Mostrar mensagens com a etiqueta Ucrânia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Ucrânia. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 10 de março de 2025

PORTUGAL CEDEU HELICÓPTEROS PUMA À UCRÂNIA [M2591 - 15/2025 ]

Helicópteros SA-330S1 Puma ex-FAP armazenados em 2012
 

Um número não revelado de helicópteros Puma consta da listagem do Ministério da Defesa Nacional com o apoio militar à Ucrânia pelo Estado Português, atribuído ao quarto trimestre de 2024.

Recordamos que a frota SA-330S Puma se encontra desactivada desde 2011, quando foi definitivamente substituída pelos EH101 Merlin, e foi já alvo de vários concursos para a sua alienação, sempre sem sucesso.

A descrição das aeronaves que foram disponibilizadas para venda pela última vez, através da plataforma NATO Support and Procurement Agency em 2022/23, relativa aos helicópteros ex-Força Aérea Portuguesa, incluía oito lotes relativos a outras tantas células SA-330 (ver listagem abaixo) e ainda oito lotes adicionais relativos a peças de reposição sobressalentes.

Estes helicópteros foram recebidos em 1969 (4 células), 1970 (3 células) e 1975 (1 célula), tendo ainda atuado na Guerra do Ultramar (exceto a célula n/c 19513), e regressado à metrópole depois da retracção no fim da guerra, atuando principalmente nas funções de Busca e Salvamento, tanto a partir da BA6 no Montijo, como a BA4 nas Lajes. 

As últimas unidades foram retiradas definitivamente em 2011, com o potencial de voo esgotado, necessitando de manutenção e investimento profundo para poderem retornar a condições de voo, tal como se pode observar na listagem acima, relativa às condições de venda. Este terá sido aliás, o motivo pelo qual nunca encontraram comprador.

Não havendo ainda confirmação de que a doação à Ucrânia tenha contemplado a totalidade destas aeronaves, esta frota parece contudo estar de regresso a teatro de guerra, passado meio século, assim aquele país consiga realizar a necessária manutenção às aeronaves.

De lembrar que Portugal forneceu já à Ucrânia também a frota Kamov Ka-32 ex-Proteção Civil, que se encontrava igualmente imobilizada.



sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

KAMOV EX-PROTEÇÃO CIVIL PORTUGUESA A VOAR NA UCRÂNIA [M2575 - 99/2024]

Kamov Ka-32A11BC em 2013 ainda operado pela EMA para a Proteção Civil - Imagem de arquivo
 

Pelo menos um dos Kamov Ka-32A11BC que pertenceram à Proteção Civil Portuguesa, foi visto a voar, alegadamente nos arredores de Kiev, após ter sido doado e transportado para a Ucrânia em Setembro passado.

A frota de seis helicópteros de fabrico russo, operada no combate a incêndios pela EMA - Empresa de Meios Aéreos, S.A., até à sua extinção em 2013, foi posteriormente adjudicada em regime de contrato plurianual, a privados, pelo Ministério da Administração Interna. Contudo, e face às condições de baixa operacionalidade e a uma disputa daí resultante entre o Estado Português e a empresa adjudicatária, a frota transitaria para a gestão da Força Aérea em 2018, nunca tendo chegado a voar desde então. 

Já em 2021, foi alvo de uma peritagem para apurar as condições da frota, e incorporada na Força Aérea em 2022, quando cerca de um mês mais tarde a invasão da Ucrânia pela Rússia, e as sanções que se seguiram, inviabilizarem qualquer hipótese de recuperação das células que ainda poderiam ser colocadas em condições de voo.

O Governo à época, optou então por doar à Ucrânia a totalidade da frota, independentemente da condição das aeronaves (uma acidentada em 2012 apenas poderia servir para fornecer peças e as restantes não possuíam certificado de aeronavegabilidade, e estando em diferentes condições de manutenção). 


A transferência dos helicópteros para a Ucrânia viria a ocorrer apenas em Setembro de 2023, sendo agora nestas imagens que afloraram na rede social X, a primeira vez que alguma dessas células é notada novamente operacional.




sábado, 7 de setembro de 2024

HELICÓPTEROS KAMOV FINALMENTE A CAMINHO DA UCRÂNIA [M2526 - 70/2024]

O Ministério da Defesa Nacional, em articulação com o Ministério da Administração Interna, coordenou transporte de helicópteros

No âmbito das doações de material à Ucrânia, e tendo em conta o pedido dirigido pelo Governo da Ucrânia ao Governo de Portugal, em 23 de fevereiro de 2023, foi formalmente doada a frota de 6 helicópteros médios KAMOV Ka-32A11BC, no estado de conservação em que se encontram.

Após um longo período de incerteza e de negociações, o atual Governo, através do Ministério da Defesa Nacional, em articulação com o Ministério da Administração Interna, coordenou o transporte dos helicópteros, com as autoridades ucranianas, em particular com a Embaixada da Ucrânia em Lisboa e com o Ministério da Defesa ucraniano.


Saiu ontem das instalações da extinta EMA, em Ponte de Sor, o último camião com material KAMOV com destino à Ucrânia.


Fonte: Press Realese MDN




quarta-feira, 19 de junho de 2024

General Dynamics F-16 Fighting Falcon, o “Caça Eléctrico” [M2500 - 45/2024]

 Base Aérea Avançada N1, Shyroke, Ucrânia, 3 Novembro 2024 (Episódio 1)

O Tenente Marko Aliyev, piloto da Brigada Aérea Táctica 40 da Força Aérea da Ucrânia, recorda uma missão típica durante o difícil Outono-Inverno de 2024;

“Eu deveria estar a dormir mas é difícil relaxar nas horas anteriores a uma missão operacional.  Estamos estacionados na base avançada N1 já faz duas semanas e, apesar das condições austeras, não nos podemos queixar.  Esta base, assim como muitas outras espalhadas pela frente, foi preparada meticulosamente para receber os F-16.  Localizada mesmo ao lado da “verdadeira” base de Shyroke, a estrada paralela foi discretamente pavimentada e reforçada para suportar operações de F-16 e as várias antenas de comunicação e ILS camufladas entre as árvores.  Não usamos quase nenhum edifício perto de Shyroke, todos os serviços e aviões estão espalhados e escondidos nas florestas adjacentes.  Mas isso também significa que a preparação para descolar cada avião é bastante mais demorada; as aeronaves são armadas e abastecidas longe da pista e depois rebocadas até ao ponto de partida.  Junto com os restantes preparativos de segurança; como desviar o trânsito e remover uma série de artigos de engodo e obstáculos, é tarefa para uns bons 30 minutos.  Mas para as nossas missões não faz grande diferença.  Ninguém está á espera que façamos missões QRA…  Também recebemos informações de vigilância da NATO; sempre que a órbita de um satélite Russo (ou Chinês) se aproxima toda a área é devidamente “ofuscada”.  Os meios de reconhecimento táctico dos russos são limitados mas, se for necessário, podemos evacuar a base em pouco tempo.  A bateria de NASAMS que nos defende já interceptou dois mísseis cruise russos mas nada indica que tenham descoberto a nossa posição exacta, o alvo seria certamente Zaporizhzhia.”

Idealizado nos céus do Vietname, forjado para o combate no teatro europeu na Guerra Fria nos anos 80 e vindicado nos vários conflitos no Médio Oriente, o F-16 tem lugar de destaque no selecto Panteão dos melhores caças da História.

“A minha missão de hoje é um “serviço Uber” (depois explico) de rotina até Donetsk.  O alvo é um armazém de munições na zona Sul, uma área onde já operamos algumas vezes.  Não sei de onde chegam as informações destes alvos – raramente são mencionadas as fontes.  Mas há quem diga que são fruto das operações SIGINT da NATO no Mar Negro ou talvez os nossos agentes infiltrados (ou apenas simpatizantes) atrás das linhas inimigas.  Bom, pouco importa.  A hora de descolagem será ás 3h00 da manhã, talvez os russos estejam sonolentos ou a recuperar de uma bebedeira.  A configuração será a normal para as missões de ataque; dois “sacos” (tanques externos), duas JDAM de 900kg, dois mísseis AMRAAM e um pod ECM no suporte ventral.  Uma carga ofensiva relativamente leve (fruto das limitações do comprimento e resistência da pista) e combustível mais que suficiente para fazer frente a eventuais desvios e “surpresas” - caso a base N1 esteja inoperacional, será possível voar até uma base alternativa.  As condições climatéricas (e a visibilidade) não são as ideais mas a previsão é de que melhorem um pouco até á hora da descolagem.  Enquanto me ocupo com os últimos preparativos e da papelada surge o Denys Voronin, um dos pilotos mais recentes, e impertinentes, da unidade;

“Vais mesmo sair hoje?  Com este frio?”, pergunta o meliante, com o seu ar de adolescente…

“Alguém tem de combater, piolho.  Também, não está a dar nada de jeito na televisão”, respondi-lhe.

“Qual é o serviço?”

“Uber, até Donetsk.  Um depósito de munições.”

“Ui, cuidado que aquilo anda perigoso…  Diz-me, se não voltares ou ficares prisioneiro, posso convidar a tua namorada para sair?”

Ainda lhe atirei com o sapato mas o rapazola já ia longe.  Depois trato dele, agora são horas de trabalhar.”   

Qualquer missão que sobrevoe território ocupado incorre, naturalmente, mais riscos.  Mas desses riscos também resultam potenciais ganhos e benefícios.  Os F-16 devolveram á Força Aérea Ucraniana a flexibilidade para contrariar e recuperar algum controlo sobre as áreas ocupadas e até conquistar, localmente, superioridade.  As missões de ataque e interdição são determinantes para manter os Russos na incerteza e representam mais de 80% do total das horas de voo.  

“A descolagem foi atrasada 30 minutos.  Dificuldades de coordenação com as missões SEAD obrigaram a reprogramar os pontos de encontro e os “timings” para cruzar a linha da frente.  Pelo menos, durante a espera, o tempo melhorou, resta uma chuva miudinha e uma ligeira brisa vinda de Leste.  A descolagem decorreu sem problemas e passados alguns minutos cruzo o Rio Dnipro.  Confirmo que os sistemas ECM/ESM e códigos IFF estão completamente operacionais – qualquer dificuldade nesta área é razão para abortar a missão imediatamente.  Ninguém quer arriscar ser abatido por um Patriot ou um Aster.  Infelizmente, já perdemos um F-16 (há quem diga dois) num incidente “blue-on-blue”.  Mas outras notícias inquietantes começam a surgir.  Pouco depois de sobrevoar Petropavlivka, e apesar de manter uma altitude muito baixa, o display do ESM indica sinais de VHF.  Mer**!  Outra vez o radar Nebo.  Os russos mantém um radar de longo alcance algures na zona de Luhansk.  Já o tentamos neutralizar várias vezes mas os russos mudam-no de posição constantemente.  No esquadrão é conhecido como o “Olho de Sauron”… “escondido na sua fortaleza o olho vê tudo”…  Ou algo assim, não sou grande fã do Senhor dos Anéis.  Bom, este radar não é uma ameaça imediata mas vai colocar em alerta toda a rede de defesa anti-aérea russa.  Reduzo ainda mais a altitude e faço um desvio de uns 30kms para Sul e atravesso a linha da frente na zona de Krasnohorivka.  Alguns pilotos confessam-me que sentem uma grande sensação de angústia sempre que atravessam a “zona cinzenta” mas eu não partilho desses medos.  Claro que o nível de alerta e ansiedade aumenta, mas não considero estar em “território inimigo”, afinal, estou a sobrevoar a Ucrânia.  Claro que está ocupada pelos russos, mas continua a ser território Ucraniano, a minha casa.  Por isso não sinto tanta angústia.  Ou talvez seja apenas um mecanismo de defesa do meu cérebro.”  

A Base Avançada N1 foi uma de 13 construídas entre Julho e Agosto com a ajuda de equipas da RAF e da Força Aérea Dinamarquesa.  Foi mais tarde rebaptizada como “Base Austin”, em honra do Secretário de Defesa dos EUA.

Texto e seleção de imagens: Icterio
Edição: Pássaro de Ferro


domingo, 20 de agosto de 2023

PAÍSES BAIXOS E DINAMARCA DOAM F-16 À UCRÂNIA [M2427 - 59/2023]

F-16AM da Real Força Aérea dos Países Baixos

Os Países Baixos e a Dinamarca oficializaram hoje a doação de caças F-16 à Ucrânia, na sequência da aprovação por parte dos EUA, durante a última semana.

F-16AM da Real Força Aérea Dinamarquesa
Os caças de 4ª Geração, tão solicitados por Kiev, para ajudar no combate à invasão russa, serão fornecidos "assim que as condições necessárias forem atingidas", segundo divulgou o primeiro-ministro neerlandês na conta oficial na rede social Twitter (agora X). 

O próprio Zelensky, agradeceu já a oferta, esclarecendo o significado de "condições necessárias" como sendo o treino de pilotos e mecânicos no novo sistema de armas, que terá lugar primeiro na Dinamarca e depois na Roménia.

Enquanto a Dinamarca refere disponibilizar 19 caças, os Países Baixos mencionam os 42 da frota actual, dos quais "serão necessários alguns para o treino na Dinamarca e depois na Roménia", acrescentando que será necessário "verificar se todos os aviões restantes podem ser fornecidos", não se comprometendo por enquanto com um número final.

Já a Dinamarca adianta mesmo poder fornecer seis aviões no início de 2024, com outros oito no ano seguinte e os restantes cinco em 2026, acrescentando contudo às "condições necessárias para que tal aconteça", todas as autorizações, infraestruturas e logística de apoio à frota. 

Portugal comprometeu-se em participar no programa de treino de pessoal ucraniano para operar os F-16, através da ministra da Defesa portuguesa, Helena Carreiras, que assinou a 11 de Julho, a Declaração Política da Coligação de treino F-16, juntamente com dez outros países. O primeiro-ministro António Costa descartou contudo a possibilidade de Portugal fornecer F-16 à Ucrânia, porque " os meios que temos estão todos alocados a missões que não podemos prescindir”.

Portugal dispõe actualmente de uma frota de 25 F-16 MLU, tendo três células adicionais em modernização na OGMA. Ao contrário dos Países Baixos e Dinamarca, que iniciaram já a transição para o F-35, não existem ainda planos para a substituição da frota, ou sequer modernização para o padrão "Viper".

O Ministério da Defesa não avançou entretanto, mais pormenores acerca da escala de envolvimento português.



quarta-feira, 12 de julho de 2023

TREINO DE UCRANIANOS EM F-16 COMEÇA EM AGOSTO [M2421 - 53/2023]

F-16 dinamarquês à descolagem nos Paises Baixos     Foto de arquivo

Portugal é um dos onze países que assinaram a Declaração Política da Coligação de treino F-16 para formação da Força Aérea Ucraniana.

O documento foi assinado ontem 11 de Julho de 2023 em Vilnius, Lituânia, à margem da cimeira da NATO, por Helena Carreiras, na qualidade de ministra da Defesa, e pelos homólogos da Bélgica, Canadá, Dinamarca, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Polónia, Reino Unido, Roménia e Suécia.


Embora o tweet do Ministério da Defesa Nacional seja escasso em informação adicional, a agência Reuters acrescentou que o treino começará já em Agosto na Dinamarca, até que um centro de treino permanente seja estabelecido na Roménia, mas não se sabendo ainda quem fornecerá os aviões, nem em que moldes.

Linha de F-16 romenos, belgas e portugueses        Foto de arquivo

De acordo com declarações do ministro da Defesa dinamarquês, Troels Poulsen, país que tem liderado a iniciativa, juntamente com os Países Baixos, "no início do próximo ano já poderemos ver alguns resultados".

Notar que vários dos países que assinaram a Declaração, não operam (ou operaram) o sistema de armas F-16, mas comprometeram-se ainda assim na colaboração indirecta. A possibilidade de alargar a formação a outros modelos de caça, está também ainda em aberto, porquanto o fornecimento de F-16 para a Força Aérea Ucraniana não está ainda assegurado, embora a administração americana tenha finalmente levantado os entraves que colocou inicialmente.

O fornecimento de caças de 4ª Geração ocidentais é uma aspiração ucraniana de longa data, de forma a poder suportar o esforço de guerra, até agora realizado pelos caças MiG-29 e Su-27 e contrariar o maior poderio aéreo russo.

Quanto a Portugal, a assinatura da Declaração foi o reiterar da disponibilidade já antes manifestada. A FAP tem aliás experiência bastante recente na transferência de conhecimento para outras Forças, nomeadamente com o programa de alienação de F-16 para a Força Aérea Romena, que incluiu a formação do núcleo inicial de pilotos e técnicos, que agora operam a frota de caças naquele país do antigo Pacto de Varsóvia.

Embora tenha manifestado disponibilidade para cooperar no treino de pilotos e pessoal de terra para operar F-16, tanto Helena Carreiras, como o primeiro-ministro português António Costa, colocaram de parte a possibilidade de Portugal fornecer F-16 à Ucrânia, da frota ao serviço da Força Aérea Portuguesa.


quarta-feira, 24 de maio de 2023

PORTUGAL DISPONÍVEL PARA TREINAR PILOTOS UCRANIANOS EM F-16 - atualizado 25/05/2023 [M2411 - 43/2023]

Versão bilugar do F-16 para instrução

Helena Carreiras esteve presente na reunião de ministros da Defesa da União Europeia, ontem 23 de Maio de 2023, em Bruxelas. 

Na sequência da reunião com os seus congéneres, em que esteve também presente o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, o Ministério da Defesa Nacional actualizou os apoios com que o país se compromete para o esforço de guerra na Ucrânia, entre os quais se destaca a "Disponibilidade para treinar pilotos de F-16".

Jens Stoltenberg e Helena Carreiras na reunião em Bruxelas     Foto: MDN
Lembramos que no decorrer da última semana, na cimeira G7, o presidente dos EUA, Joe Biden anunciou que irá suportar o esforço conjunto para o treino de pilotos ucranianos, bem como autorizar o fornecimento de caças avançados, "incluindo F-16". 

Antes ainda, os primeiros-ministros britânico e neerlandês, haviam anunciado a intenção de criar uma "coligação internacional" para o fornecimento de F-16 à Ucrânia, sendo as frotas dos países que estão em fase avançada de substituição do Fighting Falcon pelo F-35, insistentemente faladas como as mais sérias candidatas a envergar as cores ucranianas.

Tal não é contudo o caso da frota da Força Aérea Portuguesa, segundo palavras do primeiro-ministro António Costa em Fevereiro passado, uma vez que os F-16 lusos ainda não têm substituto programado. Além disso, tendo Portugal alienado já 17 F-16, entregues à Roménia entre 2016 e 2021, deixa pouca margem de manobra para nova redução da frota. 

Na lista de equipamento e material aéreo, que constituem o apoio militar português à Ucrânia, actualizada pelo Ministério da Defesa a 3 de Maio, constam para já seis Sistemas Aéreos Não Tripulados, fornecidos no segundo trimestre de 2022, e os seis helicópteros pesados multipropósito Kamov Ka-32A11BC ex-Protecção Civil, ainda por entregar.

Actualização 25/05/2023

Já no decorrer do dia 25 de Maio, o Secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, agradeceu através da rede social Twitter, a disponibilidade dos países da coligação para o treino de pilotos ucranianos em F-16, incluindo Portugal:

Resta agora saber em que moldes irá decorrer este treino.



sábado, 25 de fevereiro de 2023

Coronel Oleksander Oksanchenko - In Memoriam [M2382 - 14/2023]


A 25 de Fevereiro de 2022 era abatido por um míssil terra-ar S-400 russo, o Coronel Oleksander Oksanchenko, perecendo ao tentar defender a soberania do seu país, nas difíceis primeiras horas da invasão russa à Ucrânia. 

Celebrizado em tempos de paz, pelas demonstrações de performance no seu Sukhoi Su-27P entre 2013 e 2018 um pouco por toda a Europa, receberia mesmo o prémio de melhor exibição no Royal International Air Tattoo em 2017.

Coronel Oleksander Oksanchenko no Su-27 da Força Aérea Ucraniana

Oleksander Oksanchenko estava reformado de atividade operacional desde 2018, prosseguindo a carreira na Força Aérea Ucraniana como instrutor. Voluntariou-se para regressar ao ativo, em consequência da invasão do país, acabando por encontrar o destino dos heróis que ousam voar demasiado perto do Sol.

Volodymyr Zelensky atribuiu-lhe oficialmente o título de Herói da Ucrânia, sendo condecorado a título póstumo com a Ordem da Estrela de Ouro.

Cumprido que está um ano sobre essa data, bem como sobre o início da guerra, publicamos hoje doze imagens - uma por cada mês desde que partiu - em jeito de homenagem e simbólica de todos quantos já deram a vida nesse conflito, ainda sem fim à vista.












quinta-feira, 13 de outubro de 2022

PORTUGAL OFERECE KAMOV DOS INCÊNDIOS À UCRÂNIA [M2351 - 67/2022]

Kamov Ka-32A11BC de combate a incêndios do Estado Português

 Portugal ofereceu à Ucrânia a frota de seis helicópteros Kamov Ka-32 de combate a incêndios, que se encontrava imobilizada desde 2018.

O anúncio da decisão foi feito por Helena Carreiras na tarde de hoje, 13 de outubro de 2022, à saída da reunião de ministros da Defesa da NATO: “A pedido da Ucrânia e em articulação com o Ministério da Administração Interna vamos disponibilizar à Ucrânia a nossa frota de helicópteros Kamov que, em virtude do cenário atual, das sanções impostas à Rússia, deixámos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer poderemos repará-los”.

Tal como é de conhecimento público, a referida frota adquirida pelo Estado em 2006, para uso no combate a incêndios e operada pela Empresa de Meios Aéreos (EMA) até à sua extinção em 2013, passou depois a operar em regime de adjudicação a privados, pelo Ministério da Administração Interna (MAI). No início de 2018 contudo, a culminar um longo processo de disputas entre o MAI e a empresa adjudicatária na altura, a frota ficaria definitivamente inoperacional. Então, das seis células Ka-32A11BC, uma encontrava-se acidentada desde 2012, duas estavam em manutenção e sem voar desde 2015, enquanto as restantes três ficaram então imobilizadas por falta de inspeção e certificação.

Segundo a ministra da Defesa Nacional referiu ao anunciar a cedência das aeronaves, “os ucranianos conhecem as condições em que se encontra o material”, sublinhando que a “cadeia logística de helicópteros semelhantes” operados na Ucrânia, permitirá repará-los. 

A frota Kamov Ka-32 havia sido transferida para a esfera da Força Aérea Portuguesa no início de 2022, para reposição das condições de aeronavegabilidade. No entanto, o deflagrar do conflito na Ucrânia, e as sansões impostas pela União Europeia à Rússia, inviabilizariam a intenção, pouco mais de um mês depois.

Helena Carreiras adiantou ainda que a transferência dos helicópteros deverá ocorrer “o mais rapidamente possível” e que serão "muitíssimo úteis à Ucrânia e essa cedência foi muito agradecida pelas nossas contrapartes ucranianas”.




quinta-feira, 24 de março de 2022

SANÇÕES À RÚSSIA COMPLICAM KAMOV PORTUGUESES [M2307 - 24/2022]

Kamov Ka-32A11BC

A Agência para a Segurança da Aviação da União Europeia (EASA) emitiu um aviso no dia 14 de Março de 2022, relativo às medidas restritivas tomadas pela União Europeia relativas ao ataque da Rússia à Ucrânia.

No ponto 1 pode ler-se:

1) CERTIFICADOS DE PROJETO, CERTIFICADOS PARA ORGANIZAÇÕES E DISPOSITIVOS DE TREINO DE SIMULAÇÃO DE VOO

Nos termos do artigo 3.º-C, n.º 4, alínea a), do Regulamento (UE) n.º 833/2014, conforme alterado, é proibida a prestação de assistência técnica ou outros serviços relacionados com os bens e tecnologias adequados à utilização na aviação ou na indústria espacial, 1  , originários ou não da União, e ao fornecimento, fabrico, manutenção e utilização desses bens e tecnologia, direta ou indiretamente, a qualquer pessoa singular ou coletiva, entidade ou organismo na Rússia ou para utilização na Rússia.

Assim, a EASA tomou a decisão de suspender todos os certificados que emitiu, incluindo certificados para produtos, peças e aparelhos, bem como os certificados para organizações e dispositivos de treino de simulação de voo, onde o titular do certificado está localizado ou residente na Rússia, ou de outra forma sujeito às sanções.

O documento completo inclui ainda uma lista com os Certificados de Tipo (Type Certificates) das aeronaves abrangidas pelas sanções, que descrimina entre outras, os Kamov Ka-32A11BC.

Esta decisão afectará um total de 26 aeronaves deste modelo em uso por países da UE, entre os quais as seis células ex-Proteção Civil portuguesa, transferidas recentemente para  Força Aérea Portuguesa, com vista à  reposição das suas condições de aeronavegabilidade, para a sua utilização pelas Forças Armadas.

Estando a frota portuguesa imobilizada desde 2018, devido a sucessivos problemas de manutenção e disputas entre o Estado Português e anteriores adjudicatários, e quando parecia estar finalmente a situação encaminhada para retornarem a condições de operação, eis que os efeitos do embargo da UE a equipamentos russos, vem novamente complicar o processo.



segunda-feira, 7 de março de 2022

KC-390 NO REPATRIAMENTO DE BRASILEIROS NA UCRÂNIA [M2300 - 17/2022]

Embraer KC-390 Millennium               Imagem de arquivo

A Força Aérea Brasileira (FAB) irá enviar uma aeronave KC-390 Millennium a Varsóvia, na Polónia, para resgatar cidadãos brasileiros que deixaram a Ucrânia, na sequência da invasão russa àquele país, a decorrer desde 24 de Fevereiro de 2022. O voo de ida levará também 11,6 ton de ajuda humanitária, composta por alimentos, purificadores de água e medicamentos, provenientes de doações.

A preparação da operação começou já na passada semana, por determinação da Presidência da República Brasileira, sob coordenação dos Ministérios da Defesa e das Relações Exteriores.

O KC-390 da Operação Repatriação à partida em Anápolis        Foto: FAB

Desde então, a carga humanitária foi acondicionada em paletes, e carregada num KC-390 no aeroporto de Guarulhos, São Paulo, ontem 6 de Março, com destino à Base Aérea de Anápolis, onde chegou pelas 13h35 locais. Depois disso, a carga foi ainda movida para outro KC-390, que realizará a Operação Repatriação - como foi denominada - e que parte hoje 7 de Março, de Brasília, pelas 15h00 locais (18h00 GMT). O percurso será feito com escalas em Recife, Cabo Verde e Portugal, com chegada prevista a Varsóvia na quarta-feira, 9 de Março. O regresso ao Brasil com os cidadãos repatriados, está previsto para o dia seguinte.

Para o Chefe da Secção de Operações do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT), Major Aviador Daniel Elias Souza, a condução da missão humanitária gera um sentimento de satisfação muito grande para o Esquadrão Zeus, que opera os KC-390 na FAB: "O planejamento, parte fundamental do processo, foi um desafio que demandou atenção em cada detalhe e, nesse contexto, toda nossa equipe tem trabalhado ininterruptamente para que a missão seja cumprida de maneira eficiente, em segurança e sem óbices. Nesse momento, estamos convictos que a bandeira do Brasil mais uma vez será erguida a um alto patamar pelas nossas tripulações, representando, internacionalmente, todo profissionalismo, altruísmo e dedicação dos diversos setores da Força Aérea Brasileira", referiu.

A FAB opera o KC-390 desde Setembro de 2019, contando atualmente com cinco aeronaves operacionais, que desempenharam já importantes missões, principalmente no apoio ao combate à pandemia de Covid-19 no Brasil, mas também internacionais de ajuda ao Líbano em 2020, ou Haiti em 2021.

Portugal adquiriu cinco KC-390 Millennium, através de contrato assinado em 2019, com a primeira entrega prevista para o início de 2023. 



terça-feira, 1 de março de 2022

SU-27 UCRANIANO DEIXA A ROMÉNIA [M2297 - 14/2022]


A Força Aérea Romena deu conta nas redes sociais, da partida do caça Sukhoi Su-27 pertencente à Força Aérea Ucraniana, que aterrou em solo romeno na passada quinta-feira.

Segundo a informação avançada, tal aconteceu a pedido das autoridades ucranianas, tendo o caça deixado o espaço aéreo romeno hoje, 1 de março, "de acordo com a legislação nacional e internacional."


O Su-27, sem ter munição a bordo, foi escoltado por dois caças MiG-21 LanceR da Força Aérea Romena até ao limite do espaço aéreo romeno, onde foi acompanhado por aeronaves da Força Aérea Ucraniana.

Foto: Tenente Madelina BURLACU



sexta-feira, 29 de maio de 2020

B-1 DA USAF EM MISSÃO INÉDITA PELA EUROPA [M2148 - 66/2020]

B-1 da USAF escoltados por Su-27 e MiG-29 ucranianos

Escassos dias após ter realizado missão semelhante no norte da Europa, dois bombardeiros B-1B Lancer da Base da Força Aérea de Ellsworth, Dakota do Sul, EUA, conduziram nova missão estratégica de longo alcance, longa duração da Força-Tarefa de Bombardeiros, através da Europa e desta vez também pela região do Mar Negro, no dia 29 de maio de 2020.
O feito marcou a primeira vez que uma missão da Força-Tarefa de Bombardeiros da USAF se integrou com Su-27 Flanker e MiG-29 Fulcrum ucranianos e KC-135 turcos.

"As missões da Força-Tarefa de Bombardeiros na Europa demonstram o empenho com os nossos aliados e parceiros, ao mesmo tempo em que fornecem uma mensagem clara de dissuasão a qualquer adversário", disse o general Jeff Harrigian, comandante das Forças Aéreas dos EUA na Europa e  Forças Aéreas da África (USAFE/AFAFRICA). "A integração da nossa presença estratégica com bombardeiros na Europa prova que os EUA, ao lado de qualquer aliado ou parceiro, estão prontos para impedir e, se necessário, poder empregar esses recursos juntos".

F-16 polacos

O voo também incluiu treino de integração e interoperabilidade com F-16 e MiG-29 polacos e F-16 e  e MiG-21 romenos, que proporcionaram escolta e patrulha de combate na região do Mar Negro.

F-16 romenos

MiG-21 romenos

Um KC-135 Stratotanker da 100ª Ala de reabastecimento aéreo, RAF Mildenhall, Inglaterra, dois KC-135 (um turco e um americano) baseados na Base Aérea de Incirlik, Turquia, e outras aeronaves de reabastecimento aéreo da NATO, permitiram aos B-1 concluir a viagem de ida e volta de Ellsworth sem atrasos, além de fornecer apoio de reabastecimento aéreo às aeronaves de países parceiros. 

Além disso, os B-1 integraram-se com os F-16 gregos, que realizam o policiamento aéreo, para um sobrevoo a Skopja, na Macedónia do Norte. 

F-16 gregos escoltando os B-1 sobre a Macedónia do Norte



As missões da Força-Tarefa de Bombardeiros demonstram aos nossos Aliados da NATO, incluindo o nosso mais novo membro - Macedónia do Norte - que estas missões estratégicas aumentam a prontidão e o treino necessário para responder a qualquer potencial crise ou desafio em todo o mundo”, disse o general Tod D. Wolters , comandante do Comando Europeu dos EUA. “A integração e interoperabilidade com nossos aliados da NATO durante estas missões, seja o apoio de aviões-tanque ou escoltas de caças, são acções indeléveis, que mostram que a Aliança está tão forte como alguma vez a vi.”

"As missões de bombardeiros familiarizam a tripulação com bases aéreas, espaço aéreo e operações em diferentes comandos geográficos. Essas missões constroem proficiência e confiança e demonstram a credibilidade das Forças Aliadas em lidar com um ambiente de segurança global, mais diversificado e incerto do que em qualquer outro momento de história." pode ler-se ainda no comunicado de imprensa da USAFE.

Estas missões, surgiram quando a tensão entre americanos e russos tem subido de tom no Mediterrâneo, com o destacamento de meios aéreos russos na Líbia, e intercepções menos amigáveis. Ao longo do trajecto, os B-1 foram desta vez também interceptado por caças russos, mas sem incidentes de maior. 

As autoridades russas divulgaram mesmo fotos e vídeo dos encontros:





ARTIGOS MAIS VISUALIZADOS

CRÉDITOS

Os textos publicados no Pássaro de Ferro são da autoria e responsabilidade dos seus autores/colaboradores, salvo indicação em contrário.
Só poderão ser usados mediante autorização expressa dos autores e/ou dos administradores.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Laundry Detergent Coupons
>