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quinta-feira, 5 de abril de 2018

EUA APROVAM VENDA DE F-16V À ESLOVÁQUIA (M1962 - 22/2018)

Lockheed Martin F-16V       Ilustração: Lockheed Martin

Depois da Croácia ter anunciado a compra de F-16, a Eslováquia poderá vir a ser o próximo "membro" do "clube" Viper, leia-se operador de F-16. Neste caso, não com aeronaves usadas, como o país da antiga Federação Jugoslava, mas com o mais moderno modelo disponível no mercado actualmente.

O US State Department aprovou a 4 de Abril de 2018 uma possível venda de até 14 Lockheed Martin F-16V (Bloco 70 ou 72), ao país nascido do desmembramento da Checoslováquia.

O potencial negócio, avaliado em cerca de 2910M USD, inclui ainda equipamento de apoio, peças sobressalentes, serviços técnicos, apoio logístico e armamento, nomeadamente 30 mísseis AIM-120C7, 100 AIM-9X, 150 kits JDAM para bombas, 400 Mk-82 ou BLU-111 e lançadores LAU-129.
Inclui ainda 16 motores GE F110 ou P&W F100, ainda por definir.

MiG-29 da FA Eslovaca em Florennes, Bélgica, 2016

A Eslováquia opera presentemente uma desactualizada frota de doze MiG-29 a partir da base aérea de Sliac, cada vez mais difícil de compatibilizar com os sistemas e parceiros da NATO. Por essa razão, pedidos de oferta foram realizados pelo Governo eslovaco, em Fevereiro passado, aos EUA e Suécia, neste último caso para caças Gripen, também em uso nas vizinhas Chéquia e Hungria.
Os contornos da oferta sueca não são ainda conhecidos.

O ministro da Defesa eslovaco definiu o dia 29 de Juno de 2018 para o anúncio da decisão final, sobre o próximo caça a servir com as cores da Força Aérea Eslovaca.


quarta-feira, 25 de outubro de 2017

BULGÁRIA RELANÇA CONCURSO PARA AQUISIÇÃO DE CAÇAS (M1930 - 67/2017)

Alinhamento de caças F-16 semelhantes aos que Portugal se propõe fornecer à Bulgária

A Bulgária irá lançar um novo concurso para a aquisição de oito caças destinados a substituir a frota de MiG-29 actualmente a desempenhar a missão de defesa aérea do país.

Contrariando a recomendação de um grupo Ministério da Defesa que aconselhava a aquisição de Gripen novos, após o primeiro concurso ao qual Portugal e Itália também concorreram, com F-16 e Typhoon usados, respectivamente, a Assembleia Nacional búlgara votou a favor da reabertura do processo concursal.

A escolha do Gripen cedo foi contestada pelo novo Governo empossado em Sófia, pouco tempo depois da decisão tomada pelo anterior Governo de gestão em Abril passado. No início do corrente mês de Outubro de 2017, uma comissão parlamentar emitiu finalmente um relatório, recomendando o relançamento do concurso, relatório esse que seria aprovado com 126 votos a favor, 59 contra de duas abstenções.

Acerca do assunto, em entrevista à televisão búlgara, o ministro da Defesa Krasimir Karakachanov revelou que apesar de pessoalmente preferir aviões novos, isso só deverá acontecer se estes puderem ser pagos ao longo de um período de tempo mais alargado do que o inicialmente previsto.
Com alguma surpresa, afirmou ainda que o país deveria investir na modernização da actual frota de MiG-29 e Su-25 de origem russa.
Adiantou ainda que pretende levar o novo programa de concurso a conselho de Ministros, no início de Novembro.

Portugal terá por isso uma nova oportunidade para melhorar a proposta de fornecimento de caças F-16 à Bulgária. De recordar que a proposta lusa contemplava o fornecimento de células de F-16 usadas, vindas dos EUA e modernizadas na OGMA, aproveitando as capacidades criadas com o programa MLU de modernização da frota de F-16 da Força Aérea Portuguesa.

Portugal entregou recentemente o último lote de doze F-16 vendidos à Roménia em condições similares, embora com a nuance de se ter tratado de aeronaves operadas pela Força Aérea Portuguesa, o que não será o caso na eventualidade de ganhar o concurso da Bulgária.


domingo, 8 de outubro de 2017

F-16 CONTRA GRIPEN (OUTRA VEZ) (M1924 - 61/2017)

Formação mista de Gripen e F-16

Não se trata de uma luta nos céus, mas sim na "secretaria".
F-16 e Gripen vêm-se confrontando nos últimos concursos para aquisição de caças, em vários países à volta do globo.
Acresce que, com a gradual obsolescência das frotas de caças de origem soviética, agravada pelo resfriar das relações com a Rússia, devido à anexação da Crimeia em 2014, vários países do antigo Bloco Leste europeu, vêm solicitando soluções no mercado para substituir os seus MiGs.

E se, tal como escrevemos antes, numa primeira fase o F-16 terá perdido algum terreno para o caça de origem sueca, muito devido ao desinvestimento da Lockheed Martin na plataforma de armas F-16 em favor do novel F-35, o gigante estadunidense do armamento corrigiu mais tarde a mão e começou a apresentar versões modernizadas do F-16, como uma solução mais económica, direccionada aos países que não estejam interessados ou não possam "embarcar no comboio" do F-35.
Os últimos exemplos da rivalidade que referimos, são a Croácia e a Eslováquia.

MiG-21bisD da FA Croata       Foto: Tomislav Haraminčić/Wikimedia

O primeiro país, saído do desmembramento da antiga Jugoslávia, opera uma dúzia de MiG-21, que apesar de recentemente terem sofrido algumas modernizações realizadas na Ucrânia, destinadas principalmente à compatiblização com os sistemas de navegação/comunicação da NATO, têm estado envolvidos em polémica. É que cinco dos doze MiG-21 modernizados que foram incorporados na Arma Aérea do país do Adriático, estavam  armazenados em Odessa, alegadamente pertencentes a uma encomenda cancelada pelo Iemen. Uma investigação contudo está a ser conduzida para determinar ao certo de que células se trata, dado que os números de série terão sido adulterados, sendo na verdade os cinco MiG-21 ex-búlgaros.
Por todas esta razão e as já enunciadas, o Governo de Zagreb está por isso interessado em renovar a frota de caças do país, tendo realizado em Julho passado, um pedido de propostas à Suécia, EUA, Coreia do Sul, Grécia e Israel.
Destes cinco países, surpreendentemente a Coreia do Sul não avançou com o seu KAI AT-50, resumindo-se as propostas abertas na semana transacta, a EUA, Israel e Grécia com F-16 em segunda mão e a Suécia com o Gripen. Segundo o ministro da Defesa croata, uma decisão será tomada dentro dos dois próximos meses, tendo em conta "para além das características e capacidades das aeronaves, (...) três parâmetros: contrato intergovernamental, preço e pacote de cooperação económico-financeiro".

MiG-29 eslovaco
A Eslováquia é outro país no mercado, em busca de 14 caças que possam substituir os doze MiG-29 actualmente ao serviço da sua Força Aérea, pese embora tenha adiado mais uma vez uma decisão definitiva, esperada que era até ao fim de Setembro de 2017.
Embora reconhecendo que retardar a decisão prolongará a dependência de material russo, o ministro da Defesa de Bratislava, Peter Gadjos justificou o adiamento com a necessidade de equilibrar os gastos da Defesa entre Força Aérea e Exército, igualmente necessitado de renovar equipamento. A opinião local é contudo, que o Gripen terá ascendente sobre o F-16, uma vez que os vizinhos República Checa e Hungria já utilizam o modelo, propiciando por isso a uma uniformização de frotas na região.

Em "banho-maria" está ainda a decisão da Bulgária em adquirir oito unidades de um novo modelo que substitua os seus MiG-29, num processo que já esteve decidido em favor do caça sueco, mas que seria revertido pelo novo Governo de Sófia, alegando que o anterior Governo interino que tomou a decisão, não tinha competências para o fazer. De recordar que Portugal é um dos países que apresentou proposta neste concurso, contemplando F-16 vindos dos EUA em segunda mão, a modernizar em solo luso. Concorreu ainda a Itália com Eurofighter Typhoon igualmente em segunda mão.
Fontes não-oficiais dizem esperar-se uma decisão final até ao fim do corrente ano de 2017.

Num outro segmento de marcado, o das empresas particulares que fornecem serviços de treino de combate aéreo, o F-16 estará em fase de aquisição por duas conhecidas empresas do ramo (Discovery Air Defence e TacAir), de modo a proporcionar ameaças credíveis para os caças de 5ª Geração.
A Saab entretanto, pretende intrometer-se neste nicho de mercado com uma versão adaptada do Gripen C (com algumas melhorias da versão E), conforme revelou o seu chefe de Vendas e Marketing Richard Smith, na feira de equipamentos de Defesa DSEI em Londres, em Setembro passado. Apesar de se falar já no interesse da ASDOT (britânica) e AdAir (americana) no Gripen Aggressor, não está claro se esta solução pretende aproveitar células provenientes do mercado de segunda-mão (a Suécia irá trocar a totalidade da sua frota de Gripen C/D por novos E/F nos próximos anos), ou se estará limitada a células novas construídas de raiz nesta nova configuração.

A Grécia foi um dos países a apresentar proposta à Croácia para a venda de F-16 Bloco 30. Em fundo a cauda de um Gripen checo

F-16 e Gripen têm por isso muitos duelos pela frente, apesar de estarem normalmente do "mesmo lado das trincheiras".





sexta-feira, 19 de maio de 2017

BULGÁRIA: F-16 PORTUGUESES AFINAL... TALVEZ (M1898 - 35/2017)

F-16A MLU modernizado em Portugal


Apesar da divulgação da proposta sueca, como vencedora do concurso do programa de aquisição de caças para a Força Aérea Búlgara, o novo ministro da Defesa daquele país veio hoje informar que irá rever as ofertas, entre as quais se encontra a portuguesa.

Tal como o Pássaro de Ferro oportunamente noticiou a 26 de Abril de 2017, o então governo interino anunciou o Saab JAS-39 Gripen como vencedor. O timing da decisão contudo foi algo estranho, dado ter acontecido a escassos dias da tomada de posse do novo Governo.

E é esta precisamente a razão invocada pelo novo ministro da Defesa de Sófia, Krasimir Karakachanov : "o novo Governo irá rever e discutir as três ofertas para a compra de novos caças modernos para a Defesa búlgara. (...) O Governo interino actuou precipitadamente quando apresentou um relatório sobre as ofertas no Conselho de Ministros, sabendo que não teriam tempo para olhar para ele", proferiu em entrevista à rádio búlgara Focus.
Concluindo ainda: "as ofertas serão calculadas de novo, para avaliar as possibilidades para o Estado búlgaro. O contrato irá custar uma soma considerável, cerca de 1500M BGN [Nota: cerca de 770M EUR], pelo que o Governo tem de evitar cometer erros".

Reabrem-se assim as possibilidades, para que a oferta apresentada por Portugal de F-16 vindos dos EUA e modernizados em Portugal, possa ser a escolhida por Sófia, para substituir a envelhecida frota de MiG-29 da FA Búlgara.
Itália com Typhoon igualmente em segunda mão e Suécia com Gripen novos, foram os restantes países presentes ao concurso.




quarta-feira, 26 de abril de 2017

BULGÁRIA PREFERE GRIPEN SUECOS A F-16 PORTUGUESES (M1894 - 31/2017)

F-16 vendido por Portugal à Roménia. O negócio com a Bulgária teria contornos semelhantes.


O vice Primeiro-Ministro interino búlgaro Stefan Yanev anunciou hoje 26 de Abril de 2017, o  Gripen e a proposta sueca, como vencedores do concurso para a aquisição de oito caças, destinados a substituir os actuais MiG-29 da Força Aérea Búlgara.

A oferta portuguesa para o fornecimento de F-16 em segunda mão, vindos dos EUA e modernizados em Portugal foi por isso preterida, bem como os Typhoon italianos igualmente usados. A proposta sueca era a única a contemplar aeronaves novas.

"A proposta sueca ficou em primeiro, seguida de Portugal e Itália. (...) É normal começar as conversações com o país classificado em primeiro" disse.

Espera-se que uma comissão de negociações seja formada dentro de uma semana, segundo informou ainda Yanev, sendo do próximo Governo, a empossar na próxima semana, a responsabilidade das conversações com a Suécia.

O negócio está avaliado em cerca de 830M USD, necessitando o acordo final de aprovação parlamentar.




quarta-feira, 19 de novembro de 2014

BRASILEIROS JÁ VOAM EM GRIPEN (M1727 - 319PM/2014)

Os dois pilotos brasileiros após o primeiro voo em Gripen        Foto: Agência Força Aérea

Os Capitães Gustavo de Oliveira Pascotto e Ramon Santos Fórneas tornaram-se na manhã desta quarta-feira (19/11/2014) os primeiros pilotos brasileiros a cumprirem uma missão de treino em aeronaves Gripen. Voaram durante 50 minutos em aviões Gripen D, acompanhados por pilotos da Força Aérea da Suécia. A aterragem ocorreu às 10:00 horas locais na base de Satenas, na Suécia (6 horas no horário de Brasília). 

A chegada à base de Satenas       Foto: Agência Força Aérea

"Foi melhor do que eu esperava", disse o Capitão Fórneas. "A aeronave é de pilotagem dócil", elogiou. A principal característica notada pelos brasileiros até agora foi a vantagem aerodinâmica proporcionada pelos canards, pequenas asas localizadas na frente do Gripen. "A distância de aterragem é extremamente pequena", contou. 

Os dois Gripens voaram numa área de instrução sobre a Suécia e o Mar Báltico. Após a descolagem, foi realizada uma subida até 10.638 metros de altura num minuto e meio, uma taxa de subida de 118 metros por segundo. Para cumprir o cronograma de treino proposto pelos suecos, os brasileiros também realizaram acrobacias juntos nessa que é chamada de fase de familiarização. 

Ao contrário dos demais brasileiros que já voaram no Gripen em testes, os dois aviadores têm agora a responsabilidade sobre as aeronaves e treinam para dominarem todos os sistemas dos caças. Três horas após a aterragem, os pilotos já seguiram para um novo treino no simulador de voo.

Formados pela Academia da Força Aérea, o Capitão Fórneas era piloto de caças F-5 e o Capitão Pascotto comandava caças Mirage 2000. Ambos vão passar seis meses em treino na Suécia e irão tornar-se os primeiros brasileiros instrutores de Gripen.

O contrato de aquisição de 36 aeronaves foi assinado em 24 de outubro. A expectativa é de entrega dos aviões entre 2019 e 2024. O Brasil deverá entretanto operar um número ainda não definido de aeronaves modelo C/D, em regime de leasing,  até à chegada do Gripen de nova geração.

Fonte: Agência Força Aérea
Adaptação: Pássaro de Ferro




quinta-feira, 25 de setembro de 2014

SAAB OFERECE GRIPEN À INDONÉSIA (M1687- 231PM/2014)

Sabb JAS39 Gripen

A Saab está a oferecer 100% de transferência de tecnologia para fornecer os seus caças JAS39 Gripen à Força Aérea Indonésia, segundo um executivo da empresa sueca confidenciou à agencia Janes’s.
Será uma oferta semelhante à que foi feita à Índia e Brasil. 

A Indonésia possui indústria aeronáutica local, apesar de ter estado focada até agora em aeronaves de transporte (CN235 e C212) e helicópteros (AS332). Assim sendo, se o sudeste asiático é uma zona de interesse da Saab, faz sentido ter um parceiro local, que possa construir infraestruturas e executar manutenção avançada.

Tomado no início como o parente pobre da Geração 4+, o Gripen ameaça tornar-se um sucesso de vendas, muito por culpa do preço apresentado, estimado na gama de 40/60M USD por unidade, contra os 60/120M USD da concorrência, bem como o custo anunciado por hora de voo. 
O único caça que poderia competir na mesma gama de preços e tecnologia, eventualmente seria o F-16, que começa a sofrer de desinvestimento por parte do fabricante Lockheed Martin, mais interessado em vender o ultra dispendioso F-35 de 5ª Geração. 
Sem concorrência direta dentro dos mesmos parâmetros, o caça sueco tem razões para sorrir nos anos que se aproximam.



quinta-feira, 3 de julho de 2014

TIGER MEET 2014 - BALANÇO (M1638 - 200PM/2014)

Apesar da pintura vistosa o Escadron de Chasse 1/7 venceu apenas os "Jogos Tiger"

Durante duas semanas, entre 16 e 27 de junho, a base aérea alemã de Schleswig-Jagel, onde está sedeada a Esquadra 51 da Luftwaffe, foi o cenário da edição de 2014 do famoso exercício NATO Tiger Meet (NTM).

A torre de controlo de Schleswig-Jagel

Uma das particularidades deste exercício, entre muitos realizados na Aliança Atlântica, é o de acolher esquadras de aeronaves que tenham um tigre ou outro felino, como símbolo heráldico. As aeronaves que integram o exercício estão normalmente adornadas com pinturas com motivos alusivos ao universo felino, que vão desde apenas os depósitos externos à totalidade da fuselagem. A decoração das aeronaves e vestuário das tripulações e mecânicos, são mesmo categorias sujeitas a concurso, entre as esquadras participantes.
O exercício é realizado rotativamente na base de uma das esquadras do "Clube Tiger", tendo cabido este ano à Luftwaffengeschwader 51, equipada com Panavia Tornado, ser a anfitriã.

Um dos Tornados "da casa"

A finalidade do NTM é proporcionar treino tático às unidades participantes, dentro dum amplo campo de missões, num cenário conjunto e realista. Nesse sentido, busca-se melhorar a interoperatividade de aeronaves e esquadras distintas, treinar o destacamento e operação numa base distante e a realização de operações aéreas compostas (COMAO).

F-16 turco do Esquadra 192

O NTM é desde a década de 1960 uma das melhores oportunidades para o treino das diversas forças aéreas europeias, ao permitir a realização de missões complexas, com elevado número de aeronaves, de várias nacionalidades, em ambiente de guerra eletrónica e ameaças terrestres e aéreas realistas (Mixed Fighter Force Operations), com utilização do sistema de transferência de dados Link 16.

A programação das operações do NTM14 centrou-se em dois períodos distintos diários. O período matutino foi dedicado a missões de combate aéreo de até 4 contra 4 aeronaves, além de missões de apoio aéreo próximo, além do planeamento das missões vespertinas. A parte da tarde consistia normalmente de uma COMAO incluindo ações de Busca e Salvamento de Combate (CSAR), integrando os helicópteros participantes. A metodologia e planeamento, execução e realização dos briefings das missões é em tudo similar à utilizada nos exercícios Red Flag dos EUA, tomado como standard de topo.

Mirage 2000-5F outra das aeronaves do Armée de L'Air no NTM14

Tal como referido, a tradição dos NTM remonta a 1961, quando se realizou o primeiro encontro entre esquadras "Tiger", então apenas três (uma francesa, outra britânica e uma americana). A NATO Tiger Association (NTA) é formada por um conselho formado pelos comandantes de esquadras de pleno direito da NTA, apoiada por um grupo de entusiastas militares reformados ou na reserva, guardiões das tradições, que apoiam e organização do exercício e eventos associados.
Para ser membro de pleno direito na NTA, é necessário receber o convite para participar dum membro de pleno direito no ativo, permanecendo depois durante dois anos como participante em avaliação. Após esse período, a NTA decide de a esquadra cumpre as condições de ingresso na associação.
Por último, importa destacar que este ano participaram em avaliação a Jagdgeschwader 74 de Neuburg, Alemanha, também conhecida como Bavarian Tigers, que por conicidência venceram o primeiro prémio para o melhor esquema de pintura "Tiger".

A melhor pintura de 2014 foi dos Bavarian Tigers

Tiger Association Participants:
•    59/1 Sqn (HUN) - Gripen
•    211 Sqn (CZE) - Gripen
•    221 Sqn (CZE) - Hind + Hip
•    6 Sqn (POL) - F-16 Fighting Falcon
•    313 Sqn (NLD) - F-16 Fighting Falcon
•    31 Sqn (BEL) - F-16 Fighting Falcon
•    192 Filo (TUR) - F-16 Fighting Falcon
•    EC 1/7 (FRA) - Rafale C
•    ECE 5/330 (FRA) - M2000-5
•    11F (FRA) - Rafale M
•    Staffel 11 (CHE) - Hornet
•    TaktLwG 74 (DEU) - Typhoon
•    TaktLwG 51 (DEU) - Tornado
•    JTS (AUT) - Saab 105
•    814 NAS (GBR) - Merlin
•    1 Sqn (NATO) - E-3A Sentry (flying from MOB)

External Participants:
•    Khr 36 (DEU) - Tiger
•    GFD (DEU) - Learjet

Tiger Trophies:

Silver Tiger Trophy:         Fliegerstaffel 11                 Switzerland
Best Flying Unit:              6 Fighter Squadron            Poland
Tiger Games winner:        Escuadron de Chasse 1/7 "Provence"    France
Best Skit:                          59/1 Puma Squadron          Hungary
Best looking Uniform:      Fliegerstaffel 11                 Switzerland
Most fancy Paintscheme:  Jagdgeschwader 74            Germany


Texto e fotos: Alejandro de Prado



segunda-feira, 19 de maio de 2014

REFERENDO SUÍÇO TRAVA COMPRA DO GRIPEN E (M1591 - 65AL/2014)

Saab JAS-39 Gripen

A sueca Saab sofreu um revés, depois de os suíços se terem pronunciado - por pouca margem, é certo - de forma negativa, relativamente à aquisição pelo governo helvático de 22 caças Saab JAS-39 Gripen E, daquele fabricante escandinavo, com vista a substituír os F-5E.  
O referendo, realizado ontem, 18 de maio , ditou que 52% dos votantes o fez contra a vontade dos governantes naquela aquisição
Responsáveis políticos suíços admitem que "esta decisão vai causar uma brecha de segurança Faremos tudo o que pudermos para suprir esta lacuna, nessas circunstâncias difíceis, o mais rapidamente possível. Equacionaremos diferentes opções sobre a melhor forma de garantir a operacionalidade do nosso sistema de defesa". E acrescenta que "vai levar algum tempo antes que novas propostas sejam apresentadas, com o objetivo de proteger o espaço aéreo suíço após o desmantelamento antecipado da frota F/A-18, previsto para 2025.  
Apesar da deceção com o o resultado, o fabricante sueco comenta que: "para Saab , o programa Gripen E, continua de acordo com o plano, com o desenvolvimento e produção de 60 Gripen E para a Suécia em curso e entregas programadas para 2018." E acrescenta: "As negociações sobre 36 Gripen NG para o Brasil estão em curso, e de acordo com plano, com a ambição de ambas as partes conducente a um acordo que deverá ser assinado ainda em 2014."

Fonte: Flightglobal
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro

quarta-feira, 14 de maio de 2014

EXERCÍCIO JAWTEX 2014 - ALEMANHA (M1583 - 162PM/2014)


Eurofigher EF-2000 Typhoon da Luftwaffe        Foto: Luftwaffe/Ingo Bicker
Linha de F-16 de várias nacionalidades em Jagel      Luftwaffe/Falk Bärwald
 Caudas de F-16 em Jagel         Foto: Luftwaffe/Falk Bärwald
Chegada dum JAS39 Gripen húngaro a Jagel     Luftwaffe/Falk Bärwald
F-16AM da Esquadra 313 da RNLAF em Jagel      Luftwaffe/Falk Bärwald

De 12 a 23 de maio, a Força Aérea Alemã (Luftwaffe) conduz o exercício JAWTEX (Joint Air Warfare Tactical Exercise) 2014. 
Este exercício multinacional de grande amplitude realiza-se por todo norte e nordeste da Alemanha e mobiliza quase militares de 11 países da NATO e países associados, que treinam todos os aspetos de operações conjuntas, além de coordenação entre meios aéreos, marítimos e terrestres.
Os principais focos do treino estão centrados na integração ar-superfície, operações de mobilidade aérea e apoio de fogo conjunto.
Os sistemas de armas mais avançados - Typhoons alemães e italianos, Gripens húngaros, F-18 finlandeses, além de F-16 turcos e dos Países Baixos - realizarão operações aéreas durante o JAWTEX 2014. O exercício é ainda apoiado por aviões de carga C-160 Transal alemães e C-130 Hercules dos Países Baixos. Helicópteros alemães CH-53, NH90 e Tiger, Blackhawk austríacos, além de Cougar checos e eslovenos, completam os "sabores" disponíveis neste enorme exercício multinacional.

EC665 Tiger do exército alemão       Foto: Luftwaffe/Stefan Gygas
2 Blackhawk austríacos e 1 Cougar  esloveno em Holzdorf     Foto: Luftwaffe/Klaus Sattler

O JAWTEX envolve ainda sistemas de defesa aérea como o PATRIOT alemão e o SAM P francês, além do centro de operações de defesa aérea em Altengrabow. Em Bergen, forças aéreas, paraquedistas, aviação do Exército e artilharia, coordenam as operações de integração ar-terra.

 
Sistema de defesa anti-aérea Patriot     Foto: Luftwaffe/Niels Juhlke

A 15 e maio a zona de treino de Klietz será palco de uma operação de assalto aéreo em larga escala, envolvendo 500 militares da Brigada Aerotransportada 31 alemã e da Brigada Móvel Aérea dos Países Baixos. Forças marítimas incluem duas fragatas, um navio de suporte de combate, bem como um navio auxiliar no Mar do Norte, para apoiar o exercício. Aeronaves de combate e transporte irão operar a partir das bases aéreas de Jagel, Wittmund, Hohn, Laage, Holzdorf e Fasberg, além do avião reabastecedor A310 a partir de Colónia. Uma plataforma AWACS E-3 Sentry da NATO operará a partir de Oerland na Noruega.

A310 da Luftwaffe reabastece Tornado ladeado por um Typhoon    Foto: Luftwaffe/Markus Schulze

domingo, 16 de março de 2014

CRISE NA CRIMEIA - SUÉCIA PONDERA ADERIR À NATO (M1475 - 90PM/2014)

Saab JAS39 Gripen da FA Sueca
Os líderes da região que reagiram à ocupação russa da Crimeia, expressando os seus medos de serem os próximos, procuram abrigo nas suas alianças.
"Graças as Deus somos membros da NATO" Exclamou a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaite na semana passada. Este mês, a Noruega recebe 16.000 soldados para o exercício Cold Response já previamente planeado, junto à fronteira russa, para grande desagrado no país dos Czares. entre os participantes do exercício estão 1600 militares suecos, sob o acordo de cooperação limitado com a Aliança Atlântica.

Não alinhados desde o início do século XIX, o "esplêndido isolamento" sueco sobreviveu a duas guerras mundiais e mesmo às cinco décadas de disputas entre as superpotências, que dominaram o século XX. Mas isso pode mudar contudo, à luz da intervenção da Rússia na Ucrânia. Na semana passada, o ministro das Finanças sueco Anders Borg indicou que o orçamento da Defesa, para o qual havia anunciado recentemente cortes, será aumentado em resposta à crise (da Crimeia). O vice primeiro-ministro Jan Bjorklund também insinuou publicamente a ideia da Suécia se tornar membro da NATO, avisando que a Rússia poderia tentar apoderar-se de Gotland, uma província insular estrategicamente colocada no Mar Báltico, se pretender atacar os antigos repúblicas da União Soviética, Estónia, Letónia e Lituânia. Ainda assim, Sverker Goransson, supremo comandante militare sueco, rejeitou a ideia de Bjorklund de mudar a doutrina de Defesa do país.

Gotland, a maior ilha do Báltico, fica a cerca de 80km da costa sueca e a apenas 200 km de Kalinigrado, o enclave russo na Europa, que possui uma enorme base militar. A posição de Gotland, dar-lhe-ia enorme valor estratégico, no caso de conflito no Mar Báltico. "Os sistemas de mísseis terra-ar e anti-navio podem atingir alvos até 300-400 km. " escreveu Karlis Neretnieks, general sueco reformado, "quem conseguir estabelecer sistemas desses em Gotland, conseguirá tornar muito difícil de operar no Mar Báltico ao seu inimigo(...)"

A Rússia já se apropriou por algum tempo de Gotland, durante as guerras napoleónicas de 1808, mas forças suecas expulsaram-nos apenas um ano depois, fazendo parte da Suécia desde então. Ao contrário da Crimeia, não há grupos étnicos russos em Gotland, mas a ilha ainda continua intimamente ligada aos interesses russos. A companhia russa Gazprom é dona do Nord Stream, uma conduta de gás que passa por Gotland e fornece à Europa 55.000 milhões de m3 de gás natural por ano. O presidente russo Putin, jurou defender a estratégica conduta com a Marinha Russa em 2006 e num incidente reminiscente dos tempos da Guerra Fria, em março de 2013, dois bombardeiros russos e respetivas escoltas, invadiram espaço aéreo sueco, numa simulação de ataque contra  a ilha. O alerta aéreo da NATO no Báltico respondeu. O sueco não.

A crise na Crimeia renovou o debate a decorrer nos círculos políticos, acerca das delapidadas defesas do país. Os sucessivos cortes na Defesa por vários Governos do pós-Guerra Fria tornaram-se tão severos, que o comandante supremo das Forças Armadas suecas Goransson estimou em 2013 que o país apenas resistiria uma semana em caso de ataque. A opinião foi secundada por um relatório de um colégio militar, que acrescentava que a ajuda internacional seria necessária porque "os militares não possuem a credibilidade necessária para defender toda a Suécia". Mais tarde, o Secretário-geral da NATO Andres Rasmussen lembrou que a Suécia não pode contar com ajuda militar da NATO, a menos que se torne um membro.

Em resposta, um programa de TV russo emitiu uma paródia, em que o personagem que representa Goransson resmunga ao som da música dos ABBA "Mamma Mia", as fraquezas militares suecas. "É muito assustador! A sério! Deixem-nos aderir à NATO já! Caso contrári oa Rússia conquista-nos na próxima semana!

A ideia de aderir à NATO não é nova e tem ganhado força nos últimos anos. Um inquérito realizado em 2013 concluiu que o apoio popular havia crescido 9 pontos percentuais em apenas dois anos, apesar de ainda não ser maioria.

Para já, a cooperação da Suécia com a NATO tem vindo a aprofundar-se, tendo mesmo caças Gripen atribuídos à Força de Resposta Rápida da Aliança Atlântica durante 2014, e vindo a participar em exercícios NATO desde há vários anos atrás.

Apesar da ameaça russa não parecer imediata, o exemplo da Crimeia pode forçar alguns políticos suecos a reavaliar o nível de ameaça. "É necessário dimensionar a capacidade de fogo de acordo com a ameaça" disse Bjorklund. "Quantas pessoas imaginariam que a Rússia entraria na Crimeia? O mesmo argumento é válido para os estados bálticos".

Fonte: Defense One
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro



quinta-feira, 6 de março de 2014

EUA E SUÉCIA DESTACAM CAÇAS NO BÁLTICO (M1457 - 72PM/2014)

F-15C Eagle em reabastecimento por um KC-135     Foto: USAF

Os EUA anunciaram ontem 5 de março, através do Secretário da Defesa Chuck Hagel, que o país irá reforçar a sua participação no policiamento do espaço aéreo dos três países bálticos, anteriormente pertencentes à União Soviética.

Tal como o Pássaro de Ferro noticiou, os EUA têm quatro F-15 destacados em Siauliai desde o fim de 2013, no âmbito do patrulhamento aéreo de Letónia, Estónia e Lituânia, pertencentes à NATO, mas sem capacidade para efetuar a proteção do espaço aéreo próprio, sendo a tarefa desempenhada rotativamente pelos aliados.

Segundo informações adiantadas por um oficial, aquando do anúncio da decisão de aumentar o contingente, o reforço com mais seis aeronaves F-15C e um avião reabastecedor KC-135, será realizado ainda no decorrer da presente semana.

Alegadamente, o reforço será feito a pedido dos países bálticos, demonstrando da parte dos EUA "O empenhamento para com a segurança dos aliados da NATO".

Nenhuma referência direta com a situação na Crimeia foi emitida.

Saab JAS39 Gripen em configuração ar-ar       Foto: Saab

Já a Suécia, país que em 2013 passou por alguns embaraços quando bombardeiros russos entraram em espaço aéreo sueco sem serem intercetados, destacou na passada terça-feira 4 de março, um número não revelado de caças Gripen para a base aérea situada na ilha de Gotland no Báltico. 
Segundo comunicado oficial a medida deve-se ao " aumento de operações aéreas na área, e especialmente devido aos exercícios de treino russos em curso", acrescentando que a ação se destina a "aumentar a capacidade de monitorizar os céus, o que é perfeitamente normal durante exercícios grandes".

Segundo a agência de notícias russa Tass, o exercício envolve cerca de 3500 militares da frota russa do Báltico, num exercício de "prontidão de combate", ao largo de Kalinigrado, o enclave russo no Báltico.

Oficialmente, o porta-voz das Forças Armadas suecas disse que o nível de ameaça da Rússia relativamente à Suécia se mantém inalterado, embora o estratega militar sueco Stefan Ring vá opinando que "considerando o que está a suceder na Ucrânia, seria um abandono do dever se os aviões não fossem destacados".
Apesar de não ligar o destacamento dos Gripen à situação na Crimeia, Goran Martensson o porta-voz da Defesa sueca admitiu que o desenrolar de acontecimentos na Ucrânia está a ser acompanhado atentamente.



domingo, 26 de janeiro de 2014

BRASIL SÓ RECEBERÁ O GRIPEN EM 2018 (M1398 - 15AL/2014)

Saab JAS-39 Gripen - Foto: Katsuhico Tokunaga

O presidente da Saab, Håkan Buskhe, confirmou nesta passada sexta-feira, dia 24 de janeiro, que a empresa está comprometida a iniciar a entrega de 36 caças Gripen ao Brasil, a partir de 2018, sendo que espera a conclusão de um acordo final para a encomenda, em menos de doze meses. Hoje, o executivo se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, no primeiro encontro entre o governo e a cúpula da empresa desde o anúncio em Brasília da escolha do avião sueco.
No próximo dia 29 de janeiro, a Embraer e a Saab vão reunir-se no Brasil para começar a tratar dos detalhes da parceria. A Saab quer um acordo no prazo mais curto possível. O executivo de Dilma Rousseff acredita que um acordo final pode ser assinado em menos de doze meses. 
Um dos pontos a ser debatido será o de como entregar os 36 aviões para o Brasil e ainda responder  aos pedidos da Força Aérea Sueca, que também já havia feito encomendas para 2018. “Provavelmente podemos entregar ambos. Mas é uma discussão que teremos de ter com o Brasil”, disse Håkan Buskhe e afirmou que “o ritmo de produção e entregas será determinado pelo Brasil.
O mesmo executivo da Saab admite que existe a possibilidade de que modelos mais simples do Gripen sejam alugados ao Brasil, enquanto as entregas do produto final não ocorrem. Mas explica que essa será uma negociação entre os governos de Dilma e da Suécia, muito embora adiante que neste momento não há aviões disponíveis.
A Saab, na sua parceria com a Embraer, prevê que este projeto de longo prazo possa trazer benefícios e empregabilidade, nas unidades de fabrico brasileiras.

Edição: PFerro/2014


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

HUNGRIA NO POLICIAMENTO AÉREO DA ESLOVÉNIA (M1392 - 24PM/2014)

Saab JAS39 Gripen da FA Húngara

Os Gripen da Hungria passarão a fazer parte do controlo do espaço aéreo da Eslovénia, no seguimento de um acordo assinado entre o ministro da Defesa húngaro Csaba Hende e o seu homólogo esloveno Roman Jakic, na base aérea de Kecskemét na sexta-feira passada.

A Itália tem vindo a desempenhar a tarefa sozinha, passando agora a revezar-se com a Hungria na proteção do espaço aéreo da Eslovénia, que não possui meios próprios para o fazer.
Quando a Eslovénia aderiu à NATO em 2004, optou por garantir a proteção do seu espaço aéreo em cooperação com os seus aliados, em vez de adquirir caças para a sua Força Aérea. É nesse âmbito por isso que Itália e Hungria a partir de agora realizam a tarefa. 
Ao contrário do que sucede nos países bálticos e Islândia, em que os aliados NATO também asseguram o policiamento aéreo, na Eslovénia a missão não exige destacamento de meios, sendo a vigilância feita a partir das bases onde estão estacionados normalmente os caças.
A provar a efetividade do sistema, uma demonstração foi realizada, com a notificação da descolagem de uma aeronave não identificada a partir de Ljubljana na Eslovénia. Dois Gripen intercetaram a aeronave sobre a parte ocidental da Hungria e escoltaram-na até Kecskemét.

Hungria e Eslovénia têm já um acordo de entendimento e cooperação relativamente ao controlo de espaço aéreo desde 1996, que permitia aeronaves militares desarmadas  entrar mutuamente no espaço aéreo dos países, desde que com notificação prévia. Estas restrições foram agora levantadas com o novo acordo.

Fonte: Ministério da Defesa Húngaro
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro

domingo, 12 de janeiro de 2014

BRASIL, O GRIPEN E O RESTO DO MUNDO (M1375 - 12PM/2014)

Saab JAS39 gripen

A opção brasileira pelos aviões de caça suecos no concurso que contrapôs caças americanos e franceses e, no início, também os russos da Sukhoi mostra, além de uma disputa técnica, também uma nova atitude de política externa do Brasil. Esta é a opinião do Professor José Niemeyer, diretor dos cursos de Relações Exteriores do IBMEC, prestigiado instituto de economia do Brasil. O Professor Niemeyer fala também dos bastidores da política brasileira, nas ações que resultaram na compra dos 36 aviões Gripen, do fábricante sueco Saab.

– Como  analisa a escolha pelo governo brasileiro do avião Gripen da Suécia para o fornecimento dos aviões militares e renovação da Força Aérea Brasileira?

– Não era uma escolha esperada, na verdade a maior expectativa era em relação a uma parceria com a França. Houve uma mudança no rumo das negociações que não ficou muito clara. Acho importante a gente pensar esse acordo entre Brasil e Suécia por duas perspectivas.
Primeiramente, pela perspectiva estratégico-militar, visto que o Gripen é um avião menor, mais leve, com menor autonomia de combate. Ele vai ficar localizado em Anápolis e a gente tem que entender que de Anápolis ele terá uma autonomia que vai chegar às margens da fronteira com a Venezuela, às margens da costa brasileira, às margens da Amazónia, e também ao sul do país. Ou seja, o raio dele vai ser um raio de menor alcance comparado, por exemplo, ao Sukhoi que foi cogitado no começo da licitação, tendo também uma autonomia menor do que o avião norte-americano e que o avião francês. 
Do ponto de vista técnico, tem uma outra questão que é a troca de tecnologia, que foi uma variável estratégica para a aeronáutica brasileira. A troca de tecnologia no setor militar sempre foi muito importante, mas hoje ganha uma importância especial porque o mundo caminha para o que a gente chama de sistema multilateral aberto, então não faz muito sentido países que não detêm tecnologia aceitarem uma imposição de não haver troca de tecnologia. Se o mundo caminha para um multilateralismo aberto, ficou mais fácil do ponto de vista diplomático para os países que não detêm tecnologia negociar tecnologia, tanto no campo civil quanto no militar, para acabar um pouco com aquele engessamento norte-sul entre os possuidores de tecnologia e dos não possuidores de tecnologia.

Tem uma questão importante também, além da troca de tecnologia, é o tamanho do contrato. Parece que durante o termo do contrato, a compra pode chegar a 160 aeronaves. Então é um acordo interessante do ponto de vista da quantidade e da qualidade do recurso de poder, que no caso é o avião. Agora partindo do aspeto da viabilidade política do acordo, esse acordo terá que ser melhor analisado no tempo e no espaço. Pois o Brasil optou por um avião sueco, e não por um avião norte-americano ou francês.
Nesse caso, a ação brasileira é uma ação alternativa, pois os Estados Unidos sempre foram parceiros estratégicos do Brasil, principalmente no campo da Segurança do Estado e segurança regional. E a França, que foi, principalmente durante o segundo mandato do governo Lula, tratada como principal parceiro do Brasil, inclusive há um acordo entre Brasil e França para construção e aprimoramento dos nossos submarinos convencionais, os Tucuna. Ou seja, a França já tem uma parceria com o Brasil no campo militar, assim como a Itália teve no passado.

– Aliás, o Brasil já comprou à França o porta-aviões São Paulo.


– Há um acordo para a melhoria e produção de submarinos convencionais entre Brasil e França. Portanto, era esperado que o avião fosse o francês, mas o Brasil escolheu o caminho do meio e isso não tem jeito, nas relações internacionais isso implica um risco. Até porque tem um outro complicador, pois a França e os Estados Unidos são competidores no campo estratégico militar. A França não acompanha os Estados Unidos em todas as decisões no Conselho de Segurança da ONU. A França tem uma autonomia militar desde a II Guerra Mundial. A França faz testes nucleares e tem uma forma muito controlada de realizar esses testes, o que sempre incomoda os Estados Unidos e vice-versa. A França investe muito em energia nuclear para fins civis.

Portanto, quando a gente analisa o que a França e os Estados Unidos pensam em relação à potência do Estado, os dois países não são necessariamente países parceiros. Eles têm agendas no campo da potência do Estado muito específicas. Foi uma ação alternativa o Brasil buscar um avião sueco. Agora, é um avião europeu.

– Por que motivo, na sua opinião, foram necessários cinco mandatos presidenciais brasileiros, dois do Fernando Henrique Cardoso, dois do Lula e um da presidente Dilma Rousseff, para a escolha do avião sueco para a substituição da Força Aérea brasileira? Você partilha da opinião de que os Estados Unidos foram descartados em função das denúncias do Edward Snowden de que o Brasil foi espionado pelos Estados Unidos?

– Eu vou começar pela segunda pergunta. Acho que a questão do Snowden foi fundamental para a decisão de não comprar o avião norte-americano. Os militares brasileiros devem ter começado a perceber que seria muito fácil para o setor de segurança e informação americano conseguir ter algum controlo sobre a forma como o Brasil utilizaria os aviões, pois a aviónica de uma aeronave está muito ligada à questão da comunicação. Se o Brasil está a ser investigado naquele nível, também não é difícil controlar um meio militar.

E a primeira questão tem a ver com algo que até hoje se discute no Brasil, que é como a sociedade brasileira entender os gastos militares. Portanto, quando temos outras questões da área das políticas públicas para serem resolvidas, na área da educação, saúde, segurança pública, talvez o tempo que se levou para tomar a decisão tenha muito a ver com esse cuidado com a opinião pública.

– Qual seria a repercussão?

– A opinião pública poderia não gostar do gasto, pois é um gasto considerável. Outro ponto importante também é que a compra do avião sueco mostra uma leve divisão dentro do executivo federal, dentro do governo brasileiro.

Pois o ministro da Defesa, Celso Amorim, é uma pessoa de inteira confiança de Lula. Foi ministro das Relações Exteriores quando a França foi colocada como principal parceira no acordo de compra dos caças, depois volta como ministro da Defesa, mas parece que o que prevaleceu foi a decisão da equipa técnica da Força Aérea. Acho que aí há uma disputa muito interessante dentro do governo, dentro dos grupos que formam o governo.

Por exemplo, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, que foi ministro do Trabalho no governo Lula, é considerado um nome muito forte para uma futura presidência, e a informação que eu tenho é que já há uma fábrica da Saab, montadora de camiões e que monta o Gripen, ali naquela região do ABC paulista. Eu soube que Marinho fazia um movimento já há algum tempo para que o Gripen fosse o vencedor da licitação. Inclusive, até criando numa Universidade, em São Bernardo, um grupo para se estudarem as questões ligadas à defesa nacional, estudos estratégicos, para já começar a mostrar dentro da cidade a importância da compra desses aviões. Ele foi à Suécia pessoalmente fazer um lobby, visitando a Rainha da Suécia, o Rei da Suécia. E essa foi uma vitória de Luiz Marinho, porque o avião vai ter que ser montado, você terá que fabricar algumas peças, vai criar toda uma indústria direta e indireta para esse processo, e isso vai ficar centrado ali em São Bernardo. Portanto, é uma grande vitória de Luiz Marinho, inclusive eu diria que, do ponto de vista político, é o maior vencedor.

Então isso é importante, porque a gente começa a perceber que no PT começa a surgir uma nova geração de lideranças que vai se colocar à disposição do Partido e Luiz Marinho é um deles. Outro ponto importante é discutir porque é que o Brasil decidiu essa ação mais alternativa de comprar um avião sueco. Será que Ministério da Defesa, a Abin (Agência Brasileira da Inteligência), a presidência da república, o gabinete de segurança nacional, o conselho de defesa nacional, perceberam que o Brasil tem espaço nesse mundo que caminha para um multilateralismo aberto, que o Brasil tem espaço para ocupar, e que seria mais interessante que Brasil tivesse mais autonomia num momento como este? E a compra do Gripen traz mais autonomia para o Brasil? Isso tem que ser pensado.

No último domingo, na Folha de São Paulo, o Fernando Henrique escreveu um artigo interessante, no qual ele defendeu que o Brasil volte a ter um relacionamento mais próximo com os Estados Unidos e com a Europa e que não fique tratando a política externa como uma política pública, uma política de estado de stop and go, de se aproximar de alguns países, aí depois volta, se aproxima, tenta recuperar o Mercosul, ao mesmo tempo quer uma aproximação com os países do norte do continente, depois tem alguns acordos com a Europa, mas ao mesmo tempo não abre mão de ter um relacionamento com a China e com a Índia. E isso faz parte do multilateralismo aberto que eu falo, porém o Fernando Henrique quer deixar claro, e eu concordo com ele, que em diplomacia o tempo e recursos são esgotáveis. Nós não temos diplomatas suficientes para fazer acordo com todo e qualquer país. Também não temos tempo para isso. A negociação exige tempo.

Isso mostra bem o que o PSDB pensa em relação à política externa se voltar ao poder. O PSDB tem uma visão mais focada de política externa, principalmente com os seus parceiros tradicionais, Estados Unidos e Europa, e tentar melhorar as relações do Brasil com os países do Sul, principalmente a partir do Mercosul. E a compra do Gripen, se a gente for analisar as notícias da imprensa argentina, pode mostrar para o nosso principal parceiro no sul, que é a Argentina, e também a Venezuela (agora também no Mercosul), que o Brasil busca uma autonomia de criar acordos com países alternativos, e não com França e Estados Unidos. E isso pode incentivar Argentina e Venezuela a fazerem o mesmo, ou incentivar, por exemplo, a Argentina a ter uma postura mais próxima dos Estados Unidos. Então, a Venezuela pode pensar o seguinte: o Brasil busca uma postura mais alternativa ao aproximar-se da Suécia, então o governo venezuelano pode solidificar ainda mais a sua parceria com a Rússia no campo estratégico-militar.

Então uma ação como esta do Brasil pode fazer com que outros países da América Latina, principalmente Argentina e Venezuela, comecem a buscar também acordos alternativos no campo da segurança e da defesa nacional. Então, por mais que o Brasil não seja um player relevante no campo da segurança internacional, e definitivamente não é, e Suécia também não é, pois é uma fornecedora de tecnologia militar, eu sinto que nós vamos precisar de um bom tempo para ver como ficam as relações Brasil-Estados Unidos, pois acordos como estes refletem-se também em acordos de comércio, acordos de cooperação económica, acordos de troca de tecnologia no campo civil.


Fonte: A Voz da Russia
Edição: Pássaro de Ferro

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

COLÔMBIA VAI ÀS COMPRAS (M1343 - 403PM/2013)

Kfir C-12 da FA Colombiana

O recente sobrevoo de bombardeiros russos Tupolev Tu-160 Blackjack sobre território colombiano, rota cumprida na ocasião por essas aeronaves durante voos de ida e volta entre Venezuela e Nicarágua, reacendeu as discussões dentro do governo da Colômbia no âmbito do fortalecimento da aviação de combate do país. Fontes militares colombianas confirmaram a sua disposição de promover a elevação das capacidades aerotáticas da Força Aérea da Colômbia (FAC). Essa movimentação está de acordo com a constatação de que os Kfir C-10/C-12 de origem israelita, avião de combate mais avançado em serviço naquele país e enviado para acompanhar os bombardeiros russos, não teria capacidade suficiente para impor resistência no caso de uma ação mais abrangente.

Segundo o portal “Jane’s Defence Weekly”, o chefe de operações da FAC, general Carlos Bueno Vargas, anunciou em Londres durante uma conferência internacional de imprensa, que o governo do seu país está a considerar varias opções de compra em termos de modelos de caças. Entre as plataformas citadas por Vargas figuram o Lockheed Martin F-16 (de que se fala com insistência já há alguns meses, mesmo antes do incidente com os Tupolev), o russo Sukhoi Su-30 Flanker C, versões adaptadas dos Dassault Rafale e Mirage 2000 e o sueco Saab JAS 39 Gripen.

Segundo o general, o episódio envolvendo os Tu-160 trouxe à tona a necessidade de adoção de sistemas de defesa aérea de alerta antecipado e controlo. A FAC já demonstrou recentemente interesse em incluir na sua frota, aeronaves AEW (Airborne Early Warning- Alerta Aéreo Antecipado), sendo que um dos possíveis candidatos é o modelo desenvolvido pela Israel Aerospace Industries (IAI) a partir do jato executivo Gulfstream G550.

A maioria dos 23 aviões de combate Kfir que figuram no inventário da FAC, foram recentemente modernizados para o padrão C-10/C-12, incorporando itens de quarta geração. Mais recentemente, o governo de Bogotá iniciou um programa que visa a seleção de um substituto dos veteranos Cessna A-37 Dragonfly e Rockwell OV-10 Bronco da FAC, cuja plataforma poderá ser um jato puro ou turboélice, incluindo o A-29 Super Tucano da Embraer Defesa e Segurança (EDS), dotado de sistemas mais avançados.

Fonte: Tecnologia & Defesa
Adaptação: Pássaro de Ferro

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