segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O ÚLTIMO VOO DO FLAMINGO







Nos finais da década de 80, mais concretamente a 4 de Julho de 1989, ocorreu um dos mais insólitos, senão mesmo bizarros, episódios da longa lista de incidentes entre a NATO e o Pacto de Varsóvia.

Depois da ejecção do respectivo piloto, um Mig-23 soviético baseado na Polónia continua o seu voo, atravessando todo o território da então R.D.A. e penetrando em espaço aéreo da NATO.

Já de sobreaviso por informação directa dos controladores aéreos inimigos, uma parelha de F-15 de Bittburg interceptou o acéfalo agressor, confirmando os insólitos dados recebidos. Aquilatada a inofensividade da aeronave, sem piloto e sem armamento, os pilotos dos F-15 optaram por não abater o aparelho, com receio de provocar a sua queda em zonas habitadas e confiando que a sua rota o levaria a desaparecer no mar.

Tal no entanto não viria a acontecer, e o Mig viria mesmo a despenhar-se na Bélgica, já sem combustível, depois de ter sobrevoado cinco países (Polónia, RDA, RFA, Holanda e Bélgica) , tirando a vida ao único ocupante da casa onde embateu.

O Mig-23 foi um avião de qualidades dúbias, e este episódio quase caricato (não fosse o facto de ter morrido uma pessoa e poder-se-ia mesmo atribuir-lhe esse adjectivo) foi o canto do cisne de uma aeronave decadente, à semelhança do regime que no dia 9 de Novembro desse mesmo ano conheceria o princípio do fim com a queda do Muro de Berlim.

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