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| Sikorski UH-60 Black Hawk da Esquadra 551 da FAP |
A incerteza pairava sobre a fonte de financiamento até esta quinta-feira, quando o Ministério da Defesa Nacional (MDN) confirmou que Bruxelas aprovou a canalização de verbas remanescentes do PRR, para este fim.
O MDN e a FAP enfrentam, ainda assim, uma corrida contra o tempo, para concretizar a aquisição destes quatro helicópteros Sikorsky UH-60 Black Hawk, com capacidade para a realização de missões de emergência médica. O sucesso da operação é crucial para evitar a perda dos fundos comunitários provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) no valor de 32M EUR.
Apesar da garantia do financiamento agora conseguida, o processo legal e contratual ainda carece no entanto de formalização, além da concretização da compra até ao prazo inflexível de 31 de agosto de 2026.
Fontes oficiais da FAP indicam que já foi realizada uma consulta informal à ACE Aeronautics, LLC – a empresa que forneceu os últimos aparelhos – para confirmar a disponibilidade de células que possam ser entregues dentro deste período. A ausência de aeronaves disponíveis no mercado inviabilizaria a candidatura e resultaria na consequente perda das verbas.
A Esquadra 551 - "Panteras" da FAP recebeu até ao momento cinco de nove helicópteros Black Hawk também eles, financiados pelo PRR em dois lotes distintos. A presente aquisição elevará o número total para treze aparelhos.
A revelação da intenção de compra deste terceiro lote de helicópteros Black Hawk para a Força Aérea, recebeu inúmeras críticas inesperadas, desde a impossibilidade de aterrar nos heliportos hospitalares nacionais, à falta de condições para o transporte de doentes, incluindo até o ruído (!).
Argumentos na sua grande maioria a roçar o absurdo, sobretudo tendo em conta que se trata do mesmo tipo de aparelhos que durante o verão passado realizaram inúmeras missões de emergência médica, enquanto a empresa concecionária dos transportes aéreos para o INEM, não conseguiu assegurar os serviços. Já para não referir que o Black Hawk é o helicóptero padrão de inúmeras forças armadas por todo o mundo, para a realização de resgates e evacuações médicas de combate, com enorme sucesso.
Segundo a Força Aérea, os Black Hawk podem operar em 24 heliportos hospitalares e 112 locais próximos de unidades de saúde. Mesmo a ANAC acabaria por esclarecer que o parecer que classificava os Black Hawk como inadequados para a maioria dos heliportos hospitalares, se referia a "voos civis, e não militares".
Acresce ainda dizer que os Black Hawk da Esquadra 551, têm por missões primárias o combate a incêndios rurais e mobilidade aérea, podendo realizar transportes médicos, em complemento aos meios do INEM, tal como sucedeu entre julho e outubro do corrente ano ou sempre que necessário, como em situações de catástrofe ou de algum modo anómalas.
Fica portanto por confirmar agora, a disponibilidade de helicópteros no mercado, que possam ser entregues até ao final de agosto de 2026, para que o aumento da frota de Black Hawk da FAP seja concretizado.


01:46
Paulo Mata

