quinta-feira, 30 de outubro de 2008

MIG NARIZ DE PATO




Mig - 27 "Flogger D"

Um dos aviões da antiga União Soviética e do Pacto de Varsóvia, no auge da guerra fria, que sempre me causou mais "arrepios" foi o Mig-27 "Flogger D".
A coisa tomou maiores proporções quando na "mítica" enciclopédia "Aviões de Guerra" ele surge envolto numa aura de quase mistério, tudo agravado pelas fotos de má qualidade, sobretudo as que reportavam, justamente, para os aparelhos soviéticos.
A mesma enciclopédia alcunhava esse aparelho pelo "Mig nariz de pato", devido ao nariz achatado do avião, fazendo lembrar, evidentemente, o nariz de um pato.
Estes aparelhos eram comparados, entre outros, com o F-16, dando-se como certo que se tratava de um tenebroso avião de ataque, derivado do Mig-23, equipado com um motor mais capacitado para o bombardeio, o "Tumansky R-29B-300 Turbojet".
Ora, escusado será dizer que se tratava, em certa medida de um embuste, pois estes aparelhos eram bastante limitados, sob vários aspectos. Talvez a sua melhor capacidade fosse a velocidade que atingiam; Mach 1.7 no caso do Mig 27 e Mach 2.3 no caso do Mig-23. Aliás, a guerra fria proporcionava muito estas situações. O facto de os países do antigo Pacto de Varsóvia estarem muito controlados pela União Soviética, limitava a informação e em muitos casos, como talvez este em apreço neste texto, a "montanha paria um rato". Seja como for, o Mig-27, como o seu "irmão Mig-23" e outros mais velhos ficarão, obviamente com o seu lugar cativo na história da aviação militar mundial. Para mim e rematando a história, o Mig-27 será sempre um avião, no mínimo... "tenebroso"!

sábado, 25 de outubro de 2008

PILOTO DE CAÇA - Do sonho ao abandono



Nos últimos tempos muito se tem falado da sangria de pilotos da Força Aérea para as companhias aéreas civis.
Relativamente à falta de pilotos no sistema de armas F-16, a situação torna-se mais grave na medida em que se trata de homens com altas qualificações e cuja formação não se faz num estalo de dedos.
Há "muitos" candidatos a piloto de caça, mas apenas uma faixa mais ou menos residual lá consegue chegar, pelo que se torna imperioso segurar esses homens para que possibilitem a operacionalidade das frotas e o cumprimento das missões incumbidas e necessárias, seja no plano nacional, seja nas missões internacionais.
Contudo, a sofisticação das máquinas e a complexidade do quadro geo-estratégico e geo-político internacional exigem a prontidão máxima dos homens e das máquinas, com o objectivo de assegurar intervenções em diversas partes do globo, seja em zonas de conflito, seja em áreas onde a instabilidade político-militar aconselha a permanência de uma força dissuasora ou de manutenção de determinado statos quo.
O piloto de F-16, no caso concreto sobre o qual escrevo, é um individuo dotado de enorme capacidade física e mental e, sobretudo, predisposto a dedicar muito do seu tempo ao apuro e convívio com a aeronave.
O conceito de piloto de caça de há 20 ou 30 anos, revestido de algum romantismo e já na era do jacto, não existe. Hoje em dia, um piloto de F-16, perdoe-se-me a metáfora, "casa-se com o avião - chega a dormir junto a ele".
Ora, tendo em conta esta exigência real e tendo em conta os estímulos exteriores, a profissão de "piloto de caça", sendo ainda altamente atractiva, é extremamente exigente sob todos os domínios.
Apenas os que "amam" a causa permanecem. Outros acabam por abandonar o cockpit solitário do caça e, seja por cansaço ou na senda de uma vida mais tranquila, desiderato perfeitamente legítimo, engrossam uma lista extensa de pilotos que, prematuramente, abandonaram a causa militar.
O desafio está, pois, lançado. Cabe ao poder político e às chefias militares pensarem o assunto e adoptar estratégias para resolver o problema, no sentido de valorizar a carreira do piloto de caça e manter em níveis aceitáveis e de respeitabilidade as esquadras de caça e os próprios homens e mulheres que as constituem.

domingo, 19 de outubro de 2008

NOTÍCIAS - 2

F-16A, s/n 15106, "apanhado pelo Spotter 13"

O Pássaro de Ferro assinala e congratula-se com o nascimento de mais um espaço na blogosfera dedicado à aviação militar.
Trata-se do "F16 Portugal", da autoria do meu amigo Álvaro "Spotter 13" Gonçalves.
O dito blog, segundo o seu autor, destina-se a assinalar os seus 10 anos como spotter, sobretudo em Monte Real, local de onde, maioritariamente, o "Spotter 13 dá ao gatilho" da sua máquina fotográfica.
O resultado pode e deve ser visto (e lido) por lá!
Boa sorte e boas fotos!

Adenda: A não perder a leitura e visualização deste trabalho da cinquentenária Esquadra dos Falcões!
Sugiro, também, a passagem pelo 9 G´s onde nos é dada a possibilidade suprema de podermos admirar fotografias antigas, cheias de história, alusivas à história desta respeitável esquadra!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

NOTÍCIAS


O Pássaro de Ferro dá as boas vindas ao "Walkarounds-Cross of Christ Aviation Data Files", cuja ligação já está disponível na coluna ao lado, um subsidiário/sucedâneo do "Walkarounds" que marcou uma época e se fez referência na "grande rede" no que respeita à aviação militar feita informação e conhecimento em Portugal.
Esta nova versão, dinamizada pelos "gurus" Nuno Martins e Rui "A-7" Ferreira, rendeu-se ao dinamismo dos blogues e a seu carácter mais consentâneo com a vertigem mediática que os "novos" tempos exigem.
O Pássaro de Ferro deseja boa e longa vida a este novo espaço.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

MEIO SÉCULO A VOAR



Com dedicatória especial aos Falcões, coloco hoje aqui uma foto emblemática da Esquadra, por reunir vários elementos da sua história, agora cinquentenária:
Em fundo o F-86F, a primeira aeronave a ser voada pelos Falcões (inicialmente Esq 50) e em primeiro plano o actual sistema de armas operado, o F-16A.
Para quem conhece a base de Monte Real, casa dos Falcões desde 1959, pode ainda identificar o taxiway "alfa 1", por muitos anos a linha da frente da agora Esq 201.
De Esquadra 50 a 51, depois 201, 302 e de novo 201, se fez a designação militar de uma das mais nobres esquadras (e porque não famílias) da Força Aérea Portuguesa.
Nestes 50 anos voaram-se além dos acima retratados, também G-91 e A-7P, assim como os improváveis T-33 ou T-38.
Em combate nos céus da Guiné Bissau nos idos anos 60, ou no Kosovo em conjunturas mais familiares nos dias de hoje, os Falcões foram e são a elite da aviação portuguesa de que todos podemos e devemos orgulhar-nos.
No cumprir deste meio século, aqui ficam uns sinceros parabéns.
--
Adenda: Faço minhas as palavras do Paulo Mata, deixando aqui no "Pássaro de Ferro" o meu reconhecimento pessoal pela causa nobre e suprema dos Falcões, neste meio século de vida!
Guerra ou paz, tantos lhes faz!

Parabéns!
António Luís

sábado, 4 de outubro de 2008

VOAR NUM DIA PERFEITO

Serra do Açor - Foto: (c) A. Luís

F-16A - Foto: Luigino Caliaro

Dou aulas numa escola com vista para as Serras do Açor e da Estrela.
É um privilégio estar no sopé da primeira serra que, não sendo muito alta, tem um encanto estranhamente fascinante.
Ontem, sexta-feira, esteve um dia absolutamente notável em termos de visibilidade. Um vento de Norte moderado a forte limpou a atmosfera de tal modo que as coisas se revelavam de uma nitidez invulgar.
A dada altura, um F-16 rasgou o céu, rumo à montanha.
Ao vê-lo, fui tomado de assalto por uma inveja que não soube conter. É até provável que conheça o piloto que voava aquele aparelho. Tenho a sorte de conhecer muitos dos que voam o Viper.
Mas o meu sentimento foi apenas relativo à possibilidade que estes homens têm de contemplar a natureza de um modo vedado ao comum mortal. Num dia como o de ontem, voar sobre as montanhas ou simplesmente voar, deverá ser (porque apenas imagino) o mais fascinante dos exercícios, qualquer coisa que nos faça esquecer as complicações que os pés assentes na Terra nos proporcionam a cada momento.
Por todas as razões, estas e outras que me escapam, ontem terá sido um dia perfeito para voar!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

FLECHAS TRICOLORES





Para finalizar esta tour pelos festivais aéreos, agora que o verão também já acabou, termino com uma homenagem à patrulha Frecce Tricolori que mencionei a propósito do acidente de Ramstein.

Aqui fotografados aquando da sua passagem por Maceda no festival aéreo de 1998, demonstraram a fibra de que são feitos os guerreiros romanos de que descendem e os céus voltaram de novo ser pintados com as cores da Bella Italia.

Merecidos herdeiros desse povo que há dois milénios dominava “todo o mundo conhecido”, são a prova de que há que saber reerguer-se para voltar a brilhar.

Porque dos fracos não reza a história.



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