sábado, 14 de março de 2009

ERROS MEUS, MÁ FORTUNA E UMA CÂMARA KODAK - NTM1987 parte II




A foto acima é a vergonha da minha cara. Acredite-se ou não, foi o que me sobrou do melhor festival de todos os tempos realizado em território nacional: o NTM1987 no Montijo.

Registada na minha fabulosa Kodak Instamatic 100 de que já dei conta antes, foi a ténue recordação fotográfica que resistiu à avalanche de infortúnios desse fim de semana.

Percorri 14 km de bicicleta por terrenos montanhosos (quem conhece a região de Penacova sabe do que estou a falar), com o braço esquerdo inchado porque tinha recebido a vacina do tétano na véspera, para ir comprar um rolo 135 para a Pentax reflex do meu pai que sempre garantia melhor qualidade.

Levantar às 7 da manhã para chegar cedo ao Montijo, muita expectativa e tal, e chegar lá e a Pentax, conforme já havia ameaçado antes, avariar o sistema de rolagem do filme, tendo como consequência as fotos serem todas batidas sobre o mesmo fotograma. E o problema era que só quando o número de disparos ultrapassava o número de fotogramas do filme se desconfiava do que estava a suceder.

Resultado: todas as fotos por água abaixo. Safou-se a Kodak Instamatic que ia por descargo de consciência, malgrado ter só mais dois disparos até acabar o rolo.

Por isso os F-15 de Bitburg (talvez não sejam bem perceptíveis mas podem confiar em mim) foram os honrosos sobreviventes da tragédia.

A minha irmã encarregou-se de queimar a foto remanescente com um outro qualquer assunto profano.

Derrotados saímos da base, fomos almoçar ao Barreiro e de tanto teimar conseguimos pôr a Pentax outra vez a funcionar.

Pergunta do meu pai: voltamos à base? Respondo eu e o António Luís: não, vamos a Setúbal ver a exposição estática.

Resposta errada.

E o carro ainda avariou no regresso a casa.


Pesem embora todas as contrariedades, até aos dias de hoje e através dos insondáveis circuitos da memória, da epopeia ficou-me gravado mais que tudo, o frenesi da partida para esse festival mítico, de walkman nos ouvidos a ouvir Dire Straits.


4 Comentários:

Anónimo disse...

Fotografia Gravada!!!!
que avalanche de recordações!
eu não levei máquina fotográfica e sai bem cedo do Montijo até à BA6 a pé, com um grupo de amigos, a viagem foi tão longa... ao chegarmos à base, depois de muitos kms, parecia que nunca mais chegávamos à pista. lembro-me de perguntarmos a vários PAs que encontravámos pelo caminho, e todos diziam :" faltam +/- 200m" foram os 200 metros mais longos da minha vida....

Paulo Mata disse...

lol também já me enganaram algumas vezes com essa dos 200m...

NVF disse...

Este texto trouxe-me grandes recordações. Também lá estive. Fui com um amigo do liceu que era também 'maluquinho' dos aviões e estava a uns meses de ingressar na FAP. Apanhámos uma barcaça da FAP de Lisboa directamente para a BA6 e lá fomos todos contentes. Foi um dos dias mais espectaculares de que me recordo. Infelizmente, não levei máquina fotográfica, mas trouxe um souvenir: convenci um piloto americano do 53rd TFS a vender-me o seu baseball cap 'NATO Tiger - Hard to be Humble' por 1 conto (7 dolares). Passados uns anos acabei por dar o chapéu ao meu amigo.

Marco M. - Lisbon Spotters disse...

Quase que ía cortando os pulsos quando vi que não tinha hipotese de ir lá. Eram muitos kilómetros e os meus pais não estavam interessados. Enfim, ficam as memórias do que vi na TV, em especial a low pass dos Phantom, penso que eram RF-4C(corrijam-me se estiver errado).

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