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sábado, 2 de fevereiro de 2019

30 ANOS DE EPSILON NA FAP [M2019 - 06/2019]

Os TB-30 Epsilon no seu ambiente natural.       Foto: Cap. Abreu/Esq.101

Cumpriram-se ontem, 1 de Fevereiro de 2019, exactamente 30 anos sobre a entrega oficial do primeiro TB-30 Epsilon à Força Aérea Portuguesa (FAP).
Decorria então o ano de 1989 e seria apresentado pelo então ministro da Defesa Eurico de Melo na Base Aérea nº1, em Sintra.
Dezassete unidades mais em cor branca, com as extremidades em dayglo laranja, seriam destinadas a substituir os DHC-1 Chpimunk na função da instrução básica de pilotagem na FAP, com a Esquadra 101 - Roncos.

As suas características  (elevada velocidade de cruzeiro, robustez e capacidade de +6.7 e -3.35Gs), conferem-lhe capacidade para simular um pequeno avião convencional, pelo que um par de anos volvido, passaria a acumular parte do curso realizado até então no T-37, com a súbita retirada desta frota em 1991.

Um TB-30 Epsilon na BA11 com pintura branca inicial

Em 1993 segue-se uma relocalização para a Base Aérea nº11 em Beja, onde a Esquadra 101 iria operar durante mais de uma década.

Formação de TB-30 Epsilon da FAP
Nos últimos tempos em Beja, ainda em 2008, foi adoptado no primeiro avião (11416), o novo padrão de pintura em tom cinza NATO, mantendo as mesmas superfícies em dayglo laranja.
Entretanto em 2009 dar-se-ia o regresso às origens em Sintra, sendo as restantes células repintadas à medida que iam sendo submetidas a manutenção de 3º Escalão.

De regresso à BA1 em Sintra já com a nova "roupagem" cinza
A pintura comemorativa das 80.000 horas de voo agora vista de estibordo no solo

A frota operada pela Esquadra 101, conta actualmente com perto de 100.000 horas de voo, durante as quais muitas gerações de pilotos da Força Aérea, Marinha e Exército ganharam as suas asas.

Instrutor e aluno junto ao Epsilon com a pintura comemorativa dos 25 anos da frota em 2014, BA1, Sintra



sábado, 23 de março de 2013

O DHC-1 CHIPMUNK (M922 - 83PM/2013)


DHC-1 Chipmunk

Ora aqui está um avião ligeiro com muito boas características para a aprendizagem. Podia ser pouco potente, mas era de uma grande fiabilidade e com uns comandos de voo formidáveis. Regra geral os aviões mais ligeiros são construídos para andar a “direito” e as manobras são lentas e preguiçosas, mas o Chipmunk tinha uns comandos muito efetivos, daí ser muito manobrável em todos os movimentos, quer de asa, quer de profundidade. Foi um avião em que voava de vez em quando, não como rotina. Daí, só ter realizado 113:45 horas, mas ainda assim gostei bastante dele. 
Dava prazer. Nunca tive quaisquer problemas com ele.
Duas curiosidades:

Arranque “braçal”

O Tiger (Moth) tinha um motor de arranque braçal. A situação normal era: mecânico a dar à hélice e piloto na cabine obedecendo às suas instruções. Não me esquece a voz de “contacto” para ligar os magnetos (ignição). O próprio Chipmunk que foi recebido com arranque elétrico, pouco tempo depois também seguia o mesmo método (falta de baterias). Um dia fui da Ota a Alverca tratar de qualquer assunto e levei um Chipmunk. Para lá tudo bem mas, no regresso, ao pretender pôr o avião em marcha e por não ter arranque elétrico, vi-me atrapalhado porque estava só, sem ninguém habilitado por perto, para dar assistência. Tinha de arrancar se queria regressar… Assim, travei o avião muito bem e fui rodar a hélice à mão. Duas ou três rotações para fazer a admissão de gasolina.
Depois era preciso ir ao cockpit ajustar os comandos do “gás”, mistura e magnetos “ON”.
Conclusão: arriscando, lá dei à hélice. E o motor começou a trabalhar sem ninguém aos comandos!
Não o deveria ter feito porque podia ter calculado mal a posição da manete do motor e este ter uma aceleração rápida que acabasse por saltar e causar acidente.
A segurança em primeiro lugar. Nos voos seguintes acabei por levar mecânico para prevenir aqueles problemas.

Um grande “melão”

Na Ota, nos períodos de tiro na Carreira de Tiro em Alcochete, eu era dos pilotos que mais vezes ia para a Carreira fazer o controlo dos aviões e apurar os resultados. Também seguia nesses voos o Oficial de Armamento para superintender nessa área. Após o almoço, descolávamos cerca das 13 h para termos a Carreira em efetividade para os primeiros aviões, a partir das 14 horas.
Como a pista da Ota era grande, normalmente atalhávamos caminho rolando pela relva até a uma interceção, junto às instalações do radar (cerca metade da pista). Apontávamos à dita interceção sem ziguezaguear, como é de norma para aviões com roda de cauda, para possibilitar ver os obstáculos.
Por rotina, sempre que havia aviões no ar, o carro de bombeiros estacionava ao lado do radar. Aqui o aviador Moutinho, olhou, não viu o carro de bombeiros e deduziu – não estão lá, não há aviões no ar – caminho livre. E, lá vai ele a direito. Já perto, meia de dúzia de metros à frente… o carro de bombeiros. Reduzi, travei, mas o choque deu-se. Bati com a hélice na porta da viatura, “acordei” o condutor que estava a dormir e fiquei com o avião inoperativo. 
O choque não foi muito violento mas causou algumas mossas.
Este acidente teve duas causas principais: o não cumprimento das regras de rolagem e a rotina.
Outros pormenores concorreram ainda para o acidente como o calor que fazia e ser o período pós-almoço que propicia alguma letargia. Não, não foi álcool. Sob esse ponto de vista cá o Moutinho era muito rigoroso. Antes de voar não se ingeriam bebidas alcoólicas.
São coisas que sucedem.


Texto: Cap. (Ref) Fernando Moutinho

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O FIEL AMIGO (M469 - 5PM/2011)

 







Unidade ainda com pintura e motor pré-remotorização

Planadores de instrução da Academia, L-23 e ASK-21


Para quem leu o título e pensou que se tratava de bacalhau, desengane-se, porque este é um site de aviação. O fiel amigo é o Chipmunk, que comemorou seis décadas a voar nos céus nacionais. Sim, seis! Caso estranho se considerarmos que um mero automóvel da mesma época é considerado completamente obsoleto. Para uma aeronave de instrução no entanto, os princípios básicos mantêm-se inalterados e a fiabilidade e confiança que sempre proporcionou, são o garante da sua longevidade.

Chegou a ter a sentença lida com a chegada dos Epsilon para a Esquadra 101 em 1989, relegado para a função secundária de rebocar os planadores da Academia entretanto também adquiridos. Uma remotorização no entanto, dar-lhe-ia vida nova já na segunda metade da década de 90 e voltariam a voar novamente nas funções de instrução, na informalmente designada Esquadra 802 da Academia da Força Aérea.

Se olharmos à história do DHC-1 Chipmunk, esta é inclusive anterior à da própria Força Aérea (que começou oficialmente em 1952), portanto um ano após a aquisição dos primeiros "Chips", sendo a única aeronave actualmente no activo da FA a ter transitado da Aviação do Exército.

Construído sob licença nas antigas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico em quantidade considerável (66 unidades), adicionadas às 10 iniciais compradas directamente à DeHavilland Canada, restam hoje apenas um punhado deles, suficientes para continuar o legado da sua já longa história.

Ao longo destes 60 anos, os Chipmunk passaram pelas bases de Sintra, Ota e S.Jacinto sempre a ajudar gerações de pilotos nacionais a dar os primeiros "passos" nos céus.

Dócil como convém nessas situações, o Chipmunk chegou a ser considerado até como possível plataforma para lançamento de granadas com o despoletar da guerra em África, hipótese que no entanto seria abandonada apenas após uma única gorada tentativa. O Chipmunk era uma aeronave pacífica e assim continuaria.

Na cerimónia do passado dia 29 de Janeiro, foi assinalada com o sentimentalismo que se reserva aos grandes amigos, essa efeméride dos 60 anos ao serviço da aviação nacional.
Como referiu o Comandante da Academia na cerimónia: "dentro de 60 anos provavelmente o Chipmunk celebrará os 120 anos, mas nós já não!"

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