
A foto acima é a vergonha da minha cara. Acredite-se ou não, foi o que me sobrou do melhor festival de todos os tempos realizado em território nacional: o NTM1987 no Montijo.
Registada na minha fabulosa Kodak Instamatic 100 de que já dei conta antes, foi a ténue recordação fotográfica que resistiu à avalanche de infortúnios desse fim de semana.
Percorri
Levantar às 7 da manhã para chegar cedo ao Montijo, muita expectativa e tal, e chegar lá e a Pentax, conforme já havia ameaçado antes, avariar o sistema de rolagem do filme, tendo como consequência as fotos serem todas batidas sobre o mesmo fotograma. E o problema era que só quando o número de disparos ultrapassava o número de fotogramas do filme se desconfiava do que estava a suceder.
Resultado: todas as fotos por água abaixo. Safou-se a Kodak Instamatic que ia por descargo de consciência, malgrado ter só mais dois disparos até acabar o rolo.
Por isso os F-15 de Bitburg (talvez não sejam bem perceptíveis mas podem confiar em mim) foram os honrosos sobreviventes da tragédia.
A minha irmã encarregou-se de queimar a foto remanescente com um outro qualquer assunto profano.
Derrotados saímos da base, fomos almoçar ao Barreiro e de tanto teimar conseguimos pôr a Pentax outra vez a funcionar.
Pergunta do meu pai: voltamos à base? Respondo eu e o
Resposta errada.
E o carro ainda avariou no regresso a casa.
Pesem embora todas as contrariedades, até aos dias de hoje e através dos insondáveis circuitos da memória, da epopeia ficou-me gravado mais que tudo, o frenesi da partida para esse festival mítico, de walkman nos ouvidos a ouvir Dire Straits.