domingo, 4 de julho de 2010

Os nossos Vampiros e um outro que ... nem por isso... (M394-3RF/2010)

No seguimento do post anterior denominado "Experiências com um Vampiro", aqui publicado e relativo à passagem pela Lusitânia de um DH100 nos anos 50, segue-se um apontamento acerca da operação pela FAP de dois De Havilland Vampire D.H.115

Os dois De Havilland D.H.115 Vampire T.55, chegaram Portugal em Setembro de 1952, sendo nessa altura colocados na Base Aérea nº2, na Ota.
Estes dois Vampires T.55 foram construídos na fábrica da De Havilland de Christchurch, sendo o c/n 15072 (FAP no.5801) entregue a 30 de Outubro de 1952 e o c/n 15073 (FAP no.5802) a 4 de Dezembro de 1952.

São estes aparelhos que dão afinal o início à denominada “Era dos Jactos” na FAP, pois foram efectivamente os primeiros aparelhos a jacto operados pela FAP, no sentido de promover a adaptação de pilotos dos aparelhos a hélice para aparelhos a jacto, acabaram por ter a sua vida encurtada, na medida em que os Vampire, de construção inglesa, em muito diferiam dos F-84, de construção norte-americana, e que a FAP começou a receber em 1953.
Por isso, pouco tempo depois são tornados redundantes, sendo em meados da década de 50 colocados em na Base Aérea nº3 em Tancos, onde voaram poucas vezes.
Não se sabe se regressaram à Base Aérea nº2, na Ota, apenas se sabe que terão sido colocados à venda no início da década de 60.
O seu destino final é pouco claro, e por esse facto interessante, pois as dúvidas que causa só estarão resolvidas, como em tantos outros casos, quando provas mais conclusivas forem aceites por todos.
O autor do artigo sobre estes aparelhos na Secção de Modelismo da Revista da BA5 (início dos anos 80?), afirma que um dos T.55 foi o aparelho trocado pelo F.B.9 existente no Museu, sendo que o outro, nº5802, como tendo sido usado como aparelho para treino de bombeiros da BA1, em Sintra.
Uma outra fonte refere, com alguma incerteza, que terão seguido caminho para África, para o Zaire ou Katanga, mas que não saíram do chão, pois foram destruídos em combate. Algo que não será de todo inverosímil, pelos apoios encapotados de diferentes governos ocidentais, a alguns dos regimes africanos de então, nos mais variados conflitos. Poderão ser os dois Vampires destruídos no Katanga, por bombardeamentos de aparelhos SAAB ao serviço das Nações Unidas (29 Dezembro 1962)...?
Ainda a propósito destes aparelhos, surge um outro, um DH100 Vampire F.B.9, que possuirmos no acervo do Museu do Ar, e que foi efectivamente oferecido pelo Governo Sul Africano nos anos 70. Durante alguns anos esteve exposto no Museu do Ar em Alverca (até Maio de 2002), restaurado como sendo o 5801. Actualmente encontra-se armazenado.
Este aparelho, que como se percebe nunca operou na FAP, voou na SAAF com o número 248 (c/n VO664) até ao início dos anos 70.


Agradecimentos
Fernando Moreira, David Watkins, Winston Brent e Dr. Mário Correia


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