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domingo, 2 de julho de 2006

"A-7" - UM NOME E UMA HISTÓRIA... - Parte III

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Fotos: Rui "A7" Ferreira -- 1- 5513 ("armazenado em Beja); 2 - 15531 em 10 de Julho de 1999, dia do último vôo; 3 - 15531 e spotters à sua volta, em 10 de Julho de 1999. O Spotter que está na placa a fotografar o A-7P, é o autor deste blog...
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Em 1990 tornei-me sócio da Associação de Especialistas da Força Aérea, com Sede no Porto, e que é uma associação de actuais e antigos Especialistas da FAP.
Todos os anos passei a contactar, uma vez que fosse, com os aviões, nos encontros nacionais, que têm sempre lugar numa base aérea, e comecei também a contactar mais de perto com as diferentes gerações de Especialistas, desde o tempo da Aeronáutica Naval e Aeronáutica Militar, à actualidade. Uma experiência fantástica de partilha de vivências e, claro, de histórias de aviões.
Logo no primeiro ano pude ter o meu primeiro contacto mais de perto com o A-7P, o que foi fantástico. Pude tocá-lo, e até sentar-me no "malogrado" 5548.
Foi também em meados dos anos 90 que comecei a tomar alguns passos concretos no sentido de escrever sobre aviões.
A decisão era óbvia e por mais um punhado de razões, comecei a escrever sobre o A-7P.
O fruto de um trabalho de cerca de dois anos de pesquisa, nomeadamente na BA5, em Monte Real, levou a um escrito que subiu ao "altar"da publicação na Revista Mais Alto, sendo que a partir daí, passei ainda mais a estar conotado com o A-7P, nomeadamente no seio daqueles que, como eu, são entusiastas da aviação militar portuguesa, e muito em especial de toda uma comunidade de "A-7óólicos".
Ainda colaborei com o então Maj. Rui Elvas no livro do A-7P, no final dos anos 90, livro esse que recebeu todo o meu apoio e empenho e além do mais cedi todo o material que possuía na altura sobre o tema.
Foi então a altura da retirada de serviço do A-7P, e mais uns quantos escrito sobre o tema, à laia de saudosismos de algibeira de alguém que, na verdade nunca trabalhou com aviões, muito menos com este. Ainda assim posso-me orgulhar, nessa altura de um ou dois textos muito simpáticos sobre o SLUF.
Acho que por agora é tudo.
E queria eu apenas explicar o meu apelido.
Agora que falo nisso, recordo-me de alguém que um dia me perguntou porque raio me chamava A-7, pensando esse alguém que era eu um qualquer "convencido" de que percebia o que quer que fosse sobre o assunto. Ficou espantado com a história simples do porquê do nome, e pela simplicidade humilde com que admiti, como admito, que pouco ou nada sei do assunto.
O que é a verdade.

Por: Rui "A-7" Ferreira
(no.5513)


P.S. - O apelido mais estranho de todos? Tem também a ver com aviões, na sua origem, pois foi o resultado de eu ter lido o nome de um avião, Supermarine Spitfire, numa caixa de um kit, utilizando uma pronúncia estranhamente acentuada. De resto foi apelido que durou poucos anos.
Não o sei escrever, só mesmo dizer, ainda que agora, à distância de todos estes anos, possa não ser muito exacto na pronúncia, mas cá vai: "SCHRBE".
R.F.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

"A-7" - UM NOME E UMA HISTÓRIA... - Parte II

A-7P s/n 15509 no AM1/Maceda - (c) Rui Ferreira
O interesse pela aviação foi crescendo, e não há nenhum episódio interessante até meados dos anos 90, excepto, claro está, a exposição da FAP no Porto, nos anos 80, no Palácio de Cristal. Estudava (isto de pôr as palavras "estudava" e "eu" na mesma frase...) então no Liceu Infante D. Henrique, 10º ano de Electrotecnia, já com a ideia fixa na FAP, para a qual já tinha pensado oferecer-me aos 16 anos, mas o meu velhote não foi em cantigas.
Tínhamos na turma alguns interessados nestas coisas, um muito em particular, embora eu não percebesse muito bem o gosto que ele tinha por aviões civis, daqueles grandes e com janelas... uma porcaria. Hoje, depois de ele ter passado pela FAP, e pelos A-7P, embora não no percurso que tinha planeado, continua ligado à aviação em diversas vertentes profissionais e lúdicas. Hoje em dia permanecemos amigos.
Bom, quando nos apercebemos o que se passava no Palácio, a cerca de 500 metros do Liceu, baldamo-nos todos às aulas numa sexta-feira para ir assistir nos melhores assentos da casa ao treino dos Asas de Portugal, frente aos jardins do Palácio, e sobre o Douro, acompanhando nas manobras as sinuosas curvas de nível do local. UM ASSOMBRO.
No dia seguinte, sábado, fomos os primeiros a chegar ao local para a segunda dose – DELÍRIO. Ainda mais, em ambos os dias acompanhamos as comunicações encostados às carrinhas de comunicações. F-A-B-U-L-Á-S-T-I-C-O!
Claro que não perdemos a exposição no recinto interior e exterior do Palácio, oportunidade para um primeiro assentar o cú num Alouette III, onde nos foi explicado todo o seu funcionamento. Entre 1987 e 1990 dei com os costados na FAP. Fiz recruta e segui o curso da especialidade de Operador de Informática, no CI2, na Ota.
Fui colocado na BOTP2, em S.Jacinto, no início de 1988. Foi nesta estadia na "Ilha da Morte Lenta" que voei pela primeira vez, e por três vezes, sempre em serviço, nos Puxa-Empurra da 702, os Indomáveis do Norte.
Poucas semanas depois de estar na FAP, fui pela primeira vez, sozinho, completamente em branco, um tótó do caraças, a um festival aéreo da FAP, o festival do aniversário e do NATO Tiger Meet 1987, no Montijo. O meu primeiro Tiger Meet, não que tenha ido a muitos. Ainda me doem os olhos das coisas fantásticas que vi por ali, que eu não conseguiria relatar todas...
Por: Rui "A-7 5513" Ferreira (continua - terceira parte) (primeira parte)

Formação "fumarenta"... A-7P e F-104 - (c) Rui Ferreira

segunda-feira, 12 de junho de 2006

"A-7" - UM NOME E UMA HISTÓRIA... - Parte I

"O 'A-7' junto de um TA-7P" - 1990

O chafurdar na origem de um nome, neste caso na origem do meu próprio apelido (A-7), é voltar atrás, à nossa própria origem, à nossa própria história, à nossa própria vida.
Todos nós conhecemos pessoas que têm apelidos, e todos esses apelidos tem uma história, história essa que é afinal, o culminar de um conjunto de sucedidos e acontecimentos relacionados com uma pessoa, e que funcionam na sua grande maioria, ou pelo menos no pensamento de quem lho atribuiu, a explicação mais ou menos lógica para o nome, sigla, ou até ruído que lhe foi dado. Nalguns casos nem chega a ser isso, apenas é um apelido que lhe foi dado, sem grande explicação ou lógica, ou mesmo até sentido.
Tive muitos apelidos, e é natural que ainda venha a ter mais alguns, mas aquele que ficou, pois ainda perdura, é mesmo o "A-7".
A origem é simples, se assim se pode dizer. No entanto já não se pode dizer o mesmo das suas consequências. Mas por preguiça, vou-me socorrer um pouco de um texto que escrevi no ano passado que reconta bem toda a história deste apelido que, repito, é curta e sem graça.
Facto curioso, ou não, não foi na minha infância, mas antes na adolescência, e ao par do despontar do acne juvenil, que não tive, que abri a minha mente para o mundo dos aviões.
Não contrariando essa ideia diga-se em abono da verdade que, umas das vagas recordações de infância, foi o deslumbramento perante estas estranhas máquinas voadoras, vindo-me à memória, com um travo de saudade, as idas à varanda exterior do Aeroporto do Porto, não à espera de ninguém, mas numa estranha romaria dominical, que grupos familiares, pintavam um quadro colorido e cheio de movimento fervilhante, subindo e descendo as escadas de caracol exteriores, que conduziam ao terraço ou varanda, preenchendo tempos infinitos a observar, espantados, o rebuliço dos aviões a fazer uma barulheira estridente a descolar e aterrar.
Dessas romarias, e agora que falo disso, vem-me também à memória, a lembrança de brincar no interior de um aparelho, cujos contornos não me recordo com exactidão, mas que da bruma da memória me soam a algo semelhante a um T-6, a cuja carcaça acedíamos por um buraco que existia na vedação junto ao parque de estacionamento.
Poderei ter aí aberto alguma ferida que me tenha exposto ao vírus dos aviões? É possível.
Havia ali muito metal ferrugento.
Para além disso a minha mãe confirmou-o. Isso e aquela questãozita de ter malhado umas quantas vezes abaixo do berço (de cabeça, claro).
Por estranho que isso possa parecer, ou não, apanhei a doença dos aviões através do contacto com um livro, o que demonstra a capacidade de mutação deste vírus.
O Adriano, um "chinoca" chegado de Macau (no início dos anos 80) e ao qual perdi totalmente o rumo (o que é pena), um dia mostrou-me uma enciclopédia de aviação.
A partir daí foi o descalabro.
Possuo um exemplar desse livro, pois não descansei enquanto não consegui que a minha mãezinha comprasse essa preciosidade escrita pelo punho do Sr. Bill Gunston, que custou na Bertrand, importado, dois contos e quinhentos !!! (1982?) Uma pipa de massa, mas que ainda hoje uso como material de referência, porque além do mais é um daqueles livros intemporais.
Com a minha entrada no Corpo Nacional de Escutas, por volta dessa mesma década de 80, já eu padecia com alguma gravidade da enfermidade aviónica. De tal forma que pouco tempo depois, se calhar nem um ano depois, já tinham alterado o meu nome oficial, de tão chato que eu era sempre a falar de aviões. Não me recordo quando exactamente, mas começaram a chamar-me A-7.
Onde arranjaram eles o apelido? Nada mais simples, pois na altura a outra coisa mais chata a falar de aviões, nomeadamente de A-7's, e pelas piores razões, eram os noticiários, convenhamos, uma época menos gloriosa da aviação militar lusa.
Ainda hoje, e já lá vão 20 e tal anos, há dezenas de antigos e actuais escuteiros e familiares dos mesmos que, ou continuam a não saber o meu nome, ou não se desabituaram de me chamar A-7!
Repare-se que eu na altura não tinha qualquer interesse particular por este trambolho com asas, o interesse surge mais tarde. (continua - segunda parte
Por: Rui "A-7" Ferreira

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