segunda-feira, 30 de outubro de 2017

ESPANHA ESCOLHE ENTRE TYPHOON, F-35 E SUPER HORNET PARA SUBSTITUIR EF-18 (M1933 - 70/2017)

EF-18 Hornet do Ejército del Aire espanhol

A informação foi avançada durante a cerimónia de encerramento do seminário "O poder aeroespacial a curto e médio prazo: o caminho a seguir" da Força Aérea Espanhola.
O Ejército del Aire terá solicitado, como é designada a Arma Aérea Espanhola, terá enviado um RFI (Request For Information) à Eurofighter (consórcio fabricante do Ef-2000 Typhoon), Boeing (fabricante do F/A-18 Super Hornet) e Lockheed Martin (F-35).

A intenção será encontrar um substituto para os EF-18 Hornet da Ala 46, baseada em Gando, Canárias, os mais próximos do limite de vida  útil das células.
Ao contrário da primeira encomenda de F/A-18, adquiridos novos pela Espanha durante os anos oitenta, os 21 EF-18 actualmente atribuidos a Esquadra 462 da Ala 46, foram adquiridos em segunda mão na segunda metade dos anos 90, provenientes de excedentes da Marinha dos EUA. Apesar de modernizados em equipamentos e compatiblidades de armamento, não receberam reforços estruturais, sendo por isso a vida útil das células, de 6000 horas de voo.

Dentre os três modelos em analise, o EF-2000 Typhoon já se encontra em serviço no Ejército del Aire, tendo o número total de unidades encomendadas, sido reduzido das 87 para 73 durante os últimso anos, devido aos cortes orçamentais durante a crise económica que acarretou também o adiamento das últimas células entregues. Afigura-se por isso como o mais sério candidato a substituir os envelhecidos Hornet, até porque a fábrica da Airbus de Getafe seria uma das beneficiárias de uma nova encomenda.

Já o F-35 é o único caça de 5ª Geração do trio consultado e tem vindo a ganhar adeptos para uma compra conjunta com a Armada Espanhola, dado que o modelo F-35B é igualmente o único caça em fabrico actualmente com capacidade de aterragem curta/descolagem vertical (STOVL), capaz de substituir os AV-8B Harrier II (igualmente STOVL) embarcados no porta-aviões Juan Carlos I.

O F/A-18 Super Hornet aparenta ser o elo mais fraco do grupo, embora possa ser uma opção de continuidade com o actual modelo EF-18 Hornet ao serviço da Ala 46, e numa perspectiva de ser uma solução de transição para o programa FCAS (Futuro Sistema Aéreo de Combate) a desenvolver em consórcio com França e Alemanha, que deverá incluir aeronaves de combate não-tripuladas (UCAV) em conjunto com um novo caça tripulado.

Não foram divulgados prazos para eventuais propostas ou desenvolvimento do processo.



quinta-feira, 26 de outubro de 2017

PILOTOS DE CAÇA BÚLGAROS EM GREVE (M1932 - 69/2017)

 MiG-29 búlgaro em Graf Ignatievo           Foto: Hailey Haux/USAF

Numa altura em que a decisão do novo caça para substituir os MiG-29 na Força Aérea Búlgara foi novamente adiada, chegam notícias de que os pilotos da base aérea de Graf Ignatievo se terão recusado a realizar os voos de treino previstos para a manhã de 24 de Outubro de 2017. A missão de policiamento aéreo contudo, terá estado sempre assegurada.

Segundo o jornal online Sofia Globe, oficialmente o vice-ministro da defesa Atanas Zapryanov negou num primeiro momento que quaisquer voos tenham sido suspensos, enquanto o comandante da base aérea alegou razões meteorológicas para o cancelamento dos mesmos voos. Já o ministro da Defesa optou por referir que "alguém está a tentar criar tensão artificialmente" e que iria inteirar-se da situação.

Mas se por um lado as condições meteorológicas na região de Graf Ignatievo eram suficientemente verosímeis para justificar o cancelamento dos voos, o General Tsanko Stoykov confirmou publicamente em entrevista durante as comemorações do centenário da aviação militar no país, o baixo estado anímico que o adiamento da aquisição dos novos caças provocou dentro da Força Aérea local: "sentem-se negligenciados, algo ofendidos e essas razões reflectem-se na sua motivação de continuar na Força Aérea", disse a propósito.

O mesmo órgão de comunicação social, bem como a Rádio nacional da Bulgária, haviam reportado no próprio dia 24 uma "recusa massiva dos pilotos para voar" devido a preocupações de segurança com o estado dos aviões e o adiamento da aquisição de novos caças, invocando por isso estar "psicologicamente inaptos" para voar.

Ainda segundo o Sofia Globe, dez dos doze motores  modernizados dos MiG-29 entregues à Força Aérea, ainda não foram colocados em operação, devido a falhas na documentação dos mesmos. Falta de lubrificantes para os motores, causando a paragem quase total da frota, foi igualmente já assinalada em Maio e Junho transactos.

Entretanto, o canal de televisão BTV confirmou inequivocamente a razão do cancelamento dos voos ser o descontentamento pelo estado da Força Aérea, citando mesmo o vice-ministro da Defesa Atanas Zapryanov que atribuía a falta de confiança dos pilotos ao "treino insuficiente por horas de voo insuficientes". O mesmo interlocutor adiantou ainda que uma reunião com os pilotos iria ser realizada e que os problemas com a documentação dos motores (seis novos e quatro modernizados) estavam a ser tratados.
Segundo Atanas Zapryanov, um relatório do comandante de Graf Ignatievo dava sete MiG-29 como operacionais, e que assim que mais motores ficassem disponíveis, este número aumentaria, permitindo alargar as horas de voo.

Já o próprio ministro da Defesa, acerca do mesmo tema e desenvolvendo a sua teoria de que "alguém está a criar tensões artificialmente" referiu que as prioridades tinham sido definidas: primeiro manutenção e modernização do equipamento existente e depois as negociações e a aquisição de novos caças. Mostrou-se ainda "surpreendido por [os pilotos] terem descoberto que existem problemas no mundo da aviação" e que não fazia ideia por que razão estes pensavam que um novo caça não iria ser adquirido. Rematou o assunto com " já haveria um novo caça se estes fosse um aspirador, em que vais à loja, pagas, traze-lo e usa-lo", admitindo ainda o "estado crítico" em que se encontram as Forças Armadas do país, mas que os problemas não se resolvem com "uma varinha mágica".

Por detrás do atraso na decisão do novo modelo de caça a adquirir, estarão jogadas políticas de bastidores, por parte das facções apoiantes do Gripen e do F-16 principalmente. Apesar do primeiro-ministro Boiko Borissov ser aparentemente um dos apoiantes do Gripen e se ter proposto a avançar com as negociações com a Saab numa primeira fase após o anúncio do gripen como vencedor, o seu partido GERB - que iniciou a investigação parlamentar que resultaria na anulação do primeiro concurso - pretende uma aproximação aos interesses americanos (F-16), sugerindo uma uniformização com as frotas dos países vizinhos Roménia, Grécia e Turquia, todos utilizadores de F-16.
O presidente da Bulgária e ex-Chefe de Estado-Maior da Força Aérea Gen. Rumen Radev, definiu a reviravolta  no processo de aquisição dos caças, como um ataque pessoal, face às acusações de que foi alvo por parte do líder parlamentar do GERB, de ter favorecido o Gripen.

Portugal está envolvido na proposta de fornecimento dos F-16,  recebendo células usadas dos EUA para modernizar na OGMA e posterior exportação para a Bulgária.


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

ROYAL NAVY COLOCA NAVIOS POLIVALENTES À VENDA (M1931 - 68/2017)

HMS Bulwark, segundo da classe Albion

Embora não seja ainda oficial, foi ontem 24 de Outubro de 2017, noticiado que as Marinhas do Brasil e do Chile terão sido "discretamente informadas" da potencial disponibilidade de fragatas e navios logísticos da Royal Navy.

Além de permitir a operação com helicópteros os LPD servem de doca para lanchas e veículos anfíbios

Os navios polivalentes logísticos  ou Landing Platform Dock em inglês (LPD) serão os dois da classe Albion actualmente ao serviço da Royal Navy (HMS Albion e HMS Bulwark), que a Royal Navy estará a considerar colocar no mercado, na sequência de reestruturações orçamentais daquele ramo das Forças Armadas britânicas, relacionadas com a entrada em serviço dos dois novos porta-aviões da classe HMS Elizabeth II.

Portugal mantém a pretensão de equipar a sua Marinha com um navio polivalente logístico deste tipo, desiderato que esteve perto de se realizar em 2015, com o Siroco francês. O negócio contudo não se concretizaria, alegadamente por incompatibilidade de operação com os helicópteros EH101 Merlin da Força Aérea Portuguesa.

O Siroco acabaria por ser adquirido pelo Brasil, incorporado na Marinha Brasileira com o nome NDM Bahia. O mesmo país está actualmente em negociações com o Reino Unido para a aquisição do porta-helicópteros HMS Ocean britânico, por uma verba a rondar os 90M EUR, um valor próximo ao atribuído ao negócio do Siroco.

A confirmar-se a disponibilidade dos navios da classe Albion, a Marinha Portuguesa poderá estar perante uma nova oportunidade para adquirir o tão ambicionado LPD, inscrito nas sucessivas Leis de Programação Militar, mas cuja concretização se tem arrastado.

Além das capacidades militares, um navio deste tipo permite fazer face a situações de resgate em larga escala em crises humanitárias.

AgustaWestland Merlin da Royal Navy a bordo do HMS Bulwark


A cauda dobrável para operar em navios que os quatro EH101-516 Merlin da FAP também possuem

Os LPD da classe Albion deslocam 14.000 toneladas, sendo mais recentes do que o Siroco e o Ocean, ao serem lançados ao mar já no século XXI. Estão além disso também capacitados para operar helicópteros pesados, incluindo os Merlin da Royal Navy.
A haver  algum problema, desta vez não será de incompatibilidade com a operação dos helicópteros.



Actualização 26/10/2017

A propósito das notícias da venda dos navios da classe Albion no Reino Unido, foi lançada uma Petição Pública naquele país, para impedir a venda dos navios, bem como evitar o corte de um milhar de Royal Marines.






Fotos: Mário Diniz






BULGÁRIA RELANÇA CONCURSO PARA AQUISIÇÃO DE CAÇAS (M1930 - 67/2017)

Alinhamento de caças F-16 semelhantes aos que Portugal se propõe fornecer à Bulgária

A Bulgária irá lançar um novo concurso para a aquisição de oito caças destinados a substituir a frota de MiG-29 actualmente a desempenhar a missão de defesa aérea do país.

Contrariando a recomendação de um grupo Ministério da Defesa que aconselhava a aquisição de Gripen novos, após o primeiro concurso ao qual Portugal e Itália também concorreram, com F-16 e Typhoon usados, respectivamente, a Assembleia Nacional búlgara votou a favor da reabertura do processo concursal.

A escolha do Gripen cedo foi contestada pelo novo Governo empossado em Sófia, pouco tempo depois da decisão tomada pelo anterior Governo de gestão em Abril passado. No início do corrente mês de Outubro de 2017, uma comissão parlamentar emitiu finalmente um relatório, recomendando o relançamento do concurso, relatório esse que seria aprovado com 126 votos a favor, 59 contra de duas abstenções.

Acerca do assunto, em entrevista à televisão búlgara, o ministro da Defesa Krasimir Karakachanov revelou que apesar de pessoalmente preferir aviões novos, isso só deverá acontecer se estes puderem ser pagos ao longo de um período de tempo mais alargado do que o inicialmente previsto.
Com alguma surpresa, afirmou ainda que o país deveria investir na modernização da actual frota de MiG-29 e Su-25 de origem russa.
Adiantou ainda que pretende levar o novo programa de concurso a conselho de Ministros, no início de Novembro.

Portugal terá por isso uma nova oportunidade para melhorar a proposta de fornecimento de caças F-16 à Bulgária. De recordar que a proposta lusa contemplava o fornecimento de células de F-16 usadas, vindas dos EUA e modernizadas na OGMA, aproveitando as capacidades criadas com o programa MLU de modernização da frota de F-16 da Força Aérea Portuguesa.

Portugal entregou recentemente o último lote de doze F-16 vendidos à Roménia em condições similares, embora com a nuance de se ter tratado de aeronaves operadas pela Força Aérea Portuguesa, o que não será o caso na eventualidade de ganhar o concurso da Bulgária.


segunda-feira, 23 de outubro de 2017

"CANADAIR" EXISTEM E ESTÃO PARA DURAR (M1929 - 66/2017)

Anfíbio pesado de combate a incêndios Bombardier CL-415 vulgo "Canadair"

Acerca dos meios aéreos de combate aos incêndios (e da sua falta) muito se tem escrito e falado nos últimos anos. Mais ainda nos últimos meses, pelas catástrofes que assolaram Portugal e que colocaram a nu as carências de organização e meios existentes no nosso país.

Entre os argumentos para não adquirir aviões anfíbios pesados tipo "Canadair"por parte do Estado, para operação pela Força Aérea Portuguesa, acabaram por difundir-se vários mitos, que por entre toda a contra-informação e falta de informação credível, são repetidos tanto de boca em boca, como nas redes sociais e até meios de comunicação social, como sendo verdades absolutas.  Um deles, tem a ver com a disponibilidade de aviões de anfíbios de combate a incêndios  "Canadair" para aquisição, "porque já não se fabricam".

Em rigor, os Canadair já não se fabricam como tal desde 1986, quando a empresa Canadair foi adquirida pela Bombardier. No entanto, esta última além de fabricar o modelo CL-215 até 1990 e manter depois disso o apoio logístico aos modelos mais antigos, introduziu novos modelos (CL-415 e sub-variantes), que fabricou até 2015.
Em 2016, o programa de aviões anfíbios da Bombardier (incluindo CL-415 e os seus antecessores CL-215, todos vulgarmente designados Canadair), foi adquirido pela Viking Air empresa que detém actualmente os direitos de fabrico e prestação de serviços dos modelos, conforme se pode ler no seu sítio na internet.
A produção de qualquer dos modelos está actualmente interrompida, existindo contudo unidades em segunda mão disponíveis no mercado.

Foi difundida mais recentemente ainda a notícia de que a produção só seria reiniciada, com uma encomenda substancial de 25 a 30 aviões.
Para esclarecer este e outros assuntos acerca do tema, transcrevemos a entrevista de Christian Bergeron, Director de Vendas da Viking Air, a 19 de Outubro de 2017 na Conferencia de meios de Busca e Salvamento em Nimes, França:

"Estamos a falar com os nossos clientes, para ver as perspectivas a médio e longo prazo para os aviões [CL-415/215]. Sabemos que existe uma necessidade a curto e médio prazo e interesse a longo prazo.
Perguntaram-nos se vamos reiniciar a produção. Contudo, devido ao tempo normal que demora o início de produção, algumas das necessidades a curto prazo não puderam ser colmatadas. Além disso, está para sair alguma regulamentação de navegação e alguns componentes antigos que terão que ser substituídos nas frotas actuais. Por essa razão anunciámos recentemente aos nossos clientes o novo modelo CL-415EAF (Enhanced Aerial Firefighting).

"O 415AEF servirá dois objectivos estratégicos: primeiro suprimir a necessidade a curto prazo de actuais e novos clientes, quer queiram expandir a frota ou como novos clientes. Em segundo lugar, refazer os aviónicos, com  que iremos fornecer aviões novos, se decidirmos reiniciar a produção do 415, ao qual chamaremos CL-515. Ainda não foi tomada uma decisão, mas estamos a realizar um estudo de negócio e uma decisão será tomada em meados de 2018.

"O CL-415AEF é um programa oficial. Estamos a propô-lo a todos os nossos clientes. Adquirirmos onze células CL-215 da série 5 [últimos fabricados nos anos 80] e revimos cuidadosamente o historial de cada uma delas. Até ao momento temos reservas em relação a três delas. Temos uma base forte constituída, dado que já há 25 CL-215T [CL-215 remotorizados com motores turbo-hélice) em operação. Estamos a apontar as entregas para 2020 a 2023 e antecipamos que seja aproximadamente o mesmo horizonte temporal para a entrega do CL-515, se formos avante com ele. O CL415EAF manterá o sistema de portas duplas e capacidade de água do 215T.

"Iremos fazer duas coisas: Primeiro converter os 215 existentes em 215T- remotorizá-los, realizar reforços [estruturais], no sistema de distribuição eléctrica e sistema electrónico de combustível. Depois, será modernizado com um novo sistema de aviónicos já existente. Ainda não foi tomada uma decisão, mas iremos contemplar  as novas regulamentações de navegação preparadas para 2020, além de permitir evolução para funcionalidades futuras."

Em resumo: irá avançar imediatamente a modernização dos CL-215 do mercado de usados - denominada CL-415EAF - que servirá de base ao novo modelo CL-515 construído de raiz, caso haja mercado suficiente para iniciar a produção.

O presidente francês Emmanuel Macron manifestou publicamente a sua vontade de que a produção seja reiniciada, estando a França, ou até eventualmente uma futura força europeia de protecção civil, interessada na aquisição de mais de 20 novos Canadair até 2022.

Apesar das medidas anunciadas pelo Governo português no último fim-de-semana, não se sabe ainda quais as intenções do executivo de São Bento, relativamente à aquisição de aeronaves de combate a incêndios, para operação permanente pelo Estado.
Para acompanhar com atenção.




quinta-feira, 19 de outubro de 2017

RUSSOS SOBREVOAM PORTUGAL... AUTORIZADOS (M1928 - 65/2017)

Russian Federation Open Skies Tupolev Tu-154M/LK-1 RF--85655
O Tupolev Tu-154M que andou a voar nos céus portugueses  

Durante o dia de ontem, 18 de Outubro de 2017, os mais atentos a aplicações como o Flight Radar repararam num avião a descrever uma estranha rota sobre Portugal continental, a uma velocidade (257 nós - 476 km/h) e altitude (6075 pés - 1850m) igualmente pouco comuns para a aeronave em questão: um Tupolev Tu-154M.
A aplicação permite igualmente saber a matrícula e a que entidade pertence: RF-85655 da Força Aérea Russa, o que torna tudo aparentemente ainda mais estranho.

Screenshot da rota reguida pelo Tu-154 da FA Russa a 18/10/2017 sobre Portugal

Mas ao contrário de ocasiões anteriores, em que a Força Aérea Portuguesa lançou a parelha de alerta (Quick Reaction Alert - QRA) de F-16 para interceptar aeronaves russas sem plano de voo, o voo de ontem não foi interceptado simplesmente porque estava autorizado, apesar do Tupolev  estar a realizar oficialmente uma missão de observação nos céus portugueses.

Passamos a explicar: o acordo "Open Skies" assinado por 34 países - entre os quais Portugal - e que entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2002, permite a realização de voos de observação mútua, para a recolha de informação sobre o armamento e actividades militares, no sentido de aumentar a confiança e a transparência entre as partes envolvidas. A trajectória destes voos é previamente definida, podendo ter o país sobrevoado observadores próprios a bordo, que receberão igualmente uma cópia das imagens recolhidas.

Se repararmos na rota seguida neste caso, esta inclui zonas de claro interesse militar como Ovar, Monte Real, Tancos/Santa Margarida e a região de Lisboa.

Este tratado Open Skies, nada tem a ver com a convenção Open Skies de uniformização da regulamentação da aviação civil internacional.


Agradecimento: André Carvalho




segunda-feira, 16 de outubro de 2017

PETIÇÃO PÚBLICA PARA O REGRESSO DA FORÇA AÉREA AO COMBATE AOS INCÊNDIOS - e outras reflexões (M1927 - 64/2017)

Canadair CL-415 da Força Aérea Espanhola

Se os trágicos acontecimentos de ontem tiveram algum lado positivo, foi o de mostrar claramente a falta que faz ao Estado dispor dos principais meios aéreos de combate aos incêndios em permanência, operados pela Força Aérea.
Conforme é publicamente sabido, as frotas de combate a incêndios alugadas para os meses de verão, foram desmobilizadas quase na sua totalidade, no final da época oficial de incêndios. Se esses meios pertencessem ao Estado, continuariam disponíveis para combater aquele que foi o “pior dia de incêndios do ano” – palavras da Protecção Civil.

Poderá até argumentar-se que o dia 15 de Outubro de 2017 foi um evento isolado e anormal e voltar a repetir o argumento de que “não compensa” adquirir helicópteros e aviões “para serem usados quatro meses por ano”. Este argumento repetido vezes sem conta, só pode ser proferido por quem não sabe, ou não tem interesse (que os meios aéreos sejam operados pelo Estado) e mente deliberadamente.

Todos os argumentos que sustentam esta teoria esbarram nas estatísticas: Portugal é o pais europeu com mais área ardida ano após ano e o único da bacia mediterrânica que não tem meios aéreos pesados próprios de combate a incêndios. Todos os anos são alugados a particulares, ou temos que esperar pela disponibilidade de países que os tenham, chegando quando os incêndios atingiram já proporções  gigantescas e aos quais obviamente também temos que pagar.
A título de exemplo, a Espanha, que amiúde cede meios aéreos ao nosso país, tinha em 1980 - quando foi criado o Grupo 43 da Força Aérea Espanhola que os opera, 236 mil hectares ardidos. Em 2015 este valor é menos de metade com 103 mil.
É por isso muito fácil estabelecer uma relação causa-efeito entre estes factos.




Existiu já uma proposta para dotar a Força Aérea Portuguesa de uma extensa frota de helicópteros, para prestar serviços às Forças Armadas (uso militar), Ministério da Saúde (evacuações médicas) e Ministério da Administração Interna (combate a incêndios). Esta proposta foi colocada de parte pela actual ministra da Administração Interna, quando a Força Aérea não aceitou o “presente envenenado”, que seria assumir todas as responsabilidades e custos dos serviços a prestar, conforme a ministra pretendia.

Relativamente aos aviões anfíbios de combate a incêndios (vulgo “Canadair”), que são inegavelmente os mais adequados ao nosso país, vários argumentos contrários à sua aquisição pelo Estado têm sido divulgados, mais uma vez por ignorância ou desonestidade deliberada: os Canadair continuarão a ser fabricados (como Viking Air)  e  podem mesmo realizar missões de vigilância marítima e busca e salvamento, o que os torna úteis durante todo o ano (modelo CL-415MP). Não há por isso razão objectiva nenhuma para que não devam ser adquiridos e operados pela Força Aérea.
Esta necessita no entanto, que sejam criadas as condições técnicas, humanas e financeiras para os operar com eficiência e de um modo sustentado. Propostas como a que a ministra fez, são de uma desonestidade intelectual gritante e sobre a sua motivação apenas se pode conjecturar. Não é viável que a FA passe a realizar o trabalho de três ministérios com o orçamento de um (cortado em cerca de 30% nos últimos anos).

Como nota de rodapé e ainda a ilustrar a falta de vontade da actual ministra da Administração Interna, em dotar o Estado de meios próprios, está o programa de aquisição de dois Canadair, iniciado pelo Governo anterior, que previa o financiamento das aeronaves com 85% de verbas da União Europeia. Este programa foi abandonado pelo actual executivo, nomeadamente pela actual titular do MAI.

Existe ainda o argumento de que “constitucionalmente a Força Aérea não pode realizar missões de protecção civil permanentemente”.
Em primeiro lugar, não se percebe qual o impedimento para alterar a Constituição nesse ponto, quando ao avaliar a anterior petição para o regresso da FA ao combate aos incêndios, TODOS os partidos políticos com assento parlamentar se declararam favoráveis e apenas uma maioria de 2/3 é necessária no Parlamento para uma revisão constitucional.
Em segundo lugar, a FA já realiza a missão de busca e salvamento em permanência, não se percebendo por isso qual a diferença de enquadramento legal desta missão de protecção civil, relativamente ao combate a incêndios.

Os meios aéreos do Estado não são seguramente a única medida a tomar, para mitigar o flagelo dos incêndios florestais. Mas são obviamente (e como ficou claro no dia de ontem) o meio mais importante e eficaz de lhes fazer frente. Sem eles, os grandes incêndios simplesmente só param quando as condições naturais deixarem.
E há que acabar com os interesses de quem lucra com a “industria dos fogos”, inúmeras vezes denunciados na comunicação social.

O Pássaro de Ferro ajudou a divulgar com sucesso uma primeira petição para o regresso da Força Aérea ao combate activo a incêndios, que foi entregue com mais de 32 mil assinaturas e avaliada no Parlamento a 29 de Março de 2017. Apesar do consenso de, como referido, todos os partidos políticos na sua utilidade, (ver sessão de plenário às 2h45min) nada de prático daí saiu.

O mesmo promotor dessa petição - um cidadão anónimo e independente de qualquer partido político, voltou a lançar uma nova petição exactamente com o mesmo objectivo - dotar a FA de meios para combate a incêndios.

Pode questionar-se a utilidade de uma segunda petição, quando a primeira teve resultados práticos quase nulos. À falta de melhor meio de fazer valer a vontade popular,  servirá para responsabilizar a classe politica, dando-lhe uma oportunidade inequívoca de fazer alguma coisa para acabar com os interesses instalados e melhorar os meios e a prontidão do combate aos incêndios. Serve ainda para manter a opinião pública atenta e evitar que o assunto fique esquecido durante mais oito meses, até que comece outra época de tragédias.

Se necessário for,  leva-se o assunto ao Parlamento quantas vezes for preciso até produzir resultados.
Pela insistência também se ganham batalhas.


Fica o link para a petição à discrição de quem assim o quiser assinar e divulgar.
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT85971


quinta-feira, 12 de outubro de 2017

ESTABELECIDO CALENDÁRIO DE ENTREGAS DO GRIPEN AO BRASIL (M1926 - 63/2017)

Primeiro voo do protótipo Gripen E sueco           Foto: Saab

A Força Aérea Brasileira revelou na passada semana o programa de entregas das 36 células dos caças F-39E/F Gripen adquiridos em contrato de 2014, pelo valor global de cerca de 5400M USD.

A totalidade das entregas estão previstas ocorrer entre 2019 e 2024, com o processo de certificação a ter início em Janeiro de 2019. O primeiro voo de um  monolugar (E) está previsto ocorrer em Julho desse mesmo ano, estando aprazado o bilugar (F) para Outubro de 2021, em aeronaves instrumentadas para esse fim.

Dos 36 caças, a Saab irá fabricar totalmente 13 células - os dois aviões de pré-série mais onze células monolugares - com entrega do segundo lote prevista para 2021.

As oito unidades monolugares seguintes, serão ainda fabricadas pela Saab, mas com a participação de até cerca de 350 técnicos brasileiros em regime de formação e a montagem final das células a ocorrer no Brasil, no Centro de Projetos da Embraer em Gavião Peixoto, São Paulo.

Modelo à escala real do cockpit da versão brasileira do Gripen E

A cargo da Embraer ficarão integralmente as restantes oito células E e sete células F, a partir de Junho de 2020. A entrega do primeiro Gripen E totalmente fabricado no Brasil está prevista para Setembro de 2023.








quarta-feira, 11 de outubro de 2017

MEIA DÚZIA DE MIG-29 PARA A SÉRVIA (M1925 - 62/2017)

MiG-29SMT facilmente reconhecível pela "corcunda" atrás do cockpit

No final de um longo processo para reforçar a depauperada Força Aérea da Sérvia, chegaram na semana passada a Belgrado seis MiG-29, provenientes da Rússia por via aérea.
As células chegaram desmontadas, , duas a duas no An-124 da Volga-Dnepr (n/c RA-82045) entre 2 e 4 de Outubro de 2017, à base aérea de Batajnica.

Embora tenha solicitado soluções a variados países, incluindo ocidentais  em 2010, tendo recebido ofertas para Rafale, Typhoon, F-16, Su-30, MiG-29 e JF-17, o processo seria suspenso um ano mais tarde, devido principalmente a falta de verbas.
Meia década e muitas negociações depois, levaram finalmente ao negócio com a Rússia, anunciado em 21 de Dezembro de 2016, que contempla a aquisição de seis MiG-29 a custo zero, mas cujos trabalhos de modernização estão avaliados em cerca de 236M USD. Alegadamente, a modernização elevará os aparelhos à versão MiG-29SMT - a mais moderna disponível actualmente.

Actualmente, a Sérvia dispõe apenas de dois MiG-29A monolugares e outros dois MiG-29 UB bilugares em condições de voo, para realizar a missão de policiamento aéreo do país, a partir de Batajnica. A Esquadra 101, única equipada com caças, dispõe ainda de dois MiG-21UM bilugares operacionais, que não tendo capacidade de carregar armamento inicialmente, foram readaptados no país para poderem carregar mísseis ar-ar R-60 de curto alcance, guiados por infravermelhos.

Embora não seja ainda informação oficial, o lote chegado à Sérvia diz-se compreender uma célula MiG-29A (9.12A), três C (9.13) e dois UB

Apesar de pertencer actualmente ao programa de Parceria da NATO e de estar em processo de adesão à União Europeia, a influência do velho aliado russo fez-se sentir mais uma vez na Sérvia, ao contrário de países vizinhos, que têm tomado decisões para depender menos de equipamento russo. Fonte não identificada da NATO, comentou a decisão de Belgrado com um lacónico "os equipamentos de Defesa adquiridos pelos Parceiros são uma escolha soberana desses países".
Ainda assim, não deixa de ser sintomático que quando países vizinhos se tentam afastar de equipamento russo, a Sérvia escolha neles reinvestir.

MiG-29 da Patrulha acrobática russa  "Strizhi" (andorinha) 

A apresentação oficial dos caças está prevista ocorrer no dia 20 de Outubro de 2017, durante a parada militar comemorativa da libertação de Belgrado na II Guerra Mundial, à qual deverá comparecer o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, bem como a patrulha acrobática igualmente russa "Strizhi", equipada precisamente com MiG-29.


domingo, 8 de outubro de 2017

F-16 CONTRA GRIPEN (OUTRA VEZ) (M1924 - 61/2017)

Formação mista de Gripen e F-16

Não se trata de uma luta nos céus, mas sim na "secretaria".
F-16 e Gripen vêm-se confrontando nos últimos concursos para aquisição de caças, em vários países à volta do globo.
Acresce que, com a gradual obsolescência das frotas de caças de origem soviética, agravada pelo resfriar das relações com a Rússia, devido à anexação da Crimeia em 2014, vários países do antigo Bloco Leste europeu, vêm solicitando soluções no mercado para substituir os seus MiGs.

E se, tal como escrevemos antes, numa primeira fase o F-16 terá perdido algum terreno para o caça de origem sueca, muito devido ao desinvestimento da Lockheed Martin na plataforma de armas F-16 em favor do novel F-35, o gigante estadunidense do armamento corrigiu mais tarde a mão e começou a apresentar versões modernizadas do F-16, como uma solução mais económica, direccionada aos países que não estejam interessados ou não possam "embarcar no comboio" do F-35.
Os últimos exemplos da rivalidade que referimos, são a Croácia e a Eslováquia.

MiG-21bisD da FA Croata       Foto: Tomislav Haraminčić/Wikimedia

O primeiro país, saído do desmembramento da antiga Jugoslávia, opera uma dúzia de MiG-21, que apesar de recentemente terem sofrido algumas modernizações realizadas na Ucrânia, destinadas principalmente à compatiblização com os sistemas de navegação/comunicação da NATO, têm estado envolvidos em polémica. É que cinco dos doze MiG-21 modernizados que foram incorporados na Arma Aérea do país do Adriático, estavam  armazenados em Odessa, alegadamente pertencentes a uma encomenda cancelada pelo Iemen. Uma investigação contudo está a ser conduzida para determinar ao certo de que células se trata, dado que os números de série terão sido adulterados, sendo na verdade os cinco MiG-21 ex-búlgaros.
Por todas esta razão e as já enunciadas, o Governo de Zagreb está por isso interessado em renovar a frota de caças do país, tendo realizado em Julho passado, um pedido de propostas à Suécia, EUA, Coreia do Sul, Grécia e Israel.
Destes cinco países, surpreendentemente a Coreia do Sul não avançou com o seu KAI AT-50, resumindo-se as propostas abertas na semana transacta, a EUA, Israel e Grécia com F-16 em segunda mão e a Suécia com o Gripen. Segundo o ministro da Defesa croata, uma decisão será tomada dentro dos dois próximos meses, tendo em conta "para além das características e capacidades das aeronaves, (...) três parâmetros: contrato intergovernamental, preço e pacote de cooperação económico-financeiro".

MiG-29 eslovaco
A Eslováquia é outro país no mercado, em busca de 14 caças que possam substituir os doze MiG-29 actualmente ao serviço da sua Força Aérea, pese embora tenha adiado mais uma vez uma decisão definitiva, esperada que era até ao fim de Setembro de 2017.
Embora reconhecendo que retardar a decisão prolongará a dependência de material russo, o ministro da Defesa de Bratislava, Peter Gadjos justificou o adiamento com a necessidade de equilibrar os gastos da Defesa entre Força Aérea e Exército, igualmente necessitado de renovar equipamento. A opinião local é contudo, que o Gripen terá ascendente sobre o F-16, uma vez que os vizinhos República Checa e Hungria já utilizam o modelo, propiciando por isso a uma uniformização de frotas na região.

Em "banho-maria" está ainda a decisão da Bulgária em adquirir oito unidades de um novo modelo que substitua os seus MiG-29, num processo que já esteve decidido em favor do caça sueco, mas que seria revertido pelo novo Governo de Sófia, alegando que o anterior Governo interino que tomou a decisão, não tinha competências para o fazer. De recordar que Portugal é um dos países que apresentou proposta neste concurso, contemplando F-16 vindos dos EUA em segunda mão, a modernizar em solo luso. Concorreu ainda a Itália com Eurofighter Typhoon igualmente em segunda mão.
Fontes não-oficiais dizem esperar-se uma decisão final até ao fim do corrente ano de 2017.

Num outro segmento de marcado, o das empresas particulares que fornecem serviços de treino de combate aéreo, o F-16 estará em fase de aquisição por duas conhecidas empresas do ramo (Discovery Air Defence e TacAir), de modo a proporcionar ameaças credíveis para os caças de 5ª Geração.
A Saab entretanto, pretende intrometer-se neste nicho de mercado com uma versão adaptada do Gripen C (com algumas melhorias da versão E), conforme revelou o seu chefe de Vendas e Marketing Richard Smith, na feira de equipamentos de Defesa DSEI em Londres, em Setembro passado. Apesar de se falar já no interesse da ASDOT (britânica) e AdAir (americana) no Gripen Aggressor, não está claro se esta solução pretende aproveitar células provenientes do mercado de segunda-mão (a Suécia irá trocar a totalidade da sua frota de Gripen C/D por novos E/F nos próximos anos), ou se estará limitada a células novas construídas de raiz nesta nova configuração.

A Grécia foi um dos países a apresentar proposta à Croácia para a venda de F-16 Bloco 30. Em fundo a cauda de um Gripen checo

F-16 e Gripen têm por isso muitos duelos pela frente, apesar de estarem normalmente do "mesmo lado das trincheiras".





AGGRESSORS COM NOVA PINTURA (M1923 - 60/2017)

O novo esquema de camuflagem aplicado no F-16C 86-0295 foi tornado público aquando da visita da equipa de hóquei no gelo da Academia da Força Aéra à base aérea                                                                                   Foto: Eielson AB/USAF


Os caças que servem de adversários no treino de combate aéreo nos EUA, têm vindo a renovar as pinturas que ostentam.
Normalmente inspiradas na camuflagem de aviões de forças aéreas de países considerados tradicionalmente inimigos, ou potenciais inimigos, têm vindo a actualizar-se à medida que o mesmo acontece nestes países.

F-18 da US Navy nas cores dos Su-34 russos        Foto: Autor desconhecido
Foi esse o caso dos F-18 pintados com cores a fazer lembrar os novos Su-34 russos, bem como os  Su-57 ainda em fase de protótipo.


O mesmo avião 89-0295 em Agosto de 2017 no "esquema" blackbird, que nunca o chegou a ser     Foto: Eielson AB/USAF

Durante o Verão de 2017 uma nova pintura observada num F-16 da 18th AGRS , completamente preto, fez levantar suposições sobre qual o "inimigo" que pretenderia simular. Desde aviões de reconhecimento, aos novos J-20 chineses, ou até uma versão da Força Aérea do famoso "MiG-28" do TopGun,  a especulação foi muita, apenas silenciada por um comunicado da base aérea de Eielson, casa do propalado F-16 preto, que esclarecia não ser aquela a camuflagem final, tendo o avião sido colocado a voar interrompendo a fase de pintura, por falta de aviões operacionais para fazer face ao Red Flag Alaska 17-3 em Agosto.

O esquema "MiG-28" aplicado recentemente nalguns F-5 agressores da US Navy           Créditos na foto


A pintura definitiva, apenas recentemente foi conhecida,  é denominada "BDU Splinter" (sendo BDU as iniciais de Battle Drees Uniform) e teve até já uma versão anterior em cores frias, conhecida como "blizzard splinter"

O esquema "blizzard splinter" que agora tem uma nova versão em preto/verde/castanho   Foto:Kevin Tanenbaum/USAF


Mais uma vez, o aspecto fez levantar conjecturas acerca do padrão de camuflagem que eventualmente pretenderia imitar, sendo as semelhanças evidentes com a pintura dos caças venezuelanos (país recentemente colocado na" lista do mal" da Casa Branca), ou até iranianos (há muito tempo nessa lista).

Saab AJ-37 Viggen na típica camuflagem sueca da década de 80        Foto: FA Sueca

Talvez ainda mais próxima, devido às linhas rectas divisórias e cores utilizadas, seria a camuflagem dos AJ-37 Viggen suecos, pese embora nunca tenha estado na lista de prováveis inimigos.


Pelo menos mais um F-16 de Eielson está previsto ser pintado no esquema "BDU splinter"    Foto: Eielson AB/USAF

É que afinal de contas, o novo padrão trata-se apenas de uma actualização do esquema em cores verde/terra em uso durante as duas últimas décadas pelas esquadras de "agressores".



quinta-feira, 5 de outubro de 2017

FALCON DEFENCE 2017 - F-16 PORTUGUESES NA ROMÉNIA (M1922 - 59/2017)

TCor João Rosa (esq) com um piloto da Esq. 301 à chegada à base aérea de Borcea, Roménia 

Caudas de dois F-16MLU portugueses com o romeno n/c 1603 (ex-FAP 15124) em fundo


A Força Aérea Portuguesa tem destacados na Roménia desde o dia 18 de Setembro de 2017, quatro F-16AM (n/c 15104, 15107, 15114, 15141) e um contingente de cerca de 70 militares de apoio às operações na base aérea de Borcea.

Manutenção e aprontamento dos F-16 portugueses para as missões na Roménia

idem

Os Crew Chiefs sempre atentos ao dar a partida aos caças

O destacamento, previsto para durar dois meses, faz parte das medidas de tranquilização da NATO aos aliados do bloco de Leste, implementadas após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.

Durante o destacamento, os pilotos portugueses pertencentes às Esquadras 201 e 301 irão executar missões de treino de suporte às políticas da NATO, que incluem missões conjuntas com a Força Aérea, Exército e Marinha romena, bem como com CF-188 canadianos, igualmente destacados na Roménia. Algumas destas missões terão ainda a participação de um avião de alerta aéreo e controlo (AWACS) E-3A Sentry da NATO.


Os objectivos do exercício passam pela consolidação da interoperabilidade dentro das forças aliadas, com a vantagem de praticar simultaneamente a projecção de forças longe e operação longe da base de origem, como referiu o Tenente-coronel João Rosa, chefe do destacamento lusitano.

TCor João Rosa à direita acompanhado por um dos pilotos da Esquadra 201 - Falcões
Em paralelo com o destacamento dos F-16 portugueses na Roménia, realizou-se a 28 de Setembro, a entrega do último lote de três F-16, de um total de 12 vendidos por Portugal ao mesmo país.  No âmbito do mesmo contrato de venda dos caças, e além de ter treinado pilotos e mecânicos romenos em Monte Real, a Força Aérea Portuguesa irá fornecer até Setembro de 2018 apoio técnico para a instalação e operação deste sistema de armas na Roménia.

Embora não declarado oficialmente, este destacamento aparenta ser um apoio mais à operacionalização completa do sistema de armas F-16, no país dos Cárpatos, opinião aliás partilhada pela imprensa local.

Linha da frente do destacamento nacional na base aérea de Borcea onde operará até meados de Novembro


Fotos: Alf. Pires/Força Aérea Portuguesa


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