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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

NORUEGA VAI TREINAR PILOTOS UCRANIANOS EM PORTUGAL [M2571 - 95/2024]

F-16 norueguês à descolagem em Skrydstrup na Dinamarca  Foto: Jan Kjær / The Danish Armed Forces


A Noruega irá continuar o treino de pilotos ucranianos em Portugal, uma vez que o centro de treino na Dinamarca encerrou a atividade.

Desde o outono de 2023, a Noruega tem contribuído com aeronaves e instrutores para o treino de pilotos ucranianos de F-16 e mecânicos, na Dinamarca. A missão na Dinamarca foi concluída recentemente , mas o governo norueguês reservou fundos para continuar a missão também no próximo ano. 

Em diálogo com a coligação de defesa aérea da NATO, a Noruega decidiu continuar a missão em cooperação com Portugal, e o treino terá lugar em Portugal.

Segundo nota de imprensa das Forças Armadas Norueguesa publicada no dia de hoje 13 de dezembro de 2024, "os preparativos para a nova missão já estão em andamento e os treinos terão início no novo ano e durarão até o final de março", reforçando ainda que a Noruega continuará juntamente com os Aliados, a "doar material, treinar, equipar e apoiar a Ucrânia, para que vençam a guerra".


F-16 norueguês em Monte Real    (imagem de arquivo)

Não é para já claro em que moldes  irão decorrer os treinos, nem em que aeronaves, uma vez que os F-16 em uso na base de Skrydstrup na Dinamarca para treino de tripulações ucranianas, eram dinamarqueses e noruegueses.

Entretanto, as autoridades portuguesa ainda não se pronunciaram sobre o assunto.



sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

UCRÂNIA PEDE F-16 MAS PORTUGAL SÓ DÁ FORMAÇÃO DE TÉCNICOS [M2467 – 12/2024]


Durante a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, a Kiev no início do mês, o chefe da diplomacia portuguesa reiterou a disponibilidade “para formar pilotos e técnicos de manutenção, apoio de retaguarda em termos de manutenção, aconselhamento técnico em matéria de manutenção dos aeródromos”. Gomes Cravinho acrescentou ainda que Portugal “vai anunciar muito em breve um novo pacote de ajuda correspondendo àquilo que são as necessidades do momento”

Ainda assim, Igor Zhovkva, chefe de gabinete adjunto da Presidência da Ucrânia, em entrevista à agência Lusa, apesar de agradecer o "bastante modesto" contributo português desde a invasão russa, há quase dois anos, manifestou o desejo de Portugal contribuir com o fornecimento de caças F-16, à semelhança da Dinamarca, Países Baixos, Bélgica e Noruega, que se encontram em fase de transição para o F-35.

Agradecemos o facto de Portugal fazer parte da coligação de F-16 e de ter entrado em termos de formação e treino não só para pilotos, mas também para técnicos e engenheiros, o que é muito importante. Mas gostaríamos certamente que Portugal fizesse a entrega de F-16” disse Igor Zhovkva, que tem funções de política externa no gabinete do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensly.

Zhovkva sublinhou ainda, que uma vez que Portugal integra o grupo internacional para dotar a Ucrânia com caças F-16 e capacidade para os operar, "seria muito bom se Portugal se tornasse num dos cinco principais países a fazer entregas”.

Apesar de ter a noção de que o país não tem grande quantidade de aviões de combate, reforçou ainda que “tal como no exemplo dos tanques [NR: Portugal forneceu à Ucrânia três Leopard 2A6] , seria bom receber pelo menos alguns. Seria muito simbólico se Portugal quisesse fornecer estes aparelhos”, esperando que "após as eleições legislativas esse passo possa ser dado".

Já no decorrer da presente semana, no final da reunião de ministros da Defesa da NATO, o ministério da Defesa revelou finalmente a ajuda portuguesa, numa publicação na rede social X (ex-Twitter), que se ficou pelo fornecimento de 1M EUR de munições, três lanchas de alta velocidade e treino de controladores de tráfego aéreo. 

Em declarações à imprensa, a ministra da Defesa Helena Carreiras acrescentou ainda a disponibilidade para receber técnicos de manutenção de F-16, para formação em Portugal, não voltando a referir o treino de pilotos, como em anteriores ocasiões.

Apesar do primeiro-ministro António Costa, já anteriormente ter posto de parte a hipótese de fornecer à Ucrânia caças F-16 da frota da Força Aérea Portuguesa, por a frota existente estar empenhada nos compromissos nacionais e internacionais do país, o que a situação acaba por colocar em evidência é o atraso na definição de um substituto para os F-16 na FAP - que não consta sequer da actual Lei de programação Militar, em vigor até 2034.

Por outro lado, há ainda a referir o minimalismo do contributo português, que não é mais do que o espelho da escassez de meios técnicos e humanos nas Forças Armadas - resultado de décadas de desinvestimento - e que vêm atingindo mínimos históricos que se adensam numa época de severa convulsão e incerteza internacionais, como a que actualmente atravessamos.


quarta-feira, 24 de maio de 2023

PORTUGAL DISPONÍVEL PARA TREINAR PILOTOS UCRANIANOS EM F-16 - atualizado 25/05/2023 [M2411 - 43/2023]

Versão bilugar do F-16 para instrução

Helena Carreiras esteve presente na reunião de ministros da Defesa da União Europeia, ontem 23 de Maio de 2023, em Bruxelas. 

Na sequência da reunião com os seus congéneres, em que esteve também presente o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, o Ministério da Defesa Nacional actualizou os apoios com que o país se compromete para o esforço de guerra na Ucrânia, entre os quais se destaca a "Disponibilidade para treinar pilotos de F-16".

Jens Stoltenberg e Helena Carreiras na reunião em Bruxelas     Foto: MDN
Lembramos que no decorrer da última semana, na cimeira G7, o presidente dos EUA, Joe Biden anunciou que irá suportar o esforço conjunto para o treino de pilotos ucranianos, bem como autorizar o fornecimento de caças avançados, "incluindo F-16". 

Antes ainda, os primeiros-ministros britânico e neerlandês, haviam anunciado a intenção de criar uma "coligação internacional" para o fornecimento de F-16 à Ucrânia, sendo as frotas dos países que estão em fase avançada de substituição do Fighting Falcon pelo F-35, insistentemente faladas como as mais sérias candidatas a envergar as cores ucranianas.

Tal não é contudo o caso da frota da Força Aérea Portuguesa, segundo palavras do primeiro-ministro António Costa em Fevereiro passado, uma vez que os F-16 lusos ainda não têm substituto programado. Além disso, tendo Portugal alienado já 17 F-16, entregues à Roménia entre 2016 e 2021, deixa pouca margem de manobra para nova redução da frota. 

Na lista de equipamento e material aéreo, que constituem o apoio militar português à Ucrânia, actualizada pelo Ministério da Defesa a 3 de Maio, constam para já seis Sistemas Aéreos Não Tripulados, fornecidos no segundo trimestre de 2022, e os seis helicópteros pesados multipropósito Kamov Ka-32A11BC ex-Protecção Civil, ainda por entregar.

Actualização 25/05/2023

Já no decorrer do dia 25 de Maio, o Secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, agradeceu através da rede social Twitter, a disponibilidade dos países da coligação para o treino de pilotos ucranianos em F-16, incluindo Portugal:

Resta agora saber em que moldes irá decorrer este treino.



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

ENCOMENDA DE K-8W COMPLETA EM ANGOLA [M2219 - 7/2021]

Hongdu K-8W da Força Aérea Nacional de Angola          Imagem:TPA

A 14 de Dezembro de 2020 passado decorreu no Regimento Aéreo de Caça-Bombardeiro (RACB) em Catumbela, Angola, a cerimónia de entrega do segundo e último lote de aviões de treino e ataque leve de fabrico chinês K-8W.

As entregas do primeiro lote terão começado ainda em 2019, sendo que no final de Janeiro de 2020 era já possível observar em Catumbela pelo menos três das seis células K-8 do primeiro lote. Segundo informação veiculada pela agência ANGOP, durante 2020 esta frota realizou 1.265 voos num total de 1.770 horas.

A cerimónia de entrega do segundo lote de seis aviões, completando o total de doze encomendados, teve a presença do ministro da Defesa angolano João Ernesto dos Santos "Liberdade", do comandante da Força Aérea Nacional de Angola, general Altino Carlos dos Santos, de comandantes de regiões militares e navais das Forças Armadas, além de diversas autoridades, incluindo o vice-governador provincial de Benguela, Leopoldo Muhongo, e o administrador municipal da Catumbela, Fernando Belo, entre outras individualidades.

Yuan Mu, representante da CATIC, empresa fornecedora dos aviões, sublinhou no discurso de ocasião, a disponibilidade e interesse na continuação da cooperação com Angola, tendo já fornecido também dois aviões de transporte MA60, além dos K-8. A oferta, durante a cerimónia, de uma miniatura do modelo de treino avançado e ataque leve L-15, ao ministro da Defesa angolano, deixa antever a possibilidade de novos negócios para o futuro.

A cerimónia de entrega das últimas aeronaves coincidiu com o encerramento do curso de pilotos instrutores do modelo.

O contrato de fornecimento contempla ainda um simulador de ejeção, simulador de manutenção e equipamentos de apoio. 

Reportagem da cerimónia pela TPA



segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

LYNX MODERNIZADO DA MARINHA EM FASE FINAL DE ACEITAÇÃO [M2213 - 131/2020]

Foto: Marinha Portuguesa

Entre o final de novembro e o início de dezembro de 2020, decorreu a fase final do processo de aceitação da primeira aeronave Lynx MK95Ada Marinha Portuguesa, em Yeovil, no Reino Unido, decorrente do atual contrato com a Leonardo Helicopters para a modernização de cinco helicópteros.

Segundo comunicado de imprensa de hoje, 28 de dezembro de 2020, o processo de aceitação foi executado pela Delegação Técnica de Acompanhamento e Fiscalização (DTAF) da Direção de Navios, da Marinha Portuguesa. Esta delegação, coadjuvada pelos pilotos da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha, com o respetivo processo de certificação concluído, é responsável pelo projeto de modernização dos helicópteros.​

Foto: Marinha Portuguesa

O processo de aceitação assentou na análise documental, na análise das publicações para a operação da aeronave, verificação de hardware e software e no cumprimento dos requisitos legais em vigor relativamente à aeronavegabilidade e segurança de voo. Foi também efetuada inspeção física da aeronave, com a confirmação de todos os equipamentos instalados e a validação do esquema de pintura aprovado.

Foto: Marinha Portuguesa

Por último, foram realizados testes no chão e executadas medições de vibrações em voo, ambos com resultados positivos. Decorrente de todo este processo foram realizadas 154 observações, das quais cerca de 1/3 se encontram em processo de retificação para que a aeronave seja transportada para Portugal no início do ano 2021.

A fase de aceitação desta aeronave insere-se num projeto de modernização aos cinco helicópteros da Marinha, o qual teve início em 2016, com o objetivo de melhorar a sua performance, como meio orgânico das fragatas, num largo espetro de missões em que a Marinha participa ou venha a participar.

Quatro pilotos da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha realizaram já a qualificação no modelo modernizado Lynx Mk.95A, tal como oportunamente noticiámos. 



sábado, 21 de novembro de 2020

PILOTOS DA MARINHA INICIAM QUALIFICAÇÃO NO LYNX MK95A [M2207 - 125/2020]

Voo de qualificação da tripulação no Lynx Mk.95A        Foto: Marinha Portuguesa
 Tal como demos conta aqui recentemente, e apesar da entrega do primeiro Lynx Mk.95A após modernização, estar atrasada, o treino e qualificação de tripulações estava já muito próximo de se iniciar.

Isso mesmo anunciou a Marinha Portuguesa em nota de imprensa de ontem 20 de Novembro de 2020, informando que quatro pilotos da Esquadrilha de Helicópteros da Marinha ((EHM) se encontram atualmente a efetuar a qualificação na aeronave Lynx Mk.95A no Reino Unido.

Foto: Marinha Portuguesa

Foto: Marinha Portuguesa
Ainda segundo a mesma nota, este período irá ocorrer durante cinco semanas, correspondendo a cerca de 50 horas de voo, contemplando treinos e qualificação nas áreas de voo de contacto e de instrumentos, operação de sensores e equipamentos da aeronave. 

Foto: Marinha Portuguesa

No final serão feitas as provas de aceitação do primeiro helicóptero modernizado, o qual será transportado por via terrestre para Portugal, com o objetivo de efetuar voos de integração no Dispositivo Naval em solo português, no início de 2021.

Este período de qualificação resulta do atual contrato entre a Leonardo Helicopters e a Marinha Portuguesa para a modernização dos cinco helicópteros Lynx Mk95, o qual decorre desde 2016 e que se encontra na sua fase final.

Os novos motores LHTEC CTS800-4N são uma das modernizações dos Lynx Mk.95A       
Foto: Marinha Portuguesa




terça-feira, 28 de agosto de 2018

F-35C NO PORTA-AVIÕES DO TOP GUN 2 (M1993 - 53/2018)

F-35C na catapulta do USS Abraham Lincoln a 20 de Agosto de 2018


Poderá ser apenas coincidência, mas a US Navy divulgou hoje uma foto de um F-35C, prestes a ser lançado do porta-aviões USS Abraham Lincoln, onde está a ser gravada a muito aguardada sequela do blockbuster dos anos 80 "Top Gun".

Desde que se começou a falar na produção de um Top Gun 2 que as conjecturas não têm parado, acerca do cenário e os aviões que irão (forçosamente) entrar no "elenco", dado que o icónico F-14 do primeiro filme, já deixaram de voar na US Navy desde 2006.

Os primeiros rumores que circularam em 2012, quando Tom Cruise começou a trabalhar no filme com o realizador Tony Scott, davam conta de um argumento com F-35s, drones e um cenário futurístico, que não entusiasmou por demais os aficionados. O projecto ficaria depois em banho-maria, interrompido pela morte do realizador britânico, tendo chegado a suspeitar-se do cancelamento da nova longa-metragem sobre a aviação naval americana.

A imagem divulgada por Tom Cruise no Twitter a 31 de Maio de 2018

A 31 de Maio passado, o próprio Tom Cruise se encarregaria de divulgar uma foto na sua conta de Twitter, a dar conta do início das filmagens, na qual se pode vislumbrar o próprio, bem como um Super Hornet em fundo. Recomeçaram por isso as especulações sobre qual será a "estrela"- leia-se caça - a protagonizar o Top Gun 2. Mesmo o merchandising que começou a circular poucos meses antes, tinha já uma silhueta de F/A-18 no logótipo da escola "Top Gun", onde antes estava o F-14.

T-shirt vendida nas lojas Primark ostentando a silhueta de um F/A-18

A 22 de Agosto, a US Navy informou que uma equipa de filmagens da Paramount Pictures, se encontrava a bordo do porta-aviões USS Abraham Lincoln. Salvaguardando  que a prioridade é" o combate e o treino para ter forças navais em prontidão", afirmaram o apoio à produção do filme. Não adiantando muitos mais detalhes, a Marinha dos EUA confirmou apenas que pilotos navais iriam participar no filme e que eventuais gastos com filmagens aéreas, que não pudessem ser realizadas como parte de missões de treino, seriam custeados pela produção. Embora na verdade, a US Navy (e até a USAF) tenham muito mais a ganhar com a publicidade que um filme desta envergadura pode aportar no recrutamento de novos pilotos militares, que tanto escasseiam por todo o mundo.

Então, e quando se julgava ser o caça da Boeing o protagonista principal, eis que a US Navy divulga uma foto de um F-35C, a bordo do mesmo porta-aviões em que decorrem as filmagens do Top Gun. Dado que o F-35C ainda nem está operacional na US Navy, não deverá tratar-se de mera coincidência...

O Top Gun 2 tem estreia marcada nos EUA para 12 de Julho de 2019.


quinta-feira, 26 de outubro de 2017

PILOTOS DE CAÇA BÚLGAROS EM GREVE (M1932 - 69/2017)

 MiG-29 búlgaro em Graf Ignatievo           Foto: Hailey Haux/USAF

Numa altura em que a decisão do novo caça para substituir os MiG-29 na Força Aérea Búlgara foi novamente adiada, chegam notícias de que os pilotos da base aérea de Graf Ignatievo se terão recusado a realizar os voos de treino previstos para a manhã de 24 de Outubro de 2017. A missão de policiamento aéreo contudo, terá estado sempre assegurada.

Segundo o jornal online Sofia Globe, oficialmente o vice-ministro da defesa Atanas Zapryanov negou num primeiro momento que quaisquer voos tenham sido suspensos, enquanto o comandante da base aérea alegou razões meteorológicas para o cancelamento dos mesmos voos. Já o ministro da Defesa optou por referir que "alguém está a tentar criar tensão artificialmente" e que iria inteirar-se da situação.

Mas se por um lado as condições meteorológicas na região de Graf Ignatievo eram suficientemente verosímeis para justificar o cancelamento dos voos, o General Tsanko Stoykov confirmou publicamente em entrevista durante as comemorações do centenário da aviação militar no país, o baixo estado anímico que o adiamento da aquisição dos novos caças provocou dentro da Força Aérea local: "sentem-se negligenciados, algo ofendidos e essas razões reflectem-se na sua motivação de continuar na Força Aérea", disse a propósito.

O mesmo órgão de comunicação social, bem como a Rádio nacional da Bulgária, haviam reportado no próprio dia 24 uma "recusa massiva dos pilotos para voar" devido a preocupações de segurança com o estado dos aviões e o adiamento da aquisição de novos caças, invocando por isso estar "psicologicamente inaptos" para voar.

Ainda segundo o Sofia Globe, dez dos doze motores  modernizados dos MiG-29 entregues à Força Aérea, ainda não foram colocados em operação, devido a falhas na documentação dos mesmos. Falta de lubrificantes para os motores, causando a paragem quase total da frota, foi igualmente já assinalada em Maio e Junho transactos.

Entretanto, o canal de televisão BTV confirmou inequivocamente a razão do cancelamento dos voos ser o descontentamento pelo estado da Força Aérea, citando mesmo o vice-ministro da Defesa Atanas Zapryanov que atribuía a falta de confiança dos pilotos ao "treino insuficiente por horas de voo insuficientes". O mesmo interlocutor adiantou ainda que uma reunião com os pilotos iria ser realizada e que os problemas com a documentação dos motores (seis novos e quatro modernizados) estavam a ser tratados.
Segundo Atanas Zapryanov, um relatório do comandante de Graf Ignatievo dava sete MiG-29 como operacionais, e que assim que mais motores ficassem disponíveis, este número aumentaria, permitindo alargar as horas de voo.

Já o próprio ministro da Defesa, acerca do mesmo tema e desenvolvendo a sua teoria de que "alguém está a criar tensões artificialmente" referiu que as prioridades tinham sido definidas: primeiro manutenção e modernização do equipamento existente e depois as negociações e a aquisição de novos caças. Mostrou-se ainda "surpreendido por [os pilotos] terem descoberto que existem problemas no mundo da aviação" e que não fazia ideia por que razão estes pensavam que um novo caça não iria ser adquirido. Rematou o assunto com " já haveria um novo caça se estes fosse um aspirador, em que vais à loja, pagas, traze-lo e usa-lo", admitindo ainda o "estado crítico" em que se encontram as Forças Armadas do país, mas que os problemas não se resolvem com "uma varinha mágica".

Por detrás do atraso na decisão do novo modelo de caça a adquirir, estarão jogadas políticas de bastidores, por parte das facções apoiantes do Gripen e do F-16 principalmente. Apesar do primeiro-ministro Boiko Borissov ser aparentemente um dos apoiantes do Gripen e se ter proposto a avançar com as negociações com a Saab numa primeira fase após o anúncio do gripen como vencedor, o seu partido GERB - que iniciou a investigação parlamentar que resultaria na anulação do primeiro concurso - pretende uma aproximação aos interesses americanos (F-16), sugerindo uma uniformização com as frotas dos países vizinhos Roménia, Grécia e Turquia, todos utilizadores de F-16.
O presidente da Bulgária e ex-Chefe de Estado-Maior da Força Aérea Gen. Rumen Radev, definiu a reviravolta  no processo de aquisição dos caças, como um ataque pessoal, face às acusações de que foi alvo por parte do líder parlamentar do GERB, de ter favorecido o Gripen.

Portugal está envolvido na proposta de fornecimento dos F-16,  recebendo células usadas dos EUA para modernizar na OGMA e posterior exportação para a Bulgária.


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

TREINO MULTINACIONAL DE PILOTOS EM BEJA (M1791 - 28PM/2015)

Simulador de Alpha Jet na BA11 - Beja

Vinte pilotos, de várias nacionalidades, estiveram na Base Aérea N.º11, em Beja, a participar num Curso de Pilotos de Teste a cargo da Empire Test Pilot School (ETPS). A formação decorreu entre os dias 26 e 29 de Janeiro e a escolha de Portugal deveu-se ao facto de ser o único país na Europa com um simulador de voo adequado às necessidades do curso.

Durante cerca de uma semana, os formandos treinaram no simulador do Alpha Jet, da Esquadra 103 – Caracóis, com o objetivo de ganhar experiência, reforçar conhecimentos técnicos e desenvolver capacidades de análise e apresentação de resultados.

Num ambiente exigente e multidimensional, os pilotos foram ainda colocados à prova em situações de emergência e tiveram de trabalhar na resolução desses problemas em pleno "voo".

No curso, participaram pilotos de Reino Unido, Arábia Saudita, Alemanha, Países Baixos, Singapura e Austrália.


quarta-feira, 19 de novembro de 2014

BRASILEIROS JÁ VOAM EM GRIPEN (M1727 - 319PM/2014)

Os dois pilotos brasileiros após o primeiro voo em Gripen        Foto: Agência Força Aérea

Os Capitães Gustavo de Oliveira Pascotto e Ramon Santos Fórneas tornaram-se na manhã desta quarta-feira (19/11/2014) os primeiros pilotos brasileiros a cumprirem uma missão de treino em aeronaves Gripen. Voaram durante 50 minutos em aviões Gripen D, acompanhados por pilotos da Força Aérea da Suécia. A aterragem ocorreu às 10:00 horas locais na base de Satenas, na Suécia (6 horas no horário de Brasília). 

A chegada à base de Satenas       Foto: Agência Força Aérea

"Foi melhor do que eu esperava", disse o Capitão Fórneas. "A aeronave é de pilotagem dócil", elogiou. A principal característica notada pelos brasileiros até agora foi a vantagem aerodinâmica proporcionada pelos canards, pequenas asas localizadas na frente do Gripen. "A distância de aterragem é extremamente pequena", contou. 

Os dois Gripens voaram numa área de instrução sobre a Suécia e o Mar Báltico. Após a descolagem, foi realizada uma subida até 10.638 metros de altura num minuto e meio, uma taxa de subida de 118 metros por segundo. Para cumprir o cronograma de treino proposto pelos suecos, os brasileiros também realizaram acrobacias juntos nessa que é chamada de fase de familiarização. 

Ao contrário dos demais brasileiros que já voaram no Gripen em testes, os dois aviadores têm agora a responsabilidade sobre as aeronaves e treinam para dominarem todos os sistemas dos caças. Três horas após a aterragem, os pilotos já seguiram para um novo treino no simulador de voo.

Formados pela Academia da Força Aérea, o Capitão Fórneas era piloto de caças F-5 e o Capitão Pascotto comandava caças Mirage 2000. Ambos vão passar seis meses em treino na Suécia e irão tornar-se os primeiros brasileiros instrutores de Gripen.

O contrato de aquisição de 36 aeronaves foi assinado em 24 de outubro. A expectativa é de entrega dos aviões entre 2019 e 2024. O Brasil deverá entretanto operar um número ainda não definido de aeronaves modelo C/D, em regime de leasing,  até à chegada do Gripen de nova geração.

Fonte: Agência Força Aérea
Adaptação: Pássaro de Ferro




quarta-feira, 26 de março de 2014

PROTEÇÃO CIVIL SEM PILOTOS PARA OS KAMOV (M1497 - 109PM/2014)

Kamov Ka-32A11BC da extinta EMA

Com o anúncio de extinção da EMA, que deverá estar liquidada em outubro, são vários os pilotos Comandante que têm abandonado Portugal rumo ao estrangeiro em busca de um emprego estável.
Em janeiro passado a EMA contava com nove pilotos de Kamov, número considerado suficiente para as operações de inverno, mas já em fevereiro, com o início da liquidação da EMA, quatro pilotos pediram para sair, pelo que a empresa estatal não tem agora tripulações suficientes para garantir a mais exigente época de verão.

Perante este cenário o Estado acaba de abrir candidaturas para pilotos Comandante de helicópteros pesados Kamov, mas o problema é que em Portugal são muito poucos os pilotos com qualificações para tal, o que constitui um sério risco para o preenchimento dos quadros. E sem pilotos, poderá estar em causa a utilização dos cinco helicópteros Kamov Ka-32 operacionais, para a época de combate a incêndios.

Uma das condições para concorrer é ter no mínimo 2500 horas de voo nos Ka-32, o que restringe em muito o número de candidatos elegíveis.

Fonte: RTP
Adaptação: Pássaro de Ferro

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

PILOTOS DA FORÇA AÉREA SEM VOAR HÁ 2 ANOS (M1426 - 44PM/2014)


Um grupo de pilotos da Força Aérea queixa-se de não voar há mais de dois anos, quando actualmente a capacidade operacional está no limite, mas a instituição aponta constrangimentos financeiros e orçamentais para justificar esta decisão.

Em finais de Dezembro passado, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, José Pinheiro, alertou que a capacidade operacional estava próxima do limite com a saída de pilotos militares para a aviação comercial, onde os salários são mais atractivos. Contudo, um grupo de pilotos denunciou que não estão a ser aproveitados operacionalmente, nem a voar por treino, quando o Estado já gastou "muito dinheiro" na sua formação.

"A FAP gastou uma fortuna com a minha formação e abdicou de mim há mais de dois anos para a função pela qual fui contratado. Tenho mais dois anos de contrato e não vou voar rigorosamente nada até o fim desse tempo. Estou a exercer actualmente um cargo administrativo", revelou um dos pilotos, de um grupo de tenentes-aviadores que fez parte de uma esquadra de aeronaves Aviocar, entretanto desactivada.

Os pilotos contactados pela Lusa pediram para não serem reveladas as suas identidades, para evitar violar o sigilo militar. Estes profissionais advertem também que, para a quantidade de missões da Força Aérea, "não há pilotos suficientes", já que em algumas aeronaves são necessários dois, acusando a instituição de "discriminação e de má-fé" por não recorrer aos serviços que podiam desempenhar.

Apesar de, enquanto pilotos militares, serem regidos por um Código de Justiça Militar e por um Regulamento de Disciplina Militar "severos", o grupo de pilotos, cujas idades rondam os 30 anos, não escondeu a sua indignação, depois de assistir à preocupação anunciada pelo general José Pinheiro.

A Força Aérea Portuguesa admitiu que há "efectivamente pilotos com menor experiência que não têm horas de voo atribuídas, pelo que a saída de pilotos experientes cria uma situação deficitária e de difícil gestão". "Os constrangimentos financeiros e orçamentais do país motivaram uma redução do regime de esforço da actividade aérea da Força Aérea [horas de voo], com significativo impacto na instrução e treino dos seus novos pilotos", explica a Força Aérea.

Mais de 40 mil euros para sair

De acordo com um dos pilotos, a Força Aérea Portuguesa só aceita a sua desvinculação caso este pague "uma indemnização milionária", tendo a instituição começado por pedir 213 mil euros e, um ano depois, baixar o valor para 47 mil euros para o deixar sair.

Segundo o testemunho de um outro piloto do grupo, também colocado num gabinete da instituição militar, e que há dois anos se encontra sem voar, tem também de pagar do seu bolso cerca de 10.000 euros em escolas de aviação civis para conseguir manter as licenças de piloto válidas, já que a lei obriga a um mínimo de horas anuais de voo.

"Num contrato de seis anos, em que a FAP gastou muito dinheiro na minha formação, apenas exerci as minhas funções durante ano e meio. Ainda me restam mais dois anos de contrato e os valores indemnizatórios requeridos por esta instituição, para que possa rescindir o contrato e continuar a minha carreira como piloto de aviões, são, no mínimo, ridículos", denunciou.

Desta forma, depois de vários pedidos de esclarecimentos às chefias militares, sem repostas satisfatórias, o grupo de pilotos decidiu levar o caso para contencioso. "A esquadra de Aviocar em que voávamos foi abatida, pelo que precisávamos de nova formação para continuar a voar numa outra aeronave e a Força Aérea alega que não compensava que continuássemos a fazê-lo. Além de que, por termos um contrato curto, alegam que não temos potencial", sublinhou um dos pilotos.

Conforme a Força Aérea explicou à Lusa, considerando as horas de voo que tem sido possível financiar e a necessidade de manter as qualificações dos pilotos e tripulantes que diariamente executam as missões, "não há capacidade remanescente que permita qualificar todos os pilotos mais novos, os quais naturalmente substituiriam aqueles que terminam o seu vínculo com a Força Aérea".

Fonte: Público

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A PONTA DA LANÇA (M1394 - 12AL/2014)



Foto: FAP

A Fase Avançada em Aviões de Combate ministrada na esquadra 103 é essencialmente dividida em dois grandes blocos: Ar-Ar e Ar-Chão.
O bloco Ar-Ar, que decorre neste momento, é composto pelo BFM - Basic Fighting Manouvers (1 contra 1), ACM - Air Combat Manouvers (2 contra 1) e TI - Tactical Intercepts (2 contra 1 de dia e 1 contra 1 nocturno).
Na primeira modalidade, os Pilotos em curso exploram todo o envelope de voo do Alpha-Jet procurando ganhar ou manter a vantagem em relação ao adversário. Embora os factores de carga (forças G) e a velocidade sejam inferiores aos do F-16 não existe margem para erros pelo que a preparação física e mental são essenciais.
No ACM o conceito de parelha é introduzido do ponto de vista táctico. Partindo de uma posição de desvantagem, as aeronaves manobram de forma a anular a vantagem do opositor.
Se o um contra um já era exigente, a introdução de uma terceira aeronave obriga a que se exija uma extrema disciplina em voo e completo respeito pelas regras de segurança.
Na terceira modalidade (TI) os pilotos abandonam a arena visual e a parelha é guiada pelos Controladores de Defesa Aérea até ao adversário. Em casos extremos, este encontro pode terminar numa situação já treinada anteriormente, o ACM.
Esta missão também é voada de noite mas apenas em um contra um para identificação da aeronave estranha.
Nas Esquadras 201 e 301 os pilotos continuarão a ter este treino com um grau de complexidade muito superior.
É assim que se forja a ponta da lança.

Fonte: Força Aérea Portuguesa 
 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

FALTA DE PILOTOS AMEAÇA USAF (M1356 - 413PM/2013)

Foto: Kenny Holston/USAF

A operacionalidade da Força Aérea dos EUA (USAF) está ameaçada pela investida das transportadoras aéreas comerciais aos seus pilotos, mergulhados que estão em baixo moral, devido a cortes de orçamento e aviões parados. E corre sérios riscos de ficar sem pessoal navegante suficiente, à medida que estes "votam" com os pés.

Durante o próximo ano, a aviação comercial vai contratar dezenas de milhares de pilotos, à medida que alguns se reformam e a economia recupera. Isto colocará sérios problemas à USAF, que tenta persuadir os pilotos a continuar ao serviço, mesmo que não voem as horas mínimas. "Se estou parado a olhar para o 'meu' avião, estacionado numa placa, em vez de estar a voar nele e consigo arranjar um emprego noutro lado, é claro que o vou fazer" diz o Secretário interino da Força Aérea Eric Fanning, a propósito da situação. Acrescentando depois: "temos consciência de que a tempestade perfeita se está a aproximar".

Há vários fatores que contribuem para o agravar da situação e alguns são ditados pela aviação comercial, mas podem ter um impacto profundo na Força Aérea. Em 2007, a Administração Federal de Aviação (FAA) mudou a idade obrigatória de reforma dos pilotos comerciais dos 60 para os 65 anos, mantendo mais pilotos experientes no cockpit. Mas agora, milhares dos pilotos abrangidos por essa medida, atingem a nova idade de reforma e a aviação comercial terá falta de pilotos experientes. Por outro lado, as horas mínimas de voo obrigatórias pela FAA, foram também aumentadas.

As estimativas sugerem que o mercado internacional necessitará de 50.000 pilotos durante a próxima década, havendo mesmo previsões com números mais altos. Se as transportadoras civis se decidirem por um recrutamento agressivo entre os apetecíveis quadros de pilotos da Força Aérea, a instituição terá sérios problemas para os manter.

Atualmente a USAF está já com problemas em formar pilotos suficientes para as necessidades. A Força Aérea, Guarda Aérea Nacional e Reserva necessitam de cerca de 5000 pilotos. Estão cerca de 4400 em serviço, o que significa um défice de 600 pilotos. Para manter pilotos, a Força Aérea oferece um bónus de 25.000 USD por ano, com um mínimo de 5 anos de contrato, podendo ir até aos 9 anos e 225.000 USD, com 50% pago de uma só vez.

As taxas de aceitação deste programa de incentivos são para já boas, mas ninguém pode prever os efeitos da aviação comercial terão em pilotos militares retidos em terra por falta de horas de voo.
"Os pilotos gostam de voar" disse C.Ingram analista da USAF. "Se não têm horas de voo, não estão felizes".

Fonte: FP
Tradução e adaptação: Pássaro de Ferro

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

CEMFA ALERTA PARA RISCOS DE SAÍDA DE PILOTOS DA FORÇA AÉREA (M1316 - 381PM/2013)



A capacidade operacional da Força Aérea está próxima do limite com a saída de pilotos para a aviação comercial, onde os salários são mais atractivos, alertou o chefe do Estado-Maior do ramo, José Pinheiro.

O general José Pinheiro manifestou este domingo "grande, grande preocupação" com a saída de pilotos para o sector privado, sobretudo para a aviação comercial portuguesa e, recentemente, para mercados internacionais.

"Há um limite a partir do qual a nossa capacidade operacional está em causa", frisou aquele responsável em declarações à agência Lusa.

Questionado sobre se esse limite está a ser atingido, José Pinheiro afirmou: "Estamos em risco de atingir esse limite."
Sem avançar números totais, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea adiantou que nos "últimos meses" saíram sete pilotos e confirmou que a esquadra mais afectada é a dos helicópteros.

Abrangida pelas restrições orçamentais que afectam as Forças Armadas, a Força Aérea Portuguesa dispõe actualmente de pouca margem de manobra para investir na formação de mais pilotos, admite José Pinheiro.

"A TAP é a grande sugadora de pilotos, mas não é a única. Periodicamente abre-se um concurso e nós não podemos prender as pessoas", que podem sair com um aviso de poucos dias após doze anos nos quadros, disse.

Questionado sobre que medidas estão a ser tomadas para prevenir uma eventual ruptura da capacidade operacional, José Pinheiro disse apenas que tem estado "em contacto com a tutela política para ver medidas possíveis".

A "fuga" de pilotos aviadores da Força Aérea para a aviação comercial é uma situação recorrente, com picos em determinados anos. Em 2007, o então Governo alargou de oito para 12 anos o tempo mínimo de permanência nos quadros.

Em Maio de 2009, o Presidente da República, Cavaco Silva, que é o Comandante Supremo das Forças Armadas, disse publicamente que a saída de pilotos para a aviação civil era "de facto um problema" e afirmou esperar soluções da parte do Governo e das chefias militares. A chefia do ramo defendeu na altura a revisão dos suplementos remuneratórios como forma de incentivo à permanência dos pilotos aviadores na Força Aérea.

Fonte: Público

sábado, 25 de outubro de 2008

PILOTO DE CAÇA - Do sonho ao abandono



Nos últimos tempos muito se tem falado da sangria de pilotos da Força Aérea para as companhias aéreas civis.
Relativamente à falta de pilotos no sistema de armas F-16, a situação torna-se mais grave na medida em que se trata de homens com altas qualificações e cuja formação não se faz num estalo de dedos.
Há "muitos" candidatos a piloto de caça, mas apenas uma faixa mais ou menos residual lá consegue chegar, pelo que se torna imperioso segurar esses homens para que possibilitem a operacionalidade das frotas e o cumprimento das missões incumbidas e necessárias, seja no plano nacional, seja nas missões internacionais.
Contudo, a sofisticação das máquinas e a complexidade do quadro geo-estratégico e geo-político internacional exigem a prontidão máxima dos homens e das máquinas, com o objectivo de assegurar intervenções em diversas partes do globo, seja em zonas de conflito, seja em áreas onde a instabilidade político-militar aconselha a permanência de uma força dissuasora ou de manutenção de determinado statos quo.
O piloto de F-16, no caso concreto sobre o qual escrevo, é um individuo dotado de enorme capacidade física e mental e, sobretudo, predisposto a dedicar muito do seu tempo ao apuro e convívio com a aeronave.
O conceito de piloto de caça de há 20 ou 30 anos, revestido de algum romantismo e já na era do jacto, não existe. Hoje em dia, um piloto de F-16, perdoe-se-me a metáfora, "casa-se com o avião - chega a dormir junto a ele".
Ora, tendo em conta esta exigência real e tendo em conta os estímulos exteriores, a profissão de "piloto de caça", sendo ainda altamente atractiva, é extremamente exigente sob todos os domínios.
Apenas os que "amam" a causa permanecem. Outros acabam por abandonar o cockpit solitário do caça e, seja por cansaço ou na senda de uma vida mais tranquila, desiderato perfeitamente legítimo, engrossam uma lista extensa de pilotos que, prematuramente, abandonaram a causa militar.
O desafio está, pois, lançado. Cabe ao poder político e às chefias militares pensarem o assunto e adoptar estratégias para resolver o problema, no sentido de valorizar a carreira do piloto de caça e manter em níveis aceitáveis e de respeitabilidade as esquadras de caça e os próprios homens e mulheres que as constituem.

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