quinta-feira, 17 de setembro de 2009

AS CORRIDAS AÉREAS E A NAÇÃO

















Só nos tempos mais actuais começaram a aparecer shows aéreos sem serem patrocinados pelo Estado ou pela Força Aérea. De igual modo as patrulhas acrobáticas ou solo displays, apesar de serem tradição em muitos países, em Portugal estiveram quase sempre reservados também a elementos das Forças Armadas e pelas Forças Armadas. Talvez porque a evolução da aviação se deu num período da história em que o dinheiro não abundava e os desportos caros não eram possíveis sem o patrocínio da Nação, ou entidades com envergadura suficiente para suportar os gastos inerentes, bem como toda a logística associada.
As corridas aéreas, largamente popularizadas nos EUA desde as décadas de 20 e 30 do século pretérito, eram por isso praticamente desconhecidas no nosso país. Foi só já no século XXI que este tipo de tradição conheceu um boom, com o aparecimento de alguns certames aeronáuticos, corridas aéreas e patrulhas acrobáticas ou pilotos solo, particulares.
Com uma adesão extraordinária por parte do público desde a sua primeira edição, a Red Bull Air Race é porventura o evento aeronáutico mais mediático realizado no nosso país. O passado fim de semana levou ao Porto e a Gaia a 3ª edição da popular corrida patrocinada pela bebida que alegadamente dá asas mesmo a quem não as tem.
Iniciado o espectáculo, a patrulha particular "sponsorizada" pela marca de relógios Breitling, evoluiu sobre o vale do Douro com brilhantismo e exactidão semelhantes à da reconhecida marca suíça de que ostenta o nome.
Considerada a “Fórmula 1 dos céus”, a corrida propriamente dita, entusiasmou novos e velhos (ao meu lado esteve uma senhora que arrisco dizer teria seguramente noventa anos), gordos e magros, homens e mulheres. De olhos ou objectivas fixas nos ares, foram registando na memória (mental ou digital) os melhores momentos proporcionados pelo certame. Empoleiraram-se em cima do que havia para melhorar o campo de visão, fizeram também eles acrobacias dignas de registo.
A presença de aeronaves das Forças Armadas (F-16, Alpha Jet, Chipmunk) e algumas das suas patrulhas acrobáticas ou exibições solo (Lynx, Alouette III – “Rotores de Portugal”) secundaram o evento principal, além de preencherem tempos mortos no espectáculo, ajudando a abrilhantar o dia e piscando o olho àqueles que queiram fazer de voar o seu modo de vida.
A Red Bull Air Race, conseguiu sem dúvida dar uma visibilidade sem precedentes à aeronáutica e à aviação em geral, que andava porventura esquecida, por entre falta de dinheiro nas instituições, falta de patrocínios, falta de entusiastas, falta de vocações, falta de políticas adequadas e coerentes com os interesses e necessidades do país. As Forças Armadas com certeza agradecem o estímulo que certamente teve nos mais novos e no despertar de novos talentos um tal evento. O país também.
Reflexões à parte, a Red Bull Air Race é um grande espectáculo e estão de parabéns todos os que proporcionaram mais uma vez a sua realização no nosso país.
Para a história fica ainda o nome do vencedor de 2009: Paul Bonhomme.

2 Comentários:

Anónimo disse...

A F1 dos céus... o que chamar então às National Air Races no Reno... ;)

Paulo Mata disse...

Caro Kyriu, as Red Bull Air Races sao chamadas de "Formula 1 dos céus" nao só, mas também porque à semelhança da competiçao automóvel, é um espectáculo itinerante, com vários circuitos espalhados pelo mundo. De todo modo mesmo no automobilismo coexistem a Formula 1 e a Indycar dos EUA ;)
Abraço

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