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sábado, 6 de julho de 2024

SACADURA CABRAL PROMOVIDO A CONTRA-ALMIRANTE A TÍTULO PÓSTUMO [M2513 - 57/2024]

Busto de Sacadura Cabral junto à réplica do "Santa Cruz" no pólo do Museu do Ar em Alverca, aeronave em que completou a ligação aérea Lisboa-Rio de Janeiro em 1922
 

O Capitão-de-Fragata Artur de Sacadura Freire Cabral, foi promovido por distinção a título póstumo, ao posto de Contra-Almirante, através do Decreto do Presidente da República n.º 57/2024, de 3 de julho, homologando deliberação de 14 de julho de 2023 do Conselho de Chefes de Estado-Maior e aprovada por despacho do Ministro da Defesa Nacional de 5 de junho de 2024.

Esta distinção é atribuída quando decorre um século sobre o desaparecimento daquele que foi um dos dois protagonistas da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, feito maior pelo qual ficou conhecido na História.

O agora Contra-Almirante Sacadura Cabral foi além disso um dos dois primeiros aviadores navais portugueses, bem como fundador da Aviação Naval da Marinha Portuguesa em 1917. Viria a desaparecer a 15 de novembro de 1924 no Mar do Norte, quando realizava o voo de entrega desde Amesterdão, nos Países Baixos, a bordo de um de cinco hidroaviões Fokker T.III então adquiridos.




sábado, 17 de dezembro de 2022

CENTENÁRIO DA HOMENAGEM DOS FERROVIÁRIOS A GAGO COUTINHO E SACADURA CABRAL [M2366 - 82/2022]

Quase sempre arredada do centralismo generalizado que afecta, também a nossa aviação, a Mui Nobre Sempre Leal e Invicta cidade do Porto recebeu numa das suas mais belas salas de visita  uma representação da Comissão Aeronaval 100TAAS, numa das derradeiras actividades de um vasto programa que comemora o centenário da Travessia Aérea do Atlântico Sul (TAAS).

Com efeito, no pretérito dia 7 de Dezembro de 2022, a Estação Ferroviária de S. Bento, foi palco do descerrada uma lápide que comemora o Centenário da Homenagem dos Ferroviários a Gago Coutinho e Sacadura Cabral, uma cerimónia organizada pela IP Infraestruturas de Portugal e Força Aérea Portuguesa para as comemorações do Centenário da Travessia Aérea do Atlântico Sul (100TAAS).

A cerimónia, singela, mas cheia de pompa e circunstância como lhe é próprio, iniciou-se com um discurso por parte do Tenente-General Rafael Martins, da Comissão Aeronaval 100TAAS e Presidente da Comissão Histórico-Cultural da Força Aérea, seguido do Sr. Manuel Novaes Cabral, Presidente da Fundação do Museu Nacional Ferroviário.

No seu discurso, o Tenente-General Rafael Martins, começou por enaltecer o espaço, nomeadamente os painéis de azulejaria, da autoria do pintor Jorge Colaço, cuja « iconografia de grande parte dos painéis alusiva a momentos ou personagens marcantes da nossa história, consideraram os ferroviários do Minho e Douro, que a magnitude do feito glorioso da travessia aérea de 1922 deveria ficar registrado neste espaço. E ficou!»

Acrescentou ainda que « A Comissão Aeronaval, e a Infraestruturas de Portugal congratulam-se pela oportunidade de fixar a placa alusiva às comemorações do centenário dessa aventura aérea, contribuindo para divulgar, aplaudir e reavivar um feito maior da história da aviação Portuguesa, projetando, continuamente a mensagem e os valores dos marinheiros e aviadores que souberam sobressair entre os demais através do engenho, conhecimento científico, incansável trabalho, ousadia e muita coragem».

Após o descerramento de lápide alusiva, seguiu-se a visita das entidades à exposição fotográfica (que permanecerá no local até à semana anterior ao Natal) alusiva à TAAS, e um Porto de Honra oferecido pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

Como se não bastasse este movimento nada normal neste monumento da Invicta, que suscitou muita curiosidade de quem por ali andava, entre gentes Tripeiras e os “camones”, a Banda de Música da Força Aérea Portuguesa, municiada com o seu “Engenho e Arte“ fez literalmente parar tudo e todos para assistir à sua actuação!

À tarde realizou-se uma Sessão Solene na Reitoria da Universidade do Porto em Homenagem a Gago Coutinho e Sacadura Cabral, Doutores Honoris Causa por esta Universidade. À noite, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, a Banda de Música da Força Aérea, num programa muito interessante, fez as delícias de todos os presentes.


Rui “A-7” Ferreira
Entusiasta de aviação



Nota: O autor do texto/reportagem escreve na grafia antiga.

Agradecimentos: Ten Gen António Mimoso e Carvalho, Ten Gen Rafael Martins, Eng. Francisco Piqueiro







sábado, 26 de março de 2022

COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA TRAVESSIA AÉREA DO ATLÂNTICO SUL - Desfile aeronaval [M2309 - 26/2022]



A 3 de abril de 2022, irá ter lugar em Belém, Lisboa, uma Cerimónia Militar e um Desfile Aeronaval, em comemoração do centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

O evento previsto para as 11h00, congrega a Marinha e Força Aérea portuguesas, e incluirá entre várias atividades, a entrega da medalha comemorativa a representantes do Brasil, Cabo Verde e Espanha, o descerramento de uma placa alusiva e o desfile das forças em parada.

Desde janeiro que várias iniciativas têm vindo a decorrer, a assinalar a façanha realizada em 1922 por estes dois pioneiros da aviação portuguesa. 

Muitas outras estão previstas ainda para o ano de 2022, de acordo com o programa publicado na Revista da Armada:

Programa de comemorações publicado na Revista da Armada






Lançamento do livro "A GRANDE AVENTURA" - 30 de março [M2308 - 25/2022]

 

A propósito e a assinalar o centenário da primeira travessia aérea do Atlântico Sul, vai ter lugar no dia 30 de março de 2022, o lançamento do livro "A Grande Aventura" da autoria de Mário Correia, sobre a épica viagem de Sacadura Cabral e Gago Coutinho.

A cerimónia terá lugar nas instalações da International Flight Academy, no aeródromo de Tires, a partir das 17h00.

Quem pretender estar presente, deve inscrever-se antecipadamente através do email vintageaeroclub@gmail.com



sábado, 15 de novembro de 2014

SACADURA CABRAL DESAPARECEU HÁ 90 ANOS (M1726 - 318PM/2014)

Fokker T.III     Foto: San Diego Air & Space Museum

O dia 15 de novembro já foi feriado, há 90 anos. A razão foi o desaparecimento de Sacadura Cabral algures no Mar do Norte. Depois de fazer mais de oito mil quilómetros de Lisboa ao Rio de Janeiro, o aviador pioneiro não conseguiu completar o voo entre a cidade holandesa de Amesterdão e a capital portuguesa. Ainda hoje, não se sabe o que aconteceu ao companheiro de Gago Coutinho e tio-avô de Paulo Portas.

A primeira notícia diz encontrar-se são e salvo, ao lado dos outros pilotos que foram aos Países Baixos buscar três hidroaviões. "O aparelho pilotado pelo comandante Sacadura Cabral, segundo nos comunicam do Centro de Aviação Marítima, já está em Cherburgo", lê-se no vespertino "A Capital" de 17 de novembro de 1924. Durante um mês, as novas serão menos precisas. Afinal, ninguém sabe, nem saberá, do aviador que dois anos antes fizera, com Gago Coutinho, a primeira travessia aérea do Atlântico, usando um revolucionário instrumento de navegação aérea.

Ou a informação do Centro de Aviação Marítima não está correta ou "A Capital" transformou a hipótese numa realidade. A Havas, a primeira agência de notícias do mundo, criada em 1835 e "avó" da France-Press, emitiu nesse dia 17 um telegrama dando apenas conta da amaragem forçada em Cherburgo, por "panne no motor" (como se traduzia na altura), do hidroavião pilotado pelo tenente Pedro Ferreira Rosado. Os jornais da manhã dessa segunda-feira acrescentavam à nota uma paragem normal da terceira aeronave, a do tenente Santos Mota, em Brest, na Bretanha, a paragem prevista antes da chegada a Lisboa.

O comandante de 43 anos, piloto com feitos sem igual, deslocara-se à cidade holandesa com cinco colegas da Marinha a fim de levantarem três dos cinco hidroaviões da Fokker - uma empresa pioneira fundada em 1919 e fechada ao fim de 77 anos - comprados por Portugal, através de subscrição pública, para proporcionar uma volta ao mundo aos dois heróis da travessia do Atlântico em 1922. Como todos os companheiros, Artur Sacadura Freire Cabral e o cabo artilheiro mecânico José Pinto Correia saíram de Amesterdão no sábado, dia 15, mas não chegaram à cidade da Normandia nem à da Bretanha, nem jamais ali pousarão.


A ligação entre Amesterdão e Lisboa não apresenta qualquer grau de dificuldade. Carlos Viegas Gago Coutinho, que conhecia muito bem o capitão-de-fragata Sacadura Cabral, dirá ao "Diário de Lisboa", quatro dias depois do desaparecimento, que o voo era insignificante, "tanto assim que o único que chegou a Brest foi o Mota, exatamente o que tinha menos prática. O Rosado, aviador já experimentado, ficou em Cherburgo. E o Sacadura..." O contra-almirante não termina a frase, o jornalista pergunta-lhe o que pensa, vê-lhe "uma sombra no olhar", o aviador acaba por dizer que "ainda há quem pense que esteja vivo".

Nesta notícia escrita pela hora de almoço de quarta-feira 19 e que ocupa toda a primeira página do vespertino, diz-se ser impossível afirmar que o comandante e o mecânico morreram. "Cem postos de telegrafia sem fios não recolhem uma notícia, Gago Coutinho está abatido. O sr. ministro da Marinha diz 'desgraça!'". No outro vespertino, publica-se uma informação "fresca" vinda de Paris: "Dizem-nos particularmente de Ostende ter aparecido o cadáver do vosso glorioso aviador Sacadura Cabral". Não se confirma, a verdade é que foram encontrados destroços do hidroavião nº 496, por uma chalupa, e o estado em que apareceram "levam a pensar que se tenha produzido uma explosão", mas nada de corpos.

As notícias são contraditórias de dia para dia. Tanto se diz que apareceu o corpo do aviador como se desmente a informação. É possível que o comandante esteja vivo, que tenha sido recolhido por um barco que não possuísse Telegrafia Sem Fios (T.S.F.) para comunicar, como também referem os jornais e os amigos de Sacadura desejam que tenha acontecido. "Eu continuo a pedir a Deus que ele continue ainda com vida e esteja a bordo de algum barco veleiro e que nós possamos vê-lo ainda", diz o aeronauta e inventor brasileiro Santos Dumont numa carta para Gago Coutinho, lamentando: "Porque não seguiu ele os meus conselhos de descansar depois de tão grande feito que foi a viagem Portugal-Brasil?"

A travessia até ao Brasil foi dura: mais de oito mil quilómetros percorridos, quase 80 dias de viagem, embora a voar tenha sido "pouco mais" de 60 horas. Nesta aventura, Sacadura aos comandos e Coutinho na navegação, com o instrumento que inventou, o Corrector, sofreram vários tormentos, entre eles uma espera por socorro no meio do Oceano, dentro do hidroavião a meter água e rodeado por dois tubarões... Parece que nada conseguia domar o espírito do pioneiro português, nem o facto de lhe terem detetado problemas oftalmológicos e aconselhado a deixar de pilotar aviões. O seu sonho era dar a volta ao mundo nos hidroaviões da Fokker.
Artur Sacadura Freire Cabral, nascido em Celorico da Beira, a 23 de maio de 1881, fez a escola politécnica e aos 16 anos tornou-se aspirante de Marinha. Três anos depois foi promovido a guarda-marinha, iniciando uma série de missões hidrográficas e geodésicas em África até passar a ser adjunto do comissário da missão portuguesa de limites de Angola e a ser nomeado subdiretor de agrimensura da, à época, colónia portuguesa. "É um africanista", como diz o seu sobrinho-neto Paulo Portas. Só aos 35 anos se efetivará na aviação, ficando a depender do Ministério da Guerra, após arrancar um "Trés bon pilote" (Muito bom piloto) no curso de aeronáutica militar da Escola Militar de Chartres, em França.

Tem um espírito aventureiro, audaz, também solidário. Em 1902, o rei dom Carlos louva-o por escrito ao tomar conhecimento de que o marinheiro, quando navegava por Moçambique, se atirou ao mar para salvar um grumete que se afogava, desprezando o risco que corria. O seu companheiro de viagem, o cabo Correia, era igualmente um homem voluntarioso, valente, fora ele quem pedira para ir nesta missão; o piloto Santos Mota deve-lhe a vida, se não fosse Pinto Correia, que o arrastou a nado, teria morrido afogado daquela vez, em Aveiro, quando o hidroavião chocou com a água não dando qualquer hipótese ao piloto. O Ministério da Marinha irá promovê-lo a segundo sargento "como se tivesse sido morto em combate".

"No seu caso, toda a vaidade era legítima e todo o orgulho era desculpável", escreve Norberto Lopes, que foi ao Brasil cobrir para o "Diário de Lisboa" a chegada da equipa de heróis a 26 de outubro de 1922. O jornalista, na altura com 22 anos e a três décadas de se tornar o diretor do vespertino, diz que, perante este "homem mais baixo do que alto, de olhos difíceis de definir entre o azul e o verde", se "justifica plenamente aquele dito de Pepino-o-Breve: os homens não se medem aos palmos". E diz mais: "a sua fisionomia é a do homem que nasceu para mandar, que está habituado a mandar, que sabe mandar, serenamente, friamente, sem uma precipitação, sem um arrebatamento, sem um entusiasmo".

"Alguém, que muito de perto privou com ele, dizia-me que o seu segredo, uma das razões porque estava destinado a andar sempre de automóvel, enquanto os outros andam a pé, é a maneira indiferente, fria e pouco expansiva como trata os homens e a excessiva delicadeza com que distingue as mulheres", conta ainda Norberto Lopes sobre este pioneiro da aviação que é "um típico herói do amanhecer do seculo XX", como refere o atual vice-primeiro-ministro. Sacadura é um homem charmoso, diz-se que só mostra o sorriso a mulheres, não será assim tão radical mas é de lembrar que uma das promessas que deixou por cumprir foi batizar um dos aviões que pilotasse com o nome de uma atriz com quem se cruzou em Inglaterra, Manora Thew, que lhe disse que o seu nome próprio significava boa sorte.
Nesta ida a Amesterdão, o ímpeto de Sacadura mantém-se, apesar da fase difícil que atravessa. A perícia do primeiro diretor do curso de aviadores em Portugal não está em causa. Os seus olhos, porém, é que já não veem o mesmo, sofrem de oftalmia. E o seu vício de fumar pode ter contribuído para o desastre, como algumas vozes fizeram circular. São muitas as dúvidas sobre o sucedido. "Qualquer viagem aérea é um ponto de interrogação", dizia Sacadura (leia uma entrevista dada pelo comandante em 1922, no nº 2 da coleção do Expresso "Grandes Entrevistas da História"). Pedro Rosado contaria mais tarde que "estava um nevoeiro denso que se pegava com o mar". E, defensor da tese do acidente, pormenorizou: "Voei sempre baixo, por vezes a dez metros da água, que estava tranquila, sem carneirada, um mar que se confundia com o nevoeiro".

O sucedido nessa manhã de sábado de intenso nevoeiro entrará para o rol dos mistérios, levando o nome deste homem à galeria dos heróis desaparecidos tragicamente, sem explicação. A Fokker disse que fora um choque violento do hidroavião com a água, mas, tendo em conta a pane da máquina de Pedro Rosado, havia quem defendesse que o avião saíra avariado da fábrica. Quem contribuiu para alarmar ainda mais os espíritos foi António Ferro, o futuro secretário da Propaganda do Estado Novo. Na altura com 29 anos e jornalista do "Diário de Notícias", foi enviado a Ostende e de lá escreveu que um engenheiro da empresa holandesa tinha guardado três parafusos dos destroços, que pareciam ter sido cortados à tesoura, dando assim lastro à tese da explosão.

Ainda a 27 de novembro, na "Capital", dizia-se que se continuava a ignorar o que sucedera ao aviador, mas lamentava-se a "perda irreparável". Nessa mesma notícia, revelavam-se planos pessoais para o futuro: o casamento com uma jovem recém-viúva de um escritor que também era oficial da marinha. Mas a 2 de dezembro, as esperanças perdiam-se e a notícia é que o Governo aguardava que se completassem 30 dias sobre o acidente para declarar a morte da tripulação do Fokker.

"O desaparecimento de Sacadura Cabral e do seu bravo companheiro nas brumas do Passo de Calais, sem uma testemunha, quasi sem um vestígio, tem o sabor heroico de uma lenda de glória", escreve-se em "A Capital" de 15 dezembro, o dia decretado de luto nacional e feriado oficial e em que o Governo autorizou a "abertura dos créditos necessários para esse fim, bem como a fornecer o bronze necessário ao monumento a erigir, por subscrição pública, em Lisboa".

Fonte: Expresso

terça-feira, 24 de abril de 2012

90 ANOS NUMA NOTA DE 20 (M637-38PM/2012)



Escudos. 20 escudos. Eram as notas que tinham estampado o rosto do Almirante Gago Coutinho e no verso o hidroavião Fairey F III-D (um dos) que proporcionaram um dos maiores feitos da aviação lusitana.
Era por isso impossível há alguns anos não saber que a primeira travessia aérea do Atlântico Sul tinha sido realizada por um (dois) português(es).
Por outro lado, a banalidade com que nos habituámos a ver aquela efígie, levava porventura a pensar no feito como algo também banal.
Os traços da aventura levada a cabo por Gago Coutinho e Sacadura Cabral eram (e continuam) desconhecidos de quase todos, resumidos que estavam no título do feito: "Primeira travessia aérea do Atlântico Sul".

Na verdade, três aeronaves foram utilizadas para cumprir a viagem. O primeiro, batizado "Lusitânia" e que cumpriu a maior parte da viagem: Lisboa-Las Palmas, Las Palmas-São Vicente e São Vicente-São Pedro e São Paulo.
Por perda de um dos flutuadores devido ao mar tempestivo neste arquipélago brasileiro, um segundo avião batizado "Pátria" foi enviado por navio, para permitir prosseguimento da viagem até ao Rio de Janeiro como planeado. O Pátria no entanto pouco voaria, tendo amarado de emergência ainda junto ao arquipélago de São Pedro e São Paulo, ficando os aviadores náufragos até socorro de um navio em trânsito.
O terceiro, ao qual foi atribuído o nome "Santa Cruz" possibilitaria finalmente retomar a viagem e atingir o Rio de Janeiro, então a capital do país, depois de várias escalas pela costa brasileira, onde foram recebidos como heróis.

Como corolário do feito, e como contributo científico para a posteridade, ficou o sextante, instrumento de navegação pelos astros inventado por Gago Coutinho para levar a cabo a façanha. O rigor conseguido pelo aparelho foi tão grande, que não só lhes permitiu navegar com exatidão entre os pontos planeados, como o fizeram dentro do tempo de voo previsto, levando 60 horas e 14 minutos, a percorrer 8383 km. E foi este instrumento, a razão de ser do busto de Gago Coutinho impresso nas saudosas notas de 20 escudos.
 
Sobre o acontecimento cumprem-se 90 anos e para celebrar a efeméride, realizou-se uma cerimónia no dia 23 de abril junto ao monumento da réplica do Fairey em Belém em Lisboa e posteriormente no Museu de Marinha, onde se encontra o hidroavião sobrevivente, o "Santa Cruz", com a presença de representantes de Portugal e Brasil, bem como da Marinha e Força Aérea portuguesas.
Uma exposição alusiva ficará patente ao público no Museu de Marinha até dia 28 de abril.

Os diários de bordo dos protagonistas da aventura, foram formalmente colocados sob a proteção da UNESCO.


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A AVIAÇÃO NAVAL EM LITOGRAFIAS - parte 2 (M454 - 50PM/2010)

 Apesar da História recente ligar sobre tudo a aviação militar em Portugal à Força Aérea Portuguesa, a verdade é que também parte importante da sua história está intimamente ligada à Marinha de Guerra Portuguesa.
Embora genericamente conhecida por Aviação Naval, o ramo aéreo da Marinha, possuiu três diferentes designações desde a sua fundação em 1917 até à sua integração em 1952 na Força Aérea Portuguesa: Serviço de Aviação da Armada (1917-1918), Serviços da Aeronáutica Naval (1918-1931) e Forças Aéreas da Armada.
 Esta integração seria completada apenas em 1958, sendo neste período designada por Forças Aeronavais, ramo semi-autónomo no interior da Força Aérea.
Em 1993, após quarenta anos da sua extinção, a Marinha Portuguesa passou a possuir novamente uma Unidade de Aviação, designada por Esquadrilha de Helicópteros da Marinha, que opera o Westland Super Lynx MK95.
Sediada na Base Aérea do Montijo, os Lynx são considerados elementos orgânicos das Fragatas da Classe Vasco da Gama -  “Tipo Meko 200”.
Realizada ao longo de 7 meses de intensa pesquisa e trabalho, esta colecção é uma homenagem a todos sem excepção, aqueles que dignificaram a aviação da Armada, demonstrando empenho, atitude e respeito pelos valores da Armada e de Portugal.
Citando o título de uma publicação de 1984 da autoria de Tadeu Viriato, das Edições da Armada… "julgo ser importante para todos os amantes da aeronáutica saber que houve dias em que “A Marinha Tinha Asas!”
Miguel Amaral










Os Westland Super Lynx Mk95 são a aeronave actualmente voada pela Marinha de Guerra Portuguesa


NOTA: Aconselha-se a quem quiser conhecer melhor o trabalho de Miguel Amaral a visitar os seus dois blogues, onde se pode encontrar grande parte das suas numerosas produções:

http://templarsquadron.blogspot.com/
http://flyingsketch.blogspot.com/

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