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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

F-35 BARALHA CRÍTICOS COM NOTA MÁXIMA NOS TESTES DE MAR (M1750 - 338PM/2014)

F-35C Lightning II      Foto:Andy Wolfe/Lockheed Martin

Existe a tradição de prender uma vassoura no mastro do navio, sempre que a missão foi bem sucedida, simbolizando “serviço limpo”. E foi o que aconteceu a 14 de novembro, quando terminaram os teste de mar do modelo F-35C Lighting II, a  bordo do USS Nimitz.

Senão vejamos: duas semanas de testes terminados três dias mais cedo, com 100% de objetivos atingidos. Pela primeira vez um avião de operação naval realizou operações noturnas durante a primeira bateria de testes de mar. Tal como comentava um piloto da US Navy, “nunca se tinha ouvido falar em tal coisa”...

Diminuir o feito, pelo longo rol de atrasos e sobressaltos passados do programa, seria no mínimo tendencioso, já que as operações navais representam das condições mais exigentes para uma aeronave. Seja pela violência que as aterragens e descolagens implicam para os sistemas e estrutura dos aparelhos, seja pelas condições ambientais. Ao todo 222 touch-and-go e 124 lançamentos de catapulta e aterragens com gancho e um registo impecável.

Mais baterias de testes estão já agendadas para 2015 e 2016, mas para já a US Navy pode ficar mais descansada quanto ao ano-horizonte de 2018, parecer agora verosímil, para realizar o primeiro destacamento de um F-35C embarcado.




Já no sentido contrario, na base aérea de Luke, Arizona, a versão A em uso pela USAF, negou-se a trabalhar com combustível quente, por estar em camiões-cisterna expostos ao sol do sul dos EUA. O fenómeno levou para já a que se pintassem os camiões de branco, de modo a reflectir ao máximo a luz solar, solução que apesar de barata, está longe de satisfazer e tranquilizar militares e técnicos do programa F-35.


O problema parece verificar-se porque o combustível funciona como refrigerador dos poderosos sistemas e aviónicos do avião. Estando o combustível já quente, a capacidade para troca de calor com os sistemas do avião diminui, pelo que o avião tem de ser desligado, ou arrisca sobreaquecimento.



quinta-feira, 31 de outubro de 2013

FORÇAS ARMADAS COM MAIS COMBUSTÍVEL EM 2014 (M1243 - 320PM/2013)

F-16 portugueses sobrevoam uma fragata espanhola

As Forças Armadas vão ter um aumento de 26% nas verbas a atribuir a gastos com combustíveis e lubrificantes, segundo se pode extrair do Orçamento de Estado para 2014.
O referido aumento traduz-se num acréscimo de 8,6 M EUR, passando dos 32,7 M EUR de 2013, para os 41,3 M EUR em 2014.

Com os sucessivos cortes aplicados ao orçamento da Defesa, principalmente a Força Aérea e a Marinha, responsáveis pelo policiamento da maior Zona Económica Exclusiva do continente europeu, têm enfrentado sérias dificuldades em manter os níveis de operacionalidade, dentro de valores aceitáveis do ponto de vista do que são as responsabilidades do país, os seus interesses económicos e a segurança. 

Com aumento de orçamento em combustíveis para 2014, além do Ministério da Defesa, apenas o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social.







sábado, 23 de fevereiro de 2013

QUATRO F-86 EM DIFICULDADES (M887 - 58PM/2013)

F-86 portugueses em Chateauroux      Foto:Ralph Tompkins

Base Aérea nº5, decorria o ano de 1965.
No prosseguimento do Programa de Treino dos pilotos, saí numa sexta-feira a comandar uma esquadrilha de quatro F-86s para Oldenburgo, uma Base da Força Aérea Alemã, a fim de retribuir uma visita efetuada a Monte Real, de pilotos daquela base.
Devido à distância, aterraríamos em Chateauroux (França) para reabastecimento de combustível e oxigénio, como era normal fazer-se.
De rotina, antes de se chegar ao destino, confirmávamos a meteorologia para se definir se prosseguiríamos com a rota prevista, ou se para outro aeródromo alternante, prevenindo problemas de combustível.
Havia um local apropriado para o fazer: à vertical de Bordéus. Porque aí tínhamos várias alternativas.
Voávamos com céu limpo e solo à vista. Confirmámos o tempo em Chateauroux: uma camada compacta de nuvens baixas com a base a 700 pés (200 e poucos metros) e topo a 2000 pés, vento calmo.
Decidimos prosseguir porque os qutro pilotos estavam todos credenciados com mínimos de aterragem para 300 pés, com assistência de GCA (Radar) e Chateaurox tinha-o.
Como voávamos a 37.000 pés (pouco mais de 12.000 metros) iniciámos a descida em rota para atingirmos a ajuda rádio a 20.000 pés, de acordo com as regras. Como a descida era em parelhas, ao atingir-se a vertical da ajuda rádio (radiofarol), a parelha asa iniciou o procedimento de descida e a minha parelha efetuou a “espera” standard de quatro minutos para permitir o espaçamento normal.
O Controlo da base informou-nos que à descida seguir-se-ia um “circuito caixa” porque aterraríamos na faixa oposta à da descida, com apoio de GCA. Tudo normal.
Quando a primeira parelha estava na “perna base”, antes de voltar para a aproximação final, muda de frequência para o GCA, afim de efetivar a descida final. Nesta fase, as comunicações em canal apropriado ficam em exclusivo para os aviões até à aterragem. 
Sou surpreendido quando o piloto dessa parelha volta à frequência inicial e me pergunta se estamos a ouvir. Respondo que sim. Ele replica que não obtém resposta. Experimento e também não obtenho resposta. Digo-lhe para passar ao canal de emergência (243.0). 
Poucos segundos depois, volta a informar que não obtém resposta e decide – como já está apontado à pista - prosseguir a descida tentando sair das nuvens com possibilidades de aterrar. Assim fez mas, ao entrar em visual, a pista estava um pouco ao lado, não permitindo a aterragem. Tiveram de efetuar uma volta junto ao solo mas aterraram. 
Continuava o silêncio rádio.
Impensável! Uma Base da USAF ficar sem comunicações. O próprio Radar tem sempre acoplado um sistema de gerador para as emergências. 
Nada funcionava.
Já a situação da minha parelha ficava bastante insustentável: pouco combustível, dentro de nuvens e a voar em sentido contrário à descida “normal” para aterragem com o radio-ajuda.
Rodei cerca de 180º e apontando ao radio-farol fui descendo lentamente, pretendendo descer até ver o chão. Assim fizemos, saindo um pouco acima das árvores. Continuámos até passar sobre a antena do rádio-farol, onde tivemos de efetuar mais uma inversão de marcha para podermos apontar à pista (nesta volta foram gastos mais de três minutos).
O problema número um era então o combustível. Voávamos com o avião o mais “limpo” possível e a baixa velocidade, mesmo contrariando as instruções: redes abertas e freios fechados.
A ajuda rádio ficava a cerca de 7 Km da pista. Aí como estávamos a correr o risco de paragem do motor por falta de combustível disse ao meu “asa”: em caso de flame-out (paragem do motor), fazer o zoom-up (levantar o nariz para subir um pouco) e saltar de paraquedas.
A meio caminho entre o rádio-farol e a pista, oiço: Blue Falcon do hear me?  Alívio: Affirmative. Comunicação seguinte: heading … e climb to… Minha resposta: heading … but dont climb – fuel emergency. Peço aproximação direta. “Roger” e continuaram a dar-nos pequenas correções até ao aeródromo. Só iniciámos a descida do trem à vista da pista e os flaps, redes e freios já foi no solo.
No estacionamento, verificámos que o meu asa tinha menos de 100 litros de combustível e eu um pouco mais. Não dava para dar uma volta ao aeródromo. Foi “in extremis”.
Os outros dois pilotos já aterrados, esperavam-nos ansiosamente. Foram cerca de 20 minutos de espera angustiante.
À nossa espera tínhamos também patentes elevadas, apresentando desculpas pelo sucedido. Situação verdadeiramente inaceitável para a base mais importante da USAF em França. Houve uma falha total de energia do fornecedor exterior mas, não podia ter acontecido o falhanço dos sistemas de emergência preparados para entrar em funcionamento em dois minutos no máximo.
Se seguíssemos as regras, teríamos os quatro pilotos, saltado de pára-quedas. Mas se nós portugueses temos o defeito de quebrar algumas regras, temos também uma virtude: não desistir e tentar.
Após este episódio, resolvemos continuar a missão até Oldenburgo. Não valia a pena ficarmos a comentar o sucedido.
No sábado de manhã já com combustível e oxigénio, arrancámos para o destino.
À chegada, tínhamos à nossa espera um “comité de receção” que nos levou diretamente para o balcão do bar e aí, com o estômago vazio, sai cerveja com scnhaps. Foi o fim. Passámos o resto do dia a vomitar e a curar uma “piela” em que não estávamos interessados. O domingo foi para tentar recuperar…
Segunda de manhã, arrancámos para Chateauroux novamente. Ao entrar no espaço aéreo francês o controlo dá-nos as boas vindas e presta-se a levar-nos quase “ao colo” até ao destino. Não foi necessário seguir os procedimentos normais. Isto significa que a situação ocorrida foi muito anormal e que toda agente se "desfazia" perante a nossa presença.
Novamente em Chateauroux, reabastecemos e fomos tratados "nas palminhas". 
Soubemos que tinha sido destituído o comandante da Base. Foi uma ocorrência extremamente grave.
Simplesmente, não poderia acontecer.


Texto: Cap (Ref) Fernando Moutinho  

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