sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

CRÓNICA A-4 (M465 - 6AL/2011)

Imagem de um porta-aviões dos Estados Unidos, numa imagem que revela bem a importância do A-4.

O mítico formato A4 do papel pode ser comparado, pela sua importância, a um outro e não menos mítico, A-4, o avião.
Lembro-me de a famosa enciclopédia fasciculada “Aviões de Guerra” que me “enlouqueceu” nos finais da década de oitenta o apelidar, numa espécie de “tradição de jargão aeronáutico”: “Galo de Briga”, título aliás perfeitamente abrasileirado, ou não fosse a dita cuja enciclopédia escrita e concebida no Brasil. Consta que são os próprios pilotos da marinha brasileira que assim o tratam...

Um A-4 da Marinha dos EUA, convenientemente armado, revelando as suas formas simples.

Mas, desvios à parte, temos o A-4 Skyhawk como uma das mais impressivas lendas da aviação militar a jacto (jato com o ‘acordo’ ortográfico...) do século XX.
Era/é um pequeno avião, de asa baixa, concebido para operar nos porta-aviões Norte-Americanos, sempre estrategicamente “semeados” pelos oceanos do planeta, em regiões cuja presença ‘yanke’ era solicitada ou auto-imposta, como a boa diplomacia recomendava e recomenda, sempre com motivações assentes na (des)ordem mundial vigente. Foram também um dos baluartes aéreos durante a guerra do Vietname, de onde muita da sua mística provém...

Um A-4 preparando-se para a catapulta, a bordo do USS Hancock, como refere a legenda em inglês, em 1965.

Portanto, o A-4 foi/é um avião fruto do seu tempo e da disponibilidade financeira dos países que o adquiriram, regra geral, democracias emergentes da América Latina (Brasil e Argentina); e também Israel, Kwait, Singapura, Malásia, Austrália, Nova Zelândia e claro, os Estados Unidos, num total de quase 3000 mil unidades produzidas.
O Brasil e a Argentina ainda usam os A-4 e, recentemente, o Brasil modernizou os seus aviões, por forma a mantê-los em acção (ação com o ‘acordo’ ortográfico...) por mais alguns anos.

 Um TA-4KU da marinha brasileira.

Este pequeno avião atinge velocidades da ordem  dos 1000 Km/h, transporta diverso armamento, entre mísseis Sidewinder e bombas, até um total de cerca de 4500 Kg.
O A-4 chegou a ter capacidade para largar armamento nuclear, tendo sido essa valência aliás, um dos requisitos para a sua construção no início dos anos 50, quando o governo americano pediu à sua indústria aeronáutica que concebesse um avião capaz de operar nos seus porta-aviões.
Portanto, tratando-se este texto de uma crónica com um forte cunho pessoal, devo dizer que o A-4 foi/é, um dos meus aviões preferidos, não pelas suas características técnicas ou pelo arrojo do seu desenho mas, justamente, pelo seu aspecto frágil e que contraria até uma tendência ‘natural’ que tenho para os aviões de asa alta.

Um TA-4SU da Força Aérea de Singapura. O lugar de trás do avião, parece ter sido colocado ali à "lei do desenrasque" e à força de ferros de soldar e engenho dos mecânicos, numa dimensão tipo tuning...

A sua manobrabilidade é excelente as suas capacidades acrobáticas ficaram vincadas na sua passagem pelos "Blue Angels" da Marinha Norte-Americana (USNavy).
O “Skyhawk” é um avião simples, mesmo ancorado num desenho quase primário e que desenhei bastas vezes nas laterais dos meus cadernos. O seu conceito de asas e estabilizadores em  delta, entradas de ar laterais e a tradicional posição do canopy a encimar o nariz, fazem dele um avião muito simples de reproduzir.
Desculpem-me a ousadia mas, fazendo um paralelismo (adaptado) com a linguagem do boxe, trata-se de um "pesado peso-pluma" da aviação militar mundial!

 Descolagem do um A-4 no tradicional festival de Oshkosh.

 Formação dos seis A-4 Skyhawk da patrulha acrobática "Blue Angels".

2 Comentários:

Anónimo disse...

Ah... o velhinho "scooter", avião emblemático cuja esteira de fumo, carregado de GPB's fazia lembrar um avião mais á séria, ...
Grande avião e grande registo o teu, em mais um escrito!
5513

S7alker disse...

Um grande clássico da aviação, sim senhor.
Aliás, são as suas formas e engenharia simples que o mantém em serviço no Brasil e na Argentina, países que, sem ele, não teriam aviação de combate a jacto nos ramos em que ele serve (no caso da Argentina é a Força Aérea em geral).
Novamente, gostei bastante da escrita e dos chega pra-lá ao maldito acordo ortográfico.

Bom ver que o blog continua operacional em em força ;)

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