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Os aviões n/c 15206 (em primeiro plano) e 15211 (em segundo) foram os últimos a voar com as cores nacioanis
Depois da cerimónia de despedida da frota Alpha Jet com a última formação a seis aviões no passado dia 13 de Janeiro, hoje foi o dia do verdadeiro último voo do modelo com as cores nacionais.
Em missão integrada no exercício Real Thaw, os aviões com o numero de cauda 15211 e 15206 fecharam a contabilidade da frota portuguesa ao fim de quase 25 anos e com cerca de 54.000 horas voadas, envergando a Cruz de Cristo.
Deixam um legado inegável de segurança em voo e várias gerações de pilotos de caça, formados para os quadros da Força Aérea Portuguesa.
Deixam ainda uma imensa saudade, das magníficas exibições acrobáticas com que brindaram público nacional e estrangeiro nas patrulhas Asas de Portugal e Parelha da Cruz de Cristo.
Para a posteridade um excelente vídeo da Esquadra 103, que voou o AJet até ao fim, com imagens que infelizmente não mais se irão repetir em Portugal.
Cruz de Cristo num F-16BM da Força Aérea Portuguesa
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Cada vez que há uma sexta-feira 13, como aconteceu este mês, há inevitavelmente uma sexta-feira 27. Facto indesmentível ao qual ninguém presta atenção, porque ao contrário da sexta-feira 13, a sexta-feira 27 não tem nenhuma aura especial. Desta vez todavia é o dia em que escrevo sobre a sexta-feira 13 e a Cruz de Cristo.
Toda a gente conhece as superstições normalmente associadas às sextas-feiras 13. Menos saberão que foi precisamente uma sexta-feira 13 a razão da Cruz de Cristo ser actualmente um símbolo nacional, identificando desde há vários séculos os navios da Marinha de Guerra e em tempos mais modernos as aeronaves militares portuguesas.
Foi na fatídica sexta-feira 13 de Outubro de 1307 que se fundamentaram as aziagas superstições actuais, com o massacre levado a cabo contra os Cavaleiros Templários, que terminaria na extinção da Ordem do Templo, depois de um processo levado a cabo por Filipe IV de França, com o apoio do Papa Clemente V. O poder da Ordem do Templo era tal na época, que o medo e cobiça, acabariam por traçar o seu funesto destino e o dos seus cavaleiros.
Já em Portugal, foi adoptada uma decisão salomónica, que permitiu não desobedecer às ordens papais, e manter simultaneamente uma ordem religiosa e militar que tantos serviços havia prestado ao país. Fundava-se a Ordem de Cristo, herdeira dos títulos e bens da Ordem do Templo, mas na prática mudaria apenas o nome e o símbolo: a Cruz de Cristo.
Dando razão a algumas teorias em voga principalmente desde o sucesso do livro “O Código Da Vinci”, a Ordem de Cristo viria a ser pedra basilar do desenvolvimento científico e do financiamento que permitiu a senda dos Descobrimentos Portugueses, tendo nas suas fileiras individualidades como Vasco da Gama, Bartolomeu Dias, Pedro Álvares Cabral, Gonçalves Zarco, Fernão de Magalhães, e o Infante D. Henrique como Grão-Mestre.
Com a extinção das ordens religiosas no século XIX, a Ordem de Cristo foi extinta uma primeira vez, sendo transformada posteriormente em ordem honorífica, extinta novamente aquando da implantação da República, para ser novamente recriada em 1918.
Actualmente, e independentemente da Ordem, o símbolo da Cruz de Cristo ganhou carácter próprio, enquanto símbolo de Portugal e da lusitanidade, estando presente em inúmeros brasões, emblemas, bandeiras (entre as quais a da região autónoma da Madeira) e, como não podia deixar de ser, nas embarcações e helicópteros da Marinha e aeronaves da Força Aérea Portuguesa.
Planta do templo de Salomão, alegadamente inspiração para a geometria da Cruz de Cristo (fonte: wikipedia)
Geometria de construção da Cruz de Cristo (fonte: wikipedia)
Na última edição do NTM realizada em território nacional, a Esquadra 301- Jaguares apresentou a aeronave 15116 com um vistoso esquema "...
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