. 

Em cerimónia realizada no Palácio do Planalto em Brasília, diversos acordos foram celebrados entre os dois países de língua portuguesa, em múltiplas áreas, incluindo Segurança e Defesa.

"Na questão da aviação, eu quero dizer aqui para o presidente que nós vamos fazer gestão junto à Embraer e fazer gestão junto ao BNDES [NR:Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social]  para que ele possa financiar a venda dos três aviões KC-390 que vocês querem comprar. Na verdade, esse avião é só o substituto do Hércules e é um avião a jato. Ele é bom para o Brasil e é bom para Angola e eu acho que nós precisamos fazer o esforço de ajudar Angola a comprar esses aviões" referiu o chefe de Estado brasileiro, na sua alocução.

O KC-390 está neste momento operacional em três forças aéreas (Brasil, Portugal e Hungria) e com encomendas confirmadas de Coreia do Sul, Países Baixos, Áustria, República Checa e um cliente não revelado (presumivelmente Uzbequistão). Foi já oficialmente selecionado também por Suécia e Eslováquia.

Apesar do conhecido interesse de Marrocos e África do Sul, não há até ao momento nenhuma encomenda confirmada do KC-390 em África, pelo que Angola poderá mesmo vir a ser o primeiro cliente da aeronave de carga multimissão da Embraer, naquele continente.

Sendo a Força Aérea Nacional de Angola também já um utilizador de outro produto da Embraer, a aeronave de ataque leve A-29 Super Tucano, Lula referiu ainda que "a Embraer está à disposição para a restauração da frota angolana de aeronaves Super Tucano e fornecimento de aeronaves adicionais. "





domingo, 18 de maio de 2025

CONFLITO NUCLEAR NATO vs PACTO DE VARSÓVIA – Tácticas e Dilemas (Episódio 4) - [M2613 - 37/2025 ]

Episódios anteriores: 1 - 2 - 3

BGM-109G Gryphon, o “Xeque-mate” da NATO

 

A NATO necessitava de uma nova geração de armas de longo alcance – e rápido.  Foi proposta uma nova versão “esticada” do F-111 (F-111H) e um pequeno míssil balístico com 1600km de alcance, chamado inicialmente “longbow”, e projectado pela DARPA, como forma de reequilibrar a dissuasão com os Soviéticos.  Mas não era assim tão simples.  Para os Europeus a resposta nuclear “flexível” sempre foi ambígua, dependendo do lado do Atlântico onde cada membro da NATO se situava.  Para os Americanos as armas nucleares estacionadas na Europa eram uma segunda linha de defesa, atrás das divisões blindadas, prontas a ser usadas consoante a escalada de uma potencial invasão Russa – e sem arriscar território Americano.  Em contraste, para os Europeus, qualquer resposta ou contra-resposta nuclear, mesmo que limitada, seria um desastre total.  Nesse sentido, todas as novas armas nucleares de precisão e rápida resposta, que podiam incentivar um uso “limitado”, quer da NATO ou Pacto de Varsóvia, eram um perigo iminente.

 

O BGM-109G Gryphon (“Glick-em” para os amigos) teve uma carreira operacional curta mas provou ser um eficaz adversário face ao SS-20 Saber Soviético.  Conforme o Coronel Doug Livingston, antigo comandante de umas das baterias, “foi uma das armas chave que nos ajudaram a ganhar a Guerra Fria”.

 

Deste “caldo” diplomático surgiram duas opções tecnológicas que aproveitaram ao máximo sistemas já disponíveis e de rápida implementação.  Vamos abordar o primeiro, o GLCM (Ground Launched Cruise Missile) ou, para usar o nome oficial, o BGM-109G Gryphon.  Mas ninguém usava estas designações.  Quando muito era conhecido como “Tomahawk Terrestre” ou, simplesmente, “Glick-em”.  Ao contrário de um míssil balístico, como o SS-20, um míssil de cruzeiro mantém um perfil de voo atmosférico suportado pela sua propulsão e sustentação aerodinâmica.  Foi uma solução muito experimentada nos anos 50 e 60 para o transporte de armas nucleares mas revelou-se demasiado desajeitada e pouco precisa.  Mas nos anos 70 novas tecnologias prometiam revolucionar as capacidades dos mísseis de cruzeiro; pequenas e eficientes turbinas, avanços na electrónica de navegação e miniaturização das ogivas.  Outras vantagens eram o baixo custo (comparado com mísseis balísticos) e a flexibilidade de lançamento.  Por outro lado, a baixa velocidade (850-900km/h) significava um voo de 3 horas para atingir alvos perto do alcance máximo de 2600-2800km, o que diminuía a capacidade de “first-strike”. 




O “Glick-em” em modo de voo; asas, entrada de ar (no ventre) e estabilizadores estendidos.  Dois dos “segredos” desta arma eram a turbina (turbofan) F107 produzida pela Williams e a ogiva W84, 150-200Kt, duas obras-primas de engenharia e miniaturização.  Atrás vemos o “booster”, que lançava o míssil para fora do contentor e era descartado em menos de 5 segundos.

 

Mas a extrema precisão, qualquer coisa como 30-60 metros, tornava-o altamente valioso e perigoso.  O BGM-109 Tomahawk original foi pensado e desenvolvido para a US Navy no inicio dos anos 70, com modularidade e mobilidade em mente, para facilitar o armazenamento e disparo de navios e submarinos.  Aliás, uma das sugestões iniciais envolvia basear mísseis Tomahawk a bordo de submarinos de ataque (SSN) no Mar do norte e Mediterrâneo como resposta ao poderio nuclear Soviético.  Mas havia um problema.  Os submarinos não eram suficientemente “visíveis”.  Este era (e continua a ser) um aspecto importante do equilíbrio nuclear; por um lado deseja-se que os sistemas de armas tenham capacidade de sobrevivência - difíceis de detectar e destruir - mas, ao mesmo tempo, é também crucial que o inimigo saiba da existência dessas armas e das suas capacidades (reais ou apenas bluff!).  É um elemento da dissuasão e de credibilidade da ameaça.  Não é por acaso que os Russos faziam questão de demonstrar certas armas nos seus famosos desfiles militares.



O terceiro “segredo” do sucesso desta arma era o sistema de controlo e navegação TERCOM (Terrain Contour Matching), que actualiza o perfil de voo do INS com leituras do radioaltímetro em zonas pré-programadas.   Em cada leitura o míssil compara com o perfil na memória e corrige qualquer erro e repete o processo até chegar ao alvo.  Isto significa que a rota tem de ser previamente construída com imagens recolhidas por satélite ou aeronaves de reconhecimento.  Também significa que o “Glick-em” não perde precisão com o passar do tempo e distância – importante para um míssil com um tempo de voo de 3 horas.

Adaptar o BGM-109 Tomahawk para o lançamento em terra seria relativamente fácil – ou assim se pensava.  Os engenheiros da General Dynamics descobriram rapidamente que não bastava colocar os mísseis em cima de um atrelado e dar um rádio portátil ao motorista.  Desenvolver o veículo transportador-lançador (TEL – Transporter Erector Launcher) e toda a estrutura associada aos sistemas de controlo e comunicações seguras foi mais moroso do que o imaginado.  Mas o resultado final compensou largamente a demora.  O excelente camião MAN escolhido para a tarefa, a pesar cerca de 35 toneladas, carregava 4 “Glick-em” protegidos numa estrutura de alumínio, com as asas, entrada de ar e “barbatanas” perfeitamente recolhidas – uma herança do Tomahawk ser projectado para ser disparado de tubos de torpedo padrão de 21 polegadas (533mm).  Os TEL e veículos de apoio ficariam protegidos em bunkers específicos e, em alturas de maior tensão ou em exercício, dispersados para áreas previamente escolhidas (e bem camufladas) num raio de 80-100km da base.  Cada bateria era composta por 4 camiões TEL (16 “Glick-em”), 2 veículos de controlo e comando no mesmo chassis (LCC – Launch Control Center), embora só um fosse necessário para designar alvos para toda a bateria, o segundo era uma reserva para emergências ou em caso de falha mecânica.  Com veículos de apoio e segurança, a bateria totalizava 22 veículos e 69 homens.  Uma força minúscula tendo em conta o poder de fogo que lhes era confiado; 16 ogivas W-84 com 150Kt cada - um total de 2,4 megatoneladas, ou 160 vezes o poder destrutivo largado sobre Hiroshima…    


Texto e seleção de imagens: Icterio
Edição: Pássaro de Ferro

 

segunda-feira, 12 de maio de 2025

FORÇA AÉREA NO "BEIRAS AIR SHOW 2025" - [M2612- 36/2025]

Programa geral do evento

Realiza-se no próximo fim de semana, de 16 a 18 de maio, mais uma edição do "Beiras Airshow", evento aeronáutico que ocorrerá no Aeródromo Municipal de Castelo Branco e cujo programa surge no topo deste artigo.
Do programa geral, a organização destaca a participação e colaboração da Força Aérea Portuguesa:

"A Força Aérea Portuguesa é, mais uma vez, um dos grandes parceiros do Beiras Airshow, contribuindo com a sua presença institucional e operacional para elevar este evento a novas altitudes!

De 16 a 18 de maio, no Aeródromo Municipal de Castelo Branco, o público poderá ver — e até experienciar — alguns dos mais emblemáticos meios aéreos da FAP:
Sexta-feira (16 maio)
Passagem aérea de uma parelha de F-16, prevista para a tarde — potência, precisão e orgulho nacional nos céus albicastrenses.
Sábado e Domingo (17-18 maio)
Exposição estática de dois TB-30 Epsilon da Esquadra 101 “Roncos”, onde o público poderá conhecer de perto estas aeronaves de treino e as suas tripulações.
Durante os 3 dias, o C-295 estará presente, simultaneamente integrado em missões reais de treino.
Batismos de Voo no C-295
No sábado, está prevista a realização de batismos de voo a bordo do C-295, com lugares a sortear durante o evento. Uma oportunidade rara e emocionante para o público viver a aviação de dentro para fora!
Entrada Gratuita.
Aeródromo Municipal de Castelo Branco - 16, 17 e 18 de maio."


domingo, 11 de maio de 2025

CONFLITO NUCLEAR NATO vs PACTO DE VARSÓVIA – Tácticas e Dilemas (Episódio 3) - [M2611 - 35/2025 ]

Link para anteriores edições:  Episódio 1  - Episódio 2

SS-20 Saber, a “Ameaça Vermelha”

Em 1976-1977 surgiram fotos de reconhecimento de satélite da NATO a revelar pequenos contingentes de veículos transportadores-lançadores em Gomel e Vitebsk, na Bielorrússia, e na fronteira com a China.  A CIA já tinha avisado, desde 1973, e com algum detalhe, que os Russos estavam a desenvolver um poderoso tipo de míssil balístico de médio/intermédio alcance.  Agora estava confirmado.  Mas, mesmo assim, as capacidades desta nova arma, designada SS-20 Saber pela NATO (e RDS-10 Pioneer pelos Soviéticos) fizeram disparar os alarmes na Europa Ocidental.  Pior que isso, esta arma ameaçava destruir o delicado equilíbrio nuclear entre a NATO e o Pacto de Varsóvia.  Porquê?

A forma mais contundente de explicar as capacidades do SS-20 é por compará-lo com os seus antecessores SS-4 Sandal e SS-5 Skean;

Mobilidade – Ao contrário do Sandal e Skean, que eram lançados de silos fixos, o Saber podia ser lançado e disparado de um impressionante camião MAZ-547A 12x12, o que diminuía muito a vulnerabilidade face a um ataque preliminar.  (Só uma nota em relação aos Sandal/Skean; no post anterior vemos estes mísseis a serem transportados nos desfiles da Praça Vermelha mas essa não é uma capacidade operacional.  Os tractores e atrelados servem apenas para transportar os mísseis para manutenção e posicionamento)  As baterias de SS-20 estavam equipadas com todo o equipamento necessário para se dispersarem rapidamente e disparar autonomamente e sem demora (e com recargas).  Claro que todo o processo de introdução de alvos e perfis de navegação teria ser actualizado no computador e os (vários) locais de lançamento previamente designados e sincronizados.

Uma das primeiras ilustrações do DoD a surgir em fontes públicas.  Toda a bateria era constituída por veículos todo-o-terreno de grande mobilidade; além do transportador-lançador, os veículos com recargas e o posto de comando partilhavam o mesmo chassis MAZ.  Cada bateria era também acompanhada por um pelotão de Spetsnaz fortemente armado para protecção e reconhecimento dos locais de lançamento.

Alcance – O Saber aumentou o alcance para mais de 5000km, um enorme melhoramento face ao Sandal (2000km) e Skean (3700km).  Os mais atentos saberão que o SS-4 media 22m de comprimento, largura de 1,6m e pesava cerca de 40 toneladas enquanto o SS-5 acusava quase o mesmo comprimento (24m) mas era muito mais largo (2,4m) o que aumentava o peso para o dobro.  Mas como é que o SS-20, com 16m de comprimento, 1,8m de largura e umas frugais 37 toneladas, conseguia alcançar 5000km?  Bem, o Saber representou um enorme avanço geracional na tecnologia de mísseis Soviética, seja em termos de materiais, miniaturização de componentes e desenvolvimento de novas tecnologias.  O mérito de muitos desses avanços deveu-se ao brilhante engenheiro Aleksandr Nadiradze, uma personagem mítica das Forças Estratégicas Soviéticas.  Um dos seus projectos mais ambiciosos ficou conhecido no Ocidente como SS-16 Sinner, mas muitas destas tecnologias ainda eram demasiado imaturas para serviço operacional – aos quais se juntaram também alguns problemas metalúrgicos e interferências políticas para afundar o projecto.  O SS-20 beneficiou de muitos dos predicados desse desenho e simplificou outros, particularmente na propulsão.  Um dos grandes saltos na capacidade destes mísseis foi o uso de combustível sólido e dois estágios independentes (três no Sinner).  Visto de relance poderia ser fácil concluir que estágios com motores-foguete independentes seriam mais pesados (e mais complexos) que os motores-foguetes singulares dos Sandal/Skean.  É verdade, em parte.  Mas a (enorme) vantagem de um míssil multi-estágios é que cada estágio, depois de consumido todo o combustível, é ejectado, o que reduz muito o “peso-morto” do conjunto, não faz oscilar tanto o CG e diminui o arrasto aerodinâmico.  Além disso, os combustíveis sólidos são, geralmente, mais densos e potentes e ocupam menos volume do que os combinados líquidos.   

Para a NATO, tentar encontrar meios para detectar e destruir os lançadores de SS-20 tornou-se uma obsessão.  Com centenas de locais de lançamento disponíveis, desde pequenas clareiras na Bielorrússia até parques de estacionamento na RDA, os Saber seriam tão (ou mais) difíceis de encontrar como os famosos Scud Iraquianos em 1991.

Tempo de reacção – Este ponto está directamente relacionado com o anterior – o uso de combustível sólido.  Enquanto que o Sandal e Skean necessitavam de ser reabastecidos (um processo moroso, delicado e perigoso), mísseis como o Saber são entregues lacrados e prontos para usar, com uma “validade de armazenamento” de vários anos.  E porque não pode um míssil de combustível líquido ficar abastecido e em alerta o mesmo tempo?  Porque estes combustíveis são mais instáveis e sujeitos a maior degradação – além de, em alguns casos, devido á sua natureza extremamente corrosiva e ácida, literalmente “comerem” a estrutura interna e os vedantes.  Assim, depois de um período de alerta de uns 30 dias o combustível tem de ser retirado (um processo ainda mais moroso, delicado e igualmente perigoso…).  Foi também o uso do combustível sólido que facilitou a grande mobilidade e fácil deslocação dos mísseis para fora do “conforto” dos silos.      

Ogiva – E ainda não tocamos no ponto mais fulcral e mortífero do SS-20; a ogiva.  Pior, “as” ogivas.  A grande insuficiência da dupla Sandal e Skean era a fraca precisão da ogiva unitária, o que os definia, firmemente, como armas de retaliação (countervalue).  O Saber surgiu inicialmente também com uma ogiva singular de 1MT mas foi rapidamente substituída por um “bus” com 3 MIRV de 150KT e uma precisão de 400 metros.  Isto não era uma mera evolução, melhoramento ou aperfeiçoamento técnico – foi um choque tecnológico e táctico que transformou, de um dia para o outro, o cenário nuclear na Europa.  Uma das capacidades da ogiva tripla seria atacar alvos separados de forma independente – dentro de um raio de 100km, aproximadamente, dependendo do perfil – com a doutrina Soviética a preferir ataques concentrados a alvos de grande valor militar (counterforce), como bases de mísseis, portos de mar em Inglaterra (para dificultar a chegada de reforços dos EUA), bases aéreas estratégicas, depósitos de armas nucleares e concentrações blindadas.  Em 1983 os Soviéticos já dispunham de 315 sistemas SS-20 no activo e 945 ogivas, um terço na Europa, outro terço no Extremo Oriente e um terceiro nos Urais (prontos a serem rapidamente deslocalizados para onde fossem necessários).   

Em maior detalhe nesta foto, o chamado PBV, do inglês “Post-Boost Bus”, e as três ogivas, cada uma com 175Kt, mais que suficiente para devastar uma cidade média.  A maior parte dos mísseis deste género utiliza uma cobertura aerodinâmica para proteger as ogivas mas o SS-20 prefere ter tudo “á mostra”.  A pintura amarela e vermelha não é operacional, provavelmente foi adicionada para propósitos de exposição.  

Em resumo, o Saber podia não só ser usado como arma de retaliação como os seus antecessores (embora com muito maior precisão) mas, mais do que isso, permitia aos Soviéticos esboçar um devastador “first-strike”.  Como vimos nos posts anteriores, a NATO previa ser forçada a usar armas nucleares de baixo rendimento para contrariar a enorme superioridade convencional Soviética.  Por sua vez, a contra-resposta nuclear da Rússia poderia envolver o uso de mísseis Sandal ou Skean contra cidades Europeias (countervalue).  Mas a rapidez de resposta do SS-20 (poucos minutos), mobilidade e precisão das múltiplas ogivas, oferecia aos Soviéticos uma fortíssima, e tentadora, opção de “first-strike”.  Por outras palavras, antes da ofensiva por terra e ar, os Russos lançariam uma chuva de centenas de ogivas contra alvos militares na retaguarda da NATO (incluindo a eliminação das suas armas nucleares) e castrar completamente a capacidade de resposta da Aliança – as bases aéreas dos F-111 e depósitos de mísseis Lance, assim como postos de comando e centros de comunicações, por exemplo.  

Nos seus dias, o SS-20 provocou um dos maiores calafrios à NATO e a herança tecnológica desta arma persiste até aos dias de hoje.  O actual SS-25 Topol (Sickle), desenhado pelo mesmo Alexander Nadiradze, pode ser comparado a um SS-20 com um terceiro estágio.

Neste cenário, a NATO ficaria sem grandes soluções e sem meios para uma resposta “flexível”.  Restariam os SLBM da USN com mísseis Poseidon e os Polaris da Royal Navy no Mar do Norte e no Atlântico – duas armas de “countervalue”, sem precisão para atacar alvos tácticos.  A última e derradeira resposta seria um ataque maciço de ICBMs lançados dos EUA, convidando a inevitável chuva de ICBMs Russos em sentido contrário.  A questão era; arriscariam os EUA fazer isso ou ponderariam limitar a guerra nuclear a uma Europa mergulhada num forno radioactivo?  

Os Europeus precisavam urgentemente (ou desesperadamente?) de uma resposta perante a ameaça dos SS-20.  E encontraram…duas.

Texto e seleção de imagens: Icterio
Edição: Pássaro de Ferro



domingo, 4 de maio de 2025

CONFLITO NUCLEAR NATO vs PACTO DE VARSÓVIA – Tácticas e Dilemas (Episódio 2) [M2610 - 34/2025 ]

Episódio 1

Resposta soviética – SS-4 Sandal e SS-5 Skean

Nesta altura a NATO elencava 3 tipos de resposta nuclear; retaliação directa, escalada deliberada ou resposta nuclear geral.  Um dos problemas destas doutrinas, por muito bem estruturadas e delineadas que sejam, é que podem ser rapidamente ultrapassadas pelas acções inesperadas do oponente.  Seria confortável que o inimigo reagisse proporcionalmente aos ataques mas o perigo da resposta ser “desproporcional” era muito real e potencialmente devastadora.  Mas vamos retomar o ponto anterior; a política de “first-use”, ou “first-strike”, da NATO.  Perante a incapacidade de conter um ataque mecanizado Soviético a NATO iria usar armas nucleares tácticas – projécteis de artilharia e mísseis Lance  - com ogivas de muito baixo rendimento, mas devastadoras para as formações blindadas Russas.  Qual seria a resposta?  A doutrina do Pacto de Varsóvia vertia o seguinte; 

A guerra seria resultado do “aventureirismo” da NATO (onde já ouvimos isto?...).  A ofensiva Russa maciça por terra e ar iria empurrar esta agressão da NATO, penetrar em profundidade no território inimigo e destruir as suas forças no processo.  A velocidade do avanço seria crucial para capturar as armas nucleares tácticas e enevoar ao máximo as linhas da frente – restringindo o uso dessas mesmas armas.  Caso o inimigo (NATO) recorra a armas nucleares, de forma localizada ou a nível de teatro de operações, as restrições quando ao uso de armas nucleares será removida.  Estas armas tornam-se os meios legítimos, e mais importantes, para destruir o inimigo em batalha – aliás, qualquer hesitação iria desperdiçar a vantagem da iniciativa.



O S-4 Sandal (em acima) e SS-5 Skean (em baixo) serviam tanto como ameaças veladas às grandes cidades europeias como símbolos do poder militar Soviético.  A destruição que uma ogiva de 2 magatoneladas provocaria numa cidade como Londres ou Berlim era (e é) inimaginável e iria resultar, certamente, numa resposta com ICBMs dos EUA ou, em menor escala, no uso de mísseis Polaris lançados de submarinos Ingleses contra cidades Russas.  Por outras palavras, a confirmação da doutrina MAD (Mutually Assured Destruction). 

Portanto, o Pacto de Varsóvia iria responder imediatamente com o mesmo tipo de armas nucleares de curto e médio-alcance; artilharia, foguetes (FROG) e ataques aéreos tácticos.  Mas os Russos dispunham de outras opções, mais devastadoras e muito mais preocupantes; nomeadamente, os mísseis balísticos SS-4 Sandal (R-12 Dvina) e SS-5 Skean (R-14 Chusovaya).  Vamos analisar com algum detalhe para perceber do que realmente são capazes.  O Sandal foi um MRBM (Medium-Range Ballistic Missile) de bastante sucesso, famoso pela crise dos mísseis de Cuba, e produzido em grande escala.  Tinha um alcance de cerca de 2000km e uma ogiva de 1 a 2 megatoneladas.  Conforme vemos na simulação no mapa, este alcance permitia-lhe cobrir praticamente toda a Europa Ocidental (lançado de bases na Letónia ou Lituânia, por exemplo). 

Mas convém realçar outras duas características; primeiro, era um míssil que usava combustível liquido, o que significa que poderia demorar entre 30 minutos a 3 horas para ficar pronto a ser lançado – dependendo do nível de preparação.  Isto é relevante porque torna o Sandal um míssil de retaliação (ou “second strike”) e não uma arma de resposta rápida.  Outro aspecto importante é o fraco CEP (Circular Error Probable); por volta de 2-3km, útil apenas para atacar alvos de “countervalue”.  

Uma pequena tangente para explicar a diferença entre “counterforce” e “countervalue”.  O primeiro envolve o ataque a alvos directamente relacionados com as forças nucleares inimigas; silos de mísseis balísticos, bases aéreas de bombardeiros estratégicos, portos de mar (SSBN), postos de comando nacional, etc, enquanto os alvos de “countervalue” não são militares mas preciosos, e também estratégicos, para o adversário (grandes centros populacionais e estruturas civis industriais).  Mas o que os diferencia em termos operacionais?  Essencialmente, a precisão dos mísseis.  Alvos de “counterforce” são, geralmente, pequenos e muito bem protegidos – silos reforçados com vários metros de betão ou centros de comando subterrâneos – que exigem ogivas de grande potência e/ou precisão.  A letalidade de um míssil é uma função do rendimento da ogiva, composição do solo, integridade estrutural do alvo e da precisão da ogiva.  

Destes, a precisão é o mais importante.  O diagrama acima ajuda a entender; para garantir a destruição (com 90% de probabilidade) de um silo construído para resistir a 1000psi, um míssil com uma ogiva de 10 megatoneladas tem de acertar a, no máximo, 550m de distância.  Se a precisão por melhorada em 50% (para 275m), uma megatonelada será suficiente.  

Assim sendo, o Sandal, com um CEP de 2-3km, não era capaz de ser usado contra alvos militares reforçados.  Era, para citar um general Inglês, um “city-killer”, uma arma útil apenas para eliminar grandes cidades.  Quanto ao SS-5 Skean, era uma evolução directa do Sandal mas com o dobro do peso, cerca de 80t.  O precisão era um pouco melhor ao contrário do alcance, que quase dobrou, para 3700km – alargando a ameaça até à Gronelândia, Norte de África e Médio Oriente.  Com este aumento de alcance o Skean entrava na classificação de IRBM (Intermediate-Range Ballistic Missile). 

Estas armas mantinham toda a população da Europa refém e poderiam fazer a NATO pensar duas vezes antes de usar qualquer tipo de arma nuclear.  São estes os ténues equilíbrios das doutrinas nucleares, das respostas e das inevitáveis, e imprevisíveis, contra-respostas.  Estes equilíbrios, reais ou imaginários (o bluff e a dissimulação fazem parte do jogo), são positivos porque o medo das contra-respostas influenciam muito o ângulo e o âmbito das decisões e das estratégias.  Mas, no final dos anos 70, este muito frágil equilíbrio foi posto em causa por uma nova arma russa.  Uma arma que colocou a NATO à beira de um ataque de nervos…



Texto e seleção de imagens: Icterio
Edição: Pássaro de Ferro


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