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quinta-feira, 13 de março de 2025

F-35 POR UM CANUDO [M2594 - 18/2025 ]

F-35A da Real Força Aérea Norueguesa
 

O (ainda) ministro da Defesa, Nuno Melo, disse em entrevista ao Público e Rádio Renascença, que a substituição dos F-16 terá que ser ponderada à luz da nova "envolvente geopolítica", nomeadamente a posição dos EUA no contexto NATO e no atual plano geoestratégico internacional.

Acrescentou ainda, quando confrontado com a pergunta se aprovará a compra de F-35, caso seja reconduzido como ministro da Defesa, num hipotético novo Governo da AD, que há várias opções a ser consideradas, principalmente dentro da produção europeia.

Ora, considerar a compra de outra aeronave que não seja o F-35, vai contra o ensejo já assumido por parte da Força Aérea Portuguesa (FAP), que elegeu o caça fabricado pela americana Lockheed Martin, como o substituto ideal para o F-16 e para manter as capacidades de combate aéreo da FAP na linha da frente mundial, e a par com os nossos aliados mais próximos na Europa que anteriormente utilizaram o F-16.

Embora as preocupações, e até desconforto revelados por vários utilizadores do F-35 sejam legítimas, muito devido às tomadas de posição da administração Trump em relação à NATO e a tradicionais aliados, no caso português a situação merece algumas considerações adicionais.

Em primeiro lugar, porque Portugal ainda não está comprometido com o programa F-35, o que impõe por si só um horizonte de pelo menos cinco anos, até receber a primeira aeronave, altura em que já não estará em funções o atual presidente dos EUA. 

Em segundo lugar, embarcar em qualquer outra solução que não seja o F-35 atualmente, representa investimentos da mesma ordem de grandeza, para no final ficar com uma aeronave ao nível do que é possível conseguir, apenas modernizando a atual frota F-16 ao padrão V. O F-16 no entanto, é também de origem americana, pelo que uma modernização profunda terá que passar obrigatoriamente por material da mesma procedência.

Por outro lado, optar por aderir a um programa de desenvolvimento de um novo caça europeu, como o Global Combat Air Programme  (que engloba para já Reino Unido, Itália e Japão), aporta imensos riscos, tanto do ponto de vista financeiro, como de prazos e até sustentação a longo prazo, se tivermos em conta os problemas que programas similares têm enfrentado (Eurofighter, A400, NH90...).

A verdade é que alternativas viáveis ao F-35, pura e simplesmente não existem ao dia de hoje. Qualquer escolha que seja feita, que não seja o F-35, vai ter consequências ao nível da capacidade de combate da Força Aérea para as próximas décadas. Seja por operar com uma aeronave inferior, ou seja por ter de aguardar muito mais tempo para ter uma ao mesmo nível. 

Podemos ainda admitir que a tomada de posição do atual ministro da Defesa não passe apenas de um jogo diplomático, para pressionar os americanos e tentar tirar dividendos num futuro negócio com o F-35, seja lá quando isso venha a acontecer. A pressa com que foi assumida no entanto, sugere que a atual resistência a comprar material americano, não é mais do que um álibi fácil que caiu no colo dos governantes lusos, para justificar o adiamento (ou cancelamento) de um programa dispendioso, numa altura em que se fala em rever a Lei de Programação Militar, de acordo com as novas exigências internacionais.

Contudo, e sabendo como funciona o nosso país  (ie: só se faz alguma coisa de vulto quando vem dinheiro de Bruxelas), o mais provável é que se esteja a empurrar o problema com a barriga, para ser resolvido com recurso aos fundos do anunciado programa de rearmamento da Europa. Que virá naturalmente com uma exigência de "Made in EU", o que nos remete para as considerações já tecidas acima.

Seja qual for o caso, o futuro próximo não se avizinha brilhante para a aviação de caça portuguesa, que se arrisca a desbaratar as capacidades e know how adquiridos ao longo das últimas décadas com muito esforço, que colocaram a FAP ao nível das melhores do mundo, mas que com o passar dos dias (meses, anos) vão enfraquecendo.

Nota final/Adenda 15h10 13/03/2025

Ao contrário de alguns mitos que se foram perpetuando, o F-35A tem atualmente um custo de aquisição inferior ao do Rafale ou Eurofighter Typhoon, com custos de sustentação similares aos destes, mas sendo um caça de geração seguinte, com capacidades inigualáveis pela geração anterior. Já o Gripen E, além de mais caro que um F-16V, apresenta ainda imensas debilidades operacionais, bem como sistemas americanos, pelo que não se constitui como uma alternativa ao F-16 em nenhum aspeto.



quinta-feira, 20 de junho de 2024

PILOTO E ENGENHEIRO DE TESTES DA FAP TERMINAM CURSO NOS EUA [M2501 - 46/2024]

Os militares da FAP que completaram o curso na National Test Pilot School      Foto: FAP
 

Dois militares da Força Aérea terminaram com êxito a formação na National Test Pilot School, na Califórnia, Estados Unidos da América, no passado dia 14 de junho, de acordo com nota divulgada hoje pelo Ramo Aéreo das Forças Armadas Portuguesas.

"O Capitão Tiago Santos e o Tenente Roque Ferreira qualificaram-se, após seis exigentes meses de curso, como Test Pilot e Flight Test Engineer, respetivamente", pode ler-se na notícia.

A Força Aérea iniciou a qualificação do primeiro Piloto de Testes, através da frequência de um curso na National Test Pilot School em 2005, seguindo-se posteriormente em 2016  a formação de Engenheiros de Testes, "por forma a maximizar a sinergia resultante das equipas pilotos e engenheiros".

A Força Aérea frisa ainda que "estes militares são um vetor fundamental tanto na partilha de conhecimento e no incremento da segurança de voo, como na formalização de requisitos operacionais, na investigação, desenvolvimento, modernização e aquisição de novos sistemas de armas".

Para saber mais acerca da atividade de testes, o Pássaro de Ferro recomenda a leitura deste artigo, do nosso Arquivo de Imprensa: https://passarodeferro-operations.blogspot.com/2013/11/voos-de-experiencia-e-voos-de-teste.html



sábado, 16 de março de 2024

Hughes OH-6 Cayuse (Loach), o melhor helicóptero ligeiro de combate? [M2477 – 22/2024] - Parte II

 “That’s a damn Minigun!”, Los Angeles, USA, 1995 - (Episódio 2) 

As tripulações de reconhecimento dos “Loach” eram compostas por três homens; piloto, observador e, na traseira, o artilheiro (geralmente no lado direito).  O artilheiro, na prática, passava mais tempo fora do helicóptero do que dentro, com um pé (ou dois!) no patim á procura do inimigo ou a disparar a sua arma.  Outra opção, que ficava ao critério das tripulações ou da unidade, era o transporte do sistema M27, a famosa Minigun, na cabine no lado esquerdo.  Esta opção substituía o artilheiro mas não era consensual; muitos pilotos preferiam confiar no par de olhos extra do artilheiro e, no caso de uma aterrarem de emergência, três homens sempre eram melhores do que apenas dois para defender o perímetro - enquanto aguardavam o resgate.  Caso a Minigun fosse transportada o observador acumulava as funções do artilheiro.  

O sistema M27 envolvia vários componentes; a General Electric M134 de seis canos de calibre 7,62x51mm, o motor eléctrico, o essencial (e muitas vezes esquecido) delinker e a caixa de munição (2000 cartuchos no caso do “Loach”).  Tudo somado; 140kg, daí a necessidade de suprimir o artilheiro – até porque ficava quase sem espaço.  Mas, caso pensem em usar uma Minigun “á la Schwarzenegger”, não se esqueçam de adicionar a pesada bateria.  Outras particularidades; ao contrário de uma arma convencional, como a metralhadora M60 ou espingarda M16 ou AKM, que utilizam de uma forma ou outra os gases e/ou o recuo do disparo para completar o ciclo e alimentar o cartucho seguinte, a Minigun é eléctrica.  È o motor eléctrico que acciona todo o mecanismo, por isso, sem energia, nada feito.  Mas também significa que é possível ajustar a cadência de disparo com relativa facilidade – é apenas uma questão de alterar a potência do motor.  No “Loach” o piloto podia optar por duas cadências; ao pressionar o botão do gatilho até ao primeiro estágio a arma disparava a 2000 disparos por minuto mas se pressionasse totalmente o gatilho a cadência dobrava para 4000.  Mas para poupar a arma e evitar sobreaquecimento o sistema só permitia rajadas de 3 segundos por cada pressão no gatilho.  Existia uma mira no cockpit do “Loach” mas os pilotos preferiam marcar com um lápis directamente no vidro o ponto de impacto – era mais rápido e intuitivo.  O piloto podia movimentar a arma em elevação (+10º a -24º) mas não em azimute; para acompanhar alvos lateralmente era necessário recorrer aos pedais e apontar todo o helicóptero.  


Pode parecer estranho designar como “Minigun” uma arma com tamanho poder de fogo mas é apenas uma questão de perspectiva.  A M134 foi desenvolvida a partir de outro produto extremamente bem sucedido da General Electric; o canhão M61 Vulcan de 20mm, usado por quase todos os caças e caça-bombardeiros da USAF/USN desde os anos 60 até aos dias de hoje.  E quando colocados lado a lado, conforme a imagem, é normal considerar a M134 como uma mini…


James Howard, que serviu no Vietname, lembra algumas das vantagens (e desvantagens) da Minigun;

“Ao aproximar-se de um alvo durante um combate, o piloto dependia de vários factores para se manter vivo.  Claro, dependia das suas habilidades como piloto assim como da habilidade do artilheiro em providenciar fogo supressivo quando necessário e da ajuda e cooperação dos outros helicópteros na formação.  No entanto, alguns pilotos preferiam levar a Minigun em vez do artilheiro.

A arma não só dispunha de um enorme poder destrutivo mas também suscitava um efeito psicológico no piloto; dava-lhe confiança e a impressão de que, quando disparava, ele era indestrutível.  A Minigun fazia um belíssimo rugido e cuspia uma linda labareda de 30cm de largura e um metro de comprimento.  Claro que a pontaria do piloto era limitada mas a disparar 80 balas de 7,62mm por segundo o mais certo era atingir qualquer coisa.  E na mente do piloto, este poder de fogo obrigava o NVA (Exército do Povo do Vietname) e os “gooks” (termo derrogatório histórico atribuído a todos os elementos do vietcong - e não só) a esconderem-se e a não dispararem em retorno.  Outro efeito era de que quando a Minigun disparava, o piloto não conseguia ouvir mais nada (nem os disparos da artilharia anti-aérea inimiga) dando-lhe a (falsa) sensação de que estava totalmente seguro.”


Ainda sobre a lendária habilidade do “Loach” em sobreviver a danos e proteger a tripulação; numa aterragem forçada a estrutura oval da cabine reforçada funcionava como uma bola de bowling a alta velocidade, rompendo por entre árvores e arbustos e resguardando os ocupantes.  Outros componentes, como rotores, cauda e patins facilmente se separavam mas a cabina mantinha-se intacta e não era incomum após um acidente grave (e geralmente letal noutros helicópteros) ver a abalada tripulação sair pelo próprio pé do seu interior.  Na imagem mais acima, vemos um “Loach” do 5th Cavalry, abatido por um RPG que, felizmente, não detonou.  Se repararem, no painel do motor, encostado á cabina, vê-se claramente o buraco de entrada do rocket.  A tripulação sobreviveu.  A outra imagem mostra um “Loach” abatido em Agosto de 1969.  Apesar dos danos graves e de ter perdido muitas peças, o “Ovo Voador” protegeu a “peça” mais importante, a tripulação que, apesar de ferida, sobreviveu.  E provando que os soldados nunca morrem, este “Loach” foi reparado e continuou a servir até 1972.


Texto e seleção de imagens: Icterio
Edição: Pássaro de Ferro

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

CENTRO EUROPEU DE TREINO PARA F-16 INAUGURADO NA ROMÉNIA [M2447 – 79/2023]

Três dos cinco F-16 neerlandeses destinados ao EFTC na Base Aérea 86 em Fetești, Roménia   Foto: Embaixa EUA em Bucareste

O Ministro da Defesa Nacional, Angel Tîlvăr, e o seu homólogo do Reino dos Países Baixos, Kajsa Ollongren, inauguraram na segunda-feira, 13 de novembro, o Centro Europeu de Treino para F-16 (EFTC) na Romênia, que operará na 86 Base Aérea em Fetești, divulgou o Ministério da Defesa Romeno em nota de imprensa.

Foto: Embaixa EUA em Bucareste

Na cerimónia de inauguração estiveram presentes os embaixadores da Dinamarca, Estados Unidos, Países Baixos e Ucrânia e representantes do fabricante Lockheed Martin. Participaram ainda o Chefe do Estado-Maior da Defesa, General Daniel Petrescu, o Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Tenente-General Viorel Pană, chefes de algumas estruturas centrais do Ministério da Defesa [Romeno]. 

O projecto, o primeiro a nível europeu, "representa um marco importante, tanto para a cooperação romeno-neerlandesa como para a tradução prática da solidariedade aliada", refere ainda o comunicado do MD Romeno, que acrescenta também que "irá acelerar a formação de pilotos romenos para a operação das aeronaves F-16 adquiridas pela Roménia à Noruega e que em breve entrarão no equipamento da Força Aérea Romena".

“O Centro Europeu de Treinamento F-16 desempenhará um papel vital na formação de pilotos romenos para operar estas aeronaves de alto desempenho. Através desta ambiciosa iniciativa, pretendemos não só formar um número significativo de pilotos, mas também obter novas qualificações para aqueles que já operam aeronaves F-16 na Roménia”, afirmou a propósito, o  ministro da Defesa romeno.

Ao mesmo tempo, o ministro Tîlvăr destacou que o Centro da Base Aérea 86 visa criar uma resposta adequada, não só para as necessidades atuais e futuras da Força Aérea Romena, mas também para apoiar aliados e parceiros, como a Ucrânia: "Assinei, à margem da Cimeira da NATO em Vilnius, a participação da Roménia no estabelecimento da Coligação Internacional F-16, juntamente com um número significativo de estados. Isto demonstrou o que podemos alcançar juntos em apoio à Ucrânia, proporcionando ao mesmo tempo uma plataforma facilitadora para calibrar os nossos esforços com os dos Aliados e parceiros regionais. Actualmente, estamos a analisar as formas mais eficazes de integrar a formação de pilotos ucranianos no programa o mais rapidamente possível",  disse Tîlvăr, na cerimónia de inauguração .

O responsável romeno destacou a excelente cooperação entre a Roménia, o Reino dos Países Baixos e a empresa Lockheed Martin para tornar realidade um projecto tão complexo no menor tempo possível.

O Ministério da Defesa dos Países Baixos divulgou igualmente as palavras da ministra da Defesa do País, Kajsa Ollongren: “A Roménia poderá, portanto, dar um contributo crucial para a protecção do flanco oriental europeu. O futuro do centro de treino está em mãos capazes.” 


Um dos F-16 da Real Força Aérea dos Países Baixos à partida para a Roménia    Foto: MD Países Baixos

Já no dia 7 de Novembro, o Ministério da Defesa dos Países Baixos havia divulgado a informação de que os cinco primeiros caças F-16, de um total entre 12 a 18 para o EFTC, estavam a caminho da Roménia, salientando contudo, que os caças "continuam a ser propriedade dos Países Baixos". A mesma notícia adiantava ainda que o primeiro curso será para atualização dos instrutores de F-16 contratados, após o que se seguirá o treino para pilotos ucranianos e aliados da NATO. O fabricante, Lockheed Martin, "realizará manutenção em conjunto com a Roménia, de acordo com os requisitos da aviação militar neerlandesa e os regulamentos da aviação europeia". 

Portugal, através da ministra da Defesa, Helena Carreiras, reiterou por diversas vezes o empenhamento do país em contribuir para este centro de treino. Não há contudo, para já, ainda definição sobre em que se traduzirá esse contributo, ou também se os pilotos destinados às esquadras de F-16 da Força Aérea Portuguesa, poderão realizar o curso igualmente neste centro.




sexta-feira, 14 de abril de 2023

ELEPHANT WALK NA BASE ONDE SE FORMAM OS PILOTOS DE CAÇA PORTUGUESES (com vídeo) [M2398 - 30/2023]

40 T-38 e 40 T-6 Texan II na pista de Sheppard no dia 7 de abril de 2023   Foto: Sheppard AFB
ENJJPT é uma sigla algo complicada, mas que designa a Escola de Pilotagem onde são formados actualmente os pilotos de caça da Força Aérea Portuguesa.

 A escola de pilotagem Euro-NATO Joint Jet Pilot Training (ENJJPT) está localizada na base da Força Aérea dos EUA em Sheppard, no Texas. Foi fundada em 1981 e é uma parceria entre a NATO e os Estados Unidos. O objetivo da ENJJPT é fornecer treino de pilotagem avançado para pilotos de caça de países membros da NATO, de modo a aumentar a interoperabilidade entre as forças aéreas da Aliança Atlântica e igualmente partilhar custos e meios de treino.

O programa da ENJJPT é altamente competitivo e rigoroso, estendendo-se por aproximadamente 55 semanas. Os candidatos selecionados passam por um treino intensivo em aeronaves T-6 Texan II e T-38C Talon, recebendo instrução principalmente em combate aéreo e operações táticas. 

Desde a sua fundação, a ENJJPT formou mais de 7500 pilotos de mais de 14 países membros da NATO. O programa é considerado uma das melhores escolas de pilotagem de caça do mundo.


T-6A Texan II       Fotos: Sheppard AFB

Além do treino de pilotagem, a ENJJPT também enfatiza o desenvolvimento de capacidades de liderança e trabalho em equipa. A escola tem uma cultura forte de apoio e camaradagem entre os alunos e muitos pilotos mantêm contacto com antigos camaradas ao longo das carreiras.

Apesar de nas últimas décadas muitos pilotos-alunos da Força Aérea Portuguesa terem realizado o curso de instrução avançada de pilotagem nos EUA, e principalmente desde a retirada de serviço da frota Alpha Jet, este ano a formação dos pilotos de caça portugueses passou a ser exclusivamente realizada na ENJJPT, estando além disso, colocados também em Sheppard dois pilotos-instrutores da FAP.


T-38C Talon       Fotos: Sheppard AFB

A 7 de abril de 2023, cerca de 4000 militares e 80 aeronaves realizaram um Elephant Walk único, incluindo T-38C Talon e 40 T-6A Texan da 80ª FTW na pista de Sheppard.

Foto: Alan-Quevy
A chave do poder aéreo são aviadores excecionais, e a chave para aviadores excecionais é o treino excecional”, disse na ocasião o Brig. General Lyle K. Drew, comandante da 82ºTW. “É isso que fazemos aqui em Sheppard, e este Elephant Walk é a nossa mensagem para o mundo de que os EUA e os seus parceiros internacionais continuam comprometidos em formar os aviadores mais bem treinados do mundo.

Vídeo



terça-feira, 20 de setembro de 2022

NOVO SISTEMA DE REABASTECIMENTO EM VOO PARA O KC-390 [M2342 - 57/2022]

KC-390 com sistema flying boom da USAF    Ilustração: Embraer

A Embraer S.A. e a L3Harris Technologies anunciaram ontem, 19 de setembro de 2022, uma parceria para o desenvolvimento do “Agile Tanker”, uma opção de reabastecimento aéreo tático ágil para atender às diretrizes operacionais da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e aos requisitos da Força Conjunta, especialmente para ambientes disputados, segundo anunciaram as empresas em comunicado de imprensa.

A intenção é expandir as capacidades de reabastecimento do avião KC-390 Millennium da Embraer, nomeadamente com a integração de um sistema de reabastecimento conhecido como flying boom (sistema de lança e recetáculo), além de sistemas de missão, para permitir localização distribuída e apoio a operações em áreas disputadas, bem como comunicação resiliente de acordo com os requisitos JADC2 (comando e controlo conjunto para todos os domínios).

Os estrategas da Força Aérea dos Estados Unidos estabeleceram que a realização da visão de emprego ágil em combate (Agile Combat Employment) exigirá plataformas de reabastecimento otimizadas para apoiar uma abordagem desagregada de domínio aéreo em ambientes disputado”, disse Christopher E. Kubasik, Presidente e CEO da L3Harris. “A colaboração com a Embraer para desenvolver e integrar novas capacidades à aeronave multimissão KC-390 fornece uma solução económica e de rápida implementação, que incorpora a nossa reconhecida abordagem disruptiva.

Segundo a Embraer, os melhoramentos complementarão as atuais capacidades de reabastecimento da aeronave, que incluem o sistema do tipo “sonda e cesto” de velocidade variável, a capacidade de receber combustível em voo, além de descolagem e aterragem em pistas curtas e não-preparadas, permitindo assim uma maior cobertura da área de missão.

Sistema probe & drogue em uso entre dois KC-390    Foto: Embraer

Sistema probe & drogue usado com os F-5EM da FAB       Foto: FAB

Continuamos buscando parcerias significativas e estratégicas que gerem novos desenvolvimentos e ampliem o alcance de mercado do KC-390 Millennium”, disse Francisco Gomes Neto, Presidente e CEO da Embraer. “Nossa aeronave está chamando a atenção das forças aéreas em todo o mundo, e estamos particularmente entusiasmados com esta oportunidade de combinar a plataforma e os sistemas de última geração da Embraer com as soluções de missão da L3Harris para atender às diretrizes operacionais da Força Aérea dos Estados Unidos.

Para atender aos requisitos da legislação dos Estados Unidos (“Buy American Act”), as partes estudam a produção do programa “Agile Tanker” com montagem final nos EUA, seguida de modernização e preparação para a missão no centro de modificação da L3Harris em Waco, no Texas.

O KC-390 Millennium, já em operação pela Força Aérea Brasileira (FAB) e adquirido também pela Força Aérea Portuguesa (FAP) está equipado até ao momento apenas com o sistema probe & drogue (sonda e cesto), que não é compatível com a generalidade das aeronaves da USAF, nomeadamente com o F-16 (também em uso na FAP), ou mesmo o F-35A, o caça de 5ª Geração adquirido já por 13 países, e em perspetiva de muitos mais, por todo o mundo.

A implementação do sistema flying boom no KC-390 abriria por isso consideravelmente, o mercado potencial da aeronave, para clientes que não necessitem ou não possam ter os grandes e dispendiosos aviões-tanque disponíveis no mercado atualmente com este sistema, nomeadamente os A330MRTT ou KC-46.

Não é claro para já contudo, até que ponto as aeronaves com o sistema flying boom manterão intactas as capacidades de carga da versão inicial.



sexta-feira, 8 de abril de 2022

HH-60W JOLLY GREEN II - Os Novos Helicópteros de CSAR da USAF [M2313 - 30/2022]

O primeiro HH-60W Jolly Green II a ser entregue à US Air Force (Foto: Lockheed Martin)

Numa altura em que tanto se fala da aquisição de novos helicópteros para as Forças Armadas Portuguesas com a função de evacuação e resgate, para os quais se prevê um investimento de 53M EUR, a Força Aérea dos Estados Unidos da América (USAF – United States Air Force) tem, aos poucos, revelado vários pormenores interessantes sobre o seu mais recente programa para a sua frota de Combat Rescue Helicopters (CRH), o HH-60W Jolly Green II.  

A 18 de maio de 2021, a Sikorsky (empresa da Lockheed Martin desde 2015) entregou o primeiro helicóptero de resgate em combate HH-60W Jolly Green II à USAF. 

Este foi o primeiro Jolly Green II a ser entregue como parte de 10 aeronaves incluídas no 1º lote do contrato Low Rate Initial Production (LRIP), que foi assinado em 2019. Entretanto, outro lote para mais 12 aeronaves foi já assinado em 2020.

Surgiram entretanto na internet várias fotografias dos testes efetuados aos HH-60W. A 19 de março de 2020 podemos observar os novos Helicópteros numa câmara de congelação no Laboratório McKinley Climatic Lab da Base Aérea de Eglin, Flórida. A USAF reporta que durante um mês de testes, os Jolly Green II passaram por várias condições inóspitas, tal como como chuva torrencial (492 l/min), ventos de 72Km/h e picos de temperatura entre os 49ºC e os -51ºC. 

Testes numa câmara de congelação (Foto: USAF/Samuel King Jr.)

Testes de chuva (Foto: USAF/Samuel King Jr.)

Testes de calor (Foto: USAF/Samuel King Jr.)

Os testes avaliaram como se comportaria a aeronave, instrumentos, eletrónica e tripulação em condições extremas, simulando assim a capacidade operacional desta frota, em todos os cenários possíveis. 

Os HH-60W Jolly Green II aumentam o raio de ação, letalidade e capacidade de sobrevivência, oferecendo um conjunto de avanços tecnológicos para maior segurança e fiabilidade das missões, particularmente em ambientes de alta ameaça. 

 External gun mount system com Metralhadoras .50cal e Rockets 70mm  (Foto: CFD International)

Estas aeronaves irão substituir os HH-60G Pave Hawk existentes. No entanto irão manter em uso o sistema de armamento que já era utilizado e que é muito interessante, pois permite a fácil reconfiguração do helicóptero, consoante a ameaça e o tipo de poder de fogo pretendido. O EGMS - External Gun Mount System, produzido pela empresa Norte Americana CFD International e usado desde 2003, é um sistema que é completamente externo à aeronave, tornando-a mais segura, permitindo libertar espaço interior e podendo inclusive voar com portas e janelas fechadas. Este sistema além de poder ser desmontado facilmente e usado noutra aeronave, também permite reconfigurações que vão desde simples metralhadoras em 7,62x51mm até às mais pesadas .50Cal, e com a adição de um 14-inch NATO Bomb Rack, pode transportar qualquer sistema de armas compatível com essa montagem, como por exemplo pods para Rockets de 70mm ou até misseis HellFire.

External gun mount system com Minigun da Profense e Misseis Hellfire (Foto: Arista Aviation)

Sem dúvida, são helicópteros impressionantes que aumentarão ainda mais a capacidade de resgate em combate que a USAF já possui.  

Texto: Bryan Ferreira

terça-feira, 8 de março de 2022

POLÓNIA COLOCA FROTA DE MIG-29 À DISPOSIÇÃO DOS EUA [M2301 - 18/2022]

 

MiG-29 "Fulcrum" da Força Aérea Polaca         Imagem de arquivo

O Governo da República da Polónia anunciou em comunicado oficial colocar à disposição dos EUA a sua frota de caças MiG-29:

"As autoridades da República da Polônia, após consultas entre o Presidente e o Governo, estão prontas para enviar – imediatamente e gratuitamente – todos os seus caças MiG-29 para a Base Aérea de Ramstein [NR: base da USAFE na Alemanha] e colocá-los à disposição do Governo dos Estados Unidos da América. 

Ao mesmo tempo, a Polónia solicita aos Estados Unidos que nos forneçam aeronaves usadas com capacidades operacionais correspondentes. A Polónia está pronta para estabelecer imediatamente as condições de compra dos aviões. 

O governo polaco também solicita que outros aliados da NATO – que possuam caças MiG-29 – ajam na mesma linha."

Segundo o mesmo comunicado, a decisão do executivo polaco vem no seguimento dos comentários realizados pelo Secretário de Estado dos EUA, sobre o fornecimento de aviões à Ucrânia.



sábado, 13 de fevereiro de 2021

KC-390 COMPLETA COM SUCESSO EXERCÍCIO CULMINATING NOS EUA [M2223 - 11/2021]

KC-390 Millennium no exercício Culminating nos EUA

Missão cumprida com sucesso. Essa é a avaliação da primeira participação do KC-390 Millennium da Força Aérea Brasileira (FAB) num exercício operacional internacional, segundo comunicado de imprensa da FAB. A atividade decorreu no Luisiana, Estados Unidos, entre os dias 12 de janeiro e 05 de fevereiro, durante o Exercício "Culminating", paralelamente aos testes de frio extremo no Alasca, com outra aeronave KC-390 da FAB, aqui aqui noticiámos recentemente.


O treino conjunto e combinado com o Exército Americano, Exército Brasileiro (EB) e Força Aérea Americana teve entre os objetivos, a preparação de militares e tripulantes para missões de emprego em operações aeroterrestres.


De acordo com um dos um dos integrantes da tripulação do KC-390, Major Piloto Aviador Bruno Américo Pereira, a sensação é de dever cumprido “Nós conseguimos fazer os voos de acordo com o planejado, realizando também a missão de lançamento de paraquedistas, com o C-17 e C-130 da Força Aérea Americana. Agora nós vamos continuar a formação e desenvolvimento doutrinários da aeronave”, comenta.

KC-390 da FAB  e C-17 da USAF

Com um balanço positivo da participação no Exercício "Culminating", o KC-390 cumpriu etapas fundamentais para o processo de implantação da aeronave, tais quais: a conclusão da primeira participação num treino com cenários militares e objetivos referentes às práticas de combate, a realização do lançamento de paraquedistas com uma tripulação 100% composta por tripulantes da Força Aérea Brasileira e a participação num voo em formação tática com aeronaves militares já consagradas.


De acordo com o Capitão Aviador Anderson Dias Santiago, uma aeronave em fase de operacionalização traz muitos desafios. “Nós estamos ampliando as nossas capacidades e pudemos colocá-las em prática no Exercício 'Culminating'. Então, para nós foi um ganho muito grande. Nós temos trabalhado há alguns anos no desenvolvimento de técnicas e práticas e esses procedimentos foram muito bem executados durante o treinamento”, destacou. “Temos a convicção de que a nossa aeronave é muito capaz e estamos prontos para participar de qualquer exercício que venha a acontecer”, complementa o Capitão Santiago.



A participação do KC-390 em treinos operacionais como o exercício "Culminating" é fundamental para aprimorar a utilização da aeronave. A capacidade operacional e de atuação do KC-390 são obtidas mediante a acumulação de experiências em exercícios conjuntos, o que também possibilita o desenvolvimento da doutrina para a utilização segura da aeronave.


O primeiro KC-390 Millennium foi entregue à FAB em setembro de 2019. E, após cerca de um ano e meio operando a aeronave multimissão, a FAB atualmente conta com quatro KC-390 na sua frota, tendo já realizado missões fundamentais para o país, como a Operação COVID-19, de apoio à pandemia do novo coronavírus, e na missão de assistência humanitária à República Libanesa.

Portugal assinou contrato para a aquisição de cinco KC-390, a receber entre 2023 e 2027, para substituição dos C-1301H Hercules da Esquadra 501 da Força Aérea Portuguesa.





KC-390 MILLENNIUM EM TESTES DE FRIO EXTREMO [M2222 - 10/2021]

A equipa de testes do KC-390 Millennium no Alasca, EUA         Foto: FAB

Segundo comunicado de imprensa da Força Aérea Brasileira (FAB) do dia de ontem, aquela entidade e a Embraer iniciaram, no dia 8 de fevereiro, os ensaios de frio extremo, "Cold Soak", da aeronave KC-390 Millennium nos Estados Unidos (EUA). A missão tem como foco verificar a integração de todos os subsistemas e a robustez do novo cargueiro da FAB e futuro da Força Aérea Portuguesa e Hungria, em ambiente hostil, com condições de temperatura extremamente baixas.

A atividade é gerida pela Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC) e conta com representantes do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), engenheiros de ensaio do Instituto de Pesquisa e Ensaios em Voo (IPEV) e integrantes da Embraer. Já a operação da aeronave teve o apoio de tripulação do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1° GTT) – Esquadrão Zeus.

Além da qualificação ambiental enquanto objetivo, os testes Cold Soak têm por objetivo investigar, dentro dos requisitos dos sistemas, o efeito da exposição da aeronave a temperaturas extremamente baixas, por um intervalo de tempo considerável no solo, situação na qual a falha de sistemas pode levar a eventos de Dificuldades em Serviço, nas quais a aeronave fique sem condições de operação.

Foto: FAB

O início da atividade deu-se com a chegada do KC-390 à cidade de Jacksonville (Flórida), no dia 8 de fevereiro de 2021, onde a equipa especializada da Embraer e da FAB, entre engenheiros, técnicos e tripulantes se reuniram. No mesmo dia, a aeronave descolou para Moses Lake (Washington) para realizar o primeiro trajeto do voo de ligação para Fairbanks (Alasca). De notar que esta etapa teve a duração de 6h28min, o que representa o maior tempo de voo operacional do KC-390, em percurso único, já realizado até ao momento e comprova a autonomia e o alcance da aeronave, fatores essenciais para o cumprimento da missão de transporte aéreo logístico.

Já em Fairbanks, a aeronave foi exposta, por um longo período, a um ambiente meteorológico favorável aos testes, atingindo um pico de -37,8°C com sensação térmica de - 47,8°C. Após o tempo de exposição definido, foram conduzidos testes operacionais da aeronave para verificar a correta funcionalidade de diversos sistemas, tais como: aviónicos, elétrico, hidráulico, controlos de voo, combustível, motores, Auxiliary Power Unit (APU) e radar.

Radar do KC-390           Foto: FAB

O Tenente-Coronel Piloto Aviador Carlos Vagner Ottone Veiga, do Esquadrão Zeus, está na missão e destacou a importância dos testes. “Os resultados dos testes serão importantes para seguir com a certificação da aeronave nesta condição, um grande passo para que as missões do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR) com o KC-390 possam ocorrer em um futuro próximo. Cabe ressaltar que o Esquadrão alcançou a marca de voo mais longo com essa aeronave, no trecho entre Jacksonville e Moses Lake, evidenciando a enorme capacidade desse vetor”, explicou.

Para o Tenente-Coronel Engenheiro Emerson Gonçalves de Souza, da COPAC, que também faz parte da equipa, o ensaio Cold Soak é mais um passo na certificação da aeronave. "A realização do ensaio representa um marco importante no processo de desenvolvimento e certificação militar da aeronave KC-390, que visa garantir que esse importante vetor da Força Aérea estará apto a operar eficientemente em condições de baixa temperatura, atendendo aos requisitos estabelecidos pela Força Aérea para seu emprego”, disse.

Foto: FAB

Devido à exposição ao extremo frio, as verificações ocorreram de forma cadenciada e minuciosa, a fim de garantir a segurança da equipa de testes e a qualidade dos resultados obtidos. A longa jornada de testes permitiu a coleta de dados diversos que serão utilizados para comprovar a robustez da aeronave, bem como para a afinação e maturação dos sistemas avaliados.

Foi uma grande alegria para o time de engenheiros e mecânicos da Embraer observar o resultado de anos de desenvolvimento. A aeronave operou muito bem e, com o resultado do ensaio, poderemos aumentar a segurança e a eficiência quando o KC-390 operar em baixas temperaturas”, comentou o engenheiro da Embraer Guilherme Moreschi Valente dos Santos.

O sucesso da missão foi um passo fundamental para prosseguir na certificação do modelo KC-390 Millennium, garantindo a integração dos sistemas, a robustez e a segurança dentro dos limites operacionais. 

Percurso do KC-390 para os testes no Alasca



quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

KC-390 PARTICIPA NO PRIMEIRO EXERCÍCIO OPERACIONAL INTERNACIONAL [M2216 - 3/2021]



A aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) KC-390 Millennium n/c 2855 descolou na madrugada desta terça-feira 12 de janeiro de 2021, da Ala 2 – Base Aérea de Anápolis, Brasil, rumo à Luisiana, nos Estados Unidos, para participar do Exercício Operacional Culminating até o próximo dia 5 de fevereiro. Embarcaram na aeronave 21 militares do 1° Grupo de Transporte de Tropa (1° GTT) e três militares do Exército Brasileiro que irão participar do exercício.

A primeira escala foi em Boa Vista (Roraima) tendo seguidamente realizado uma paragem técnica no Porto Rico, de onde prosseguiu para o destino no aeroporto de Alexandria, no estado de Luisiana, EUA. Desde lá, os militares deslocaram-se para Fort Polk, uma unidade do exército norte-americano, que será a base dos participantes.
Rota do KC-390da FAB para a participação no exercício Culminating nos EUA

O treino envolve o empenhamento de militares do Exército Brasileiro e do Exército dos Estados Unidos em diversas missões, entre elas, operações aeroterrestres, com a participação das aeronaves KC-130J, C-17 e do KC-390 Millennium.

O embarque para a o Exercício Culminating é uma fase inédita na implantação da aeronave na Força Aérea Brasileira (FAB). “A primeira participação do KC-390 num exercício operacional é o coroamento de três anos de implantação da aeronave na FAB”, destacou o Comandante do 1° Grupo de Transporte de Tropa (1° GTT), Tenente-Coronel Luiz Fernando Rezende Ferraz.

Após mais de um ano da receção do primeiro KC-390 pela Força Aérea Brasileira, o 1° GTT já está a operar quatro aeronaves, as quais realizam missões fundamentais para o Brasil, como a atuação na Operação COVID-19 de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. “Tenho certeza que os militares estão prontos para cumprir as missões para representar bem o Brasil no Exercício Operacional Culminating”, complementou o Tenente-Coronel Ferraz.

De acordo com o comandante da Ala 2 – Base Aérea de Anápolis, Coronel Aviador Gustavo Pestana Garcez, houve uma preparação especial, não só dos militares, como também da aeronave KC-390 para participar do exercício. “Essa preparação mostra a capacidade da FAB de, em pouco tempo, formar tripulantes operacionais e deixá-los prontos para um treinamento com essa envergadura”, explicou.

A preparação também contou com a participação efetiva de diversos órgãos da FAB, entre eles, o Comando de Preparo (COMPREP), que é responsável por estabelecer a doutrina e determinar os detalhes do treinamento; o Comando-Geral de Apoio (COMGAP) e a Comissão Coordenadora da Aeronave de Combate (COPAC), que foram fundamentais na preparação da aeronave e da logística necessária; além do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), que coordenou todos os detalhes determinantes para a participação no exercício.

A aeronave multimissão de fabrico e desenvolvimento brasileiro, com participação da indústria portuguesa em ambas as fases, foi concebida tendo como característica fundamental a interoperabilidade, de forma a integrar não só as missões da Força Aérea, mas também do Exército e da Marinha. No Exercício Culminating esse aspeto é colocado em evidência já no embarque no Brasil. A aeronave, que será utilizada para a realização de saltos dos militares do Exército, também transporta os equipamentos que serão utilizados pelos paraquedistas brasileiros.

A Sargento Fernanda De Paula é uma das loadmasters da missão, militar responsável pela coordenação da carga, e explica como os equipamentos são distribuídos: “Levamos oito toneladas de carga, entre material para os paraquedistas e material do Esquadrão. Nós preparamos a carga, de forma que o centro de gravidade da aeronave fique dentro do padrão de performance de voo”, explica sobre a organização no interior do KC-390, que possui um moderno sistema de paletização.

Além da função específica durante o traslado, o loadmaster também tem papel fundamental nos treinos executados no Exercício Operacional, pois são eles que comunicam com os paraquedistas nos momentos prévios ao salto, para passar informações sobre a aeronave. “Durante o treino, o nosso maior desafio será a comunicação numa língua diferente do português, já que a nossa função é passar aos paraquedistas tudo que nós estamos a fazer, por exemplo, comunicar os momentos de salto. Mas preparamo-nos para esse momento e temos a certeza que será bem executado”, ressaltou a militar.


O KC-390 Millennium e a tripulação vêm passando por fases de certificação e, após a conclusão de determinadas etapas, as tripulações passam a operar as diversas funcionalidades do avião até atingir a capacidade final de operação (Final Operational Capability – FOC), que estará disponível em todos os KC-390 Millennium da FAB.

Portugal adquiriu cinco unidades do KC-390 Millennium, em contrato assinado em 2019, tornando-se no primeiro cliente externo do modelo, com a primeira entrega prevista para o primeiro trimestre de 2023.. Já em 2020 a Hungria tornou-se o segundo país europeu e membro da NATO a optar pelo avião da Embraer, com uma encomenda de dois exemplares.



Fonte: FAB com adaptação do Pássaro de Ferro

Fotos: Sargento Bianca Viol/ CECOMSAER



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