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sábado, 5 de fevereiro de 2022

Pássaros de Ferro e histórias antigas [M2287 - 4/2022]



Das muitas histórias que vamos guardando em compartimentos recônditos da memória, está uma que volta não volta, me conta um amigo, de um sucateiro que existiu nos arrabaldes do Porto, e de uns quantos aviões que por ali foram sucateados.

Reza então esta história, e a memória que ele guarda e de que fala com exacerbado entusiasmo, que por ali viu algumas dezenas de fuselagens amontoadas, de Republic F-84 por entre muitos outros artefactos aeronáuticos. E foi nesse sucateiro que adquiriu então, uma cadeira de F-84 que tem na sua modesta colecção de objectos aeronáuticos. «Na década de 70, passava na estrada nos passeios de domingo e via vários aviões na sucata. Nos finais da década de 80 é que lá fui buscar a cadeira e andei pelo meio dos restos de vários F-84 de nariz verde. Não esqueço o cheiro a JP-4 que após tantos anos ainda mantinham», recorda-se de andar em cima das fuselagens e de peças de aviões, até por ali viu, um Dakota, e até um flutuador. «Era efectivamente um flutuador de ponta de asa de Widgeon ou Goose, estava em bom estado, também me foi proposto a compra de um “banco”, não sei de que avião seria. Chamo-lhe “banco” pois era o género de assento que se pode encontrar em certos aviões da 2ª G.G., usados na posição de telegrafistas, navegadores, que normalmente ocupavam um pequeno espaço atrás dos pilotos».

Recorda-se também, de um outro avião, que não estava à espera de ser retalhado a caminho do alto-forno e estava, outrossim, apartado dos restantes, quase estimado e ao qual o dono se referia como não sendo para vender.  «É para o meu neto».

O avião desapareceu, ou pelo menos desapareceu da vista de quem ali passa, e portanto da memória, ainda que, durante alguns anos, consta-se que um dos clientes regulares do sucateiro tivesse mostrado vontade, de cada vez que lá ia, de o comprar e levar lá para as bandas de Bragança.

Um outro amigo, tem uma recordação diferente, dos passeios escolares, nos autocarros apinhados de canalhada, a subir para Norte na N13, rumo a várias fábricas (como a Imperial,  a fábrica de chocolates que fica na Azurara,… ai, ai, a fábrica das “Bombocas”!!!), e de ver, do autocarro, à passagem, um único avião em cima de uns contentores. Era para ele importante, ao passar por ali, espreitar de pescoço esticado a ver se o via.

Com efeito, neste local, existiu uma empresa de sucata, a António Silva Rego S.A., que comprava diversos tipos de metais, nomeadamente o alumínio, que ia buscar mais a Sul, aos aviões que desmantelava para vender às siderurgias. Nos anos 60 e 70 era comum ver aqui, entrarem regularmente camiões com fuselagens de aviões, tendo sido, segundo julgo saber, aqui processadas algumas dezenas, sendo que uma fonte refere mesmo um número à volta das 50 aeronaves, mas se calhar, nem todas seriam de F-84.

As últimas fuselagens de aviões que ainda existiam, foram vendidas ainda nos anos 90, para Espanha, extinguido a empresa a sua actividade em 2009.

Com estas histórias destes dois amigos, e outras mais recentes, um destes dias pedi a um destes que me levasse lá, pelo menos para espreitar o local a ver se “se via por lá alguma coisa”. Para além de um local vazio do que quer que fosse de sucata, e alguns edifícios, e um canídeo de meter respeito, nada mais vimos. Mas, enquanto estávamos à espreita, vemos um senhor que vinha a sair e lá metemos conversa com ele. 

Era o antigo encarregado da sucata, que ali esteve a trabalhar desde pequenito, e que ainda trabalhava, agora para os herdeiros.

Conseguimos o contacto de um dos herdeiros e, alguns dias depois, foi-nos permitida uma visita ao espaço e aceder ao avião que, pasme-se ou não, ainda lá estava!

Era então um dos FIAT G.91R/3 que foram recebidos nos anos 70-80 e que, após canibalização, seguiu o caminho do sucateamento.

Essa visita teve lugar em Março de 2014 e, durante vários anos, o avião permaneceu no local, tendo estado em negociações a sua venda para um colecionador e aficionado dos FIAT G.91 que o iria restaurar. Desconhece-se contudo o actual paradeiro do avião.


Não quero terminar sem aqui partilhar com a aficción pássaro-ferrosiana, não só a foto da cadeira de F-84 referida, como do FIAT, bem como a ligação para o Aerotranstornados onde coloquei a informação que consegui do aparelho (até ao momento).

Mais ainda, oportunidade também de ver uma foto muito interessante de uma das fuselagens de F-84 da Patrulha S. Jorge, que aqui foram processadas, com o próprio dono da empresa sentado lá dentro, numa pose digna do próprio Major Alvega!


A cadeira referida, de um F-84

o FIAT G.91R/3 (exWGAF 32+89)

Um dos F-84 da Patrulha S. Jorge com o Sr. António Rego no interior.

Rui “A-7” Ferreira
Entusiasta de Aviação


Nota – O autor escreve na grafia antiga.

Agradecimentos: Sr. António Rego, Sr. Faria, Sérgio Couto, Pedro “Pugachev” Oliveira.

terça-feira, 6 de março de 2018

AS BROCHURAS [I] - (M1954 - 14/2018)


Há umas décadas, umas três, mais coisa menos coisa, quando a Internet era uma espécie de quimera ou, quando muito, não passava de assunto sussurrado dirigido a "uma rede secreta desenvolvida pelos americanos para as suas forças armadas", possuir uma brochura sobre aviões era algo demasiado precioso para sequer pensar em outra coisa.
Não me lembro bem as circunstâncias em que esta brochura me chegou às mãos, mas sei que trinta e tal anos depois, ela continua nas minhas mãos, num estado de conservação que, não sendo o melhor, ainda não a compromete.
A imagem ilustra a primeira de várias páginas dedicadas às aeronaves que - na altura - estavam baseadas na Base Aérea nº6, no Montijo., no caso, a lendária 301 - Jaguares, equipada na altura com os vetustos e veneráveis Fiat G-91 R3.
É, portanto, uma brochura, com boas fotografias, agrafadas ao centro. Fotografias as cores que fizeram as minhas delícias durante uma série de anos.
No presente, dada a banalização no acesso a tudo e a mais alguma coisa e à sua respetiva democratização, com tudo o que de bom e mau o conceito ou conceitos acarretam, estas brochuras parecem obra do século passado - e em bom rigor, são... -, onde tudo era mais lento, onde as coisas aconteciam mais devagar, quando olhávamos mais e melhor para elas, porque era difícil lá chegar e o olhar era direto, sem intermediários. Atacava os sentidos!
Agora passamos os olhos, não raras vezes através de um dispositivo que apontamos para tudo o que mexe e não mexe, que guardamos num virtual zelo de bytes e para onde, manifestamente, parecemos não olhar com olhos de ver.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

AVIÕES DE/NO BOLSO (M598 - 8AL/2012)

O Pássaro de Ferro, através do Paulo Moreno, apresenta mais um flashback, desta feita relativo a uma coleção de "calendários de bolso", cuja publicação ocorreu a meio da década de oitenta - 1986/87, por ocasião do 34º aniversário da Força Aérea.
São pequenas pérolas que retratam com apropósito uma época da Força Aérea Portuguesa (FAP), não só pelo retrato das aeronaves que operava, das quais restam o C-130 e o AL-III, mas por serem espécimes raros e na altura, meios para captar vocações na juventude.
Esta coleção que agora se publica, surge também um pára-quedista, uma força que na altura estava integrada na FAP e que fazia parte da noção de "ir para a Força Aérea".
Estas preciosidades surgiam num tempo em que era muito difícil e raro obter imagens das nossas aeronaves militares. Não existia internet e conceitos como spotting e dias a ele dedicados eram praticamente consideradas histórias de embalar meninos que gostavam de aviões... ou quase ficção científica, digamos.

 Os "Asas de Portugal", voando os lendários T-37C.

 Os A-7P Corsair II, as "grandes máquinas" da altura...

 O SA-330 Puma que "resistiu" até há poucos anos, sempre para que outros vivessem!
 O Fiat G-91. Um belo avião que marcou muitos militares, tanto em Portugal como em África!

 O Allouete III, um helicóptero sem fim!

 A nossa "fortaleza voadora". O C-130 Hércules.

Um avião que deixou tantas saudades e onde tantos pilotos aprenderam as regras da "caça"... T-33, no caso um RT-33A...

Os elegantes T-38, onde muitos pilotos ultrapassaram a barreira do som e o primeiro avião da FAP com afterburner...

 Um pára-quedista desce rumo ao solo.
 Parte de trás dos calendários. Recuar um quarto de século...


Por isso mesmo, quando conseguíamos coisas destas, era como se entrássemos nas unidades aéreas para ver e tocar as aeronaves. E trazê-las no bolso era o melhor dos mundos!
____
Imagens da então "Central de Publicações da Força Aérea" - Coleção Paulo Moreno.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Uma colecção com erros... (M532 - 7JM/2011)

Saiu hoje o primeiro número de uma colecção da Altaya “Aviões de Combate a Jacto”, que tem o apoio da Força Aérea e do Museu do Ar. A colecção tem 60 fascículos e tem vários jactos de combate da FAP. A ideia foi boa e começou hoje com o Fiat G.91.




O que me espanta é como é que uma colecção que teve o apoio de gente da Força Aérea tenha erros grosseiros na abordagem que faz do Fiat. Ao ler o fascículo com atenção reparei nos seguintes:

1- Diz o fascículo que o Fiat foi seleccionado pela comissão de avaliação da OTAN em Junho de 1955.


Falso – O Fiat foi escolhido pela OTAN em Janeiro de 1958. O que aconteceu em Junho de 1955 foi a adopção pela Itália do avião, antes das conclusões da avaliação.

2- Diz o fascículo que um acidente com um dos protótipos levou ao cancelamento das encomendas de vários países (França e Grã-Bretanha).
Falso – O acidente de Fevereiro de 1957, não teve nada a ver com o cancelamento da França, que chegou a encomendar a versão R/2. A França cancelou porque optou por desenvolver os seus próprios modelos de fabrico nacional. Quanto à Grã-Bretanha nunca encomendou o Fiat, forneceu foi o motor.

3- Diz o fascículo que o G.91 foi comprado para substituir o velho F-86.

Falso – O G.91 foi substituir apenas os F-86s que tinham estado na Guiné, mas não foi comprado para substituir o F-86 até porque o F-86 era um interceptor e o Fiat um avião de apoio táctico.

4- Diz o fascículo que o Fiat combateu em Angola a FNLA, UNITA e MPLA.

Falso – O G.91 apenas foi usado uma vez em Angola em combate e foi contra a FLEC em Cabinda.

5- Diz o fascículo que na metrópole o Fiat operou a partir de Tancos BA3.
Falso – Na metrópole o G.91 estava sedeado em Monte Real BA5.

Um erro ainda no poster central na parte do armamento. Diz que o Fiat podia carregar até 227 kg de armamento.
Falso – O Fiat podia levar uma carga externa de 1500 libras (680 kg). Em cada uma das estações internas podia levar 750 libras (340 kg), enquanto que em cada uma das externas podia levar 250 libras (113 kg). No entanto, o uso de armamento nas estações externas limitava a carga das estações internas a 500 libras (226 kg) em cada uma, o que dava na totalidade 1500 libras (680 kg) pelas 4 estações.

Finalmente uma nota muito positiva para o trabalho do Paulo Alegria e do Miguel Amaral, grandes ilustradores do Fiat.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Do Sabre ao Fiat (M513 - 3JM/2011)

F-86F o modelo do destacamento 52 em Bissalanca que regressaria à Metrópole por pressões diplomáticas
Fiat G-91R/4 com pintura usada na Guiné
Acabei hoje de escrever a longa história dos F-86 canadianos que nunca chegaram a Portugal em 1965 por veto do Canadá. É uma história que vai sair em artigo na Mais Alto e também lá fora. 
É uma história curiosa que começa em Dezembro de 1964, com o embarque em Bissau dos dois últimos Sabre do Destacamento 52 sediado na Base Aérea de Bissalanca e acaba com a compra do Fiat G.91 R/4, oito meses depois. 
Pelo meio muitas manobras diplomáticas, muitos contactos, muitas frustrações até à solução final. Deu-me muito trabalho a investigação. Além do Arquivo da Defesa Nacional, tive que arranjar documentos no arquivo de Salazar e no arquivo alemão dos Negócios Estrangeiros e também no francês. 
Mas valeu a pena. 
É uma história que merecia ser contada e que nunca tinha sido contada publicamente com o grau de detalhe com que eu conto. 
Menos um dossier em cima da mesa e outro ali à espera.

terça-feira, 17 de maio de 2011

NATO TIGER MEET - MEMÓRIAS DE 2002 (M503 - 25AL/2011)


Em 2002 realizou-se o último Nato Tiger Meet em Portugal, na Base Aérea nº 11 - Beja, sede na altura, da Esquadra 301 – Jaguares que operava, então, o Alfa Jet. 
Nesse ano comemoraram-se, também e em simultâneo, os 50 anos da Força Aérea Portuguesa (FAP) como ramo independente das Forças Armadas.
Para registar estes factos com a dignidade dos grandes dias da história, a Esquadra pintou um dos seus aparelhos, o s/n 15250 com uma magnífica pintura, que as fotos do Paulo Mata documentam.
A escolha deste aparelho em particular pretendeu, justamente, simbolizar os 50 anos da FAP, muito embora carregasse nas asas o “peso” do espírito felino, simbolizado no Jaguar.
É concretamente este espírito felino que, anualmente, congrega esquadras NATO que operam sob a sua iconografia, respondendo às missões que cada nação lhes incumbe e estabelecendo relações sociais entre a comunidade "Tiger" - uma das vertentes deste "clube" - operem rápidos e poderosos caças, ou os mais pachorrentos e não menos úteis helicópteros. O espírito "Tiger" é independente das asas que o fazem voar sobre as coisas, dominando-as. Sempre!


A FAP e a Esquadra 301 - Jaguares, já por duas vezes (1980 e 1985) venceram o troféu máximo deste evento, o "Silver Tiger", operando aeronaves Fiat G-91 que demonstraram que o "espírito tigre" reside nos homens que operam as máquinas (mecânicos, pilotos, todos) sejam elas sofisticadas ou não, como não eram sofisticados os fieis G-91.
Estamos certos que, independentemente do resultado deste ano, a Esquadra 301 - Jaguares saberá honrar, como sempre fez, o seu lema e uma nação inteira que voa com ela.



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

FIAT G-91 R/4 (M457-2AL/2011)

Linha da Frente com Fiat G-91/R4 e T-38, na Alfa 1 da Base Aérea nº 5, em Monte Real, algures no final dos anos 70.
De notar que estes "ginas" estão equipados com os depósitos de combustível mais pequenos, colocados sob as asas.

 É bem visível o símbolo da Esquadra 301 - Jaguares junto ao canopy do avião.

A Força Aérea Portuguesa chegou a ter 40 aparelhos deste tipo (R4) e que foram muito utilizados nos teatros de guerra ultramarinos.

Neste aparelho, o s/n 5427, pode ver-se ainda o sistema de pára-quedas que auxiliava estas aeronaves na sua aterragem.


Imagem de um Fiat G-91 R/4, cuja matrícula não é perceptível dada a qualidade da imagem, estacionado em cima da relva seca...
Este avião está pintado com um esquema que chegou a ser adoptado nalguns aviões, em tom de verde, com o objectivo de face à ameaça dos mísseis terra-ar STRELA /GRAIL, com sistema de busca por infra-vermelhos e que entraram no teatro de operações ultramarinas, na Guiné e em Moçambique
De notar que este esquema implicou também a redução dos elementos identificadores da aeronave, bandeira, matrícula e a Cruz de Cristo.
O Fiat G-91 terá sido na FAP o último avião de combate em que o papel do piloto era fundamental no voo e cumprimento da missão, já que as suas limitações intrínsecas exigiam do elemento humano capacidades de actuação que as permitissem colmatar. A capacidade de manobra do avião a baixa altitude e a fiabilidade e resistência do motor, sendo factores importantes, não eram decisivos por si só.
Os Fiat sofreram algumas melhorias ao longo dos 28 anos que voaram sob as cores nacionais, mormente nos seus  sistemas de comunicações, navegação e armamento. Cumpriram de forma brava as missões de que foram incumbidos transformando-se, por força das circunstâncias muito diversas do ponto de vista histórico e operacional no seu conteúdo, aeronaves que inscreveram perenidade nas páginas da história da aviação militar nacional!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

DESCUBRA AS DIFERENÇAS (M440-44PM/2010)

 Crédito: Força Aérea


 A primeira é uma foto que retrata a totalidade da frota da FA nos anos 80, usada na época em folhetos publicitando o recrutamento para as várias especialidades e que se pode já qualificar de histórica (até porque incluída no livro dos 50 anos da FA).
A segunda, quase contemporânea, foi a minha tentativa de a imitar, com a frota de kits disponível lá em casa. C-212, T-33, T-37, Chipmunk e FTB-337 ainda estavam na wish list (que ainda não se chamava assim) e em compensação tinha  um "imponente" Al II a mais, já na época retirado da frota da FA.
Quanto às demais diferenças, assim de repente, além dos erros nas camuflagens (a informação existente era muito pouca e por vezes errada...) há a assinalar as várias escalas a que estão as aeronaves: C-130 a 1/144, SA-330 e Al II a 1/100 e os restantes a 1/72.
E ainda havia o T-38 que era na verdade um F-5F (mal) adaptado e o G-91 que era o modelo Y, que também estava longe de um R3 ou R4. As bandeiras e as cruzes de cristo feitas à mão em papel. Pintar os cockpits por dentro foi uma decisão também já mais tardia.
Em minha defesa tenho a lembrar a minha tenra idade (uns 11/12 anos) e a dificuldade que havia na altura em conseguir, além da já referida informação correcta quanto aos detalhes das pinturas e modelos portugueses, os próprios materiais e tintas adequadas.
Com os anos ganhei no entanto grande capacidade de criar e acertar tons de tinta, além de firmeza no pincel, capacidades que mais tarde me valeram um 16 na disciplina de pintura já na Secundária (ou lá como se chama pelos dias de hoje). E felizmente foram aparecendo mais materiais.
Da própria foto em si, apercebi-me logo na altura também, no erro de perspectiva cometido, mas que permitiu em contrapartida ter todos os modelos perfeitamente focados, o que não aconteceria se baixasse mais o ângulo.

De volta aos kits, o A-7 da Hasegawa que encabeçava o grupo, (talvez o pior modelo que vi de um A-7) tinha um radomo especialmente mal feito e acabou os seus dias incinerado num "exercício para bombeiros".
Podia enganar-me nas camuflagens, mas não no realismo de algumas simulações!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

1991 - FIAT'S G-91 EM MONTE REAL (M411-33AL/2010)

O Pássaro de Ferro, uma vez mais pela oportuna e gentil cedência de fotos dos arquivos do Paulo Moreno, orgulha-se de apresentar um conjunto de fotos que, certamente, farão as delícias de muitos admiradores de um dos mais míticos aparelhos a jacto que operaram na arma aérea nacional. O Fiat G-91.
Foram captadas em Monte Real, algures no ano de 1991, soavam já (ainda que baixinho...) as trombetas para a sua retirada dos céus.
Contudo, o Fiat G-91 foi sempre um intrépido avião, que resistiu com invulgar força e determinação à cavalgada da tecnologia, demonstrando por variadas ocasiões  e situações que o binómio "piloto-avião" ultrapassa a - perdoe-se-me o termo - "gritaria" que a tecnologia impõe.
É bom entendermos a história. Ela fornece pistas para a compreensão do presente e para uma melhor projecção do futuro.
O Fiat G-91 tem tanta e tantas história(s) para contar.
Ficam as magníficas imagens que a(s) alimenta(m).

 Reabastecimento de um G-91 - 5459. 
Para um amante destas coisas, é impossível não achar absolutamente delicioso o facto de, na segunda foto, surgir o avião com o combustível a escorrer pela fuselagem. Digamos que atestou...
Até por este pormenor se constata a simplicidade da operação do Fiat G-91.



 A versão bilugar (T1/T3)do G-91, vendo-se em segundo plano uma linha de T-38


 Pormenor da parte da frente de um Fiat G-91 T3




Fiat G-91 T3 "descansando" na Bravo 1 de Monte Real

domingo, 18 de julho de 2010

SEMPRE O A-7P - 2ª Série (M401-30/AL2010) - Adendado

O Pássaro de Ferro apresenta mais uma série de fotografias cedidas pelo Paulo Moreno, recorde-se, obtidas em 1991, altura em que os céus nacionais ainda eram dominados pelo A-7P.
Nesta primeira imagem, vemos a placa Bravo 1, frente à manutenção, onde se podem ver várias aeronaves. O TA-7P 5546, um Fiat G-91 e a parte de trás de um outro A-7P. Notar o 5546 equipado com um dispositivo utilizado em testes de motor, colocado na entrada de ar, por forma a evitar a sucção de objectos estranhos para o motor P&W TF-30 P408.

Outra foto do mesmo local, agora de um outro ângulo, notando-se mais uma vez que TA-7P 5546 foi rebocado para a Bravo 1, depois de ter realizado testes de motor.
Ao olharmos para o Corsair II, percebemos a origem naval do aparelho, sendo que algumas vezes, por questões de espaço e arrumação, mesmo em terra, as asas eram dobradas, conforme atestam as fotografias.
Até nisso o A-7P se diferenciou dos jactos que, então, eram operados na Força Aérea. Era sempre impressionante observar a sua silhueta sombria, fosse de asas estendidas, fosse com elas dobradas.

Vista da Bravo 1, notando-se um A-7P (5519), estacionado ao lado de 3 aparelhos Fokker F-27 Holandeses, que estavam a dar apoio à presença na BA5 de um destacamento de caças F-16 da Esquadra 313.
Esta foto revela também uma situação impensável no presente, isto é, a operação dos F-16 seria impossível na Bravo 1, com esta cheia de detritos e sujidade, como se vê nesta imagem, resultantes de obras na zona da manutenção de aeronaves, como bem adendou em comentário o Paulo Mata.

Foto da antiga placa da Esquadra 304 - Magníficos, onde se podem contar 5 F-16 Holandeses, da Esquadra 313, alinhados com alguns A-7P. Notar a diferença de silhuetas dos dois aparelhos, denunciadora de duas gerações e de dois tipos de aeronave, tão míticos quanto distintos.

Saída do A-7P 5536 da Linha da Frente da então placa da Esquadra 304 - Magníficos. Nota-se ainda estacionado o 5531 e um outro A-7P.
Nesta fotografia, vê-se também que a dada altura da operação dos A-7P, uma das estações das asas foi retirada das aeronaves, conforme já aqui foi abordado.


Dois pormenores do A-7P 5522, mais uma vez obtidos nos abrigos Alfa 1

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O TENENTE ALVEGA



O intrépido herói Major Alvega, já antes aqui falado pelo nosso camarada Rui "Corsario de segunda" Ferreira, foi companheiro de aventuras imaginárias nos verdes anos de muitos de nós, que nascemos nos anos 60 ou 70.
Não havia playstations, só havia dois canais de TV (que durante muito tempo abriam emissão só às 18:00 horas). Não havia internet. Não havia clubes de vídeo.
O futebol via-se na TV uma vez por festa e aos domingos à tarde ouviam-se os relatos no "transístor".

Isto tudo só para contar que descobri uma foto de um manequim representando um piloto da Esquadra 301 "Jaguares", na época ainda a voar o Fiat G-91, e o nome do piloto era nem mais nem menos que Alvega. No caso e olhando às divisas, o Tenente Alvega.
Ninguém diria que depois de tanta aventura na II Guerra Mundial ao serviço da RAF, um seu descendente voaria o G-91 na FAP.

O sentido de humor de quem caracterizou o boneco fez-me sorrir e lembrar da quantidade de livrinhos que li da colecção "Falcão", que incluía as aventuras do "Major Alvega". Das tardes em que não dava para ir dar uns pontapés na bola para a rua, ou noites em que a única TV da casa estava "democraticamente" confiscada. E o Major Alvega e a imaginação eram suficientes.

Ao contrário de algumas pessoas que com o passar dos anos começam naturalmente a ensaiar um discurso "bota-de-elástico", não acho que "antes é que era bom". Era diferente.

E às vezes sente-se a falta disso que era diferente. Só isso.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O comentário do general...




Fiat G-91 R4 preservado no aeródromo de Viseu com a pintura utilizada na Guiné destinada a reduzir a assinatura térmica, face ao aparecimento dos SAM inimigos SA-7 Strela no teatro de guerra.

Nos primeiros meses de 1966, oito aviões Fiat são transferidos para África (números de série 5401-3, 5405-7 e 5417-8), mais concretamente para a base aérea de Bissalanca para fazer face à guerra que acontecia na Guiné. Os primeiros aviões chegam ao porto de Bissau em fins de Março e o primeiro voo ocorre nos primeiros dias de Julho. No dia do voo está presente o comandante-chefe, general Schultz, que num momento de entusiasmo perante a demonstração do avião chega a dizer que os guerrilheiros não vão resistir por muito tempo, quando o Fiat passar por cima deles. Um sinal de que o general português não entendia muito bem a natureza da guerra na Guiné. Um comentário que fica para a história…

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