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terça-feira, 5 de maio de 2020

DOGFIGHTS SOBRE O MAR EGEU [M2132 - 50/2020]

Mirage 2000-5 Mk.2 da Força Aérea Helénica (Polemiki Aeroporia)

Um vídeo filmado através da mira (Head Up Display-HUD) de um caça grego Mirage 2000-5 a interceptar um F-16C turco, foi tornado público esta terça-feira 5 de Maio de 2020.



O incidente alegadamente ocorreu sobre o Mar Egeu no passado domingo 3 de Maio, e terá envolvido pelo menos outro Mirage grego e outro F-16 turco. É possível ouvir o piloto grego, que perseguia o F-16 turco, a dizer "apanhei-o" o que significa que terá bloqueado o F-16 adversário, como alvo no radar (lock-on). É ainda possível ouvir um segundo piloto grego a dizer "chegou outro". Depois do recontro, os caças turcos ter-se-ão evadido, voltando a leste, para fora do espaço aéreo grego.

Não foi entretanto, possível confirmar se nesta intercepção se trata dos mesmos F-16 turcos que perseguiram  o helicóptero NH90, que transportava o ministro da Defesa grego Nikolaos Panagiotopoulos e o chefe do Estado-Maior da Defesa Nacional, general Konstantinos Floros, após uma visita às ilhas Oinousses, Agathonissi and Farmakonissi, também no passado domingo.


Fotos captadas dentro do NH90 que transportava o min. Defesa e Chefe de Estado Maior gregos    (c) FA Helénica

Já esta terça-feira, dois caças turcos realizaram um voo não autorizado sobre esta cadeia de ilhas do leste do mar Egeu. Essa violação específica do espaço aéreo da Grécia, que foi registada às 10h27 de hoje, vem numa longa sequência de provocações da parte turca.

O número de violações do espaço aéreo grego por aeronaves turcas aumentou acentuadamente em 2019, de acordo com um relatório recente do Estado-Maior da Defesa Nacional Helénico: “O número de violações do espaço aéreo nacional grego por aviões militares turcos chegou a 4811 em 2019, o maior número em um ano civil desde 1987. Houve 384 "dogfights" entre caças gregos e turcos no ano passado, enquanto apenas 13 incidentes desse tipo ocorreram em 2010 ”, afirma o relatório.

A Turquia reclama soberania sobre várias pequenas ilhas do leste do mar Egeu desde 1996, tendo-se agravado as reclamações turcas desde que Erdogan ascendeu ao poder em Ancara.

Reportagem sobre o alerta da Força Aérea Helénica na ilha de Skyros

Apesar da base dos Mirage 2000 gregos ser em Tanagra, no continente, a Força Aérea Helénica tem alertas permanentes em bases avançadas nas ilhas de Skyfos (de onde descolaram para a intercepção de 3/5/2020) e Limnos, onde se vão revezando com destacamentos de outras Esquadras de F-16, na missão de Quick Reaction Alert (QRA). Dependendo do estado de alerta, o tempo de resposta de nestas ilhas pode baixar até aos 2 minutos, o que exige ter pilotos permanentemente dentro dos caças, com o motor em marcha.




terça-feira, 24 de setembro de 2019

FROTA C-130 PORTUGUESA RUMO À GRÉCIA? [M2065 - 52/2019]

C-130H Hercules da Esquadra 501 "Bisontes" da Força Aérea Portuguesa


Notícias ontem veiculadas na Grécia, dão conta que aquele país será "um dos interessados" na aquisição de "três C-130H com 42 anos" da Força Aérea Portuguesa, segundo pode ler-se no site ProNews.

A Força Aérea Helénica procura reforçar a sua frota de 15 C-130B/H, que se encontra em níveis de operacionalidade bastante baixos, não sendo no entanto certo se as aeronaves actualmente ao serviço da Esquadra 501 da FAP, servirão para fornecimento de peças ou para voar operacionalmente.

Já o site Defence Point revela que "segundo informações seguras" o negócio está agora depende dos trabalhos de inspecção preliminar das aeronaves da FAP, pela parte grega.

As mesmas fontes da notícia, não especificam se a iniciativa do negócio partiu de Atenas ou Lisboa.

Esta recente revelação vem contrariar a intenção divulgada pelo anterior CEMFA Gen. Manuel Rolo, bem como do Ministério da Defesa, de utilizar os C-130 da FAP em funções de combate a incêndios, após a entrada em serviço dos KC-390. De igual modo, e dado que segundo a calendarização de entrega dos KC-390, ao ritmo de um por ano, entre 2023 e 2027, está prevista a sobreposição da utilização das frotas C-130 e KC-390, fica por isso a dúvida de como será realizado o período de transição, caso a frota C-130 seja alienada antecipadamente.

A Força Aérea Portuguesa tem actualmente quatro C-130H em uso operacional, de um total de cinco aeronaves. A frota celebrou recentemente as 80.000 horas de voo, que começou a operar em 1977. Está previsto realizarem-se trabalhos de modernização dos sistemas de navegação e comunicações nos quatro C-130 operacionais, de modo a manterem-se no activo até que a frota KC-390 esteja totalmente capaz de assumir as missões atribuídas aos "Bisontes".


sábado, 31 de março de 2018

CROÁCIA COMPRA F-16 ISRAELITAS (M1961 - 21/2018)

F-16D Barak israelita

O Governo croata confirmou na quinta-feira 29 de Março de 2018, a aquisição de uma dúzia de caças F-16 a Israel, confirmando a recomendação do Conselho de Defesa do país, que avaliou as propostas recebidas.

A proposta israelita superou a competição de EUA, Grécia e Suécia, que responderam ao concurso lançado em 2017, pelo país da antiga da antiga federação jugoslava, para substituição da esquadra de MiG-21 da Força Aérea local.

O negócio está avaliado em 500M USD, a pagar ao longo de uma década. A proposta inicial contemplaria o modelo A/B "Netz", retirado de serviço da IDF no início de 2017, que entretanto teria sido melhorada para o modelo C/D "Barak", para poder superar a competição, principalmente da Suécia, que propôs Gripen C/D novos por 700M EUR.

Os EUA propuseram igualmente F-16V novos, mas por cerca de 1700M USD. A oferta grega de F-16C/D usados terá sido a mais barata, mas não conseguiu bater a globalidade da oferta de Telavive, que incluía um pacote de contrapartidas económicas na área da Defesa, com a investimentos avultados de empresas israelitas na Croácia, além de simuladores de voo e treino inicial de pilotos e mecânicos.

Os F-16 deverão ser entregues entre 2020 e 2022.


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

GRÉCIA: F-35 E MODERNIZAÇÃO DE F-16 (M1872 - 09/2017)

Lockheed Martin F-35A Lightning II


O Ministério da Defesa grego revelou na passada terça-feira pretender modernizar a frota de F-16 em uso na Força Aérea Helénica, para o padrão V, equivalente ao Bloco 60/62.
De igual modo, irá informar o Governo dos EUA da intenção de aquisição de pelo menos uma Esquadra de caças F-35 de 5ª Geração. No mesmo comunicado, consta ainda o pedido de orçamento para a manutenção do sistema de mísseis anti-aéreos S300 de fabrico russo, em uso no país.

A decisão do Ministro da Defesa Panos Kammenos, foi tomada no seguimento de recomendações das chefias militares. O facto da Turquia, país com o qual a Grécia mantém relações tensas e disputas territoriais, fazer parte integrante do Programa F-35 vem criando preocupações nas fileiras helénicas. A intenção por detrás das medidas agora anunciadas, será por isso manter o equilíbrio de poderio militar na região.

A frota grega de F-16 foi composta por vários lotes constituídos por variantes do Bloco 30, 50, 52 e 52+

A primeira medida preconizada, de modernizar a extensa frota de F-16 do país (cerca de 160 células) para o modelo V, pretende torná-los compatíveis com o avançado sistema de comunicações e dados do F-35 e simultaneamente prolongar-lhes a vida operacional. Os custos da operação estão estimados entre 1700M e 2000M USD, ao longo de 7 anos de duração dos trabalhos de modernização.

Já relativamente ao F-35, a intenção inicial será a aquisição de "uma Esquadra, o que significa entre 12 a 20 aviões". A Carta de Intenções, questiona ainda acerca da possibilidade da integração da Grécia no Programa F-35. O preço actual do F-35A é de cerca de 95M USD, esperando-se que este valor venha a cair para perto dos 80M USD à medida que a produção se massificar.

O acordo para manutenção e melhoramento dos sistema de mísseis terra-ar S300 não ficou claro, pensando-se que a intenção será dotá-lo de maior precisão de radar, semelhante ao sistema mais recente S400 também de fabrico russo.




terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

QUATRO DÉCADAS DE ESQUADRA 347 - GRÉCIA (M1870 - 07/2017)



A Esquadra 347 - Perseu, da Força Aérea Helénica celebrou no passado dia 3 de Fevereiro de 2017, o seu 40º aniversário. Na cerimónia realizada para marcar o evento na base aérea de Nea Agchialou onde se encontra sedeada, estiveram presentes altas individualidades das Forças Armadas gregas e elementos integrantes da Esquadra, do passado e do presente.

Apresentação da pintura comemorativa no F-16C da Esq.347

Individualidades da FA Hellenica com um TA-7 anteriormente operado pela Esq. 347 em fundo

A comemoração incluiu ainda uma exibição estática de aeronaves e uma exposição fotográfica, tendo o ponto mais alto na apresentação de uma pintura comemorativa, na cauda e num dos depósitos de combustível externo, de um dos F-16 operados pela Esquadra 347.



Vídeo dos trabalhos de pintura do depósito externo:

347 SQN 40 years External Tank Painting from Hellenic Air Force on Vimeo.


A pintura congrega elementos gráficos relativos a Perseu, personagem da mitologia grega e símbolo da Esquadra.

A Esquadra 347 foi a primeira a receber o F-16C Bloco 50 na Força Aérea Helénica em 1997, tendo anteriormente operado o A-7H Corsair II a partir das bases aéreas de Souda e Larissa até 1992, quando foi temporariamente desactivada.

Vídeo com imagens históricas da Esquadra 347:


Fotos da exposição fotográfica:



Fotos: Esquadra 347


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

ÚLTIMO NATAL DOS RF-4 GREGOS (M1864 - 01/2017)

Pintura especial na cauda de um dos últimos RF-4 activos na FA Helénica - Foto: FA Helénica



A retirada de serviço operacional, dos RF-4E Phantom II da Força Aérea Helénica, tem data marcada para 5 de Maio de 2017.
25 de Dezembro de 2016 foi por isso o último Natal para os Phamtom II de reconhecimento fotográfico da Esquadra 348.
A ocasião foi assim lembrada, através de uma pintura na cauda de um dos derradeiros RF-4 activos na base aérea de Larissa, Grécia.



segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

F-16 GREGO DESPENHA-SE EM ESPANHA (M1778 - 18PM/2015)

F-16D n/c 084 da FA Grega hoje acidentado em Albacete

Um F-16D da Força Aérea Grega protagonizou esta tarde um aparatoso acidente na base aérea de Los Llanos, Albacete, Espanha.

A aeronave bilugar com número de cauda 084, pertencente à Esquadra 341, integrava o Tactical Leadership Programme (TLP) da NATO e descolava pelas 15:30 locais para o início da missão, quando por razões ainda desconhecidas, se despenhou sobre a placa de estacionamento. Colidiu com várias das aeronaves que aí se encontravam, nomeadamente, e pelo menos, um Alpha Jet francês, um F-16 grego e um F-15E americano.

O acidente causou pelo menos dez vítimas mortais, entre as quais os dois tripulantes do F-16 e treze feridos. As estatísticas são contudo ainda provisórias. Dos treze feridos, sete apresentam prognóstico grave, cinco reservado e um já teve alta hospitalar. Os feridos encontram-se no Complexo Hospitalar de Albacete.

O Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Espanhola, acompanhado pela Comissão de Investigação de Acidentes de Aeronaves Militares (CITAAM), deslocou-se à base aérea de Los Llanos para se inteirar in loco da evolução dos acontecimentos.

A lista de aeronaves integrantes do exercício TLP 15-1 é a seguinte:
3 Lockheed Martin F-16C plus 1 F-16D, FA Grega (341 Mira de Almiros/Nea Anchialos)
4 Eurofighter EF2000, FA Espanhola (ALA 11 de Morón)
2 Dassault Rafale, FA Francesa (EC 01.091 da BA113 Saint Dizier)
2 Dassault Mirage 2000D, FA Francesa (ETD 02.007 da BA133 Nancy/Ochey)
2 Mirage 2000-5, FA Francesa (EC 01.002 da BA116 Luxeuil/St.Sauveur)
5 McDonnell Douglas AV-8B+, Marinha Italiana (Gruppo Aerei Imbarcati de Grottaglie/Taranto)
3 Boeing (McDonnel Douglas) F-15E Strike Eagle  da USAFE (de Lakenheath, Reino Unido)
2 Dornier / Dassault Alpha Jets, FA Francesa(EE 02.002 da BA120 Cazaux)
2 AMX, Italian Air Force (132° Gruppo de Istrana)
4 Panavia Tornado IDS, FA Alemã (Taktisches Luftwaffengeschwader 33 de Büchel)
2 BAE Hawk, FA Britânica (No. 100 Squadron de Leeming)





quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

EXERCÍCIO BLUE FLAG EM ISRAEL (M1306 - 373PM/2013)

Formação conjunta de F-16I israelitas e F-16C grego    Foto: IAF

Terminou no dia 28 de novembro de 2013, a primeira edição do exercício Blue Flag, que juntou cerca de uma centena aeronaves das forças aéreas de Israel, EUA, Itália e Grécia e foi oficialmente o maior exercício multinacional realizado em Israel.

F-16 israelitas das Esquadras Netz e Barak   Foto:IAF
O exercício está planificado para simular vários cenários realistas, baseados nas anteriores experiências da IAF em conflitos na região. O Blue Flag foi criado em parte para permitir a Israel participar num grande exercício internacional, desde que as forças do país hebraico foram impedidas de participar em exercícios NATO, devido a objeções levantadas pela Turquia.

F-15C israelita em Uvda     Foto: IAF

A IAF participou com as Esquadras "Knights of Twin Tail"  "Edge of the Spear" de Tel Nof, "Knights of the North" e "First Jet" de Ramat David, "Knights of the Orange Tail" de Hatzerim,  e "One" e "Bat" de Ramon. A Esquadra "Flying Dragon" é a anfitriã, na base aérea de Uvda. As aeronaves voadas com a Estrela de David, incluíram F-16C/D, F-16I e F-15C/D

Forças americanas e israelitas     Foto: Lee Osberry/USAF

Apesar de poder parecer um pormenor despiciendo, o facto de realizar todo o exercício com comunicação em inglês, é para as forças israelitas uma das características a realçar: "o Blue Flag é um exercício avançado, com um nível muito elevado e temos que comunicar em inglês, que é algo a que não estamos habituados" referiu a propósito o Ten. Omri, da Esquadra "Knights of the Orange Tail".
F-15E Strike Eagle da USAF          Foto: Lee Osberry/USAF

Já as forças americanas, que participaram com F-15E Strike Eagle da base de Lakenheath (Reino Unido), realçaram também o treino logístico que um exercício do tipo permite fazer, com a projeção de forças necessária para uma região, historicamente instável.

O gigante C-17 Globemaster no apoio aos caças da USAF     Foto: IAF
F-16C gregos e F-15C israelita     Foto: IAF




A Itália participou com AMX e Tornado, enquanto que a Grécia trouxe os seus F-16C/D.  

Os primeiros dias foram destinados à ambientação das forças estrangeiras ao território, enquanto na segunda semana se realizou o exercício propriamente dito, com missões ar-ar e ar-solo integradas num plano estratégico global.

Participam ainda como observadores 22 outros países (Canadá, Alemanha, Reino Unido, Bulgária, etc), que avaliarão a possibilidade participação ativa em edições futuras, planeadas para ocorrer de dois em dois anos.

O patch oficial do exercício Blue Flag            Foto: IAF



quarta-feira, 7 de novembro de 2012

ESQ 502 TERMINA OPERAÇÕES FRONTEX 2012 (M751 - PM111/2012)


Realizou-se no dia 5 de novembro, na Base Aérea Nº6 – Montijo, a cerimónia de receção dos militares que participaram, no presente ano, nas operações da Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas dos Estados-Membros da União Europeia (FRONTEX).

Vista da "bolha" de observação de um C295
A Força Aérea Portuguesa participou, pelo segundo ano consecutivo, com uma aeronave C295M, pertencente à Esquadra 502, e cerca de 60 militares das áreas de operações, manutenção e apoio em quatro operações distintas da agência FRONTEX – HERMES (Itália), AENEAS (Itália), INDALO (Espanha) E POSEIDON (Grécia) – de julho a outubro de 2012, com a principal missão de controlar os fluxos de migração irregular a partir do norte de África.

Alguns dos militares da Esquadra 502 que participaram nas operações             Foto: Força Aérea

Nas quatro operações, o destacamento nacional perfez 101 missões de vigilância marítima numa área próxima dos 4 200 000 km2, onde percorreu 111 045 km num total de 409 horas de voo, que resultaram na identificação e monitorização de 11 736 embarcações, das quais 27 foram alvo de interceção por indícios de atividade ilegal.

Fonte: Força Aérea  

terça-feira, 8 de novembro de 2011

EPISÓDIOS DE UMA TRAGÉDIA GREGA (M553 - 32PM/2011)

F-16C grego em Monte Real

Nos dias que correm não é fácil ser-se grego.
Das razões económicas já há muitos meses se sabia. Recentemente, e apesar de não admitido oficialmente, sabe-se também que a Grécia esteve à beira de um golpe militar.
Habituados que estávamos a pensar que ditaduras, guerras e instabilidade social eram coisa do passado ou de países menos civilizados, as fundações da orgulhosa Europa tremeram mais uma vez, de tal modo que de repente o espectro de outra grande guerra no Velho Continente apareceu do armário, onde esteve 66 anos.
Curiosamente (ou não), a Alemanha está mais uma vez ligada a essa instabilidade. A Alemanha que foi desmembrada e limitada no armamento que podia possuir depois da II Guerra Mundial, reagrupou-se e cerrou fileiras na única guerra que podia travar: a económica. E foi paulatinamente (como antes) reconquistando a importância que outrora teve pelas armas. Uma guerra calculista, surda, quase invisível, e o que é pior, lícita! O resto da Europa (como antes) ficou a ver, quando se alargou a União Europeia de 12 países para 15, para 19, para vinte e não-sei-quantos, no espaço de poucos anos. Ficou a ver quando foi retirado o direito de veto a um país isolado da União Europeia. Ficou a ver quando se assinaram acordos de comércio com a China, que acabaram com o pouco que sobrou das economias mais frágeis no alargamento a Leste da UE. De todos estes acontecimentos, o único denominador (vencedor) comum foi a Alemanha. Pode dizer-se que a Alemanha aplicou uma variação de "se não os consegues vencer junta-te a eles", trocando a última parte por um "compra-os". E nós deixámo-nos comprar. E até gostámos. É por isso que quando vou ouvindo que "os nossos políticos são os culpados", não posso deixar de dizer que sim, são. Mas nós também. Os políticos são o espelho do país que somos. Por acção ou omissão. Mas como sempre, é mais fácil dizer que a culpa é dos outros. É "da Alemanha", é "dos políticos". Nossa? Não!
Mas o quadro, ou the big picture como dizem os ingleses, é de facto ainda maior. E a Alemanha que parecia (e pensou) ter ganho esta guerra, só tarde se apercebeu que também podia implodir com o desmoronar das economias periféricas. Talvez por ingenuidade de uma líder, que só já bem tarde na vida aprendeu a viver no sistema capitalista (Merkel cresceu e viveu na antiga RDA), ou talvez por puro orgulho germânico (o mesmo pecado que lhes custou a última Grande Guerra).
Toda esta instabilidade, serviu no entanto para colocar bem visível que na verdade todos os países actualmente estão reféns dos grandes grupos económicos e do grande capital (acho que já ouvi isto nalgum discurso de esquerda...). Uma "teoria da conspiração" que foi repetida anos a fio, mas à qual pouca gente prestava realmente atenção, desde que houvesse dinheiro na conta no fim do mês e a vida fosse boa.
A grande ironia é que vinte anos depois do comunismo, parece o capitalismo sucumbir também, sob o peso próprio.
O sistema está viciado e tem vindo a definhar já há décadas, com políticas de planeamento que não vão além do curto prazo (há que ganhar as próximas eleições, depois logo se vê), que se movem ao sabor de interesses duvidosos (como dizia o outro, duvidosos porque ninguém duvida das intenções) e uma classe dirigente de um modo geral medíocre a nível nacional e internacional. Políticas feitas para agradar " Gregos e Troianos" (e aqui está outra vez a Grécia metida...), políticas sociais muitas vezes super-protectoras, políticas energéticas dependentes do petróleo e manutenção da especulação financeira. E o sistema não reagiu. Os sinais eram evidentes para quem se atrevesse a pensar um pouco além de amanhã. Para quem estivesse interessado em pensar além de amanhã. 
O sistema Ocidental faliu, tal como as suas economias. Num estranho fechar de ciclo, a Grécia, berço da civilização moderna e da democracia, parece ser o símbolo do esgotamento do seu antigo arquétipo.


A nós, enquanto portugueses, resta-nos à semelhança de um programa de recuperação de dependências, assumir que a razão de estarmos onde estamos hoje, é nossa culpa. A culpa não é do pai que nos batia, nem do árbitro que não marcou penalty. E começar a trabalhar num novo futuro para o país, que não envolva subsídios para tudo, nem desculpas para tudo.
E o mundo, esse precisa de forjar um novo arquétipo, porque não somos só nós que necessitamos de uma reestruturação profunda.

As minhas desculpas a todos, porque hoje aqui de aviação, apenas a foto.


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