sábado, 1 de janeiro de 2011

Pássaros de Ferro em Papel – World Air Power by Bill Gunston (M455-1RF/2011)


A história reza assim: chumbei no ano anterior.
A atitude dos pais foi, por um lado um enxerto de porrada, e pelo outro alguns panos quentes, dados de forma a não tirar a razão do tipo que me tinha acabado de chegar a roupa ao pêlo...
O ano seguinte, embora mais fácil, foi de luta e muito trabalho, ainda que o mérito não tivesse mais uma vez trazido a bicicleta prometida desde a 4ª Classe...
Durante esse período, e os dois anos seguintes, andei numa explicadora, um local que hoje seria impensável, não por medo de alguma investida da ASAE, mesmo até porque era um local asseado, sem pulgas e assim, mas porque numa exígua cave, aberta para o jardim/quintal das traseiras, uma professora do ensino básico (das antigas e de mão pesada) tinha para cima de 30 explicandos ao mesmo tempo compreendendo pessoal da 3ª/4ª classe até ao 11ºAno!
Formidável!
Mas não havia por lá nem calões nem marrões, e todos lá passavam de ano, nem que fosse à base de sapatadas.
Por ali passei do 8º ao 10º, e conheci um dos protagonistas da minha paixão pelos Pássaros de Ferro.
O Adriano (a.k.a. Chinesinho-limpó-pó, ou Chin-Chin), que andava na minha turma do 9º ano, vindo de Macau para viver com os avós, acabou por me apresentar, e emprestar, a edição que os pais lhe tinham comprado em Hong Kong, da World Air Power (edição de 1980?).
A coisa piorou logo ali, fiquei literalmente doido com aquilo, e não descansei enquanto não consegui que a minha mãe, com muita dificuldade, e depois de muita negociação também de uma prima minha, me comprasse na Livraria Bertrand, a edição de 1981. O custo do livro foi de dois contos e quinhentos (PTE 2.500$00 ou traduzido á letra para Euros 12,50). Era um livro importado e um verdadeiro luxo para nós, não sendo fácil de traduzir o seu valor nos dias de hoje, pois a conjuntura social era outra, e o dinheiro lá em casa não abundava, sobre tudo para coisas como estas que eram, perfeitos disparates de dinheiro mal gasto.


Esta obra, assinada pelo Sr. Bill Gunston, e que ainda hoje é material de consulta (sou um saudosista é o que é!), é ainda hoje uma fonte de informação pois constitui uma belíssima base de trabalho para forças aéreas e aeronaves e mísseis.
Foi aqui que iniciei o meu interesse pela Força Aérea Portuguesa, e o meu namoro a aeronaves como o SAAB Viggen, SR-71 Blackbird, F-14 Tomcat, F-104 Starfighter, Ka25 Hormone, MiG-25 Foxbat, Yakovlev Yak-38 Forger ... numa altura em que o A-7P ainda não tinha despertado em mim vontades ( o apelido surge só alguns anos depois).

1 Comentários:

joaocarioca disse...

Para além dos barcos à vela e porque sempre vivi perto do Aeroporto da Portela, a mania dos aviões nunca me abandonou. Em 1982 fui a Londres e ao passar numa livraria o que vi! Precisamente o livro que apresenta em cima, que comprei e guardo ciosamente como a minha "enciclopedia" de aviões de combate de sempre.
Bem haja pela recordação de tão belo livro

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