sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

CESSNA FTB-337G: O PUXA-EMPURRA (M349-2PM/2010)


 
13711 ainda operacional na BA5 - Monte Real em 2004

13713 pertencente ao acervo do Museu do Ar na BA1- Sintra
13710 exposto no pólo do Museu do Ar no AM1 - Maceda

As férias na praia da minha infância ficaram incontornavelmente marcadas pelos FTB. Durante largos anos passadas na Praia de Mira, a escassos 30km a Sul de S.Jacinto onde estavam então baseados os FTB, garantiam uma presença quase banal dos puxa-empurra a cruzar os céus, com o seu ronco característico.

Só anos mais tarde, na enciclopédia de aviação “Aviões de Guerra” lançada na segunda metade da década de 80, soube da fama que granjearam tais aviões na guerra da Rodésia, onde tiveram a utilização que se pretendia aquando da aquisição pela Força Aérea Portuguesa, então empenhada nas guerras coloniais.

Com funções de ligação aérea, evacuações medico-sanitárias e apoio aéreo aproximado, a versão portuguesa FTB-337G, recebida entre 1974 e 1976, não chegaria a ser usada em combate, limitando-se a uma tranquila carreira que terminaria em 2007, então na BA1 em Sintra.

Restam actualmente algumas células conservadas quer na BA1 quer no AM1 em Maceda e algumas voam ainda com matrículas civis, após venda a entidades particulares.

Da história da sua operação na FAP, para além do ruído característico que guardo na memória, fica ainda o aspecto “agressivo” da versão armada com lançadores de foguetes debaixo das asas, que em Portugal nunca passaram de ameaças.

10 Comentários:

Anónimo disse...

Um grande avião, ao qual, em minha opinião, nunca se deu o valor devido.
A gasolina servia para o isqueiro e para a motorizada, o óleo para misturar na mesma, o rádio para ouvir música. Àlém disso, quando havia tempo livre, voava-se, e se houvesse fumadores, até se abria a janela em voo para o fumo sair. Dos que tomei conta, a todos me ligam laços de amizade, e é com muita tristeza, que 30 anos depois vejo fotos de alguns desmanchados, sem asas, vendidos ou dados como se não fossem um pedaço de história. Tecnicamente, (parte menos importante porque a grandeza está na alma), eram máquinas perfeitas. Já agora, além da Rodésia, também se destacaram no Vietname localizando e acompanhando horas a fio, os pilotos abatidos até á chegada dos helicópteros.
Cumpr
Vitor do Cessna

Corsário de Segunda disse...

Grande avião, ainda voei neste Pássaro de Ferro!

Anónimo disse...

Fui membro do Quadro do pessoal Civil da Infra Estrutura Nato de Ovar .Em missão de serviço fui tripulante em viagens AM1/BA6 Montijo e regresso . Sendo um dos incentivadores e iniciador do Polo do Museu do Ar do Am1 acarinhei a sua chegada em ferry e sua preparação para a sua amostragem.
Pena é que não tenha sido mantido operacional e que desde sempre não tenha entre as muitas missões servido para detecção de incêndios tal como no Canadá. Resta- me as saudades.

Gilberto disse...

o meu baptismo de vôo foi num FTB desse na OTA.*****

Unknown disse...

Saudade. Sim muita. Meus queridos, e inconfundíveis aviões. Saudade de vos receber, estacionar, abastecer, inspeccionar, fazer manutenção, enfim o que for. Cuidei de vocês com muito carinho e profissionalismo. 3710, 3713, 3715, 3717, 3719, 3731. Espero não ter deixado algum dos meus meninos para trás. Também o meu batismo e muitas horas de voo foram neste fantástico Avião. Não esquecendo a minha Base preferida, AM2 S. Jacinto, minha Casa e Família durante 3 Anos. Grande bem haja.

Unknown disse...

O comentário anterior pertence a Lobo da Silva Pcabc MMA 066403A. Grande abraço e Saudade.

Carlos Abreu disse...

Não percebi como é que estes aviões só foram entregues em 1974 a Força Aérea, mas nos anos 1971/72 , vi-os nas pistas de Meatangula e Vila Cabral, em Moçambique

Corsário de Segunda disse...

Carlos Abreu,
Não seriam os da Rodésia, que "ajudamos" a passar a esses "primos" ?
Rui Ferreira

Benjamim Pereira " Pedregal " disse...

Tive o prazer de voar e controlar nos anos 1975 a 1977 , uma grande parte das 32 " máquinas voadoras " " Puxa - Empurra " (configuração das hélices de tração / empurra), a partir das Torres de Controlo da Base Aérea 7 ( LPAV) - S. Jacinto Aveiro ; AM 1 Maceda / Cortegaça , porque a Base NATO LPOV , está implantada em terrenos das freguesias com esta designação ; Aerocube de Paramos Espinho, antiga Base Aérea nº 6 , antes de ser transferida para o Montijo. Esses aviões tipo , Cessna FBT-337, fabricadas sob licença emitida pela empresa francesa Reims, não só serviram as forças armadas como meio de trnasporte e a sociedade civil na actividade médica , mormente nos designados voos terapéuticos da asma e quejandos " . Dizia a sabedoria popular que, se as crianças voassem em aviões até determinada altitude ficavam curadas. Então vários voos foram realizados a partir da BA7, desconhecendo se a(s) doença (s) desapareceram . Cumprimentos

António Miguel Ferreira disse...

= Embora atualmente abatidos na FAP / Portugal !!!... Tive o gosto e a honra de ter sido um dos Especialistas MMA, , escolhido para ir a Reims / França . Fazer aí estágio e trazer os primeiros FTB-337G, para Portugal !!!!!!.......

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