Mostrar mensagens com a etiqueta protecçao civil. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta protecçao civil. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

PETIÇÃO PÚBLICA PARA O REGRESSO DA FORÇA AÉREA AO COMBATE AOS INCÊNDIOS - e outras reflexões (M1927 - 64/2017)

Canadair CL-415 da Força Aérea Espanhola

Se os trágicos acontecimentos de ontem tiveram algum lado positivo, foi o de mostrar claramente a falta que faz ao Estado dispor dos principais meios aéreos de combate aos incêndios em permanência, operados pela Força Aérea.
Conforme é publicamente sabido, as frotas de combate a incêndios alugadas para os meses de verão, foram desmobilizadas quase na sua totalidade, no final da época oficial de incêndios. Se esses meios pertencessem ao Estado, continuariam disponíveis para combater aquele que foi o “pior dia de incêndios do ano” – palavras da Protecção Civil.

Poderá até argumentar-se que o dia 15 de Outubro de 2017 foi um evento isolado e anormal e voltar a repetir o argumento de que “não compensa” adquirir helicópteros e aviões “para serem usados quatro meses por ano”. Este argumento repetido vezes sem conta, só pode ser proferido por quem não sabe, ou não tem interesse (que os meios aéreos sejam operados pelo Estado) e mente deliberadamente.

Todos os argumentos que sustentam esta teoria esbarram nas estatísticas: Portugal é o pais europeu com mais área ardida ano após ano e o único da bacia mediterrânica que não tem meios aéreos pesados próprios de combate a incêndios. Todos os anos são alugados a particulares, ou temos que esperar pela disponibilidade de países que os tenham, chegando quando os incêndios atingiram já proporções  gigantescas e aos quais obviamente também temos que pagar.
A título de exemplo, a Espanha, que amiúde cede meios aéreos ao nosso país, tinha em 1980 - quando foi criado o Grupo 43 da Força Aérea Espanhola que os opera, 236 mil hectares ardidos. Em 2015 este valor é menos de metade com 103 mil.
É por isso muito fácil estabelecer uma relação causa-efeito entre estes factos.




Existiu já uma proposta para dotar a Força Aérea Portuguesa de uma extensa frota de helicópteros, para prestar serviços às Forças Armadas (uso militar), Ministério da Saúde (evacuações médicas) e Ministério da Administração Interna (combate a incêndios). Esta proposta foi colocada de parte pela actual ministra da Administração Interna, quando a Força Aérea não aceitou o “presente envenenado”, que seria assumir todas as responsabilidades e custos dos serviços a prestar, conforme a ministra pretendia.

Relativamente aos aviões anfíbios de combate a incêndios (vulgo “Canadair”), que são inegavelmente os mais adequados ao nosso país, vários argumentos contrários à sua aquisição pelo Estado têm sido divulgados, mais uma vez por ignorância ou desonestidade deliberada: os Canadair continuarão a ser fabricados (como Viking Air)  e  podem mesmo realizar missões de vigilância marítima e busca e salvamento, o que os torna úteis durante todo o ano (modelo CL-415MP). Não há por isso razão objectiva nenhuma para que não devam ser adquiridos e operados pela Força Aérea.
Esta necessita no entanto, que sejam criadas as condições técnicas, humanas e financeiras para os operar com eficiência e de um modo sustentado. Propostas como a que a ministra fez, são de uma desonestidade intelectual gritante e sobre a sua motivação apenas se pode conjecturar. Não é viável que a FA passe a realizar o trabalho de três ministérios com o orçamento de um (cortado em cerca de 30% nos últimos anos).

Como nota de rodapé e ainda a ilustrar a falta de vontade da actual ministra da Administração Interna, em dotar o Estado de meios próprios, está o programa de aquisição de dois Canadair, iniciado pelo Governo anterior, que previa o financiamento das aeronaves com 85% de verbas da União Europeia. Este programa foi abandonado pelo actual executivo, nomeadamente pela actual titular do MAI.

Existe ainda o argumento de que “constitucionalmente a Força Aérea não pode realizar missões de protecção civil permanentemente”.
Em primeiro lugar, não se percebe qual o impedimento para alterar a Constituição nesse ponto, quando ao avaliar a anterior petição para o regresso da FA ao combate aos incêndios, TODOS os partidos políticos com assento parlamentar se declararam favoráveis e apenas uma maioria de 2/3 é necessária no Parlamento para uma revisão constitucional.
Em segundo lugar, a FA já realiza a missão de busca e salvamento em permanência, não se percebendo por isso qual a diferença de enquadramento legal desta missão de protecção civil, relativamente ao combate a incêndios.

Os meios aéreos do Estado não são seguramente a única medida a tomar, para mitigar o flagelo dos incêndios florestais. Mas são obviamente (e como ficou claro no dia de ontem) o meio mais importante e eficaz de lhes fazer frente. Sem eles, os grandes incêndios simplesmente só param quando as condições naturais deixarem.
E há que acabar com os interesses de quem lucra com a “industria dos fogos”, inúmeras vezes denunciados na comunicação social.

O Pássaro de Ferro ajudou a divulgar com sucesso uma primeira petição para o regresso da Força Aérea ao combate activo a incêndios, que foi entregue com mais de 32 mil assinaturas e avaliada no Parlamento a 29 de Março de 2017. Apesar do consenso de, como referido, todos os partidos políticos na sua utilidade, (ver sessão de plenário às 2h45min) nada de prático daí saiu.

O mesmo promotor dessa petição - um cidadão anónimo e independente de qualquer partido político, voltou a lançar uma nova petição exactamente com o mesmo objectivo - dotar a FA de meios para combate a incêndios.

Pode questionar-se a utilidade de uma segunda petição, quando a primeira teve resultados práticos quase nulos. À falta de melhor meio de fazer valer a vontade popular,  servirá para responsabilizar a classe politica, dando-lhe uma oportunidade inequívoca de fazer alguma coisa para acabar com os interesses instalados e melhorar os meios e a prontidão do combate aos incêndios. Serve ainda para manter a opinião pública atenta e evitar que o assunto fique esquecido durante mais oito meses, até que comece outra época de tragédias.

Se necessário for,  leva-se o assunto ao Parlamento quantas vezes for preciso até produzir resultados.
Pela insistência também se ganham batalhas.


Fica o link para a petição à discrição de quem assim o quiser assinar e divulgar.
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT85971


domingo, 20 de julho de 2014

NOVO CONCURSO PARA OPERAR KAMOV OFERECE 6000 EUROS À HORA (M1660 - 211PM/2014)

Kamov Ka-32 de combate a incêndios florestais

O primeiro concurso público internacional para a operação e manutenção dos helicópteros Kamov do Estado não avançou porque não apareceram interessados. Dois anos depois da primeira tentativa falhada, o Ministério da Administração Interna (MAI) volta agora a lançar um novo concurso e o prazo para a apresentação de propostas termina a 25 de Agosto.

A intenção do ministro Miguel Macedo, segundo contou ao Jornal i uma fonte do MAI, é ter a operação e a manutenção dos helicópteros pesados russos entregues a privados antes do final de Outubro - de maneira a que a Empresa de Meios Aéreos (EMA) possa finalmente ser extinta, três anos depois do governo ter anunciado o seu fim.

E para garantir que desta vez há interessados no negócio, o MAI aumentou o valor do contrato. "Através da redução das horas a contratar e tornando o contrato mais apetecível do ponto de vista financeiro", revela a mesma fonte. Assim, a hora de voo de cada Kamov passará a ser paga a 5925 euros - contra os 5333 euros previstos no concurso anterior. Por outro lado, o governo eliminou uma série de obrigações que estavam a cargo do adjudicatário, de maneira a tornar a operação dos helicópteros mais barata. E os requisitos para concorrer foram "aligeirados", permitindo que mais empresas possam candidatar--se.

Esta é já a segunda tentativa do MAI de se desfazer da operação dos helicópteros pesados russos - cuja manutenção é uma das mais caras. Só quando aparecer uma empresa interessada é que o MAI poderá fechar a EMA, empresa criada em 2007 para gerir os meios aéreos do Estado. A extinção, que Miguel Macedo anunciou a 30 de Outubro de 2011, tem vindo a ser sucessivamente adiada devido aos Kamov. Há quase três anos, o ministro justificou a decisão com uma poupança anual de oito milhões de euros e explicou que a competência da empresa transitariam para a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Dois anos e meio depois, a ANPC já absorveu todas as competências da empresa pública e a operação de todas as aeronaves do Estado já foi entregue a empresas. À excepção dos Kamov, em que ninguém quer pegar e que continuam sob alçada da EMA. A extinção da empresa foi publicada em Diário da República em Janeiro e estava prevista para Abril. Porém, e mais uma vez, o MAI adiou o processo e alargou o prazo para 31 de Outubro. Na altura, o secretário de Estado da Administração Interna justificou a decisão, em declarações ao i, com a época de fogos. "Para não pôr em causa a contínua operação e gestão dos meios aéreos pesados do Estado durante o período crítico dos incêndios florestais", explicou João Almeida.

Entretanto, o conselho de administração da EMA já saiu de cena. Desde Fevereiro, está à frente da empresa uma comissão liquidatária com membros da ANPC para facilitar a transição de competências.

  Fonte: Jornal i

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

EMA OFICIALMENTE EXTINTA (M1319 - 384PM/2013)

Kamov KA-32 da EMA


"O Conselho de Ministros de aprovou a extinção da EMA - Empresa de Meios Aéreos, S.A., revogando o respetivo diploma de criação e regulando o processo de liquidação desta sociedade.

Com a extinção da EMA, que se insere no esforço de racionalização das estruturas públicas, os respetivos meios aéreos serão transferidos para o património do Estado através da Autoridade Nacional de Proteção Civil, assumindo esta entidade a gestão desse dispositivo, juntamente com a gestão do dispositivo de meios aéreos alugados, que já garante desde o início de 2013.

Transitoriamente e até ao termo do processo de liquidação da sociedade, os meios próprios, manter-se-ão na esfera da EMA" é o que se pode ler no ponto 3 do comunicado do Conselho de Ministros de 12 de dezembro de 2013.

Termina assim o polémico processo de extinção da EMA, iniciado há mais de dois anos. Fica agora por saber o destino dos meios humanos e aéreos da empresa, que, relativamente aos helicópteros Kamov KA-32, não obtiveram licitações no concurso público realizado para a sua operação. 

Apesar de ser um excelente meio de combate a incêndios (senão mesmo o melhor de asas rotativas) a pouca adequabilidade para missões de busca e salvamento e transporte de doentes, realizadas sobre tudo na época de inverno, são fatores que jogam contra os Kamov. Ao que consta, e se não houver novamente interessados nos helicópteros bombardeiros pesados adquiridos em 2007, a venda é mesmo uma hipótese plausível.






quarta-feira, 28 de agosto de 2013

KAMOV DE COMBATE A INCÊNDIOS ATERRA DE EMERGÊNCIA (M1132 - 244PM/2013)

Kamov Ka-32 da Proteção Civil

Um helicóptero Kamov que combatia um incêndio aterrou esta quarta-feira de emergência no aeródromo de Viseu, devido a um problema mecânico, mas sem causar feridos, disse à Lusa fonte do Comando Nacional de Operações de Socorro (CNOS) de Lisboa.
"Tratou de uma situação pontual. O helicóptero teve uma falha mecânica e foi forçado a aterrar no aeródromo de Viseu pelas 19:20 devido a um problema mecânico", afirmou o adjunto nacional de operações, Miguel Cruz.
Aquando da aterragem, estavam no interior do aparelho dois pilotos e «ambos estão bem», sem qualquer ferimento, acrescentou o responsável.
O helicóptero mantém-se no aeródromo de Viseu onde vai ser reparado, segundo Miguel Cruz.
Este helicóptero estava a combater um incêndio que lavra desde as 11:47 da manhã na localidade de Bigas/Lordosa, no distrito de Viseu.
Pelas 20:50, combatiam este fogo com uma frente ativa 122 operacionais e 31 veículos, de acordo com a informação disponível na página da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), noticia a Lusa.

Fonte: TVI24

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

GOVERNO ANUNCIA REFORÇO NOS MEIOS DE COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS (M883 - 56PM/2012)


Teve finalmente um fim no passado dia 15 de fevereiro de 2013, a polémica com o concurso para a contratação de 25 helicópteros ligeiros de combate aos incêndios florestais. O resultado estava em suspenso por alegadas falsificações de documentos apresentados a concurso pela Everjects, que agora foi pronunciada vencedora, com uma proposta 1,4M EUR mais barata que a concorrente HeliPortugal.
O contrato a celebrar terá o valor aproximado de 40M EUR, para a operação dos referidos helicópteros durante os próximos cinco anos. De fora ficam ainda os helicópteros bombardeiros pesados Kamov Ka-32, cujo concurso não despertou o interesse de operadores nacionais nem internacionais e cuja operação é para já incerta.
Entretanto e já durante o fim de semana, o Ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, anunciou durante a inauguração do quartel general dos bombeiros de Favaios, que as operações de combate a incêndios florestais vão ser reforçadas com novos meios aéreos e que o novo dispositivo de combate a incêndios irá ser apresentado durante as próximas. Garantiu ainda não ir haver nenhum corte nas estruturas de proteção civil, estando inclusive previsto esse acréscimo de "cinco ou seis meios aéreos".


ARTIGOS MAIS VISUALIZADOS

CRÉDITOS

Os textos publicados no Pássaro de Ferro são da autoria e responsabilidade dos seus autores/colaboradores, salvo indicação em contrário.
Só poderão ser usados mediante autorização expressa dos autores e/ou dos administradores.

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Laundry Detergent Coupons
>