domingo, 7 de dezembro de 2014

O REGRESSO DA HÉLICE AOS CAMPOS DE BATALHA (M1745 - 333PM/2014)

AC-130W com lançador de bombas GBU-39 sob as asas       Foto:Paul Carter

Com o advento da era dos jatos no final da II Guerra Mundial, os pouco tempo antes imponentes bombardeiros propulsionados por hélice, rapidamente se tornaram obsoletos. Parecia uma inevitabilidade insofismável e por varias décadas assim foi. B-29 e B-36 rapidamente deram lugar aos B-47, para estabilizar no B-52 que ainda hoje voa e aparentemente por muitos mais anos o fará.

Contudo, e provando que a historia realmente se move em círculos, mudanças nos teatros de operações e nas características dos armamentos disponíveis, fizeram regressar as aeronaves de combate propulsionadas por hélice. Primeiro aeronaves ligeiras e mais recentemente até os bombardeiros quadrimotores.

O AC-130 tornou-se ao longo dos anos uma das armas mais temidas para as tropas inimigas. Normalmente ao abrigo da noite, ficou famoso por descarregar massivas quantidades de projeteis de grosso calibre. A sua nova versão contudo, parece-se mais com uma plataforma de lançamento de mísseis.
No virar da década, a envelhecida e curta frota de AC-130H e U da USAF estava claramente em fim de vida e em risco de não conseguir corresponder as numerosas solicitações de apoio às tropas amigas no terreno.

Em consequência disso, foi tomada a decisão de transformar alguns MC-130W Dragon Speer com o módulo Precision Strike Packages (PSP), que conferiria a este modelo capacidade de realizar missões de Apoio Aéreo Próximo (CAS) e Informação, Vigilância, Aquisição de Alvos e Reconhecimento (ISTAR), Vigilância Armada e Missões Especiais, sem ser necessário adquirir uma aeronave totalmente nova para o efeito.

Foi preciso apenas um ano e meio para tornar realidade o conceito do AC-130W, entretanto apelidado “Stinger II” e o resultado foi mais um arsenal voador e plataforma de sensores, do que um típico “gunship”. Com modificações mínimas na célula original, conseguiu-se proporcionar à família AC-130 a capacidade de largada indireta de armamento guiado de precisão. A bombordo, na parte da frente, um canhão Bushmaster de 30mm. Dois FLIR (sensor infravermelhos) AN/AAQ-38: um  sob o nariz e o outro à frente da roda esquerda do trem principal são os “olhos” do Battle Management System (BMS) e sistema de comunicações avançado, controlado a partir do espaçoso porão de carga do AC-130W.
Mas a verdadeira novidade nas capacidades do Stinger II é a possibilidade de largar misseis ar-terra GBU-176 Griffin ou GBU-44 Viper Strike a partir da rampa traseira, até um total de dez, com possibilidade ainda maiores de armazenamento e transporte das mesmas armas. 
A adicionar ainda, nos suportes externos nas asas e como grande diferença relativamente aos predecessores, o AC-130W pode transportar misseis AGM-114 Hellfire ou bombas guiadas de pequeno diâmetro GBU-39 (SDB).

SDB GBU-39     Foto: Boeing
O ataque de grande precisão comas novas SDB GBU-39  pode ser feito a partir de 50 milhas de distância  Foto: Boeing

Esta ultima munição é especialmente revolucionaria, podendo ser largada a distancias consideráveis do alvo (até 50 milhas), permitindo à aeronave que a larga manter-se longe de zonas pesadamente defendidas e mesmo assim desferir ataques cirurgicos. Permite ainda à plataforma aérea responder a mais do que uma solicitação no terreno, sem ter obrigatoriamente que pairar em círculos sobre cada um dos alvos. Uma das provas que o modus operandi do novo AC-130 mudou, é  que não possui as pesadas blindagens dos anteriores modelos, que lhes permitiam enfrentar missões a muito baixa altitude. O peso das blindagens pode agora ser aproveitado para aumentar o alcance e autonomia do AC-130W.

AC-130J       Foto: USAF

Os novos AC-130J que irão primeiro complementando e depois substituindo os AC-130W, seguem a mesma filosofia, com os mesmo sensores, pouca blindagem, um novo pod de radar de abertura sintética de alta potência e a possibilidade de utilização de mira incorporada na viseira do piloto.



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