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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ACERCA DO USS ENTERPRISE (M467 - 3PM/2011)










No Enterprise os números impressionam. Qualquer número. Começa por ser o maior porta-aviões do mundo com os seus imbatíveis 342 m de comprimento. Sendo que é sobejamente sabido que foi o primeiro porta-aviões nuclear a entrar em serviço, se nos dermos ao trabalho de pesquisar um pouco, descobrimos que é o  vaso de guerra mais antigo ao serviço da Marinha dos EUA (se excluirmos a fragata do Séc. XVIII USS Constituition de interesse histórico), é o porta-aviões norte-americano há mais tempo em serviço de todos os tempos, entre outras curiosidades menores, como ser o primeiro porta-aviões nuclear a atravessar o Canal de Suez.
Pisar o Enterprise é, por isso, como saborear 50 anos da história mundial contemporânea.
Basta dizer que quando foi comissionado, a 25 de Novembro de 1961, John Kennedy era o presidente dos EUA (curiosamente o Enterprise assistiria anos depois ao comissionamento e abate do porta-aviões com o nome do malogrado presidente), os tops musicais estavam cheios de músicas de Elvis Preseley, Ray Charles e Roy Orbinson. Os Beatles e os Rolling Stones eram ilustres desconhecidos. Marilyn Monroe ainda era viva. O homem ainda sonhava em ir à Lua. Pequenos exemplos de acontecimentos e factos culturais que julgamos perdidos no tempo, mas que o Enterprise "presenciou".
Se seguirmos a história deste vaso de guerra, vemos que se cruza e confunde com a própria história da humanidade ao ter estado na crise dos mísseis de Cuba, no início e fim da guerra do Vietname, na Operação Eldorado Canyon na Líbia e em várias operações no Golfo Pérsico.
Ao longo dos anos e para melhoramentos, visto poder considerar-se um protótipo, o Enterprise sofreu várias remodelações, algumas apenas para reajustes tecnológicos, outras funcionais, outras ainda causadas por acidentes, como o incêndio de 1969 que quase incapacitava o navio.
A experiência recolhida com o Enterprise seria crucial para os porta-aviões da classe Nimitz que lhe sucederiam já na década de 70, incorporando todos os ensinamentos recolhidos num novo projecto. O Enterprise ficaria assim único e primeiro. Como diz a divisa do seu grupo de apoio: "second to none!"

Já em jeito de requiem, e porque se aproxima o seu abate ao serviço previsto para 2013, o Enterprise honrou a nobre linhagem de que descende, que se pode vislumbrar até antes da independência dos EUA no Séc. XVIII, quando foi lançado ao mar o primeiro navio com o nome "Enterprise" e não sem passar pelo seu antecessor directo, talvez o mais famoso navio da II Guerra Mundial.

O CVN-65, também conhecido como "Big E", passou em Lisboa em trânsito para o Médio Oriente, onde fará provavelmente a sua última comissão. Como os números sempre foram importantes no Enterprise, para o registo fica a sua carga de 36 F-18E/F Super Hornet, 22 F-18C/D Hornet, 4 EA-6B Prowler, 4 E-2C Hawkeye e  6 SH-60 Seahawk.

O Comandante do USS Enterprise Cap. Dee Mewbourne


 NOTA: Amanhã segunda parte da reportagem no USS Enterprise exclusivamente fotográfica.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

CHARLES DE GAULLE (Parte I) (M365-10PM/2010)


A silhueta de um porta-aviões é sempre impressionante
O porta-aviões Charles De Gaulle é actualmente o que de mais parecido há na Europa com esses verdadeiros monstros do mar que são os porta-aviões nucleares estado-unidenses.
Salvaguardando o factor de escala para estes últimos, o funcionamento é bastante idêntico ao dos do país do Tio Sam, propulsão nuclear incluída, razão pela qual este vaso de guerra se manteve ao largo do Tejo e não pode atracar no porto de Lisboa.

O cicerone do navio, o Commissaire en Chef  Prangé durante o briefieng de imprensa
Os Rafale F3 cumpre actualmente missões de defesa aérea da frota
Carregando um misto de Super Étandards modernizados (e ao que parece ainda para voar durante mais uma meia década) e de modernos e elegantes Rafale F3, junto com os E-2C Hawkeye de controlo aéreo e os inevitáveis helicópteros de SAR, o Charles de Gaulle é com razão o orgulho da Marinha de Guerra francesa, projectando a sua força através dos mares, mantendo a tradição de potência naval que granjeou ao longo de séculos.

Os Super Étandard continuam a cumprir as missões de ataque, até à sua retirada gradual e substituição por Rafale prevista para dentro de 5/6 anos
Se o Charles De Gaulle suplantou os seus antecessores Foch e Clémenceau em tonelagem, o futuro reserva uma classe ainda um pouco maior, a construir em parceria com o Reino Unido, que parece decidido a substituir os seus porta-aviões da classe Invincible, por porta-aviões ditos convencionais, capazes de receber aviões sem serem apenas os de aterragem e descolagem verticais.
Partindo do mesmo conceito dos porta-aviões norte-americanos (todos os restantes PAs europeus são direccionados para aviões de descolagem e/ou aterragem vertical, a interoperabilidade com os aviões da US Navy não só é possível como já foi feita durante a operação "Enduring Freedom" no Afeganistão.

Os E-2C Hawkeye de controlo aéreo avançado e detecção radar (AWACS), são as únicas aeronaves de fabrico não francês a bordo
Alguma da tecnologia do Charles de Gaulle é inclusivamente made in USA, tal como as catapultas, fruto da larga experiência acumulada nesse país desde há longos anos. A provar o nível de cooperação entre os dois países estão também alguns técnicos americanos a bordo. Como curiosidade, ainda a presença de alguns luso-descendentes na tripulação, facto que não será de estranhar devido à dimensão da comunidade portuguesa em terras gaulesas (que neste caso se manifesta no mar também).
Um "envergonhado" Alouette III no convés do Charles De Gaulle. É um dos helicópteros de alerta que assegurarão a recuperação de pilotos em caso de acidente.
Justificando a sua presença em Lisboa, está a participação do porta-aviões e do seu séquito de navios de defesa, num exercício conjunto com as forças armadas portuguesas. Seguir-se-á após esta escala, o exercício NATO de grande dimensão "Brilliant Mariner" de treino da força de reacção rápida (NRF - NATO Response Force), envolvendo forças alemãs, belgas, dinamarquesas, espanholas, estónias, estado-unidenses, norueguesas, holandesas, polacas, britânicas, e suecas (convidados extra-NATO), além de francesas, claro.
Ao largo do Tejo e em frente à cidade de Lisboa, estará por isso até dia 3 de Abril uma outra pequena cidade flutuante com cerca de 2000 almas, chamada “Charles de Gaulle”.

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