AVIOCARs EX-FAP COM NOVA VIDA [M2039 - 26/2019]

Algumas das células C-212-100 Aviocar armazenadas na BA6 - Montijo após a retirada de serviço

Com a substituição da frota C-212 Aviocar pelos C295M na Força Aérea Portuguesa em 2011, 17 células da frota foram colocadas à venda oficialmente pelo Estado Português, já em 2013.

Destas, as mais atractivas de modelo 300, por mais modernas e com maior capacidade, foram as primeiras a encontrar novo dono, na Força Aérea Uruguaia, tendo sido entregues em 2015 àquele país sul-americano.

Um dos dois C-212-300 Aviocar ex-FAP, presentemente ao serviço da F.A. Uruguaia

Apenas três anos mais tarde o primeiro lote de nove C-212-100 seria vendido a uma empresa norte-americana, tendo as células sido notadas em Março de 2019 em Tucson, num dos muitos depósitos de aeronaves daquela cidade norte-americana, aparentemente ainda acondicionadas conforme foram transportadas. Desconhece-se para já, qual o destino que as aguarda.

Sete das nove células C-212-100 ex-FAP num dos depósitos de material aeronáutico em Tucson, EUA

Já durante a corrente semana de Junho de 2019, o grupo português de aviação Sevenair anunciou a aquisição dos restantes seis C-212-100 Aviocar ex-FAP colocados à venda, para "aumentar a oferta de serviços da empresa no transporte de pessoas e de carga, e proporcionar experiências radicais de Skydive".

Sabe-se agora, através do jornal cabo-verdiano "O País", que duas destas aeronaves se destinam a realizar "evacuações de emergência e sanitárias, busca e salvamento, vigilância marítima, transporte de cargas e material militar" naquele arquipélago africano.

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URUGUAI COMPRA AVIOCAR PORTUGUESES (M1666 - 217PM/2014)

C212-300MP Aviocar usado na FAP entre 1993 e 2011

A Força Aérea Uruguaia (FAU) confirmou oficialmente no seu sítio de internet, a aquisição de dois Airbus (Ex-CASA) C212-300MP anteriormente usados pela Força Aérea Portuguesa com as matrículas 17201 e 02. Os valores envolvidos não forma divulgados, mas que segundo fontes não oficiais se sabe não deve ultrapassar os 500.000 EUR, por ambos os aparelhos. 

As negociações decorriam já desde 2013, tendo o acordo sido alcançado finalmente no dia 25 de julho em Lisboa, em reunião entre o comandante do Comando Aéreo Logístico da FAU, Brig. Gen. Alberto Zanelli e altos dirigentes do Ministério da Defesa português, em que foi assinada uma carta de intenção para a transferência das aeronaves.

No mesmo acordo ficou também definido um pacote de sobressalentes e a colocação das aeronaves em condições de efetuarem o voo ferry para o Uruguai, que se realizará no início de 2015. 

Já o equipamento de vigilância eletrónica usado por estes aparelhos não deverá fazer parte da venda, uma vez que por exemplo os radares de varrimento lateral Ericsson foram retirados para aplicação nos C295, que agora desempenham na FAP as funções de controlo de pescas e poluição marítima.

Os C212-300MP, foram adquiridos pela FAP em 1993 e retirados de serviço operacional em dezembro de 2011, tendo sido colocados à venda pelo Estado português em setembro de 2013.

Deverão agora rumar ao Uruguai, onde se juntarão a dois C212-200MP e outros dois C212-200 que usam já as cores do país sul-americano na Esquadra Aérea nº3.

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AVIOCAR RETIRADOS DA FAP À VENDA (M1164 - 260PM/2013)

C212 Aviocar da FAP em phase out na BA6 - Montijo

Foi hoje publicado em Diário da República, o Programa de Concurso e Caderno de Encargos, para a alienação de 17 aeronaves C212 Aviocar (versões 100 e 300), retiradas oficialmente de serviço da Força Aérea Portuguesa a 6 de dezembro de 2011.
Os Aviocar, foram substituídos nas suas funções pelos modernos C295M da Airbus Military, tal como é sabido.
No texto publicado, estão definidos os números de cauda das aeronaves alienáveis, bem como outras informações pertinentes:

"Considerando que as aeronaves CASA 212 AVIOCAR identificadas
com os números de cauda 16502, 16504, 16505, 16506, 16509, 16511, 16513, 16514, 16515, 16517, 16519, 16520, 16522, 16523, 16524, 17201 e 17202 não são necessárias à mobilização das Forças Armadas;
(...)
Considerando, ainda, que a transferência de propriedade ou alteração do utilizador final fica pendente da concordância por parte do Governo de Espanha, para além da autorização por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, caso o destinatário seja estrangeiro;
(...)
a) Autorizo a abertura do procedimento por Concurso Público Internacional, por analogia com a alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º e com o artigo 130.º e seguintes do Código dos Contratos Públicos, para a alienação de dezassete aeronaves AVIOCAR, disponibilizadas pela Força Aérea;"

in Diário da República, 19 de setembro de 2013

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A compra do Aviocar (M711- 7JM/2012)

Há tempos, a revista Mais Alto nº394, publicou um artigo sobre os primórdios do Aviocar na FAP que muito apreciei pelo aspecto histórico. No entanto, o artigo trazia um erro relativamente às intenções portuguesas iniciais, o que me levou a escrever um pequeno texto sobre a forma como evoluiu a encomenda deste avião e clarificar alguns pontos da história relativos à aquisição desta aeronave. Deixo aqui os meus comentários sobre este tema.

 1- Os estudos iniciais do EMFA para um avião de transporte ligeiro conduziram à selecção de 2 tipos possíveis, o Skyvan e o Aviocar, com preferência pelo Skyvan por ser avião já provado em condições de operação difíceis.

 2- Devido ao embargo de armas contra Portugal, a preferência, no entanto, acabou por recair no Aviocar e a 26 de Dezembro de 1973, deslocou-se a Madrid, uma comissão de técnicos portugueses para discutir a celebração de um acordo para a compra de 28 aviões Aviocar com uma opção extra de mais 12 aparelhos.

3- Foi assinada uma carta de intenção nesse sentido e estipulado o preço de 696.397 mil contos para a compra das 28 aeronaves, com a previsão de entrega de 4 aviões em 1974 e 24 em 1975, como se pode ver pela carta em anexo (SDFA/AHFA).

 4- Depois do 25 de Abril, a encomenda foi reduzida para 24 aviões pelo preço 216.310 mil contos, ficando, no entanto, a aquisição final pelas 20 aeronaves.

 5- Desta forma, a informação veiculada na MA nº 394 de que um lote de 20 aviões foi encomendado no festival de Le Bourget em Junho de 73, não é correcta, pois, nessa altura, a intenção do Governo português era comprar 28 aviões.

6- Além disso, a delegação portuguesa que visitou Le Bourget em Junho de 73, voltou a manifestar interesse pelo Skyvan e também pelo Arava de fabrico isrealita, como se pode ver num comentário vertido num telegrama do embaixador francês em Lisboa, de 15/6/73, não parecendo plausível que tenha sido fechado qualquer acordo relativo ao Aviocar nesse evento.

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