domingo, 28 de setembro de 2008

A PRIMEIRA VEZ



Desfazendo qualquer conotação de índole sexual que possa sugerir o título, até porque este é um blogue de boas famílias, a primeira vez a que me refiro é a de quando tive a oportunidade de ver o F-117.
Foi no festival aéreo da FAP em Maceda no ido ano de 1993, escassos dois anos depois da primeira Guerra do Golfo, onde subiu às luzes de ribalta do mundo como estrela de combate e avião rodeado de uma aura quase sobrenatural.
Não desiludindo no aparato que rodeou a sua apresentação (era o único avião do evento em que os espectadores não se podiam aproximar a menos de uns bons 10 m e esteve todo o tempo vigiado por guardas armados, conforme se pode confirmar na foto), esse facto contribuiu para o adensar da carga mística que por força da comunicação social já tinha.
Em Abril do corrente ano, passados quase 15 anos sobre esse festival em Maceda, chegou ao seu ocaso operacional com um currículo impressionante de missões cumpridas e um ratio de alvos atingidos invejável.
Altos custos de manutenção e tecnologia já ultrapassada em alguns aspectos, ditaram a sua “morte” prematura.
À semelhança dos atletas de alta competição, estar no topo é difícil e exigente.
E a glória, é sempre efémera.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

MONTE REAL '95


No festival aéreo da FAP de 1995 em Monte Real, poderá talvez ainda lembrar-se quem lá esteve, que quando se entrava no recinto da exposição estática, na primeira placa de estacionamento, do lado esquerdo (como quem vai) estavam dois F-111 de Cannon, sendo que imediatamente à sua frente do outro lado da placa de estacionamento, estava um portentoso Alouette III armado até aos dentes com 2 lançadores de foguetes, um de cada lado da fuselagem.

E por esta altura poderão estar já a perguntar “que raio de ligação tem o Al III com os F-111???”

Bom, na verdade nada, mas foi esta proximidade geográfica coincidencial que propiciou a conversa que ouvi entre os pilotos dos F-111 e que vou cometer a inconfidência de revelar.

Habituados que estavam já naquela altura a ver helicópteros como os temíveis Apaches ou Cobras, Blackhawks, Stallions e outros que tais, para não alongar a lista (acho que já consegui ilustrar o ponto de vista) soltaram um desabafo um para o outro, como quem está num safari e aprecia um animal exótico do qual se ouviu falar vagamente mas nunca visto um in loco:

“-Look this chopper, how gorgeous!”

Meditemos.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Provocações

Há tempos dois TU-160 Blackjack russos aterraram na Venezuela. É a primeira vez que aviões destes voam para a América Central marcando posição em relação aos norte-americanos. São aviões com capacidade para transportar mísseis com ogivas nucleares e não deixam de ser uma provocação russa em relação aos EUA. Comentou-se que era uma resposta à presença de navios da NATO no Mar Negro e à política norte-americana em relação à Geórgia e ao sistema de defesa antimíssil. Tudo indica que sim e que voltamos assim a ver um clima de guerra fria entre potências. Mas a guerra fria já não volta. Já não é possível aquela confrontação à escala mundial. Mas não deixa de ser curioso ver bombardeiros estratégicos no quintal dos EUA.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

HUMBERTO E EUSÉBIO

Algures sobre o Atlântico, rumo ao Porto

O porto de Leixões

Um dos "dois motores do 'Eusébio' "

Numa inesperada e recente viagem aérea, fui transportado pelo "General sem medo" na ida, e pelo "Eusébio" no regresso.
Lisboa - Funchal - Porto, a bordo de Airbus 319.
Voar é sempre bom, mesmo que estejamos rodeados de mais cento e tal pessoas.
Uma simples janela abre-nos os olhos para a suprema sensação do voo, mesmo que muito "disfarçada" pelas comodidades de um avião de carreira.
Seja como for e como diz o meu amigo "Aviador": «Entre Voar e Voar, antes Voar!»

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

ASAS DE PORTUGAL '88


Foto original tirada a 10 de Julho de 1988


Foto tratada em Photoshop em 2008

No seguimento das estórias relacionadas com festivais aéreos, aproveito para mostrar uma das fotos registadas no festival aéreo de 1988 em Coimbra, com a saudosa formação dos Asas de Portugal de 6 T-37, por muitos anos o orgulho da Força Aérea Portuguesa e do país.
Cheguei até a concorrer com essa foto àquele que creio ter sido o primeiro concurso de fotografia promovido pela revista Mais Alto, não logrando contudo qualquer sombra de prémio.

Tinha já algumas boas noções de fotografia, fruto da leitura de dois manuais que ainda hoje possuo e de uns bons rolos batidos. Sabia que devia fazer a leitura da luz do céu antecipadamente porque a falta de programas automáticos a isso obrigava. E ter a focagem permanentemente no infinito com o diafragma tanto fechado quanto possível, de modo a melhorar a nitidez e aumentar o campo de focagem (não fosse o diabo tecê-las)

A intervenção do fotógrafo amador no entanto, terminava no momento de accionar o obturador. Daí para diante, revelação, impressão, qualquer tipo de manipulação, estava vedado ao comum mortal.
Já para não falar nos imponderáveis, como uma bomba de fumo encravada num dos aviões, que estragou a simetria exigida a uma patrulha acrobática.
Quantidade de flair q.b.(tema sempre polémico entre os fotógrafos) mas inevitável numa foto tirada directamente contra o Sol, bem como a forma dos mesmos flairs (mesmo não desgostando do efeito dos flairs, os hexágonos ditados pelo diafragma da minha Pentax não eram das formas mais atraentes).

Do alto dos meus treze anos (a queimar os catorze) a foto foi a possível, com os meios possíveis na época.
Foram precisos 20 anos para que chegasse a ter o aspecto final que o fotógrafo de então sonhou.

Felizmente hoje já existe o Photoshop. E os Asas de Portugal até já voltaram a ter asas.

A foto, essa, serviu na época para aprender que uma quase boa fotografia, não é, ainda assim, uma boa fotografia.


sábado, 6 de setembro de 2008

RAMSTEIN











Além do já comentado festival aéreo de Coimbra para consumo interno, o ano de 1988 ficaria ainda na história pelas piores razões, com o mais grave acidente de todos os tempos em festivais aéreos: Ramstein.

Na base aérea da USAF na Alemanha, por ocasião do festival anual e diante de 300 000 espectadores, 3 Aermacchi MB-339 da patrulha italiana Frecce Tricolori colidiram em pleno voo a meio de uma das manobras previstas na sua exibição (mais concretamente a Pierced Heart, na qual um avião passa pelo meio da formação que vem em frente em forma de coração).


O resultado foram 67 mortos e 346 feridos graves. Entre os pormenores mais macabros e que agravaram ainda mais os acontecimentos, estão a queda de um dos aviões precisamente em cima do helicóptero de evacuação de emergência (UH-60 Blackhawk), vitimando o piloto que se encontrava no seu interior. O piloto que se despenhou sobre o Blackhawk logrou conseguir ejectar-se, mas pereceria também em virtude do pára-quedas não ter chegado a abrir antes do embate com o solo.


Uma lápide no local, com os nomes dos vitimados nesse dia 28 de Agosto de 1988, assinala tristemente os acontecimentos desse fatídico dia.

Desde então, e cumpriram-se já vinte anos, nunca mais se voltou a realizar um festival aéreo em Ramstein.


Este acidente foi de tal forma marcante que deu até nome a uma banda de germânica, conhecida precisamente pelas encenações envolvendo sempre grandes efeitos pirotécnicos e cujo tema com o mesmo nome remete aos acontecimentos desse verão de 88, transformando em arte uma realidade brutal.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Aviação militar espanhola

Em Espanha, as Edições Quiron lançaram uma colecção de 160 fascículos sobre a história da aviação militar espanhola. Os fascículos podem ser comprados em conjunto em 5 volumes (a 61 euros cada um). É a obra mais completa que se produziu até hoje sobre a aviação militar em Espanha. Pode-se ver aqui um aparelho que também é usado por nós.


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