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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

CONTROLADORES AEROTÁTICOS DA FAP MINISTRAM FORMAÇÃO EM MOÇAMBIQUE [M2291 - 8/2022]

Controladores Aerotáticos da FAP a ladear os instruendos moçambicanos sobrevoados por um Mi-17 da FAM     Foto: EMGFA
 
O Estado Maior General das Forças Armadas (EMGFA) portuguesas partilhou recentemente imagens nas redes sociais de militares da Força Aérea Portuguesa (FAP) a ministrar formação a futuros Controladores Aerotáticos das Forças Armadas de Moçambique.

Nas imagens, é possível ver a equipa de Controladores Aerotáticos (“TACP - Tactical Air Control Party”), da FAP, integrada na Missão de Treino da União Europeia em Moçambique (EUTM-MOZ), a dar formação a militares moçambicanos na zona de Nacala.

No âmbito dessa instrução, os instruendos TACP, que estão a ser formados com o intuito de integrarem uma futura Força de Reação Rápida das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), começaram por conhecer e contactar com os meios aéreos de combate da Força Aérea de Moçambique (FAM), tais como os Mi-17, Mi-24 e SA341 Gazelle visíveis nas imagens.

Instrutores e instruendos junto a helicóptero Mi-17   

Hangar com SA341 Gazelle e Mi-24 da FAM         Foto: EMGFA

Os instruendos receberam, igualmente, formação teórica de táticas, técnicas e procedimentos de apoio aéreo próximo aos pilotos de combate da FAM, aplicadas em posterior exercício prático com o helicóptero Mi-17.

Treino com helicóptero Mi-17       Foto. EMGFA

Lançada em Novembro de 2021, a Missão de Treino da União Europeia em Moçambique conta com até um total de 65 militares portugueses destacados em Moçambique em 2022, com o intuito de formar e apoiar as Forças Armadas Moçambicanas na proteção da população civil e no restabelecimento da segurança na província de Cabo Delgado, Apoiar as Forças Armadas Moçambicanas a dar uma resposta mais eficiente e eficaz à crise em Cabo Delgado, na observância das disposições legais, em matéria de Direitos Humanos e do Direito Internacional Humanitário.

O norte de Moçambique especialmente, tem como é sabido, sido palco de ataques de grupos armados, classificados como ameaça terrorista desde 2017.

Imagens via EMGFA

domingo, 27 de setembro de 2020

BÉLGICA REGRESSA AO COMBATE AO DAESH NO MÉDIO ORIENTE [M2181 – 99/2020]

F-16AM da Componente Aérea Belga no combate ao Daesh em 2015     Foto: Malek Azoug/DefBel

Na sequência do pedido dos EUA, e tal como o Pássaro de Ferro oportunamente informou, a Bélgica irá destacar novamente caças em apoio à Operação Inherent Resolve, de combate ao Daesh no Iraque e nordeste da Síria.

Com efeito, na próxima terça-feira 29 de setembro de 2020, quatro F-16 deixarão a base aérea de Florennes, na Bélgica, com destino ao Médio Oriente, como parte da operação “Inherent Resolve” da força internacional contra o auto-proclamado Estado Islâmico. A Defesa belga segue a decisão do Governo do país, datada de 26 de junho de 2020. 

O compromisso da Bélgica enquadra-se na estrutura da resolução 2249 do Conselho de Segurança das Nações Unidas de 2015, que se refere à ameaça global representada pelo Daesh para paz e segurança internacionais. O Governo belga prevê um empenhamento operacional dos F-16, pelo período de um ano. O custo total da missão ascenderá a 24M EUR, repartidos pelos orçamentos de 2020 e 2021.

Segundo o ministro da Defesa belga Philippe Goffin, os caças irão desempenhar missões "de reconhecimento e segurança, em apoio às forças da aliança, o que também envolve realizar ataques ao solo dirigidos a alvos inimigos", segundo referiu no Conselho de Ministros.

Um destacamento de cerca de 100 militares belgas apoiará as operações dos caças. Todos os membros do destacamento foram já mobilizados para a base de operação nas últimas semanas. Previamente ao destacamento, todos os membros foram colocados em quarentena, de prevenção à Covid-19. A primeira rotação será composta principalmente por pessoal da base aérea de Florennes.

F-16AM num dos abrigos da base de Al Azraq durante o anterior destacamento belga   Foto: DefBel

Trata-se do terceiro destacamento da Componente Aérea Belga em apoio à Operação Inherent Resolve, tendo os anteriores decorrido entre Setembro de 2014 e Juno de 2015 e mais tarde entre Julho de 2016 e Dezembro de 2017. Este novo destacamento é justificado com a necessidade de evitar o ressurgimento do Daesh, face aos renovados ataques registados ultimamente no Iraque e Síria. 

Á partida para mais uma missão da Operação Inherent Resolve em Al Azraq, Jordânia     Foto: DefBel

As aeronaves, os pilotos e o pessoal de apoio irão operar a partir de uma base no Médio Oriente, não revelada no comunicado da Defesa belga. Os destacamento anteriores foram contudo, levados a cabo na base Al Azraq na Jordânia.





domingo, 3 de maio de 2020

EUA SOLICITAM F-16 BELGAS PARA COMBATE AO DAESH [M2131 - 49/2020]

SABCA F-16AM Fighting Falcon da Componente Aérea Belga

Segundo a imprensa belga, aquele país recebeu um pedido formal dos EUA, a 23 de Maio do ano passado, para aumentar a contribuição na luta contra o Daesh. O pedido terá novamente sido confirmado a 5 de Dezembro de 2019 e novamente a 24 de Abril do corrente, em carta do Comando Central do Estado-Maior da Defesa dos EUA.

A Bélgica poderá por isso nesse âmbito, vir a enviar quatro F-16 até ao final deste ano, pelo período de um ano, provavelmente para uma mistura de missões de apoio a forças terrestres e reconhecimento.

"Este processo será submetido ao governo em breve, mas é muito cedo para adivinhar a resposta. Dada a actual situação política, o parlamento também será envolvido no processo de tomada de decisão ", disse o ministro Goffin, após perguntas de Kris Verduyck (SP.A), Annick Ponthier (Vlaams Belang) e Theo Francken (N-VA). "Está planeado iniciar o destacamento a partir de Outubro, mas não há um prazo rígido, para que não haja pressão até lá".

A Bélgica juntou-se à força aliada anti-Estado Islâmico, liderada pelos Estados Unidos em 2014. Os F-16 belgas estiveram destacados um total de 27 meses, em dois períodos distintos, durante os quais realizaram 991 missões, totalizando 9.500 horas de voo e quase mil bombardeamentos de precisão a alvos terrestres.


A Componente Aérea Belga regressou recentemente de um destacamento de oito meses em Siauliai, Lituânia, onde esteve no patrulhamento aéreo do Báltico, ao abrigo do programa de defesa aérea da NATO, igualmente com quatro caças F-16.


segunda-feira, 13 de abril de 2020

OFENSIVA CONTRA O ESTADO ISLÂMICO EM MOÇAMBIQUE [M2119 – 37/2020]

Um dos dois Gazelle filmados a sobrevoar Pemba, alegadamente ao serviço de forças contratadas pelo Governo moçambicano para combater o Daesh no norte do país

Na sequência do que vêm sendo ataques armados no norte e centro de Moçambique, por parte de grupos do Estado Islâmico, chegam também notícias de uma contra-ofensiva, alegadamente realizada por forças militares privadas sul-africanas ao serviço da Força Aérea Moçambicana.

Apesar do pouco destaque que o assunto vem merecendo na imprensa internacional, a escalada de violência, principalmente na província de Cabo Delgado, mas com diversos focos por todo país, por parte de grupos armados que organizações internacionais classificam como terroristas, terá já provocado entre 600 a 700 mortos, em cerca de dois anos e meio, além de cerca de 200.000 desalojados, segundo o arcebispo católico D. Luiz Fernando.

Imagem divulgada pelo Daesh das acções em Quissanga


No final de Março de 2020, as vilas de Mocímboa da Praia e Quissanga foram invadidas pelo grupo jihadista, que destruiu várias infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique. Na ocasião, num vídeo divulgado na internet, um alegado jihadista justificou os ataques  com o objectivo de impor a lei islâmica na região.

Já em Abril, nova ofensiva em Namacande, com assaltos a instituições públicas, estabelecimentos comerciais, postos de combustível, agências bancárias e unidades das forças de segurança estatais para se apoderarem das armas, foi filmada novamente por elementos do grupo armado, com posterior divulgação nas redes sociais.

O outro helicóptero Gazelle avistado em Pemba tem pintura notoriamente mais clara mas não é possível discernir a matrícula

Chegaram entretanto relatos e imagens de pelo menos três helicópteros - dois Gazelle e um Bell 407, armados, a sobrevoar a cidade de Pemba. Num dos Gazelle é inclusive possível identificar a matrícula sul-africana ZU-ROJ, que corresponde a um Westland 341B Gazelle AH1 ex-British Army.



Segundo a imprensa sul-africana, os ataques através destes meios aéreos, são a mais recente tentativa de Maputo para derrotar a insurgência. Fontes militares moçambicanas citadas, disseram terem estes helicópteros leves atingido uma base dos jihadistas de Ahlu Sunnah wa Jamaa (ASWJ) na área de Mueda, na quarta-feira 8 de Abril de 2020, além de bases em Mbau no distrito de Awassi e Muidumbe na quinta-feira 9 de Abril. Ainda segundo as mesmas fontes não divulgadas, os ataques teriam sido bem-sucedidos, com muitas baixas entre os insurgentes. Os ataques não incluem para já forças terrestres, embora estes possam vir a ocorrer mais tarde.

Já na sexta-feira 10 de Abril, ficou a saber-se de várias fontes não confirmadas, que um dos helicópteros Gazelle foi forçado a fazer uma aterragem de emergência, depois de ter sido atingido por tiros, durante novo ataque aos insurgentes, nessa manhã. A tripulação terá escapado ilesa e destruiu a aeronave, para impedir que caísse nas mãos do inimigo.

Canhão/metralhadora fixa montada na porta lateral do Gazelle ZU-ROJ


A identidade das milícias privadas que participaram na contra-ofensiva governamental da passada semana não é completamente clara. Joseph Hanlon, um comentarista tido como credível em Moçambique, identificou o helicóptero Gazelle ZU-ROJ, como estando ao serviço da empresa militar privada russa Wagner, que teria entrado em Moçambique em Novembro de 2019, ao abrigo de um contrato com o governo moçambicano, para combater os insurgentes.

No entanto, duas fontes militares independentes disseram ao jornal sul-africano Daily Maverick que a Wagner terá abandonado Moçambique em Março deste ano, depois de fracassar na sua missão, e que os ataques aéreos da passada semana foram conduzidos pela empresa de segurança privada Dyck Advisory Group (DAG), sedeada na África do Sul, propriedade do ex-coronel militar do Zimbábue Lionel Dyck.

De acordo com o site desta empresa, “O Dyck Advisory Group (DAG) é o resultado de anos de experiência em operações líderes nas áreas de remoção de minas, gestão de riscos de explosão, segurança especializada, serviços caninos e caça furtiva. (...) O DAG é capaz de avaliações rápidas dos problemas existentes e o fornecimento subsequente das soluções necessárias. As soluções apropriadas serão então implementadas pelo DAG na qualidade de consultor. Se necessário, o DAG também supervisionará a implementação das soluções. ”

Bell 407

As  mesmas fontes disseram ainda que as milícias privadas voaram na quarta-feira em três helicópteros para Pemba, no norte de Cabo Delgado - um helicóptero Gazelle, um Bell UH-1 Huey e um Bell 407 - e um avião Diamond DA42, onde se juntaram a outro helicóptero Gazelle e a um Cessna 208 Caravan de asa fixa, que haviam chegado a Pemba mais cedo na semana.

A intervenção de novos operadores militares privados vem, aparentemente por isso, na sequência da retirada de Moçambique da Wagner, que terá desistido em Março de 2020, com pouco sucesso contra os insurgentes. As mesmas fontes disseram que os mercenários da Wagner não compreenderam o terreno difícil de Cabo Delgado. Mas as actividades da Wagner - uma empresa suspeita de vínculos com o presidente russo Vladimir Putin - sempre foram obscuras e alguns observadores insistem que apenas esteve em Moçambique como segurança pessoal para o presidente Filipe Nyusi e sem nunca estar mandatada para combater os insurgentes islâmicos.

Os insurgentes da ASWJ - que também se têm apresentado como leais à Província da África Central do Estado Islâmico (ISCAP) - afiliada do Estado Islâmico (IS) global - vêm montando operações cada vez maiores e mais frequentes na província de Cabo Delgado. A insurgência está activa desde Outubro de 2017 e é cada vez mais caracterizada por ataques brutais às forças de segurança governamentais e a populações civis, nos quais as vítimas são frequentemente decapitadas e mutiladas. Essas têm sido também as marcas de actuação das operações do IS no Médio Oriente.

Em Março de 2020 contudo, os insurgentes parecem ter mudado de táctica, quando investiram no ataque em larga escala por mar e terra em Mocímboa da Praia, o porto comercial mais a norte de Moçambique. Mataram ou expulsaram as forças de segurança e destruíram múltiplos edifícios, incluindo o terminal de aeroporto, escritórios governamentais, lojas e bancos e içaram a bandeira preta e branca do IS. Desta vez não tinham como alvo civis, mas sim conquistar a confiança da população local, distribuindo inclusivamente comida e dinheiro.

A ousadia dos ataques ​​na região de Cabo Delgado, começou já a deixar nervosas as empresas estrangeiras que vêm construindo instalações no litoral, para extrair e processar as vastas reservas de gás da província, nomeadamente a francesa Total e a americana Exxon Mobil. O último ataque a Mocímboa da Praia terá sido particularmente preocupante, visto ter ocorrido perto da estação de processamento de combustíveis em construção, onde estava a ser descarregado equipamento.


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