quarta-feira, 25 de julho de 2012

PAULO DÉRMIO APRESENTA: RED TAILS (M692 - 77PM/2012)



Como eu gostava de poder falar bem deste filme! Contudo, logo nas primeiras cenas tive o vislumbre de que não ia ser fácil.
Desde que desaparece o logótipo da 20th Century Fox que é sempre a descer. Primeiras imagens e instala-se a dúvida se estamos a ver uma longa metragem ou a apresentação da última versão de um jogo da Playstation. Logo a seguir o lettering com título, que nos deixa mais preocupados e confusos se a intenção era assemelhar as letras a uma banda desenhada da década de 40, ou puro e simples mau gosto estético.
Mas a malta como eu, que estava cheia de boa-vontade, até perdoava se o que viesse depois justificasse. 
Mas não justifica. Apesar de uma ou outra cara conhecida e estabelecida em Hollywood (incluindo a Daniela), há desempenhos sofríveis para não dizer medíocres até por parte de atores já bem rodados. 
Os diálogos parecem mais uma sucessão de frases isoladas, do que diálogos propriamente ditos. 
Há imensas cenas gratuitas, o desenrolar dos acontecimentos é altamente previsível e até os discursos de cariz moralista/anti-racismo acabam por se tornar pouco convincentes, de tal modo estão mal feitos.
E a atravessar tudo isto, as insistentes imagens descaradamente geradas em bites de computador. 
Curioso que, mesmo as cenas rodadas com imagens reais apresentam o mesmo aspeto artificial, desconheço se por tentativa de homogeneização com as cenas "postiças", ou se por uma qualquer opção artística que me ultrapassa.
Ainda cheguei a pensar que seria da versão de baixa qualidade que vi primeiro, mas verifiquei em BluRay e a impressão manteve-se.
Apenas para não dizerem que falei mal só porque estava chateado com o mundo, sem sequer ver o filme, a história trata do esquadrão de aviadores de raça negra (Red Tails) que lutou na II Guerra Mundial pela bandeira americana e pelo direito a serem tratados como iguais entre a hegemonia branca.
Já mesmo no fim há um ou outro pormenor que até pode passar por fantasia mas que foi de facto real: a cena em que o herói da fita acaba por morrer, mas abatendo o adversário, aconteceu mesmo com um Ás da II Guerra, felizmente com melhor desfecho, uma vez que o autor da proeza na escapou ileso.
O combate com os Me-262 também foi verdadeiro, tal como a primeira vitória de uma caça a hélice sobre um jato por um piloto do 332 Sqd. 
Afinal enganei-me, não foi sempre a descer, ainda subiu um pouco mesmo no final.
À semelhança dos "Cavaleiros do Céu" de que falei aqui já há algum tempo, vou ter que repetir o mesmo refrão: perdeu-se uma boa oportunidade de fazer um grande filme.



3 Comentários:

Rui Sousa, Madeira Spotters disse...

Ainda bem que não fui só eu...

Paulo Mata disse...

Pois, é uma pena... :/

Francisco Duarte disse...

Acho que foi um dos grandes desapontamentos do ano. E em relação à cena final... Quero dizer, duvido que alguém ficassem em condições de falar depois de apanhar com uma munição de 30mm no peito. Quero dizer, bastava um projéctil daqueles para cortar um Spitfire ao meio como provam videos de teste espalhados pela internet. Pode ser picuice minha, mas sabendo do que o equipamento é capaz a fita soa ainda mais "postiça", como você bem diz.
Uma grande oportunidade perdida. :(

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